sábado, 21 de fevereiro de 2009

ECOLOGIZANDO a cidade e o planeta



Release

Arquitetos, urbanistas, designers, engenheiros e demais profissionais que projetam e gerenciam o ambiente construído têm enorme potencial para prevenir desastres climáticos e ambientais e para reduzir emissões de gases de efeito estufa.

Nos anos 70, as crises do petróleo chamaram a atenção para a necessidade de investir em energias limpas e renováveis. Três décadas depois, o tema tornou-se mais relevante: a humanidade e o Brasil se urbanizaram; intensificam-se desastres tais como enchentes e secas; os relatórios do IPCC – Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas – recolocaram em pauta os temas energéticos e climáticos com intensidade.

A primeira parte do livro trata de temas locais e da ecologização das cidades, ecossistemas em que vive a maior parte de população mundial e brasileira. Aborda a pegada ecológica das cidades, que exercem pressão sobre a capacidade de suporte do ambiente, ao se abastecerem de água, alimentos e energia. Trata da cidade e de sua relação com o meio ambiente, o clima e a energia; é realçado o tema crucial da gestão da água e sua relação do o uso do solo: “Em média, a chuva arrasta anualmente quatro quilos de terra por hectare de áreas florestadas; numa pastagem, perdem-se 700 quilos de terra, ou seja, 175 vezes mais.” Essa terra se deposita nos fundos dos vales, aumentando as enchentes e provocando mortes e prejuízos econômicos.

O livro compara cidades no ocidente e no oriente, com o estudo de caso de uma aldeia indiana e um município brasileiro. O autor foi pesquisador visitante no Instituto Indiano de Administração em Bangalore e comparou uma aldeia e um município em seus aspectos sociais e ambientais.

É reforçada a necessidade de usar fontes limpas e renováveis de energia e a importância do ecodesign arquitetônico e urbanístico.

A segunda parte aborda a ecologização do planeta, nossa casa maior. Estuda as cidades em dois pequenos países-ilha, um socialista, outro capitalista - Cuba e Japão - bem como em dois países tropicais, Índia e Brasil. Propõe a cidadania planetária, a economia ecológica e a ação ecologizada, já que o ser humano tornou-se gestor da evolução, nessa rápida e turbulenta transição do planeta para uma era ecozóica. Estamos imersos numa crise da evolução similar em profundidade àquela que dizimou os dinossauros há 67 milhões de anos e cujos sinais mais evidentes são a extinção de espécies e as mudanças climáticas.

O livro se destina a arquitetos, urbanistas, engenheiros, gestores ambientais no setor público e privado e estudantes dessas áreas.

No prefácio, Cláudia Pires, Presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil – MG assim se manifesta: “Ecologizando a cidade e o planeta fala de cidades, de práticas cotidianas, de seres sociais, questionando de maneira simples, mas contundente, as necessidades de sobrevivência do homem contemporâneo. Este, além de fazer parte de uma coletividade, é ser vivo e pertence ao ecossistema terrestre, cada vez mais posto à prova, pela escassez de água e por problemas ambientais de toda sorte. O livro expõe, exemplifica e incita: permite uma reflexão sobre a finitude dos recursos naturais e lida com a noção de simplicidade das ações e dos seus desejos.”

Fonte: http://www.portaldomeioambiente.org.br/

Projeto cria seguro ambiental obrigatório

Luiza de Carvalho

Uma nova e polêmica proposta na área da legislação ambiental pode chegar ao Congresso Nacional neste ano: a criação da obrigatoriedade de contratação de seguros de responsabilidade civil para a cobertura de danos ao meio ambiente. O tema está em estudo na Superintendência de Seguros Privados (Susep) e prevê a criação de uma companhia estatal, com participação da iniciativa privada, que garantiria a cobertura de danos ambientais às empresas, que, por sua vez, teriam a obrigação de contratá-la, sob pena de não conseguirem licenciamentos para iniciar suas obras.

Se aprovado na Susep, o próximo passo do anteprojeto é seu encaminhamento ao Congresso, onde dois projetos sobre o tema tramitam desde 2003 - um deles, no entanto, foi arquivado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados.

O tema já tem sido discutido em diversos países. Nos Estados Unidos e na Europa, o seguro ambiental não é compulsório, mas o segmento está em expansão. Já a Argentina passou a exigir, desde o ano passado, a contratação do seguro.

