sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Conferência Internacional de Cidades Inovadoras 2010

Inovação- Curitiba sedia Conferência Internacional de Cidades Inovadoras

Promovida pelo Sistema Fiep, a CICI2010 trará mais de 80 especialistas nacionais e internacionais para debater soluções que promovam a sustentabilidade e a prosperidade econômica e social nas cidades

Entre os dias 10 e 13 de março, Curitiba receberá mais de 80 especialistas de todo o mundo que irão debater caminhos para a construção de realidades urbanas mais inovadoras, prósperas e humanizadas. Uma iniciativa do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), a Conferência Internacional de Cidades Inovadoras (CICI2010) trará experiências de sucesso em planejamento urbano, sustentabilidade, mobilidade, gestão e políticas públicas, entre outras, que transformaram cidades em ambientes propícios ao desenvolvimento econômico, social e ambiental.


Entre os nomes de peso que participarão da conferência estão Steve Johnson (EUA), autor de seis best-sellers que influenciaram desde ações de planejamento urbano até a luta contra o terrorismo; Pierre Lévy (Canadá), filósofo que estuda o conceito de inteligência coletiva; Marc Giget (França), diretor-fundador do Instituto Europeu de Estratégias Criativas e Inovação; Jaime Lerner (Brasil), arquiteto e urbanista, ex-prefeito de Curitiba; Jeff Olson (EUA), arquiteto e urbanista envolvido em projetos que contemplam espaços verdes e meios de transporte alternativos; Marc Weiss (EUA), presidente do Global Urban Development e líder do projeto Climate Prosperity; Clay Shirk (EUA), professor de Efeitos Econômicos e Sociais das Tecnologias da Internet e de New Media na New York University; e o arquiteto Mitsuru Senda (Japão). A lista completa e o currículo dos palestrantes estão no site www.cici2010.org.br.

Representantes de mais de 50 cidades, de todos os continentes, já confirmaram presença na CICI2010. O evento acontecerá dentro da área de mais de 80 mil metros quadrados do Cietep, sede da Fiep no Jardim Botânico que tem localização estratégica, com acesso fácil e rápido ao Aeroporto Internacional Afonso Pena e a apenas 5 quilômetros do centro de Curitiba. São esperados cerca de 1.500 inscritos, que participarão de uma série de atividades durante os quatro dias da conferência.

“A inovação é o único caminho para construirmos uma sociedade sustentável. E para que as empresas brasileiras e todo o País inovem é preciso, antes de tudo, que nossas cidades sejam inovadoras”, afirma o presidente do Sistema Fiep, Rodrigo da Rocha Loures. “A CICI2010 será uma grande oportunidade para que possamos pôr nossas cidades definitivamente na rota da inovação”, acrescenta.

Copromovida pelas prefeituras de Curitiba, Lyon (França), Bengaluru (Índia) e Austin (Estados Unido s) e com apoio institucional das Nações Unidas, a conferência é dirigida a empresários, gestores públicos, pesquisadores, estudantes e interessados em inovação. O evento está dividido em quatro grandes temas: “O reflorescimento das cidades”, com experiências de inovações sociais e tecnológicas para a construção de um novo ambiente urbano; “A reinvenção do governo a partir das cidades”, que trará inovações em gestão e experiências de inovações políticas e da cidade como sistema vivo; “A governança do desenvolvimento nas cidades”, uma mostra de experiências de inovações para o desenvolvimento local e apresentação de experiências de inovações para a sustentabilidade; e “Cidade-rede e redes de cidades”, que servirá para a formação do núcleo da Rede de Cidades Inovadoras.

Paralelamente à CICI2010 serão realizados outros eventos integrados, como a Conferência Internacional sobre Redes Sociais, o 1º Encontro Internacional de Cidades de Médio Porte e o 2º Encontro de Governos Locais da Índia, Brasil e África do Sul. E será lançado o projeto “Curitiba, Cidade Inovadora 2030”, que visa transformar a cidade e sua região metropolitana em um espaço propício à inovação, à educação e ao surgimento de uma indústria mais sustentável.

Inscrições – As inscrições para a Conferência Internacional de Cidades Inovadoras podem ser feitas pelo site www.cici2010.org.br. Até 21 de fevereiro, o pacote completo para acompanhar o evento, com acesso liberado a toda a programação da conferência, tem preço promocional de R$ 440,00. Estudantes têm 50% de desconto. Também é possível adquirir pacotes menores, para acompanhar uma ou mais conferências da noite, onde estarão alguns dos principais palestrantes da CICI2010. O pagamento pode ser feito por cartão de crédito ou depósito bancário.

