domingo, 28 de dezembro de 2008

Ceará ganha 300ª unidade de conservação ambiental do Brasil

A criação da Área de Proteção Ambiental (APA) Serra da Meruoca, no Ceará, foi publicada na sexta-feira (26) no Diário Oficial da União. A 300ª unidade de conservação do Brasil será gerenciada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

A Lei 11.891 regulamenta a conservação de uma área com mais de 600 hectares e proíbe a captura de espécies raras, o uso de inseticidas e fertilizantes irregulares e a retirada de areia e material rochoso das encostas das bacias e dos rios da região.

Segundo nota do ICMBio, a proposta de criação dessa área de proteção ambiental tramitava no Congresso Nacional há oito anos. O objetivo da APA é garantir qualidade de vida para a população, conservação de florestas remanescentes e proteger os recursos hídricos, a fauna e a flora silvestres.

O presidente do instituto, Rômulo Mello, ressaltou que a criação da 300ª unidade de conservação é mais uma prova da conscientização do Congresso Nacional em garantir espaços protegidos no Brasil. "A criação de unidades de conservação não é mais uma iniciativa isolada do Poder Executivo. Com a APA Serra da Meruoca, o Legislativo se mostra engajado nessa luta pela preservação das riquezas naturais", afirmou.

Abrangendo os municípios de Meruoca, Massapê, Alcântara e Sobral, a nova área de proteção ambiental é caracterizada pela Mata Atlântica e atrai interessados na prática de esportes radicais. (Fonte: Radiobrás)

Um diferente desejo de Boas Festas

Fernando Antônio Valença Floresta (*)

E o ano começa a despedir-se... Talvez, não da forma que gostaríamos para a recepção do seu aguardado sucessor. Houve bons e agradáveis momentos, sim. Mas no balanço global, 2008 sai de campo com algumas pendências.

Bolsas, por exemplo, foram inventadas para transportar, guardar e proteger bens, sob diferentes formas e tamanhos. Mas, a qualquer descuido, podem ser roubadas. E, por esta simples razão, não deveriam ser mal portadas ou conduzidas. As de “Valores”, também! Portanto, tais como as primeiras, necessitariam, além do amparo, ficar acima de patrimônios. Principalmente, quando tais patrimônios são empresariais e de grande porte, ou, o que seria mais grave, públicos. Mais terrível e temeroso, quando sendo público-empresariais, resguardariam ou abrigariam partes vitais de um povo e a soberania de nações.

Quebras podem sobrevir e efetivamente acontecem; normalmente em escalas localizadas e reduzidas. Mas, quando comprometem países e assolam o mundo, dão testemunhos de ganância, incompetência e falta de eficaz gerenciamento.

Cheias são episódios cíclicos e naturais, inerentes à história de qualquer corpo hídrico. Mas enchentes ceifadoras de vidas e arrasadoras de propriedades materiais, na sua esmagadora maioria, são produtos de humanas inconseqüências. Melhor dizendo, incoerências. Pois, plastificamos margens, alteramos cursos, bloqueamos nascentes, e ainda desejamos um rio limpo, caudaloso e em controlada dormência.

Políticas públicas, se bem trabalhadas e alicerçadas na realidade, não farão mágicas, nem “Milagres Natalinos”. Mas, podem e devem trazer mensagens de um novo ano, pelo menos com mais consciência, menos violência e administrações forjadas nas reconhecidas capacidades.

O nosso pequenino planeta azul (salve, salve o ozônio restante!) tem um destino natural de aquecimentos e resfriamentos a cumprir. Quanto a isto, pouco poderá se fazer. Agora, no referente à ganância dos homens e aos terrorismos corporativos e pseudo-avanços tecnológicos, que só extraem e depredam sem repor, há muito para ser construído.

Alguém já disse que somos passageiros de uma linda espaçonave chamada Terra, cuja única fonte externa de energia chama-se Sol. Isto entendido, e sabendo que não poderemos parar para reabastecimentos, leva-nos à necessária e urgente constatação: Vamos revisar a nave, organizá-la internamente, ajustar o conjunto e economizar no combustível!

Com isto, nossa viagem poderá ser mais tranqüila e prazerosa, em direção às infinitas Boas Festas.

* É geógrafo.
geografo@terra.com.br

sábado, 27 de dezembro de 2008

Poluição reduz nascimento de homens

A poluição atmosférica, a fuligem da queima da cana-de-açúcar e o uso de agrotóxicos nas lavouras têm reduzido o número de nascimentos de bebês do sexo masculino, indicam estudos da USP e da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).

A hipótese é que as substâncias químicas -chamadas de desreguladores endócrinos-, presentes nesses poluentes alterem o mecanismo de regulação do eixo hipotálamo-hipófise-gônadas e inibam a fabricação de espermatozóides que carregam o cromossomo Y (que determina o sexo masculino).
SXC

Diversos estudos na Europa e nos EUA vêm relatando que, além da tendência de declínio na proporção de homens, a exposição ambiental às substâncias químicas pode contribuir para um maior surgimento de cânceres hormônio-dependentes, redução da fertilidade e malformações congênitas.

Uma análise publicada em outubro passado na revista científica francesa "Gynécologie Obstétrique & Fertilité" diz que há 15 anos diversos estudos epidemiológicos têm demonstrado possíveis associações entre o câncer de mama e os pesticidas que levam na composição desreguladores endócrinos.

No Brasil, ao menos dois trabalhos de pesquisadores da USP mostram que quanto maior o número de partículas suspensas na atmosfera, menor a quantidade de meninos nascidos em regiões de São Paulo. Foram avaliados o nível de poluição medido em 15 estações da Cetesb e o número de nascimentos registrados em cartórios da capital paulista.

Segundo o patologista Paulo Saldiva, pesquisador do Laboratório de Poluição da USP, entre a área menos poluída e a com maior índice de poluição atmosférica, a diferença da proporção de nascimento de bebês do sexo masculino foi de 1%- 51,7% e 50,7%, respectivamente, com 1.180 meninos a menos na área mais poluída. A análise foi feita entre 2001 e 2003

"Sempre nascem mais homens do que mulheres (numa proporção média de 51% e 49%) porque a mortalidade masculina é maior. Porém, a proporção de homens vem caindo conforme o nível de poluição da região", diz Saldiva.

Segundo o urologista Jorge Hallak, outro autor do estudo, estudos mostram que o cromossomo Y, que define o sexo masculino, é muito sensível à exposição de agentes químicos presentes na atmosfera. "Há uma morte maior da linhagem germinativa que carrega o Y."

Em trabalho experimental, Hallak observou que ratos expostos à poluição ejaculam menos espermatozóides. "A poluição afeta a qualidade e a quantidade de sêmen."

Em março, o urologista apresentará em congresso em Roma um estudo inédito feito no interior de São Paulo em que demonstra que as cidades onde há maior queima de cana-de-açúcar - monitorada por satélites - também têm redução do nascimento masculino.

Agrotóxicos - Nas regiões agrícolas do Paraná, o declínio do nascimento de homens é atribuído aos agrotóxicos, segundo estudo da biomédica e pesquisadora da Fiocruz Gerusa Gibson. A análise foi realizada entre 1994 e 2004, com base nos registros do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O município de Jardim Olinda, no noroeste paranaense, registrou a menor proporção de nascimentos de homens no período analisado. Em 1994, teve uma taxa de 62,5% e, dez anos depois, o índice de nascimentos de meninos caiu para 26%.

Segundo Gibson, os agrotóxicos atuam como desreguladores endócrinos porque, entre os mecanismos de ação, têm estrutura molecular semelhante à de hormônios naturais.

Alguns autores, como o inglês Willian H. James, sugerem que não se pode atribuir a responsabilidade pelo declínio na proporção de nascimento masculino só à poluição ambiental, uma vez que não se sabe como seria tal proporção na ausência dessas partículas poluentes. (Fonte: Cláudia Collucci/ Folha Online)

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Meteorologistas prevêem 2009 com muitos furacões

Mais um instituto de meteorologia previu, na terça-feira (23), que a temporada de furacões em 2009 no Atlântico será muito ativa.

A empresa WSI Corp. previu 13 tempestades tropicais na temporada de 2009 (de junho a novembro), das quais sete se tornarão furacões. A média histórica é de 10 a 11 tempestades tropicais, com seis furacões.

A WSI, de Andover, Massachusetts, estimou que três dos furacões de 2009 atingirão a perigosa categoria 3 da escala Saffir-Simpson (que vai até 5), o que significa ventos de pelo menos 178 quilômetros por hora.

No último dia 10, a respeitada equipe do meteorologista William Gray, da Universidade Estadual do Colorado, divulgou uma estimativa de que em 2009 haverá 14 tempestades tropicais, sendo - igual na previsão da WSI - sete furacões, dos quais três chegando à categoria 3.

A temporada de 2008, encerrada em 30 de novembro, foi uma das mais ativas da história, com 16 tempestades, sendo oito furacões. Segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA, foi a temporada com maior quantidade consecutiva de tempestades no território norte-americano.