No Brasil, os projetos já existentes nesse sentido - o já arquivado Projeto de Lei nº 937, e o Projeto de Lei nº 2.313, de 2003, proposto pela organização não-governamental Atitude e que ainda tramita na Câmara - condicionam a concessão de licenças ambientais à contratação de seguros de responsabilidade civil por danos ambientais, auditoria ambiental e contratação de técnicos especializados para acompanhar o empreendimento.

Os projetos foram alvo de críticas de empresas pelo fato de não apontarem os limites e a forma de liquidação dos sinistros, o que os tornaria de difícil realização para as empresas e seguradoras.

A principal diferença da nova proposta, elaborada por procuradores federais e ainda pendente de avaliação na Susep, é a criação da "Seguradora Ambiental do Brasil", subordinada ao Ministério da Fazenda, por intermédio do poder de polícia administrativo do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e da Susep, e com participação da iniciativa privada.

De acordo com o procurador federal representante da Susep Guilherme Baldan Cabral dos Santos, um dos autores do projeto, tanto as pessoas físicas quanto as pessoas jurídicas estariam obrigadas ao seguro, em proporções diferentes que variam conforme o risco ambiental da atividade envolvida, no caso das empresas. Em um primeiro momento, a seguradora repararia o dano ambiental e, caso comprovado que ele foi causado por culpa de uma conduta inadequada da empresa, e não por um fenômeno natural, seria possível que a entidade ajuizasse uma ação regressiva na Justiça contra a empresa. Segundo Santos, a arrecadação da seguradora funcionaria nos moldes do Seguro Obrigatório de Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT). "Estamos baseados no artigo 225 da Constituição Federal, que determina ao poder público e à coletividade defender o meio ambiente e preservá-lo para as gerações futuras", diz Santos.

Como o projeto está em fase inicial na Susep, sua viabilidade ainda não foi discutida. Para o advogado João Luiz Cunha dos Santos, do escritório Carlos Mafra de Laet Advogados e que atua no mercado de seguros há 29 anos, a implantação da proposta com a consequente criação da seguradora estatal seria possível. Segundo ele, o mercado de seguros ambientais ainda é muito pequeno e não está preparado para absorver a demanda em caso de se tornar obrigatório. "Em uma segunda fase, o mercado poderia competir com a estatal, assim como ocorreu com o fim do monopólio no mercado de resseguros", diz Cunha. O advogado se refere ao IRB Brasil Re, empresa do governo que tinha o monopólio do setor até abril do ano passado - atualmente, já existem 42 corretoras atuando no segmento no país. "A fiscalização será muito importante para que o projeto se cumpra", diz Cunha.

Outra novidade da proposta é a previsão de vinculação com acordos internacionais relacionados ao meio ambiente, com a chancela das Organizações das Nações Unidas (ONU), para permitir que a estatal receba doações a um fundo garantidor de reservas técnicas de instituições estrangeiras, que teriam como contrapartida a aquisição de créditos de carbono. "Seria uma boa forma de atrair investimentos para o Brasil", diz Santos, co-autor da proposta.

Fonte: Fórum Florestal.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Construção com consciência

(casa utilizando material reciclado. clique para ampliar)

Há dois dias, recebi um e-mail da Maíra Fontoura, de Porto Alegre, divulgando a construtora Vez das Árvores. É uma construtora Ecológica, de propriedade do pai dela.
Num site muito rico, a construtora mostra imagens de suas construções, tanto de obras convencionais, como sustentáveis (por sinal, são belíssimas). Há também alguns detalhes construtivos, técnicas utilizadas, telhados verdes e etc. É um exemplo de como é possível construir sem degradar o meio ambiente.

No e-mail, a Maíra chama atenção para a construção da Base Operacional na Praia do Rosa (SC), no qual ela cita: "eles (o pai e a esposa dele) fizeram realmente por amor à profissão, ao meio ambiente e com o objetivo de divulgar para autoridades, sociedade, turistas e comunidade local como é possível construir um prédio que seja confortável e que não cause tanto impacto ambiental. Eles não cobraram por este trabalho". Ela me passou alguns slides que mostram os detalhes construtivos deste projeto e está disponível para download em : http://www.zshare.net/download/558701342a04e5d9/. Vale a pena conferir.