Apoio: Planeta Voluntários

Conferência Internacional de Cidades Inovadoras 2010

Saiba mais: www.cici2010.org.br
Curitiba/ Paraná/ Brasil

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Bueiro inteligente que filtra mau cheiro é criado via 'open innovation'


Por Alexandre Spatuzza

O professor de matemática Walton Filho criou uma tampa de bueiro com vazão seletiva que filtra o mau cheiro e facilita a limpeza pública. O artefato está sendo produzido pela Plastpur, em Osasco, e vendido a prefeituras.

Toda inovação tem uma história por trás. A da tampa de bueiro inteligente e removível não é diferente. Ela surgiu antes de 2007, num restaurante na cidade de São Paulo que foi invadido pelo mau cheiro do esgoto.

Anos depois, este mal-estar levou à criação da peça que não só começa a ser comercializada pela Plastpur para prefeituras, mas também abriu os olhos dos sócios para o setor de saneamento básico, que está em franco crescimento no país.

"Nosso 'professor pardal', o Walton trouxe a ideia e vimos o potencial", lembrou Mário Beraldo, diretor comercial e sócio da Plastpur, localizada em Osasco, na região metropolitana de São Paulo. "Ele estava almoçando com família e percebeu o mau cheiro, o que o levou a pesquisar uma solução."

A ideia original era apenas selar os bueiros para evitar a exalação do mau-cheiro, mas acabou numa solução que facilita a limpeza pública e pode até controlar pestes como ratos e baratas.

Por meio de uma 'bandeja' que sela o bueiro com uma mola, os detritos da rua são coletados e podem ser mais facilmente limpos pelas equipes de manutenção das galerias do poder público que simplesmente removem e recolocam o artefato.

"Os testes que fizemos mostraram que se economiza tempo e esforço também," explicou. "Cai de tudo neste bueiro inteligente, como bituca de cigarros e folhas, mas o importante é que se ele não for limpo ele abre para deixar passar a água da chuva se houver uma precipitação forte".

Walton, professor de matemática, levou a ideia no papel para Plastpur, que produz artefatos de poliuretano como cabeceira de camas para hospitais e produtos especializados. Com investimentos de R$50 mil, vários protótipos foram feitos, inclusive de fibra de vidro. Mas depois escolherem o poliuretano reforçado de fibra para o produto final.

Após esta etapa, a empresa de 15 funcionários começou a fazer moldes e adequar a linha de produção. No total, foram R$150 mil investidos, inclusive pagamento de royalties para Walton Filho, que é quem detém a patente do produto.

A inovação faz parte da empresa que, após 15 anos de existência, começa a se voltar para o mercado de saneamento básico com investimentos próprios para desenhar novos produtos e adequar a linha de produção.

"O melhor jeito de inovar é conversando com o público e o melhor lugar para isso é participando de feiras e congressos," disse Belardo.

Mas é um processo demorado. Se a tampa de bueiro levou mais de dois anos para sair do papel, a próxima inovação, que deve chegar ao mercado no segundo semestre, está sendo desenvolvida em mais de meia década e investimentos de R$300 mil.

"Meu sócio teve a ideia deste novo produto em 2002 e só agora começa a passar por testes de hidrólise e resistência," disse Belardo explicando que não poderia revelar qual era a novidade por razões estratégicas.

Além disso, aberta a novas ideias de terceiros, a empresa espera a conclusão de pesquisa do próprio professor Walton para um novo processo de limpeza de esgoto.

"Ele ainda não revelou exatamente como funcionará, mas vamos esperar ele apresentar", disse.


Fonte: Revista Sustentabilidade.

Pesquisa: Portal do Meio Ambiente.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Brasil aumentou em 77% capacidade de geração de energia eólica


Por Vítor Abdala

A capacidade de geração de energia eólica no Brasil aumentou 77,7% em 2009, em relação ao ano anterior. Com isso, o país passou a ter uma capacidade instalada de 606 megawatts (MW), contra os 341 MW de 2008.

Os dados, divulgados quarta-feira (3/2) pelo Conselho Global de Energia Eólica (GWEC, na sigla em inglês), mostram que o Brasil cresceu mais do que o dobro da média mundial: 31%.