"Desde 1995, a maioria das temporadas (de tempestades) tropicais foi mais ativa do que a média de longo prazo, devido às temperaturas mais elevadas no oceano Atlântico", disse o meteorologista Todd Crawford, da WSI, em nota. "Não vemos qualquer razão para que este regime ativo não continue em 2009." (Fonte: Estadão Online)

UE e Brasil assinam tratado para reduzir aquecimento global

Brasil e União Européia (UE) vão trabalhar em conjunto para enfrentar a crise financeira internacional e tentar alcançar um "resultado ambicioso e global" até 2009, em relação às mudanças climáticas.

Estes foram os dois principais pontos acordados na declaração final da 2ª cúpula Brasil-UE, que ocorreu na segunda-feira (22) no Rio de Janeiro com a presença dos Presidentes do Brasil e da França, Lula e Nicolas Sarkozy, e do Presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso.

Lula comprometeu-se a reduzir o desmatamento de florestas do Brasil em 71% até 2017, em relação aos valores registrados entre 1996 e 2005.

"O Plano Brasileiro sobre Mudanças Climáticas pretende fazer o que eu considero revolucionário. Até 2020 queremos reduzir o desmatamento em até 80%", disse.

Segundo o presidente brasileiro, esta meta representa menos 4,8 bilhões de toneladas de gases de efeito estufa emitidos na atmosfera.

Para o presidente francês, que ocupa ainda a Presidência do Conselho da União Européia, é muito importante o compromisso do governo brasileiro com objetivos quantitativos de redução do desmatamento.

Os políticos assumiram também o compromisso de promover o uso de energias renováveis, principalmente os biocombustíveis.

As duas partes reconheceram ainda a necessidade da reforma da arquitetura financeira global, com regimes regulatórios e institucionais dos mercados, e acertaram levar uma posição comum para a cúpula do G20, que irá ocorrer em Londres, em abril de 2009.

Brasil e UE lamentaram a impossibilidade de concluir este ano a Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio e manifestaram a sua disposição em relançar estas negociações e também as referentes a um acordo comercial entre UE e Mercosul.

Ambas as partes concordaram também sobre a necessidade da reforma dos principais órgãos das Nações Unidas, incluindo o Conselho de Segurança e a Assembléia Geral.

Brasil e UE trabalharão igualmente para o cumprimento das metas do milênio, reconhecendo que a erradicação da fome e da pobreza é um dos maiores desafios deste século. (Fonte: Folha Online)

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Neste Natal, priorize o que realmente interessa e reduza impactos negativos sobre o meio ambiente

Mônica Pinto / AmbienteBrasil
No final de 2005, AmbienteBrasil publicou a matéria EXCLUSIVO: Como a consciência ambiental pode proporcionar um Natal Ecológico, com dicas para uma celebração que, de fato, priorize seu sentido voltado à harmonia e a paz – e menos ao consumo desenfreado.

Este ano, o portal colheu algumas sugestões que reafirmam a caminhada nessa direção. Confira.

* Passe algumas das horas que você gastaria nas compras visitando as pessoas queridas, a quem você viu pouco durante o ano;

* Planeje os gastos, estipule um limite de despesas e não saia dele. Se comprar a crédito, preste atenção nos juros e avalie se as prestações cabem no orçamento;

* Use a imaginação e dê presentes alternativos, reciclados, produzidos artesanalmente, de pouco impacto ambiental, e feitos para durar;

* Escolha presentes que sejam mais simbólicos do que materiais: um texto escrito por você ou do qual você gosta; uma canção que marcou sua vida neste ano que se encerra; uma entrada para visitar uma exposição em um museu; um roteiro de visita ao que você gosta na cidade;

* Reflita bem antes de comprar e avalie se o presente é realmente do gosto de quem você está presenteando; o presente terá um significado especial para a pessoa presenteada, que vai reconhecer que o presente não é um “genérico”, mas voltado a ela em um gesto de real amizade e carinho;

* Doe o que você não usa, proporcionando um Natal melhor a quem precisa;

* Diminua a utilização de embalagens, preferindo as que possam ser reutilizadas;

* Recicle e dê cara nova a tudo o que for possível;

* Prefira uma árvore de Natal plantada, que você possa usar no próximo ano (sobre este tema, confira o artigo Paradigmas insustentáveis e a árvore de Natal natural, de Luciano Pizzatto);

* Use luzes de baixo consumo;

* Guarde os enfeites para decorar no próximo ano;

* Não compre produtos pirateados ou contrabandeados e mostre que você compreende o papel dos pequenos gestos na construção da ética da sociedade;

* Opte por comprar produtos de empresas mais social e ambientalmente mais responsáveis;

* Compre só o necessário para a ceia de Natal e de final de ano e evite o consumo exagerado de alimentos e bebidas; sempre que possível, escolha alimentos orgânicos e de produção local.
(Fonte: Instituto Akatu pelo Consumo Consciente)

A rede de lojas de produtos naturais Mundo Verde dá dicas de como preparar uma ceia saudável:

- Dê preferência a alimentos orgânicos na hora do preparo pois são mais saborosos, nutritivos e saudáveis por não conterem agrotóxicos;

- Inicie a ceia por saladas cruas pois, além de ricas em nutrientes, possuem um bom teor de fibras, que atuam como uma "esponja" na absorção de gorduras, evitando seus efeitos nocivos sobre o organismo;

- Enfeite os pratos típicos com a grande variedade de legumes e frutas cultivados no país, que trazem mais saúde para a mesa;

- Inclua pratos com hortaliças e frutas pois, além de terem baixo valor calórico, contém substâncias que protegem o organismo de doenças crônico-degenerativas, como diabetes, hipertensão arterial, obesidade e doenças cardiovasculares;

- Os cereais integrais devem ser incluídos nos pratos principais, bem como em saladas. Uma boa sugestão para a ceia é o arroz preto com vegetais picados, que produz um prato exótico, saboroso e nutritivo. Se preferir, utilize o arroz integral cateto ou agulhinha;

- As farofas podem ser substituídas por farofa de soja;

- As preparações cozidas, assadas e grelhadas devem ser privilegiadas, evitando as frituras;

- Evite os molhos à base de maionese, dando preferência a pastas e maioneses à base de soja e molhos feitos com iogurte desnatado;

- Deve-se abusar de temperos e ervas finas ao invés de sal e condimentos prontos, que possuem muito sódio e gorduras saturadas e trans;

- Evite alimentos com alto teor de gorduras saturadas, que influenciam no surgimento de doenças cardiovasculares, diabetes e obesidade, como frituras, salgadinhos, embutidos, maionese, queijos gordos (gorgonzola, provolone, cheddar etc.), carnes gordurosas (presunto, pernil, bacon, salame, pele de aves, carne vermelha com gordura etc.), massas com cremes ou molhos cremosos, creme de leite e chantilly;

- Para beber, opte por suco de uva orgânico, vinho tinto orgânico (até dois cálices) ou vinho sem álcool. Substitua o refrigerante por sucos de frutas naturais, chás gelados e muita água;

- Nas sobremesas, evite os excessos de rabanada, tortas e doces refinados, com coberturas e recheios gordurosos;

- As frutas (frescas ou secas) são uma excelente opção de sobremesa, ou ainda, podem ser incluídas em saladas mistas e coloridas. Fatias de abacaxi auxiliam na digestão, sendo interessante seu consumo junto ou após a ceia;

- Frutas secas (uva passa, ameixa, damasco, tâmara) e frutas oleaginosas (castanhas, nozes, pistache, avelãs, amêndoas) são excelentes opções, desde que consumidas com moderação. Além de saborosas, as oleaginosas são altamente nutritivas e favorecem a diminuição do colesterol ruim (LDL) e aumento do colesterol bom (HDL).

-------

O Blog da Engenharia Ambiental da UNIFOR aproveita para desejar a todos os leitores e familiares um Feliz Natal e um 2009 grandioso, em que a consciência ambiental se impregne em corações e mentes.

Mudança climática pode acabar com a neve no Natal do Norte

As chances um Natal branco nas regiões temperadas do Hemisfério Norte diminuíram no último século e devem se reduzir ainda mais até 2100, segundo especialistas de clima.

Embora partes da Ásia, da Europa e da América do Norte ainda possam ter o chão coberto de branco nesta semana, o aumento de 0,7 grau Celsius nas temperaturas médias do planeta desde 1900 e as projeções feitas para 2100 indicam uma tendência inexorável.

"A probabilidade do solo estar coberto por neve no Natal já é menor do que há 50 anos, mas se tornará uma raridade ainda maior em muitos lugares até o final do século", disse Friedrich-Wilhelm Gerstengarber, climatologista do Instituto Potsdam para a Pesquisa do Impacto Climático.

Em Berlim, que fica no norte da Alemanha, por exemplo, as chances de neve no solo nos dias 24, 25 e 26 de dezembro caíram de 20 por cento há um século para aproximadamente 15 por cento em 2008, segundo ele. Até 2100, essa probabilidade deve cair para menos de 5 por cento.

A última vez que a capital alemã ficou coberta de Neve no Natal foi em 2001. Neste ano, está prevista uma nevasca "festiva", mas insuficiente para cobrir o chão de branco.

Em cidades com climas mais marítimos, como Londres, e com climas continentais suaves, como Paris, o "Natal branco" é ainda mais raro, e passará a ser uma extravagância dentro de cem anos, segundo o cientista. Para este ano, não há previsão de neve em nenhuma dessas capitais.