A Maíra também tem um blog, denominado Reciclagem e Arte, onde ela mostra seu trabalho em transformar o que supostamente iria para o lixo em arte, através da reciclagem.


(Exemplo de material reutilizado, feita por Maíra Fontoura)

Quem quiser tirar alguma dúvida entre em contato com a Construtora Vez das árvores, através do site:
www.vezdasarvores.com.
51 96662863 / 48 33540157
E com os trabalhos da Maíra, através do blog: www.reciclagemearte.blogspot.com

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Morre Arne Naess


Morreu, em janeiro deste ano, o fundador da Ecologia Profunda, o filósofo e ecologista norueguês Arne Naess.

A Ecologia Profunda é um ramo da filosofia ecológia que propõe alterações culturais, políticas, sociais e econômicas com vista a alcançar uma convivência harmoniosa entre os seres humanos e os restantes vivos.

Copenhaga, 13 Jan (Lusa) - O filósofo e ecologista norueguês Arne Naess, fundador da corrente conhecida como "Ecologia profunda", faleceu, aos 96 anos, informou o seu editor, Erling Kagge.

Considerado o principal filósofo norueguês do século XX, Naess criou a escola de Oslo e fundou a Ecologia profunda, um ramo da filosofia ecológica que propõe alterações culturais, políticas, sociais e económicas com vista a alcançar uma convivência harmoniosa entre os seres humanos e os restantes seres vivos.

Naess foi catedrático da Universidade de Oslo entre 1939 e 1970, desempenhou um papel determinante para o estabelecimento de uma nova investigação social na Noruega do pós-guerra e impulsionou o estudo da filosofia através dos seus livros para o ensino sobre lógica, métodos de ensino e história da filosofia.

De tendência neopositivista, Naess interesssou-se pela obra de Espinoza, Gandhi e o budismo e esteve vinculado ao partido Os verdes.

A Ecologia Profunda de Naess

A Ecologia Profunda foi proposta pelo filósofo norueguês Arne Naess em 1973 como uma resposta a visão dominante sobre o uso dos recursos naturais. Arne Naes se inclui na tradição de pensamento ecológico-filosófico de Henry Thoreau, proposto em Walden, e de Aldo Leopold, na sua Ética da Terra. Denominou de Ecologia Profunda por demonstrar claramente a sua distinção frente ao paradigma dominante. no Brasil, nesta mesma época, o Prof. José Lutzemberger já propunha idéias semelhantes e desencadeava o movimento ecológico brasileiro com a criação da AGAPAN (Associação Gaucha de Proteção ao Ambiente Natural).

Já a expressão ecologia profunda foi criada durante a década de 1970 pelo filósofo norueguês Arne Naess, em oposição ao que ele chama de "ecologia superficial" – isto é, a visão convencional segundo a qual o meio ambiente deve ser preservado apenas por causa da sua importância para o ser humano.

Ao nível superficial, o homem coloca-se como centro do mundo e quer preservar os rios, o oceano, as florestas e o solo porque são instrumentos do seu próprio bem-estar. Quando olha para o meio ambiente com esta preocupação, o homem só enxerga os seus próprios interesses, já que, inconscientemente, se considera a coisa mais importante que há no universo. Olha a árvore e vê madeira. Olha o solo e vê o potencial agrícola ou a possível exploração de minérios. Olha o rio e vê um curso d’água navegável por barcos de determinado porte. Ele sabe que deve preservar os chamados recursos naturais, porque são preciosos. A natureza para ele é um grande cofre, abarrotado de riquezas renováveis, mas que deve ser cuidadosamente preservado. Daí a necessidade de autoridades ambientais atuantes e uma boa legislação que preserve o meio ambiente.

Este nível da consciência ecológica tem importância, porque faz com que os seres humanos questionem seu comportamento econômico e comecem a perceber mais claramente que a ética, afinal, dá bons resultados. A postura mais primitiva, de mera pilhagem, vem sendo deixada de lado em grande parte da economia. As políticas públicas de meio ambiente têm reforçado até hoje prioritariamente este primeiro nível, claramente insuficiente, de consciência ambiental. A multa, a repressão, a aplicação da legislação ambiental e a fiscalização seriam instrumentos muito úteis a curto prazo, se no Brasil a política nacional de meio ambiente não tivesse sido tão persistentemente esvaziada.