O crescimento brasileiro foi maior, por exemplo, que o dos Estados Unidos, que teve aumento de 39%, o da Índia (13%) e o da Europa (16%), mas menor que o da China, cuja capacidade de geração ampliou-se em 107%.

O Brasil também cresceu menos do que a média da América Latina, cujo aumento foi de 95%, puxado, em grande parte, pelas expansões de capacidade do México (137%), Chile (740%), da Costa Rica (67%) e Nicarágua (que saiu de zero para 40 MW).

De acordo com a pesquisa, a capacidade da América Latina passou de 653 MW para 1,27 gigawatt (GW ou 1.270 MW), enquanto a capacidade do mundo ampliou-se em 37,5 GW, chegando a 157,9 GW. Em termos absolutos, os Estados Unidos têm uma capacidade de 35 GW, a China, de 25 GW, a Índia, de 11 GW e a Europa, de 76 GW.

O Brasil responde por cerca da metade da capacidade instalada na América Latina, mas representa apenas 0,38% do total mundial. Para o diretor-executivo da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Pedro Perrelli, o desenvolvimento do parque eólico do país só não é maior porque o Brasil tem muita capacidade hidrelétrica instalada e potencial.

Segundo ele, apesar disso, o Brasil tem ainda muito terreno para crescer na energia eólica. “A energia eólica é importante, porque ela é complementar a esse potencial hidráulico. Inclusive porque ela não consome água, que é um bem cada vez mais escasso e vai ficar cada vez mais controlado”, disse Perrelli.

De acordo com a ABEEólica, a capacidade instalada de energia eólica no Brasil deve crescer ainda mais nos próximos anos. Isso porque um leilão realizado no ano passado comercializou 1.805 MW, que devem ser entregues até 2012. (Edição: Lana Cristina)

Fonte: Envolverde / Agência Brasil.

Google Street View capta imagem de crime ambiental no Canadá

Câmeras do Google Street View captaram a imagem de três criminosos ambientais em ação na cidade de Vancouver, no Canadá.

Segundo o site da revista Wired, o veículo do Google - no qual a câmera é acoplada e faz imagens em 360º - estava passando pela vizinhança quando registrou o derrubamento de árvores em um local da cidade, além de um homem com tocos de árvore recém-cortados.

As imagens, feitas em maio, vazaram na semana passada.

De acordo com a "Wired", a proprietária Margaret Burnyeat contratou uma companhia para remoção de 23 cedros, ciprestes e outras árvores do local. Vizinhos avisaram a polícia, que encontrou alguns pedaços de tronco que ainda não haviam sido removidos.

As autoridades disseram que não têm certeza se ou como usarão as imagens no processo.

"Nosso departamento legal está ciente disso. Como eles vão usar a evidência, não estou tão certo. Mas se trata de uma nova dimensão interessante, talvez, de evidência legal", disse uma porta-voz da cidade.

A propriedade havia sido listada como à venda em setembro, por US$ 1,64 milhões, com a observação sobre a inexistência de grande quantidade de "árvores grandes". Burnyeat, sua filha e três dos trabalhadores contratados vão ser acusados de violação das leis da cidade.

"Ironicamente, autoridades canadenses tiveram resistência à presença das câmeras controversas do Google nas ruas. A companhia lançou o seu Street View em partes dos EUA e do Canadá em 2007, e desde então expandiu o serviço para 12 países", observa o site.


(Fonte: Folha Online)

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Telhados brancos reduzem temperatura de cidades, demonstra simulação

Pintar de branco os telhados e lajes de edifícios pode reduzir significativamente a temperatura de cidades e mitigar alguns impactos do aquecimento global.

A conclusão é de cientistas do Centro Nacional para Pesquisa Atmosférica dos Estados Unidos (NCAR, na sigla em inglês).

No estudo, modelos computacionais simularam os impactos de coberturas brancas na temperatura de áreas urbanas. O secretário (equivalente a ministro) de energia dos EUA, Steven Chu , já defendeu o recurso como uma importante ferramenta para ajudar a sociedade a ajustar-se à mudança climática.

“Nossa pesquisa demonstra que telhados brancos, ao menos em teoria, podem ser um método efetivo na redução do calor urbano”, disse Keith Oleson, principal autor do estudo, que será publicado no periódico especializado “Geophysical Research Letters”.

Vias asfaltadas, pavimentos cobertos por resinas impermeabilizantes e outras “superfícies artificiais” absorvem calor, elevando as temperaturas nas cidades entre 1°C e 3°C em relação às áreas circundantes não urbanizadas.