"A saudade da neve no Natal parece crescer conforme ela se torna mais rara", disse Gerstengarber à Reuters, lembrando que cidades baixas, como Berlim (30 metros sobre o nível do mar), provavelmente nunca mais terão neve acumulada no chão por volta de 2100.

Apostar se o Natal será ou não "branco" já é um passatempo em alguns países, como a Grã-Bretanha, e os palpiteiros terão de levar cada vez mais em conta o aquecimento global, segundo os cientistas.

Há cada vez mais sinais de que a ação humana -- especialmente a queima de combustíveis fosseis -- está provocando alterações climáticas no planeta. As emissões de gases do efeito estufa, como o dióxido de carbono, cresceu cerca de 70 por cento desde 1970, e na pior das hipóteses pode mais do que dobrar em relação aos valores atuais até 2050, segundo uma comissão científica da ONU.

O aquecimento deve provocar inundações, ondas de calor, tempestades e elevação do nível dos mares.

Paal Prestrud, diretor do Centro para a Pesquisa Climática e Ambiental, de Oslo, disse que o "white Christmas" ("Natal branco") imortalizado na canção de Irving Berlin (1940), famosa na voz de Bill Crosby, será cada vez mais raro nas próximas décadas, até mesmo na sua Noruega.

"A probabilidade de neve no Natal declinou ainda mais rápido em lugares como Oslo, onde as temperaturas médias no verão estão quase 1C mais elevadas, e a primeira parte do inverno está especialmente quente", disse Prestrud à Reuters.

"As condições para o esqui cross-country se deterioraram. Há agora uma média de cem dias (por ano) com pelo menos 25 centímetros de neve. Em 1900, eram 150", disse ele.
Na segunda-feira, não havia neve nas ruas de Oslo. (Fonte: Estadão Online)

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

‘Legado é maior do que já foi feito’, diz Marina Silva

A senadora Marina Silva foi uma das principais companheiras de Chico Mendes na luta para impedir a destruição da floresta. Também ela acreana e filha de seringueiros, estava ao lado de Chico nos tradicionais empates, tentando impedir a ação das motosserras. Quinze anos após a morte do amigo, assumia o Ministério do Meio Ambiente com o objetivo de dar continuidade à luta, dessa vez pelos meios oficias. Hoje de volta ao Senado, avalia que o legado de Chico é ainda maior que os avanços alcançados após sua morte, mas considera também que ainda há muito a ser feito. Leia a seguir a íntegra da entrevista concedida ao Estado.

Passados 20 anos da morte de Chico Mendes, o que mudou na vida dos povos da floresta?

Quando a luta do Chico começou, essas populações estavam inteiramente abandonadas, dando um jeito de sobreviver depois de mais de um século de exploração em um regime de semi-escravidão. No final da década de 70, começo da 80, foram surpreendidos com a venda dos seringais pelos antigos supostos donos dessas terras para fazendeiros do Sul e Sudeste. Ali começou um processo de expulsão em massa, sobretudo no caso do Acre e de Rondônia, para as periferias da cidades. Em Manaus, por exemplo, vive 75% da população do Estado do Amazonas. Mas como lá tem a Zona Franca foi possível suportar essa quantidade de pessoas. No caso do Acre, onde cerca de 53% vivem na capital, esse processo foi muito dramático, porque o Estado dependia e depende quase 80% de repasse da União e teve muita dificuldade em oferecer atendimento de saúde, educação e moradia para essas populações. O momento em que o Chico começou a luta era de muito desamparo. O que eles queriam era a não derrubada da floresta e que as pessoas pudessem continuar em suas colocações nos seringais. Aí que se cunhou o conceito de reserva extrativista. A primeira foi criada após a morte do Chico, e hoje já são mais de 11 milhões de hectares de reserva que beneficiam mais de 53 mil famílias em todo o Brasil. São conquistas muito importantes que podem ser celebradas. Mas quanto ao sonho de ver o desenvolvimento da região com a proteção dos índios e das comunidades, ainda não conseguimos tudo. Tivemos um processo de conquistas, mas elas não são plenas. Até porque a grande mudança que se queria era a mudança do modelo de desenvolvimento e isso é um desafio para o mundo inteiro.

Qual seria a principal mudança?

A idéia que se tinha de que a Amazônia era um lugar atrasado, sem presença de população, uma floresta a ser domada, foi mudando significativamente na mentalidade e na atitude da maioria dos brasileiros. Claro que ainda é um começo, mas é significativo. Até porque o outro modelo tem 300 anos de tecnologia, de incentivo, de recurso, de governos apoiando. O modelo do desenvolvimento sustentável é muito recente. Até bem pouco tempo tínhamos no Acre o esquadrão da morte. A história se faz de processos cumulativos e acho que há um acúmulo positivo, mas claro que temos um sentido de urgência e que os passos precisam ser acelerados no rumo do desenvolvimento sustentável.

Mas apesar de terem sido criadas dezenas de reservas, essas populações ainda não têm conseguido viver só do extrativismo. Muitas reservas ainda não têm nem sequer plano de manejo e de ação. Isso não ofusca um pouco o avanço obtido?

Acho que são processos que estão em curso. Da mesma forma que ainda as pessoas nas periferias do País não vivem nas condições de dignidade que a gente gostaria que elas tivessem. Por isso digo que são processos cumulativos. No meu entendimento esse trabalho não ficou só na demarcação da reserva, mas temos processos em curso. Por exemplo, a criação do Instituto Chico Mendes, criado para cuidar de todas as unidades de conservação do Brasil. Antes isso era cuidado só por uma diretoria do Ibama com dificuldades enormes. Ou a criação do Serviço Florestal Brasileiro, que assegura que as concessões de áreas priorizem essas comunidades. Saímos da lógica de só criar reservas em áreas remotas para criar também na frente de expansão predatória. Trabalhamos no Plano Amazonas Sustentável, no Plano de Comunidades, que ainda não foi lançado, mas prevê um programa de cerca de R$ 1,6 bilhão até 2010 para essas comunidades. Acabamos de aprovar no Congresso a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que garante aposentadoria para os extrativistas. É um processo que não vai de vento em popa porque existe uma resistência muito grande. Essa PEC ficou um ano na mesa aguardando votação e quando saí tive de ouvir com ironia que "a caridosa Marina Silva agora quer dar aposentadoria para os extrativistas". Claro que não está tudo perfeito, mas também não foi só demarcar e deixar as pessoas no meio do mato.

O problema é que enquanto isso não avança, tem-se a impressão de que o pessoal em algumas reservas vai desistindo do extrativismo como modelo econômico, como o caso da Reserva Chico Mendes, que apresenta um crescimento do cultivo de gado.

Eu concordo que deveria ser mais rápido, mas temos 300 anos na frente de outros modelos. E tem de sair do zero para fazer esse esforço. Essa mudança de algumas pessoas, que não são todas, que resolveram transformar um terreno em pasto para adotar o gado de fazendeiros que ficam ali fazendo pressão ao lado da reserva é um desvio. Agora essa fazendinha que tem ali dentro surgiu já na época dos empates. Quando a reserva foi criada essa região já estava desmatada. Não é tudo fruto de ação de seringueiro.

A senhora acha então que esse caso da Chico Mendes é mais exceção que regra?

Veja, o que estou dizendo é que a criação de uma reserva não é coisa de pequena monta. No Estado do Pará não se criava uma reserva há anos e se criou uma reserva de mais de 13 milhões de hectares dentro da terra do Cecílio Rego Almeida (na Terra do Meio), que era de grilagem. É a maior estação ecológica do planeta. Não quero elevação disso, mas mostrar que é um processo difícil, que levou ao assassinato da irmã Dorothy. São ações que estão alterando um processo histórico de apropriação indevida, de grilagem. Primeiro se assegurou a terra das comunidades tradicionais. O próximo passo é implementação. As comunidades têm toda a razão de querer urgência nisso, mas tem um caráter difícil mesmo. E não digo isso em uma perspectiva defensiva nem para dizer que está perfeito, mas é porque a luta do Chico Mendes tem conquistas. Se imaginar que foram inibidas 37 mil propriedades de grilagem no Amazonas, envolvendo Pará, Mato Grosso e Rondônia... Isso certamente tava incidindo sobre as comunidades. Então barrar um processo como esse é fazer um empate institucional que com as certeza as comunidades nunca teriam condições de fazer sozinhas. Então a luta do Chico teve essa vitória de ter transformado essa agenda em uma agenda de Estado.

É o governo assumindo o papel dos seringueiros da década de 80?

Hoje existem 27 delegacias especializadas da Polícia Federal fazendo um trabalho que antes era só dos seringueiros, dos índios se defendendo. Quem imaginaria 1500 serrarias sendo desconstituídas, não só embargadas? Isso era impossível 20 anos atrás. Ou então a Polícia Federal descendo com 480 policiais como ocorreu em 2004 para fazer a maior o operação de combate aos crimes ambientais no Mato Grosso? Quem imaginaria o índice de desmatamento caindo 72% no Estado, em que pese toda a contra-mão do governo? Isso tudo incide nas comunidades porque a pressão de tudo isso é sobre elas. Mas não tiro uma vírgula de que esse processo tem de andar rápido, que tem de ter um plano, que tem de ter a economia comunitária. Tanto que aprovamos no Senado uma emenda na Comissão do Meio Ambiente, em homenagem aos 20 anos da morte de Chico Mendes, R$ 100 milhões para tentar agilizar essa agenda em 2009.