Mas as boas notícias são mais fortes que as más. Uma nova consciência empresarial já repensa o conjunto das atividades econômicas a partir da meta de administrar sabiamente, a longo prazo, os recursos naturais. As gerações mais recentes de empresários e executivos trazem consigo uma forte consciência ambiental. Sua atitude é compatível com a descrição holista do universo e com a ecologia profunda. Progresso econômico e bem-estar material deixam de ser inimigos da preservação ambiental ou da busca espiritual. As novas tecnologias permitem aumentar a produção, ao mesmo tempo que se diminui, radicalmente, o impacto ambiental. O verdadeiro progresso econômico – surge agora um consenso em torno disso – deve ser socialmente justo e ecologicamente sustentável. As medidas convencionais e de curto prazo para a preservação ambiental combatem os efeitos da devastação e pressionam pela gradual adaptação das atividades econômicas às leis da natureza. Mas a ecologia profunda dá um sentido maior às estratégias convencionais de preservação. Atacando as causas ocultas da devastação, projeta e estimula o surgimento de uma nova civilização culturalmente solidária, politicamente participativa e ecologicamente consciente.

Em última instância, as causas da destruição ambiental são o individualismo ingênuo, o sentimento de cobiça material sem freios e a ilusão de que o ser humano está separado do meio ambiente, podendo agir sobre ele sem sofrer as conseqüências do que faz. Ter isto claro é importante. No entanto, não basta uma percepção teórica deste dilema ético. Além de compreender intelectualmente o princípio da unidade ecológica de tudo o que há, é oportuno vivenciar e deixar-se inspirar pelo sentimento da comunhão com a natureza. Deste modo, aprende-se a colocar cada um dos processos econômicos e sociais a serviço da vida, já que é absurdo pretender inverter o processo e colocar a vida a serviço deles.

Não há, pois, oposição real entre a ecologia convencional ou de curto prazo e a ecologia profunda ou mística. São dois níveis diferentes de consciência. Ambos são indispensáveis, e são mutuamente inspiradores. Foi em meados da década de 1980 que diversos pensadores – Warwick Fox, Henryk Skolimowski e Edward Goldsmith, além do próprio Arne Naess – começaram a produzir textos variados a partir do ponto de vista da ecologia profunda. A nova física e a nova biologia, com Fritjof Capra, Gregory Bateson, Rupert Sheldrake, David Bohm, e também os trabalhos científicos de James Lovelock e Humberto Maturana, entre outros, deram legitimidade científica à ecologia profunda. Em sua vertente religiosa, esta corrente de pensamento tem ampla base de apoio na tradição mística de todas as grandes religiões da humanidade. São Francisco de Assis, padroeiro da ecologia, está longe de ser uma figura isolada.

Cauteloso, Arne Naess recusou-se a criar um sistema racionalmente coerente – um circuito fechado de idéias – capaz de limitar o conceito de ecologia profunda, e manteve-o como uma idéia aberta segundo a qual a variedade da vida é um bem em si mesma. Para Naess, esta ecologia surge do reconhecimento interior da nossa unidade com a natureza. O fato nem sempre requer explicações e muitas vezes não pode ser descrito com palavras. Mas a ação freqüentemente mostra com clareza o que é ecologia profunda.

Em certa ocasião, um rio da Noruega foi condenado à destruição para que fosse construída uma grande hidrelétrica. As margens do curso d’água seriam inundadas para que se fizesse o lago da barragem. Um nativo do povo Sami recusou-se, então, a sair do lugar. Quando, finalmente, foi preso por desobediência e retirado dali à força, ele não teve opção. Mais tarde a polícia perguntou-lhe por que se recusara a sair do rio. Sua resposta foi lacônica:

"Este rio faz parte de mim mesmo".

O indígena estava certo. O meio ambiente faz, realmente, parte de nós mesmos. São dele o ar que respiramos e a água que compõe 70 por cento do nosso corpo físico. Dele vêm os nutrientes que renovam a cada instante as nossas células. Esta unidade dinâmica não está limitada ao plano material da vida, mas também é psicológica e espiritual, mesmo que alguns de nós não tenham plena consciência disso.

A Vida Secreta da Natureza reúne textos publicados inicialmente nas revistas Planeta, Planeta Nova Era e outras publicações. A seguir, veremos experiências de contato direto com o mundo natural como fonte de inspiração para a alma humana em seu crescimento interior. E também reflexões sobre a proposta de um desenvolvimento ecologicamente sustentável; sobre a cidadania local e global como base para a construção de uma civilização solidária; e sobre a poderosa combinação atual entre o pensamento ecológico, a ciência moderna e a tradição esotérica.