As simulações de Oleson e equipe indicam uma redução de 33% da temperatura com todas as coberturas possíveis e imagináveis pintadas de branco.

Mas não é para sair pintando tudo: dependendo do clima local, habitantes de cidades mais frescas aumentariam o consumo de energia para aquecimento de ambientes internos. Sistemas de condicionamento de ar que usam gás ou carvão (combustíveis fósseis vilões do aquecimento global) tornariam todo o esforço absolutamente inútil.

O modelo computacional desenvolvido por Oleson avalia o impacto de fatores como a influência de telhados, paredes e áreas verdes nas temperaturas locais. Mas o sistema ainda não é capaz de replicar arquitetura, plano urbanístico etc. de cidades específicas. Em vez disso, foram criadas metrópoles abstratas, com diversos parâmetros de densidade populacional e padrões de uso do solo.

“É fundamental compreender como a mudança climática vai afetar áreas urbanas vulneráveis, o lar da maior parte da população mundial”, afirmou Gordon Bonan, coautor do estudo.


(Fonte: G1).

Pesquisa: Portal do Meio Ambiente.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Mais uma ação contra o meio ambiente: mineração em Unidades de Conservação

Os setores econômicos responsáveis pelos ataques ao meio ambiente não desistem. Não bastam as catástrofes que acontecem em larga escala em todo o país. Para alimentar a ganância por mais riqueza usam os mais variados argumentos. Querem justificar o injustificável. Agora pretendem legalizar a mineração em Unidades de Conservação.

A existência da UC tem por finalidade assegurar a manutenção da diversidade biológica, genética, proteger as espécies ameaçadas de extinção, preservar e restaurar o ecossistema natural e promover o desenvolvimento sustentável, protegendo os recursos hídricos, a flora, a fauna e os recursos naturais necessários a subsistência das populações tradicionais. O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), criado em julho de 2000, ordenou em todos os níveis da federação essa ação.

Isso não tem impedido os ataques e tentativas dos setores econômicos ligados à mineração a atacarem, utilizando-se de todos os meios, a legislação e as UCs. As UCs da Amazônia exploradas ou pesquisadas pelas empresas mineradoras sofrem inúmeras alterações, devido à emissão de resíduos gasosos, líquidos e sólidos, o transporte de cargas pesadas de minérios e equipamentos, acampamentos, abertura de picadas e estradas, depósitos de rejeitos, explosões, supressão de cobertura vegetal e inúmeras ações agredindo a legislação, a natureza e as populações dessas regiões. Depois de extraírem o minério deixam apenas os buracos, os danos ambientais e a população mais pobre do que antes da chegada dessas empresas a esses locais dentro das Unidades de Conservação.

Para completar a agressão, o deputado federal Antônio Feijão (PSDB-AP) apresentou no final de 2009 um projeto de lei visando alterar a legislação das UCs. Pelo projeto torna-se permitido a exploração mineral nas unidades de uso sustentável. Chega a afirmar em sua proposta o “reconhecimento do Estado poder acessar suas próprias riquezas em detrimento do desenvolvimento includente, através do uso dos recursos minerais em unidades de conservação”. Isso mostra claramente que pretendem aprofundar a exploração e destruição ambiental à custa do aumento da exclusão social e dos danos ambientais.

As entidades signatárias repudiam mais essa ação dos principais responsáveis pelo fosso que há na sociedade brasileira, quando uma minoria, para aumentar suas riquezas, não respeita a vida nem o meio ambiente, apesar de todas as mazelas que isso vem provocando, o que coloca em risco não apenas a existência das UCs, mas a vida humana e do planeta.


Brasília, 25 de janeiro de 2010



- Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida - Apremavi
- Associação Alternativa Terrazul
- FASE
- Fórum Carajás
- Fundação Vitória Amazônica
- Grupo Ambientalista da Bahia - Gambá
- Instituto Socioambiental - ISA
- Kanindé - Associação de Defesa Etnoambiental
- Grupo de Trabalho Amazônico – GTA
- Rede Ambiental do Piauí - REAPI
- Rede Brasileira de Ecossocialistas
- Rede Mata Atlântica – RMA
- Vitae Civilis Instituto para o Desenvolvimento, Meio Ambiente e Paz


Fonte: MST.

Pesquisa: Portal do Meio Ambiente.