A senhora acredita que essa foi a grande conquista de Chico Mendes?

Me lembro quando eu era pequena que meu pai ficou duas horas ouvindo num rádio chiando no meio do mato onde morávamos o discurso do Garrastazu Médice. Ao final ele virou para minha mãe e falou: "Mas ele não disse nada sobre o preço da borracha. E é claro que ele é que não ia falar porque estávamos abandonados no meio da floresta. Ninguém mais falava em preço da borracha. A grande conquista de Chico é que hoje a sociedade brasileira é sensível à Amazônia e às comunidades tradicionais.

E quando ele morreu o Brasil ainda levou uns dias para absorver a comoção que tinha sido no exterior.

Exatamente. Me lembro que alguns dias antes de ele ser assassinado eu fui a Xapuri e nos encontramos. Quando estava indo embora, ele falou que não ia ter jeito, iam pegar ele. Fiquei calada, e ele continuou. É 'nêga véia', dessa vez vão me pegar. Continuei calada, ele repetiu mais uma vez e eu disse para irmos a Rio Branco, denunciar na imprensa. E ele falou: 'Não adianta, toda vez que eu faço isso me dizem que eu estou me fazendo de vítima, que quero me promover, que quero virar mártir. Vi que estava desamparado, desolado. Quase que saindo da impotência para alguma potência. E agora o governo do Acre está pegando um empréstimo do Banco Mundial para o Programa de Desenvolvimento Sustentável do Acre, que tem um forte olhar para essas comunidades. O Chico ganhou a irã e raiva de todo mundo porque foi ao Congresso americano denunciar um empréstimo do Banco Interamericano para o asfaltamento da BR-364 que não estava cumprindo com cláusulas de respeitos às comunidades locais e populações indígenas.

Chico dizia que queria viver, que não achava que sua morte poderia ajudar a causa. A senhora acha que se ele estivesse vivo teria se alcançado tudo que se conseguiu em conseqüência ao assassinato dele?

Eu preferia ele vivo, porque acho que a história sempre se elabora dentro das relações sociais que se vai construindo. Com ele vivo talvez fosse um caminho. Não acredito que, vivendo a crise ambiental que temos hoje, e com os avanços que tivemos na consciência das pessoas em todo o mundo sobre o papel da floresta, da biodiversidade, e o valor das populações locais em sua proteção, que as coisas pudessem continuar do jeito que elas estavam antes. Certo que seriam outros caminhos. Agora é claro que a morte do Chico deu visibilidade para isso, mas não porque ele foi morto, mas porque as idéias que ele defendia eram válidas, deu porque o que ele fazia tinha uma força de verdade que prevaleceu com sua morte. O tema era importante.

E quais são os principais passos daqui para frente para fortalecer essas comunidades? O Fundo Amazônia deve dar um impulso para o tão defendido pagamento por serviços ambientais?

O Fundo Amazônia tem de fazer isso. Até porque a União Européia está discutindo fazer um aporte de US$ 20 bilhões para países que têm floresta. E qualquer política que não seja capaz de ter um olhar para os serviços ambientais prestados por essas comunidades será aldo na contra-mão. Mas o desafio é a mudança de modelo predatório na pecuária, na produção de grãos, na exploração de madeiro, para um modelo de sustentabilidade. Chico Mendes tem de ser visto como alguém que deixou um legado que se espalhou para além da família, dos amigos. Se impôs de forma legítima no coração e na mente das pessoas e nas dinâmicas sociais e culturais. Não pode se medido pelo que foi feito até agora. As conquistas ainda são bem menores que esse legado, mas é ele que nos impulsiona para frente e nos dá força para fazer o bom combate na mudança estruturante que o Brasil precisa ter, que é a da sustentabilidade ambiental, econômica e social.
(Fonte: Giovana Girardi / O Estado de S. Paulo)

domingo, 21 de dezembro de 2008

'Science': reprogramar célula é maior avanço da ciência

A possibilidade de reprogramar células comuns do corpo, induzindo-as a assumir um comportamento semelhante ao de células-tronco, foi considerado o principal avanço da ciência mundial em 2008, de acordo com a revista Science. A publicação considerou que os trabalhos com reprogramação celular oferecem ferramentas para compreender melhor os mecanismos que levam ao surgimento de doenças como Parkinson, abrindo espaço para a descoberta de novos tratamentos.

Essa linha de estudo teve início em 2006, quando cientistas japoneses, ao introduzirem quatro genes em células da cauda de camundongos, fizeram com que elas se parecessem e agissem de modo muito semelhante a células-tronco embrionárias (CTEs), que têm a capacidade de se diferenciar em qualquer outra célula do corpo.

Pesquisadores que trabalham com a área consideraram que sua classificação como "avanço do ano" é merecida. "Confesso que quando saíram os primeiros estudos em 2006 fiquei meio cética, parecia bom demais, e ainda estava servindo para justificar o não-uso de CTEs, o que não é real. Mas nestes dois anos ela se consolidou com uma rapidez incrível", diz a pesquisadora Lygia da Veiga Pereira, da USP, que está tentando derivar essas células no Brasil. Ela acredita, no entanto, que para virar um tratamento ainda é necessário superar muitas dificuldades. (Fonte: Estadão Online)

sábado, 20 de dezembro de 2008

Nasa lançará satélite para mapear emissões de CO2

A Nasa, agência espacial dos Estados Unidos, lançará um satélite que pode mapear em detalhe a localização de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera da Terra.

O Observatório Orbital de Carbono (OCO, na sigla em inglês) apontará locais-chave na superfície do planeta onde o CO2 está sendo emitido e absorvido.

O CO2 emitido a partir de atividades humanas é tido como o responsável pelas mudanças climáticas, mas fatos importantes a respeito de sua movimentação pela atmosfera ainda não são totalmente compreendidos.

Para a Nasa, o novo satélite poderá ajudar na compreensão de alguns destes mistérios.

"Esta é a primeira aeronave da Nasa especificamente dedicada a mapear o dióxido de carbono. O objetivo da missão OCO é conseguir medidas tão precisas que poderão ser usadas para procurar 'fontes' e 'bacias' de CO2 na superfície", disse o principal pesquisador do projeto David Crisp, que trabalha no laboratório de propulsão a jato da Nasa.

Crisp afirmou que o lançamento do OCO, em um foguete Taurus XL a partir da Base da Força Aérea de Vandenberg, Califórnia, está agendado para 23 de fevereiro de 2009.

A missão da Nasa foi apresentada na reunião de outono do Sindicato Americano de Geofísica.

Acima da superfície - A Nasa já tem um aparelho para detectar CO2 em seu satélite Aqcua, mas ele apenas examina gases de efeito estufa a cinco ou dez quilômetros acima da superfície terrestre.

O novo satélite vai detalhar a concentração de dióxido de carbono perto da superfície onde seu efeito de aquecimento é mais sentido.

Os mapas globais de concentração de CO2 feitos pelo OCO vão ajudar a equipe de pesquisadores a descobrir onde o gás está entrando na atmosfera e onde está sendo absorvido por plantas terrestres e pelos oceanos.

"Sabemos de onde a maior parte das emissões de combustíveis fósseis está vindo; também sabemos onde coisas como fabricação de cimento estão produzindo grandes quantidades de emissões de CO2", disse Crisp.

"Mas existem outras coisas como queima de biomassa (floresta) e derrubada; e não temos uma boa medida da quantidade do CO2 liberada por estes processos."

"Se você retirar os combustíveis fósseis, que compreendemos com sendo a fonte de 10% do CO2, e observarmos o resto do dióxido de carbono que é introduzido na atmosfera pelas nossas atividades, é 100% incerto", acrescentou.

Mais mistérios - As "bacias" de CO2, locais onde o gás é absorvido, também apresentam mistérios.

A Terra estaria absorvendo cerca de 50% do dióxido de carbono que é produzido pelos humanos, a maioria vai para os oceanos. Mas, segundo cientistas, a descrição de outros locais de absorção ainda é pobre.

"Existe um punhado de 'frascos' atmosféricos de coleta (de CO2) pelo planeta e quando aplicamos os modelos para dados, eles mostram que existe uma bacia de carbono nas latitudes centrais e do norte", afirmou o cientista britânico de observação da Terra Shaun Quegan, da Universidade de Sheffield.

"Mas ainda é motivo de debate se fica na América do Norte, na Sibéria ou em outro lugar."

Como os cientistas ainda não têm uma noção exata de onde o CO2 está sendo absorvido, os pesquisadores têm uma compreensão limitada de como estas bacias de CO2 vão evoluir com a mudança climática.

"Vamos dizer que descobriremos que as florestas boreais no Canadá e Sibéria são as bacias primárias de CO2, devido ao seu crescimento rápido durante os meses de verão, quando o Sol aparece", afirmou Crisp.

"Estes ambientes estão mudando de forma dramática agora. Eles vão continuar absorvendo CO2 à medida que o tempo passa? Não sabemos o tamanho do impacto deles atualmente. Por isso o OCO é tão importante", acrescentou.

Luz - O satélite da Nasa leva um único instrumento, o espectrômetro, que separa as várias cores da luz do Sol refletida na superfície da Terra e analisa o espectro para determinar o quanto de dióxido de carbono e oxigênio molecular existe na amostra.