Fonte: http://www.forumseculo21.com.br/conteudo.php?conteudo=noticias_detalhes&codigo_noticia=1965

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Redução no uso de combustíveis pode frear aquecimento

Uma redução de 20% no uso de combustíveis fósseis até 2020 seria suficiente para conter o aquecimento global e reduzir o aumento da temperatura da Terra para menos de um grau, segundo um estudo.

A estimativa foi feita à Agência Efe pelo próprio autor do relatório, Gary Schaffer, do Departamento de Geofísica da Universidade de Concepción, cidade chilena situada 515 quilômetros ao sul de Santiago.

Segundo Schaffer, que também faz parte do corpo docente do Niels Bohr Institute da Universidade de Copenhague (Dinamarca), caso sejam consumidos os cinco bilhões de toneladas de reservas de carvão nos próximos séculos, a temperatura global aumentará 5 graus em relação ao nível atual.

Com isso, a próxima era do gelo ocorreria dentro de 170 mil anos.

No entanto, se o uso de combustíveis fósseis cair 20% em 2020 e 60% no ano de 2050, tendo como parâmetros os níveis de 1990, a temperatura global aumentaria menos de um grau e a próxima idade do gelo só chegaria dentro de aproximadamente 505 mil anos.

O cientista reiterou que conter o consumo de combustíveis fósseis não só é imprescindível para frear o aquecimento global, mas também para poder contar com eles para aquecer o planeta no futuro e adiar próximas eras de gelo.

Os resultados do estudo serão publicados na quarta-feira (10) na revista científica Geophysical Research Letters. (Fonte: Estadão Online)

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Nova ferramenta do Google permite mergulho virtual no oceano

Mais uma ótima contribuição da profª Márcia.

Da BBC Brasil

A partir desta segunda-feira, internautas do mundo inteiro podem visitar e mergulhar virtualmente no oceano. Pelo menos é o que promete uma nova ferramenta lançada pelo Google.

Chamada de Ocean in Google Earth, a ferramenta é a grande atração da nova versão do Google Earth, o programa gratuito que permite a visualização do mundo a partir de mapas, dados e imagens tiradas por satélites e aviões.

Ela combina imagens e mapas dos relevos oceânicos com material cedido por cientistas e oceanógrafos, para, segundo o Google, "permitir que usuários explorem algumas das partes mais difíceis de alcançar do mundo".

Os oceanos cobrem mais de 70% da superfície do planeta, mas acredita-se que apenas cerca de 5% de sua vasta extensão tenham sido explorados pelo homem.

Vulcões submersos

Os internautas poderão "nadar ao redor de vulcões submersos, assistir a vídeos sobre espécies marinhas exóticas, ler sobre navios naufragados nas redondezas e contribuir com fotos e vídeos de localidades favoritas para mergulhar e surfar".

Com o Ocean in Google Earth, lançado em um suntuoso evento com participação de cientistas e personalidades ligados à defesa do meio ambiente, como o ex-vice-presidente americano Al Gore, o Google faz mais um passo importante rumo ao ambicioso objetivo de disponibilizar online uma representação completa da Terra.

A ferramenta vem recebendo muitos elogios da comunidade científica e de ativistas do meio ambiente, por permitir uma compreensão maior dos mares e de sua importância na vida e no futuro do planeta.

"Não consigo ver uma forma mais eficiente de conscientizar as pessoas e inspirar o amor pelo coração azul do planeta", disse a oceanógrafa da National Geographic Society Sylvia Earle, uma das principais consultoras do projeto.

"Pela primeira vez, todos, desde crianças curiosas até cientistas renomados, poderão ver o mundo com novo olhos", disse ela.

Para Ed Hill, diretor do Centro Oceanográfico Britânico, "entender o papel dos oceanos no aquecimento global será nosso maior desafio nos próximos anos... Com o Ocean, qualquer pessoa poderá ter acesso ao trabalho de nossos cientistas, criando uma conscientização mais ampla sobre as questões que envolvem a vida marinha".

Segundo o Google, o Ocean oferecerá vários segmentos de conteúdo fornecido por alguns dos principais cientistas e grupos de pesquisa do mundo.