Lixo vindo do mar cobre praia de ilha inabitada em Hong Kong

Isqueiros, seringas e agulhas usadas, garrafas pet e resíduos de plástico chegaram à ilha trazidos pelo mar

Efe

HONG KONG - Resíduos de plástico, vidros e até seringas e agulhas usadas cobrem uma praia da ilha de Sokos, em Hong Kong. Segundo as autoridades do país, o lixo chegou à ilha carregado pelo mar.


Nico Zurcher, especialista em qualidade da água marinha,
exibe resíduos plásticos achados na praia

Sokos é uma ilha inabitada de Hong Kong que recebe poucas visitas durante o ano. As autoridades do país já mobilizaram uma operação de limpeza da praia.

Toneladas de lixo proveniente do mar cobrem a praia
da ilha de Sokos, em Hong Kong


Fonte: Estadão Online Ambiente.
Pesquisa: Portal do Meio Ambiente.

Esgoto substitui adubo e aumenta produção de madeira de eucaliptos

Felipe Maeda Camargo

O lodo de esgoto, em uma dose de 7,7 toneladas por hectare, aumenta em 8% o volume de madeira com casca no cultivo de eucalipto em relação ao uso somente de adubos minerais.

Esse foi um dos principais resultados que a engenheira agrônoma Lúcia Pittol Firme constatou em sua tese de doutorado, que faz parte de um experimento realizado pelo Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA) da Escola Superior Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba.

Menos adubos por hectare

No tratamento com adubo mineral de modo convencional, com aplicação de 84 quilos (kg) por hectare de fósforo e 142 kg por hectare de nitrogênio, o volume de madeira obtido foi de 150 metros cúbicos (m³) por hectare.

Já com a aplicação de 7,7 toneladas por hectare de lodo e 28 kg por hectare de fósforo, sem adição de nitrogênio, foi estimado um volume de madeira de 162 m³ por hectare.

Além de aumentar a produtividade, a aplicação de lodo nessa dose permite reduzir o uso de adubos de nitrogênio e fosfato em, respectivamente, 100% e 66%.

Minerais nas plantas

Além disso, se observou que, conforme se aumentava a dose de lodo, também crescia a quantidade de minerais, como ferro, cobre, zinco e magnésio. A quantidade desses elementos aumentava tanto no solo como na biomassa total da planta, que é composta por lenha, folha, casco e galho.

Apesar disso, Lúcia afirma que o lodo não possui todos os minerais necessários para a adubação. Por exemplo, no experimento, devido ao baixo teor de potássio no lodo, foi aplicado 175 kg por hectare desse mineral. Em compensação, a pesquisadora diz que o lodo não causou a contaminação do sistema solo-planta.

Adubo de lodo

Com parceria da Suzano Papel e Celulose, empresa de base florestal, o experimento foi conduzido em área comercial da empresa, em Itatinga (SP). Para verificar os efeitos do lodo de esgoto, Lúcia preparou quatro doses diferentes para lodo, quatro para nitrogênio e quatro para fósforo. "Primeiro aplicamos o lodo sozinho. Depois, para cada tratamento foi aplicada uma quantidade de fosfato e nitrogênio", explica Lúcia.

Da combinação das doses de cada um desses componentes do experimento, se obteve 64 tratamentos. Houve ainda uma repetição da aplicação das combinações para verificação dos dados, somando 128 tratamentos.

Feitas as aplicações das doses, após 43 meses do plantio, Lúcia coletou os dados. No final, se chegou à quantidade de 7,7 toneladas por hectare como dose ideal do lodo.

Segundo Lúcia, foi estabelecida essa quantidade não somente pela produtividade, mas também porque é a dose que contém a quantidade limite de nitrogênio (de 142 kg por hectare), de acordo com o critério estabelecido pela resolução 375 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) do Ministério do Meio Ambiente.

Vantagens e desvantagens

Lúcia lista alguns benefícios da aplicação de lodo de esgoto. Ela destaca o aumento na produtividade e diminuição dos custos, visto que a utilização do lodo não é cara e, com ele, se usa menos adubos minerais, que têm um preço elevado.

Porém, dependendo da origem do lodo, ele pode conter metais pesados, resíduos orgânicos tóxicos e outros componentes danosos à produção agrícola e à saúde humana.

No caso do experimento, foi utilizado lodo de esgoto da Estação de Tratamento de Jundiaí (SP). O professor acredita que a utilização do lodo como adubo depende do município de origem e, principalmente, do tratamento que teve: "Com tratamento adequado, (o lodo) poderá ter um aproveitamento na agricultura".


Fonte: Inovação Tecnológica / Agância USP.