O OCO vai produzir mapas mensais do dióxido de carbono em regiões de 1,6 mil quilômetros quadrados da superfície da Terra com uma precisão de frações de 1%.

Além do novo satélite da Nasa, também será lançado em 2009 um satélite japonês conhecido como Satélite de Observação de gases de Efeito Estufa (GOSAT, na sigla em inglês).

A Europa também está considerando o lançamento de dois satélites de observação de carbono, o A-SCOPE (Observação Espacial e de Carbono Avançada do Planeta Terra) e uma missão chamada BIOMASS, que poderia ser lançada em 2016. (Fonte: Estadão Online)

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

As sete maravilhas do Ceará

Litoral brasileiro vira santuário de golfinhos e baleias


Baleias como a jubarte, mink, orca, baleia azul, franca e bryde e várias espécies de golfinhos, entre eles o rotador, já podem desfrutar a costa brasileira como um santuário de preservação, proteção e de uso não letal de suas espécies. Decreto do presidente Lula, publicado nesta quinta-feira (18) no Diário Oficial da União, reafirma o interesse nacional no campo da preservação e proteção desses cetáceos, permitindo a pesquisa científica e o aproveitamento turístico ordenado.

A data do decreto coincide com os 21 anos da lei internacional que, desde 1986, proíbe a caça a baleias. Com a norma, o Brasil marca sua posição internacional em relação a outros países que defendem a caça. Segundo o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, a nova lei abre espaço para a luta de se transformar todo o Atlântico Sul em um grande santuário, aumentando ainda mais a área de preservação. "Para isso, precisamos da adesão internacional", explicou.

O ministro disse que transformar o Brasil em santuário significa um recado aos predadores, para que eles não pratiquem atos contrários à preservação dos cetáceos. O ministro, entretanto, alertou para o fato de o Brasil precisar aumentar a força dos centros de proteção dos cetáceos. Minc informou que atualmente o Brasil só defende 0,5% de seu meio marinho. "Queremos chegar aos 10%, criando novas unidades de conservação marinha e utilizar o dinheiro da compensação ambiental para isso. Nossas UCs marinhas são muito poucas e ocupam um pequeno espaço", defendeu.

O decreto presidencial diz que a União promoverá, por meio de canais diplomáticos e de cooperação competentes, a atuação do Brasil nos foros internacionais, a articulação regional e internacional necessária a promover a integração em pesquisas e outros usos não-letais dos cetáceos. (Fonte: Sulene Gusmão/ MMA)

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

O clima está mudando. Plantar árvores é necessário


Plantio de mata ciliar em Atalanta. Crianças protagonizando ações ambientais



Em dezembro de 2008 aconteceu na Polônia mais uma conferência das Nações Unidas sobre a questão do clima no mundo. O que se discutiu em Poznan é que a meta de 2ºC pode não ser suficiente para interromper os piores efeitos das mudanças climáticas, como secas e chuvas devastadoras.

Cientistas e representantes de ONGs defendem que esse número deve ser reduzido para 1,5oC, ou seja, esse seria o índice máximo que a temperatura pode aumentar nos próximos anos, chamada também de “temperatura segura”. Mas mesmo esse aumento de 1,5oC já pode ser o suficiente para derreter a cobertura da Groelândia, e se isso de fato acontecer, o aumento do nível dos mares deve ser maior do que aquele projetado em 2007, pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que é de 1 a 4 metros.

Pensando nessa redução no que é considerado um índice “seguro” no aumento da temperatura, foi lançada uma campanha chamada “350”, que é o número limite de concentração de gás carbônico na atmosfera, em partes por milhão (350 ppm), para se chegar aos 1,5oC e não os 2oC negociados anteriormente. O objetivo da campanha é que essa meta de 350 ppm seja adotada oficialmente nas negociações. A campanha também estimula que cada pessoa ou organização faça a sua parte.

Neste sentido a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), quer comunicar algumas das ações feitas nos meses de novembro e dezembro e que efetivamente estão contribuindo para a redução das emissões de CO2 no planeta. A Apremavi também estimula todos que participem ativamente do seu Programa Clima Legal.

No dia 04 de dezembro de 2008, a Apremavi junto com os alunos da Escola de Educação Básica Dr. Frederico Rolla, realizou plantio em área de mata ciliar do Rio Santo Antônio no centro da cidade de Atalanta (SC). Cerca de 30 alunos do ensino básico, ensino fundamental e professores da Escola participaram da atividade.

A iniciativa foi da professora Kátia Longen que tem uma preocupação constante com o meio ambiente e com a qualidade de vida da população Atalantense. Há aproximadamente 5 anos, já havia realizado outro plantio em algumas áreas do mesmo rio, também em parceria com a Apremavi, “as árvores já estão bem crescidas e lindas” diz a professora.

Os alunos receberam informações de como proceder para realizar o plantio das 200 mudas nativas como a capororoca, tucaneira, baguaçu, aroeira e ingá, espécies propícias para mata ciliar.

Além desse plantio, a Apremavi promoveu também plantios dentro do projeto “Bosques de Heidelberg”, em vários municípios; no Progarama Matas Legais desenvolvido em parceria com a Klabin, no Paraná e em Santa Catarina; no projeto de recuperação de Áreas de Preservação Permanente, desenvolvido com a Adami, no município de Matos Costa (SC); e no projeto da Vinícola Pericó, no município de São Joaquim (SC).

Entres esses e outros projetos, foram plantadas, nos meses de novembro e dezembro, mais de 40.000 mudas de árvores nativas. A Apremavi espera que 2009 seja um ano de conscientização ambiental e que cada vez mais sejam realizadas ações efetivas de preservação do meio ambiente, em especial no estado de Santa Catarina, onde as recentes inundações e deslizamentos estão comprovando que precisamos cuidar melhor da natureza e da vida. (Fonte: APREMAVI)

Repensando o Voraz Consumo de Carne

Rethinking the Meat-Guzzler

por Mark Bittman

Uma séria mudança no consumo de um recurso que os americanos dão por certo que podem ter em estoque – algo barato, abundante, amplamente apreciado e parte da vida diária. E não se trata de petróleo.

Trata-se de carne.

Os dois produtos compartilham muito em comum: como o petróleo, a carne é subsidiada pelo governo federal. Como o petróleo, a carne se sujeita a aumento de demanda à medida que as nações se tornam mais ricas, e isso, consequentemente, eleva o seu preço. Finalmente – como o petróleo – a carne é algo a que as pessoas são encorajadas a consumirem menos, enquanto que o custo imposto pelos produtores aumenta e se torna cada vez mais perceptível.

A demanda mundial por carne multiplicou nos últimos anos, encorajada pela crescente afluência e nutrida pela proliferação de gigantescas operações para alimentação de animais confinados. Essas amontoadoras fábricas de carne consomem enormes quantidades de energia, poluem as fontes de água, geram significativos gases produtores do efeito estufa e requerem uma quantidade sempre-crescente de milho, soja e outros grãos; uma dependência que leva a destruição de vastas áreas das florestas tropicais de todo o mundo.

Esta semana, o presidente do Brasil anunciou medidas emergenciais para refrear os desmatamentos e queimadas das florestas tropicais do país para plantio e terra de pasto. Apenas nos últimos cinco meses, o governo diz, 2.000 quilômetros quadrados foram perdidos.

O total mundial de fornecimento de carne foi de 71 milhões de toneladas em 1961. Em 2007, estimou-se a produção de 284 milhões de toneladas. O consumo per capita mais do que dobrou desde aquele período. (No mundo em desenvolvimento, isso cresceu duas vezes mais rápido, dobrando nos últimos 20 anos). Espera-se que o consumo mundial de carne dobre novamente até 2050, o que um especialista, Henning Steingield, das Nações Unidas, diz que resultará em um "crescimento implacável da produção de gado".

Americanos comem aproximadamente a mesma quantia de carne que comíamos há algum tempo, cerca de 230 gramas por dia; cerca de duas vezes mais do que a média global. Nós "processamos" (ou seja, criamos e matamos) aproximadamente 10 bilhões de animais ao ano, mais de 15 porcento do total mundial.

Cultivar carne (é difícil usar a palavra "criar" quando aplicada a animais em fazendas-fábricas) usa tantos recursos que é um desafio enumerar todos. Mas leve em consideração: uma estimativa de 30 porcento do solo livre de gelo da Terra está direta ou indiretamente envolvido com produção de gado, de acordo com a Organização de Agricultura e Alimento das Nações Unidas [United Nations' Food and Agricultural Organization], que também estimam que a produção de gado gera cerca de um quinto dos gases responsáveis pelo efeito estufa do mundo – superando o transporte.

Para colocar a demanda de energia da produção de carne em termos de fácil compreensão, Gidon Eshel, um geofísico do Centro Bard, e Pamela A. Martin, professora de geofísica da Universidade de Chicago, calcularam que, se os americanos reduzissem o consumo de carne em apenas vinte porcento, isso seria como mudar de um Sedan 77 para um Toyota-Prius ultra-eficiente. Similarmente, um estudo feito ano passado pelo Instituto Nacional de Ciências da Criação de Gado e Áreas de Pastagem do Japão [National Institute of Livestock and Grassland Science of Japan] estimou que 1 quilo de carne bovina é responsável pela quantia de dióxido de carbono equivalente a emitida pelo carro popular europeu a cada 250 quilômetros, e queima energia suficiente para manter acessa uma lâmpada de 100 watts por aproximadamente 20 dias.