Estes segmentos permitirão que os internautas, entre outras coisas, acompanhem o movimento de animais "marcados" com rastreadores, acessem vídeos e fotos do arquivo do famoso explorador dos mares Jean-Jacques Cousteau e possam acompanhar o histórico, em imagens, do impacto da ação do homem sobre determinados ecossistemas.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Aplicação de multas

A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) e a Golder Associates Brasil Consultoria e Projetos Ltda. foram multadas em R$ 3,3 milhões pelos fiscais do Instituto Chico Mendes de Conservação de Biodiversidade (ICMBio). A multa foi aplicada na sexta-feira (16), depois que a equipe gestora da Floresta Nacional de Carajás analisou o material entregue em resposta a duas notificações encaminhadas às duas empresas em outubro do ano passado, pedindo explicações sobre a coleta de animais silvestre no interior da unidade de conservação.

Foram capturados 3.303 animais, entre anfíbios, invertebrados, aves e mamíferos, tais como inhambu, falcão, papa-formiga, morcegos, mucura, tatu, borboletas, entre outros. Segundo o analista ambiental na Flona, Edilson Esteves, na resposta das duas empresas elas descrevem o objetivo da coleta, mas não apresentam a anuência do órgão gestor da unidade de conservação, conforme é exigido na autorização obtida.

De acordo com a resposta da CVDR, a empresa vem fazendo um estudo de impacto ambiental e, para isso, deve fazer o levantamento da fauna a fim de submetê-lo ao licenciamento para implantação de novo projeto de mineração. A Golder Associates Brasil Consultoria e Projetos Ltda. afirma, na resposta à notificação, que os animais coletados foram ou serão enviados para instituições de pesquisa para uma identificação precisa e tombamento.

No entendimento da equipe, as duas empresas infringiram o artigo 24 do Decreto nº 6.514, de 22 de julho de 2008, ao coletarem animais silvestres em desacordo com a autorização obtida. Além disso, o artigo 93 do decreto estabelece que, em unidades de conservação, o valor pode ser dobrado.

Fonte: ICMBio/EcoAgência

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Aumento do nível do mar pode ser 25% maior que o esperado, diz estudo

O aquecimento global pode derreter a calota de gelo na Antártida ocidental e causar inundações no litoral da América do Norte e nas nações do Oceano Índico, segundo um artigo publicado pela revista "Science".

Cientistas da Universidade Estadual do Oregon (EUA) descobriram que, se as previsões sobre o derretimento da camada de gelo da Antártida ocidental se confirmarem, o aumento do nível do mar será maior que o esperado.

Segundo pesquisas do grupo liderado pelo geofísico Jerry Mitrovica, pela física Natalya Gómez e pelo geocientista Peter Clark, os oceanos podem subir 25% mais do que o esperado, o que causaria grande impacto em cidades litorâneas como Nova York e Washington.

Até pouco tempo atrás, achava-se que o fim do gelo antártico faria o nível do mar subir cinco metros, disse Mitrovica, diretor do Programa de Evolução de Sistemas da Terra no Instituto Canadense de Pesquisas Avançadas.

Esses cálculos, explicou, foram feitos transformando o volume total da calota de gelo em água e considerando que a água derretida se distribuiria por igual no mundo todo.

No entanto, segundo os pesquisadores, esta é uma estimativa simplista, que não leva em conta outros efeitos fundamentais.

Força gravitacional - Em primeiro lugar, quando uma placa de gelo derrete, perde sua força gravitacional e faz com que a água se afaste.

Sendo assim, quando uma calota de gelo se funde, o volume de água diminui em um raio de 2.000 quilômetros e, consequentemente, aumenta progressivamente nas áreas mais afastadas.

"Se a placa de gelo no oeste antártico derreter, o nível do mar perto da Antártida diminuirá, mas aumentará muito mais do que o esperado no hemisfério Norte, por causa deste efeito gravitacional", explicou o especialista.

O estudo, que será publicado em 6 de fevereiro pela revista 'Science', acrescenta que um dos fatores ignorados nas outras simulações é o buraco que ficará no solo rochoso sobre o qual a placa se sustenta.

Os cientistas dizem que primeiro ele se encherá de água. Mas preveem que, depois que o gelo desaparecer, o buraco diminuirá de tamanho, empurrando parte da água em seu interior de volta para o mar, contribuindo para aumento do nível dos oceanos.