Grão, carne e até mesmo energia são amarrados de tal maneira que podem trazer resultados desastrosos. Mais carne significa um correspondente aumento de demanda por ração, especialmente milho e soja, que alguns especialistas dizem que irá contribuir para preços mais elevados.

Isso será inconveniente para os cidadãos de nações mais ricas, mas isso pode ter trágicas conseqüências para aquelas mais pobres, especialmente se o aumento dos preços das rações desviar o cultivo de grãos da produção alimentícia que visa o consumo humano. A demanda por etanol já está fazendo com que os preços sofram aumento, e explica, em parte, o aumento de 40 porcento do índice calculado de custo alimentício feito pela Organização de Agricultura e Alimento das Nações Unidas.

Embora aproximadamente 800 milhões de pessoas no planeta sofram de fome ou desnutrição, a maior parte do milho e da soja plantados no mundo alimenta o gado, porcos e galinhas. Isso apesar da inerente ineficiência: cerca de duas ou cinco vezes mais grãos são necessário para produzir a mesma quantidade de calorias através da criação de gado do que através do consumo direto de grãos, de acordo com Rosamond Naylor, professora de Economia da Universidade Stanford. É preciso dez vezes mais grãos no caso dos animais de corte alimentados por grãos nos Estados Unidos.

O impacto ambiental de se produzir tanto grão para alimentar animais é profundo. A agricultura nos Estados Unidos – muita da qual serve agora a demanda por carne – contribui para quase três quartos de todos os problemas da qualidade de água dos rios e riachos nacionais, de acordo com a Agência de Proteção Ambiental [Environmental Protection Agency].

Porque o estômago do gado é próprio para digerir capim, e não grãos, o gado criado industrialmente cresce apenas no sentido de ganhar peso rapidamente. Essa dieta torna possível remover o gado de seu meio natural e aumenta a eficiência do confinamento e abatimento em massa. Mas isso causa tantos problemas de saúde que a ministração de antibióticos é rotineira, em quantidade tamanha que pode resultar em bactérias resistentes a antibióticos que desafiarão a eficácia dos medicamentos para humanos.

Estes animais alimentados com grão, por sua vez, estão contribuindo para problemas de saúde entre os cidadãos mais ricos do mundo – problemas de coração, alguns tipo de câncer, diabetes. O argumento de que a carne provê proteínas úteis é válido, se a quantidade for pequena. Mas o "você tem que comer carne" entre em colapso em muitos níveis americanos. Mesmo se a quantia de carne que comemos não for nociva, necessária ela não é.

Americanos estão aproximando seu consumo per capita de carne bovina, de aves e de peixe (laticínios e ovos são à parte, e quase insignificantes) a quase 90 quilos ao ano, um aumento de 22 quilos por pessoa nos últimos 50 anos. Cada um de nós consome algo como 110 gramas de proteína ao dia, cerca de o dobro da cota recomendada pelo governo federal; disso, aproximadamente 75 gramas vêm de proteína animal. (Mesmo o nível recomendado é considerado por muitos especialistas em nutrição como sendo superior ao necessário). Parece que a maior parte de nós ficaria satisfeita com ao redor de 30 gramas de proteína ao dia, toda essa quantia obtida de fontes vegetais praticamente.

O que pode ser feito? Não há uma resposta simples. Melhor administração dos refugos, para alguns. Eliminar subsídios também poderia ajudar; as Nações Unidas estimam que eles representam 31 porcento do renda agrária mundial. Práticas agrárias aprimoradas ajudariam também. Mark W. Rosegrant, diretor de tecnologia de meio-ambiente e produção do Instituto Internacional de Pesquisa de Política Alimentar [International Food Policy Research Institute] sem fins lucrativos, diz: "Deveria haver investimento na reprodução e administração da criação bovina para reduzir o impacto necessário na produção de qualquer quantia de carne".

Há tecnologia, portanto. Israel e Coréia estão entre os países que experimentam usar os refugos animais para a obtenção de eletricidade. Uma das maiores operações referentes à suinocultura está em andamento nos Estados Unidos, com algum sucesso, com o fim de transformar esterco em combustível.

A longo prazo, não parece mais loucura acreditar na possibilidade de "carne sem alimentação" – carne produzida in vitro, criando células animais em um ambiente super-nutrido antes de ser possível a manufatura manipulada de hambúrgueres e bifes.

Outra sugestão é o retorno à carne de gado de pasto, uma alternativa bem realista se você aceita a psicologicamente difícil e politicamente impopular noção de se comer menos carne. Isso porque a criação pastoril jamais produziria tantas cabeças de gado quanto as fazendas-fábricas produzem. Ainda assim, disse Michael Pollan, autor do recente livro In Defensa of Food [sem tradução para o português]: "Em locais onde você não possa cultivar grãos, engordar vacas com capim sempre fará mais sentido".

Mas porcos e galinhas, que convertem grãos em carne com maior eficiência do que o gado, são a carne cada vez mais escolhida por produtores, somando 70 porcento do total de carne produzida, com sistemas industrializados produzindo metade da carne suína e três quartos da galinácea.

Uma vez, esses animais foram criados localmente (muitos Nova Iorquinos se lembram dos porcos de Secaucus), reduzindo custos de transporte e permitindo que seus refugos fossem dispersados em terrenos próximos. Agora, as instalações para produção de suínos, que se assemelham mais a prisões do que a fazendas, ficam a centenas de quilômetros da maior parte dos centros demográficos, e seus "lagos" de excremento poluem riachos e água subterrânea. (Somente em Iowa, instalações e fazendas de suinocultura produzem mais de 50 milhões de toneladas de excremento anualmente).

Esses problemas nasceram aqui, mas não se restringem mais aos Estados Unidos. Enquanto que a demanda doméstica por carne se estabilizou, a produção industrial de criação de gado está crescendo mais do que duas vezes mais rápido do que a produção por métodos tradicionais, de acordo com as Nações Unidas.

Talvez a maior esperança de mudança resida nos consumidores se tornarem conscientes dos verdadeiros custos da produção industrial de carne. "Quando você volta a sua atenção para os problemas ambientais dos Estados Unidos", diz o professor Eshel, "quase todos eles têm sua origem na produção alimentícia, especialmente na produção de carne. E as fazendas-fábricas só são uma 'otimização' enquanto a poluição das reservas de água é permitida. Se largar toda essa estrutura é algo dispendioso – mesmo ela carregando uma etiqueta de preço apenas um pouco superior a zero – toda a estrutura de produção alimentícia irá mudar drasticamente".

O bem-estar dos animais pode ainda não ser uma grande preocupação, mas, à medida que a criação de carne em confinamento se torna conhecida, mais pessoas que amam os animais podem passar a reagir. E o mundo não seria um local melhor se direcionássemos parte dos grãos que usamos para produzir carne para os nossos seres humanos semelhantes?

O preço real da carne bovina, de porco e de aves domésticas mostra-se estável, talvez tendo até decrescido, nos últimos 40 anos ou mais (em parte devido aos subsídios de grãos), embora comecemos a vê-lo crescer agora. Mas muitos especialistas, incluindo Tyles Cowen, professor de Economia da Universidade George Mason, diz que eles não acreditam que o preço da carne irá crescer o bastante para afetar a demanda dos Estados Unidos.

"Eu simplesmente não acredito que podemos contar com o preço nos mercados para reduzir o nosso consumo de carne", ele disse. "Talvez os preços sofram alta temporariamente, mas isso será quase que certamente neutralizado posteriormente. Mas se toda a culpa for colocada nos consumidores, não será um caso tão trágico".

Se as altas de preço não mudam hábitos alimentares, talvez a combinação de desflorestamento, poluição, mudança climática, aumento da fome, problemas de coração e crueldade contra os animais gradualmente encoraje o ato diário simples de comer mais plantas e menos animais.

O Sr. Rosegrant do Instituto de Pesquisa de Política Alimentar diz prever "uma forte campanha política para a redução do consumo de carne – como as campanhas ao redor do tabagismo – enfatizando saúde pessoal, compaixão pelos animais e compaixão pelos pobres e pelo planeta".


Não seria surpreendente para o professor Eshel se tudo isso tivesse um impacto verdadeiro. "O bem dos corpos das pessoas e o bem do planeta estão mais ou menos perfeitamente alinhados", ele disse.

A Organização de Agricultura e Alimento das Nações Unidas, em seu detalhado estudo sobre o impacto do consumo de carne do planeta feito em 2007, The livestock's Long Shadow – Environmental Issues and Options [sem tradução para o português], apresenta um ponto similar: "Há razões para otimismo, pois as conflitantes demandas por produtos animais e serviços ambientais podem ser reconciliadas. Ambas as demandas são envidadas pelo mesmo grupo de pessoas [...] a classe média-alta relativamente influente, que não mais está restrita a países industrializados. [...] Esse grupo de consumidores provavelmente está pronto para usar sua crescente voz para exigir mudança e talvez esteja inclinado a absorver os inevitáveis aumentos de preço".

De fato, os americanos já estão optando por comprar produtos mais amigos do meio-ambiente, escolhendo carnes, ovos e laticínios produzidos de forma mais sustentável. O número de mercados de fazendeiros mais do que dobrou nos últimos 10 anos, e não foge de ninguém o fato de que o mercado de alimentos orgânicos vem crescendo rapidamente. Tudo isso representa produtos que são mais caros, mas de maior qualidade.

Se as tendências continuarem, a carne talvez se torne um prato para dias excepcionais ao invés de um prato rotineiro.

Isso não será incomum, senão que, tão certamente como a industria automotiva irá ceder ao híbrido, a era dos 230 gramas de carne ao dia irá ter fim.

Talvez isso não seja lá um problema. "Quem disse que as pessoas precisam comer carne três vezes ano dia?".


Esse texto foi mais uma contribuição da Profª Márcia Marino.

Obrigado Profª.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Esclarecimentos da Petrobrás


Nota à Imprensa

2 de Dezembro de 2008

Esclarecimentos sobre teor de enxofre e o óleo diesel S-50

Petrobras pede seu desligamento do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social

Para restabelecer a verdade dos fatos quanto a notícias divulgadas na imprensa sobre o teor de enxofre no óleo diesel, a Petrobras afirma que vem sendo alvo de uma campanha articulada com o objetivo de atingir a imagem da Companhia e questionar a seriedade e eficiência de sua administração.
Por entender que o grupo de pessoas e entidades responsável por essa campanha contra a Companhia encontra respaldo no Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, cujo conselho deliberativo é presidido por um de seus integrantes, a Petrobras, em respeito a todos os seus públicos de interesse e em conformidade com sua postura de responsabilidade social, decidiu hoje pelo seu desligamento da entidade.

O grupo de pessoas que atua de forma deliberada e difamatória contra a Petrobras é composto por integrantes das Secretarias de Meio Ambiente dos Estados de São Paulo e Minas Gerais, Secretaria do Verde e Meio Ambiente da Cidade de São Paulo, e de algumas organizações não-governamentais que se intitulam representantes da sociedade civil de São Paulo.
Entre outras afirmações mentirosas, o grupo diz que a Petrobras descumpre uma resolução Conama que não existe. O grupo mente ainda ao dizer que a Petrobras descumpre um Termo de Ajuste de Conduta - TAC igualmente inexistente que obrigaria a Companhia a ajustes na sua conduta supostamente indevida.

Resolução Conama
Ao contrário do que esse grupo tem afirmado, a Resolução Conama 315/2002 não trata sobre composição de combustíveis, muito menos sobre teores de enxofre no diesel, e sim sobre nível de emissões que os veículos, produzidos no Brasil ou importados, deverão apresentar a partir de janeiro de 2009. É portanto insustentável a afirmação de que a Petrobras estaria desrespeitando essa resolução.
A regulamentação sobre composição de combustíveis é competência da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis - ANP, que a fez na Resolução ANP nº 32 de 16 de outubro de 2007. Logo após, a Petrobras anunciou que fornecerá diesel com 50 ppm (partículas por milhão) de enxofre, a partir de janeiro de 2009, para os veículos que adotarem a tecnologia adequada às exigências da fase P-6 do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores - Proconve.
O Juiz José Carlos Motta, da 19ª Vara Cível da Justiça Federal de São Paulo, em decisão liminar proferida em 15 de setembro de 2008 determinou "...à Petrobras, que forneça o diesel S-50 em quantidade suficiente ao abastecimento dos veículos novos a serem introduzidos no mercado consumidor a partir de 1 de janeiro de 2009, em pelo menos uma bomba em cada ponto de comercialização de combustível; ...". E acrescentou em 2 de outubro deste mesmo ano "...Nesta linha de raciocínio e para completar a decisão embargada esclareço que a embargante, neste feito, afirmou e reafirma agora o compromisso público de disponibilizar às distribuidoras o volume necessário de Diesel S-50 comercial para atender a frota de veículos da fase P6 do PROCONVE - novos - e dotados de tecnologias restritas à utilização de tal espécie de combustível." Essa decisão referendou posições e práticas que a Petrobras vem adotando.
Cabe ressaltar que a Procuradora da República, Ana Cristina Bandeira Lins, em carta ao jornal Gazeta Mercantil em 12 de novembro de 2008 afirma textualmente:

"Um engano muito grande é dizer que há uma norma exigindo a distribuição exclusiva de óleo Diesel S-50 em todo o País." Em outra carta, publicada pela Folha de S. Paulo em 29 de novembro de 2008, diz que " a cada dia convenço-me mais que essa briga não tem nenhum cunho ambiental; é apenas uma guerra partidária."

Qualidade do ar de São Paulo
A afirmação de que a atual quantidade de enxofre no diesel é a única responsável pela qualidade do ar e a conseqüente ocorrência de graves doenças respiratórias da população brasileira é questionável, mesmo no âmbito metropolitano. Além disso, segundo relatório da Cetesb de 2007, o principal problema para a qualidade do ar de São Paulo é o ozônio, que não está diretamente relacionado com o teor de enxofre do óleo diesel. Quanto ao material particulado, que tem relação com o teor de enxofre do diesel, os índices de São Paulo estão aceitáveis, abaixo dos limites do Conama.

Assim, é enganoso afirmar-se que apenas reduzindo o teor de enxofre do diesel resolveremos o problema da qualidade do ar. Primeiro porque o enxofre influencia somente o material particulado. Segundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde - OMS, a queima de matéria orgânica gera também material particulado e não é possível diferenciar a toxidade dessas duas origens. Terceiro, o diesel com 50 ppm de enxofre só é efetivo quando utilizado em motores com tecnologia avançada P-6, como os que seriam produzidos para atender a Resolução 315. Quarto e último, a qualidade do ar é influenciada por diversos fatores tais como: idade e tamanho da frota automotora, tecnologia dos motores, sistema viário, condição de manutenção da frota, programas de inspeção e renovação da frota, entre outros.

Diálogo e acordo
O grupo de pessoas e entidades sustenta outra inverdade, a de que a Petrobras tenha se furtado a dialogar com a sociedade sobre emissões veiculares. Esse diálogo ocorreu em vários fóruns e oportunidades, entre eles a Conferência Internacional do Instituto Ethos 2008, da qual a Petrobras foi patrocinadora e que contou com a presença de vários integrantes desse grupo. No Judiciário e no Conama a Petrobras dialogou com a sociedade civil, empresas e governos. Lamentamos que parte do grupo contestador, convidado, recusou o diálogo. O Governo do Estado de São Paulo e a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) participaram das negociações que resultaram no acordo judicial firmado em 29 de outubro de 2008.

Participaram também o Ministério Público Federal, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama), Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Fabricantes de Veículos, Fabricantes de Motores, Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e a Petrobras. O diálogo se ateve à verdadeira Resolução Conama 315 e pôs fim a duas ações civis públicas propostas pelo Ministério Público Federal (MPF) e pelo Estado de São Paulo.

Por este acordo, o fornecimento de óleo diesel com menor teor de enxofre para as frotas cativas de ônibus urbanos das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, será iniciado a partir de janeiro de 2009. Nas demais regiões do país, o fornecimento de diesel S-50 se dará conforme cronograma divulgado pela imprensa.

Desinformação
A ação politizada desse grupo promove a desinformação do público em geral e induz entidades sérias a cometerem erros de avaliação e decisão, prejudicando a Petrobras, seus acionistas e demais partes interessadas.
A Petrobras acredita que as melhores soluções para problemas complexos, com múltiplas causas e diversos interesses se dão através da busca do consenso possível, em respeito a todas as partes envolvidas e a partir de compromissos mútuos e visíveis.

Gerência de Imprensa / Comunicação Institucional
Telefone: 55 (21) 3224-1306 e 3224-2312
Fax: 55 (21) 3224-4903
E-mail: imprensa@petrobras.com.br

Esse texto foi mais uma contribuição da Profª Márcia Marino.

Obrigado Profª.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Palestra

Bom pessoal, convido vocês para a Palestra: Reforma Urbana, Cidades e Participação Popular: Possibilidades de Intervenção.
O Psicólogo Bruno Mendonça Rodrigues dará uma palestra falando sobre alguns planos de ação e de reforma urbana.

Acontecerá amanhã, 16/12, às 9:30 na P02 na Unifor. A entrada é gratuita.

Quem puder dar conferida, vai a dica.

Bush se despede de foro do clima "sem arrependimento"

Os Estados Unidos, "vilões" do aquecimento global por não aceitarem a adoção de metas obrigatórias de redução das emissões de gases de efeito estufa do Protocolo de Kyoto, não estão arrependidos. Essa foi a mensagem da delegação do presidente George W. Bush na última Conferência do Clima, em Poznan (Polônia). Na próxima reunião, em março, na Alemanha, os EUA já estarão sob comando de Barack Obama.

Os representantes de Bush tentavam no sábado (13) na Polônia até o último minuto - sem muito sucesso - mostrar que o país tem feito algum progresso na área do clima. Para isso, prepararam uma revista com uma espécie de prestação de contas chamada "Estados Unidos: Ações em Mudança Climática".

Em nenhum momento, porém, os americanos demonstraram remorso por terem enfraquecido o Protocolo de Kyoto, para redução dos gases-estufa, ao não ratificá-lo. "Sempre estivemos comprometidos com a Convenção do Clima da ONU", disse Paula Dobriansky, chefe da delegação dos EUA.