Os autores do artigo dizem ainda que, se desaparecer totalmente, a placa de gelo causará uma mudança no eixo de rotação da Terra.

Deslocamento de águas - Esta mudança provocaria um deslocamento na água dos oceanos Atlântico e Pacífico, do sul para o norte, o que afetaria as áreas da América do Norte e do Oceano Índico meridional.

"O efeito de todos estes processos é que, se a placa de gelo da Antártida ocidental derreter, o aumento no nível do mar em muitas regiões litorâneas será pelo menos 25% maior que o esperado", alertou Mitrovica.

Isto se traduziria em um aumento de seis a sete metros do nível do mar, "uma grande quantidade de água adicional, sobretudo ao redor de áreas urbanas como Washington DC, Nova York e a costa da Califórnia", disse.

A comunidade científica ainda está debatendo que quantidade de gelo desapareceria se a placa ocidental derretesse, mas segundo o cientista, aconteça o que acontecer, "o trabalho comprova que o aumento do nível do mar que se produz em muitas zonas litorâneas povoadas seria muito maior" do que o indicado pelas primeiras estimativas. (Fonte: Folha Online)

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

No Fórum Social, Greenpeace usa barco para chamar atenção sobre clima

Um barco que já foi usado para caçar focas e hoje trabalha ao lado da preservação ambiental é a atração que o Greenpeace trouxe para o Fórum Social Mundial, em Belém (PA), encerrado neste domingo (1º).

Ancorado na Estação das Docas na capital paraense, o barco Arctic Sunrise já recebeu milhares de visitantes e permitiu ao grupo ambientalista passar o seu recado sobre o aquecimento global e a necessidade da preservação da Amazônia.

De acordo com Marcio Astrini, ativista brasileiro do Greenpeace que acompanhou o G1 em um passeio pela embarcação, o Arctic Sunrise é um dos três navios DA frota da organização usado para realização de expedições e protestos no mundo.

O barco veio da África para o Brasil em janeiro, já passou pela cidade de Manaus, e, após o Fórum, seguirá ainda para Fortaleza, Recife, Salvador, Rio de Janeiro e Santos.

A intenção do Greenpeace ao abrir as portas do barco é atrair visitantes para passar sua mensagem aos turistas. Com o Fórum acontecendo na Amazônia, o grupo aproveita para pregar a necessidade do “desmatamento zero” para a região. Um dos argumentos utilizados é até heterodoxo. Astrini destaca que o fim do desmatamento na Amazônia seria positivo até para o agronegócio.

“O Brasil é o quarto maior emissor de gases do efeito estufa, e 75% das emissões brasileiras vêm do desmatamento de florestas. Isso é ruim até para o agronegócio porque influencia no regime de chuvas nas regiões do Centro-Sul, e sem chuva diminui a produtividade”, destaca o ativista.

Construído em 1975, o barco era usado para caçar focas e chegou a ser perseguido pelo Greenpeace. O destino, no entanto, acabou levando o navio quebra-gelo para as mãos da organização, que passou a usá-lo justamente para impedir a atividade predatória contra animais.

Astrini explica que a embarcação é usada também em viagens sobre o gelo. Como tem casco ovalado, o navio consegue se mover em ambientes congelados quebrando o gelo e rompendo caminho.

São 13 tripulantes de diversos países no barco, que tem autonomia para até três meses em alto-mar. A estrutura permite até a realização de pequenas cirurgias, como de apendicite na própria embarcação e há um link que permite a transmissão de imagens feitas em qualquer parte do mundo em tempo real. Sem contar o heliponto, que dá mais mobilidade para a tripulação.

Com a presença do barco no Brasil, a esperança do Greenpeace é de que o governo brasileiro seja pressionado a tomar uma posição de liderança na conferência sobre aquecimento global que acontece em Copenhague, na Dinamarca.

Astrini afirma que o grupo defende o “desmatamento zero”, mas considera positiva a posição brasileira de fixar uma meta de redução de 70% desmatamento na Amazônia até 2020.

“As metas, pelo menos, nos permitem cobrar resultados. Se não tem meta é só papo-furado e promessa vazia. Por isso foi importante a posição brasileira de aceitar se submeter a um regime de metas”, diz o ativista. (Fonte: Eduardo Bresciani/ G1)