"Trabalhamos muito agressivamente e avidamente, tanto com quem apoiou o protocolo quanto com quem não o ratificou."

Segundo ela, Kyoto, que obriga países desenvolvidos a reduzir em cerca de 5% suas emissões de gases-estufa até 2012, não foi tão relevante.

"O que é mais importante aqui é ver a evolução entre onde estávamos alguns anos atrás e onde estamos agora", argumentou Dobriansky. "Há grande urgência e desejo de um acordo internacional ambiental efetivo, do qual os EUA façam parte e países emergentes também empreendam ações."

O país sempre impôs como condição para o acordo que emergentes como China e Índia também adotassem metas de redução de gases. Na Polônia, países em desenvolvimento foram os que mais apresentaram propostas concretas. Com efeito, o presidente do Conselho de Qualidade Ambiental da Casa Branca, James Connaughton, criticou os países desenvolvidos que entraram no Protocolo de Kyoto por assumirem metas que não conseguirão cumprir até 2012.

Com os EUA atravancando as negociações, contudo, soa um pouco cínica a alegada expectativa de Dobriansky sobre o acordo que entrará em vigor após Kyoto: "Teremos um ano empolgante em 2009 para alcançar um muito bem sucedido resultado em Copenhague (sede da última reunião de 2009)".

Lição de moral - Diante desse cenário, é estranho os EUA ensinar algo ao Brasil sobre combate a poluentes, mas eles criticam - com razão - a demora de brasileiros para reduzir o nível de enxofre no diesel. Em entrevista à Folha, Connaughton fez questão de enfatizar a ação realizada nos EUA para tornar o combustível mais limpo.

"As refinarias (do Brasil) precisam ser modernizadas para remover o enxofre do diesel", disse. "É tecnicamente viável e é acessível."

Quando questionado sobre as alegações das empresas de que a mudança custa caro, ele usou o mesmo argumento que o de especialistas como o médico e professor Paulo Saldiva, da USP. "É caro, mas os benefícios à saúde e em prolongar a vida das pessoas compensam o custo da alteração", afirmou.

De acordo com Connaughton, entre decidir como seria o novo combustível e implementá-lo, os EUA levaram três anos. No caso do Brasil, o prazo concedido foi de sete anos, e ainda assim as montadoras disseram que não haveria tempo hábil para produzir os motores adequados ao diesel limpo. E a Petrobras acatou o atraso.

"Se nós, os maiores consumidores de combustível do mundo, fizemos isso, qualquer nação pode fazer", disse. "É questão de vontade política." (Fonte: Afra Balazina/ Folha Online)

sábado, 13 de dezembro de 2008

Ministério Público pede afastamento do presidente do IBAMA

O Ministério Público Federal em Rondônia e o Ministério Público pediram na sexta-feira (12) o afastamento do cargo dos responsáveis por conceder a licença ambiental para a Usina Hidrelétrica de Jirau vizinha à fronteira da Bolívia por cometerem irregularidades que implicam em um grande "crime ambiental".

Foram acusados o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), Roberto Messias Franco, e o diretor de Licenciamento Ambiental, Sebastião Custódio Pires, que poderiam ser multados e afastados de suas funções.

A central de Jirau tinha causado reservas na Bolívia pela possível inundação de parte de seu território, fato rejeitado pelas autoridades brasileiras.

O Ministério Público considerou que a expedição da licença atenta contra a Constituição, a lei de licitações e o correto processo de análise ambiental, o que "encerra um dos maiores delitos ambientais impostos à sociedade", informou o órgão em comunicado.
A construção foi delegada em maio passado a um consórcio formado pelo grupo franco-belga Suez (50,1%), a construtora brasileira Camargo Correa (9,9%) e as estatais Eletrosul Centrais Elétricas e Companhia Hidroelétrica de San Francisco, com 20% cada uma.

O projeto, encravado no rio Madeira, no coração da floresta amazônica, teve que ser analisado de novo pelas autoridades ambientais porque o consórcio construtor mudou a localização do projeto para nove quilômetros do ponto original para baratear custos.

Os autores da denúncia explicaram que, por falta de dados, não se pôde comparar ambos os projetos em alguns aspectos ambientais, por isso que consideraram que Pires "desvirtuou" as conclusões do relatório técnico, ao asseverar que a mudança de localização não implicou em novos impactos ao ecossistema.

A modificação do projeto aumentará em cerca de 10 quilômetros quadrados a área de selva inundada pela central, segundo os documentos das construtoras.

O presidente do Ibama aprovou a licença antes que o organismo ambiental do estado de Rondônia se manifestasse, como tinha recomendado o Ministério Público regional.

Além disso, o órgão argumentou que a mudança de lugar tornaria necessário realizar uma nova licitação.

O consórcio derrotado, liderado pela Odebrecht, pediu a impugnação do leilão, que poderia ser cancelado nos tribunais. (Fonte: Yahoo!)

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Mundo não pode relaxar na questão climática, alerta ONU

O mundo deve evitar um retrocesso na luta contra o aquecimento global, e precisaria criar um "New Deal Verde" para atacar ao mesmo tempo a crise climática e a crise ambiental, disse na quinta-feira (11) o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon.

"Devemos nos recomprometer com a urgência da nossa causa", disse Ban a cerca de 100 ministros de Meio Ambiente reunidos entre os dias 1º e 12 na Polônia, onde discutem detalhes de um novo tratado climático global, processo ofuscado nos últimos meses pelo temor de uma recessão global.

Ban pediu que o presidente eleito dos EUA, Barack Obama, e a União Européia demonstrem liderança nas questões climáticas. A UE realiza na quinta-feira uma cúpula para tentar resolver um impasse nos planos para a redução das emissões de gases do efeito estufa até 2020.

"Não pode haver retrocesso em nossos compromissos com um futuro de baixas emissões de carbono," disse Ban. "Sim, a crise econômica é séria. Mas, quando se trata de mudança climática, há muito mais em jogo. A crise climática afeta nossa potencial prosperidade e a vida das pessoas, tanto agora quanto no futuro distante."

Ban defendeu um "New Deal Verde", baseado no "New Deal", lançado na década de 1930 pelo presidente Franklin Roosevelt para tirar os EUA da depressão econômica em que se encontrava.

"Enfrentamos duas crises juntas: mudança climática e a economia global. Mas essas crises nos apresentam uma grande oportunidade, uma oportunidade de tratar de ambos os desafios simultaneamente", afirmou.

Segundo ele, a crise financeira exige um "enorme estímulo" por parte dos governos. "Uma grande parte desse gasto deveria ser um investimento, um investimento num futuro verde", acrescentou Ban.

"O que precisamos hoje é de liderança. As decisões atualmente sendo tomadas por líderes europeus em Bruxelas são de grande conseqüência para todo o mundo", disse.

A UE negocia detalhes de um plano pelo qual, em 2020, as emissões de gases do efeito estufa deverão ser 20 por cento inferiores às de 1990.

O secretário-geral da ONU se disse animado também pelas promessas de Obama de "colocar a energia alternativa, o meio ambiente e a mudança climática no centro da definição americana de segurança nacional, recuperação econômica e prosperidade".

O evento da ONU na Polônia é parte de um processo iniciado em 2008 em Bali, que visa a concluir até dezembro do ano que vem, numa cúpula na Dinamarca, um tratado climático que irá substituir o Protocolo de Kyoto a partir de 2013.

Um dos principais entraves nas negociações é a criação de um fundo para ajudar os países pobres a se adaptarem às mudanças climáticas. (Fonte: Estadão Online)

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Governo dos EUA faz lista de criminosos ambientais procurados

O governo dos Estados Unidos está dando início a um novo tipo de lista de mais procurados: fugitivos ambientais, acusados de atacar a natureza.

Esses fugitivos são acusados de contrabandear produtos químicos que corroem a camada de ozônio, jogar lixo tóxico nos rios e nos mares e andar em carros poluentes.

Em sua própria versão da lista de inimigos públicos do FBI, a Agência de Proteção Ambiental (EPA) foca crimes ambientais e apresenta uma lista de 23 fugitivos, completa com fotos e uma descrição das acusações feitas.

Um alto funcionário do setor de fiscalização da EPA disse que as pessoas listadas representam "o universo descarado das pessoas que estão fugindo da lei". Muitos estão sob risco de anos de prisão, e algumas das acusações podem resultar em centenas de milhares de dólares em multas.

"Eles são acusados de crimes ambientais e deveriam ser trazidos à justiça criminal", disse Pete Rosenberg, diretor da divisão criminal da EPA.

Na lista está John Karayannides, acusado de orquestrar o despejo de 487 toneladas de trigo contaminado com óleo diesel no mar do Sul da China, em 1998. Acredita-se que ele tenha fugido para a Grécia.

Também em fuga está a dupla de pai e filho Carlos Giordano e Allesandro Giordano, presa em 2003 por dirigir uma importadora de veículos que trazia para os EUA carros fora do limite de poluição do país. Acredita-se que estejam na Itália. (Fonte: Estadão Online)

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Obama encontra Al Gore e diz que clima é questão urgente

O presidente eleito dos EUA, Barack Obama, disse na terça-feira (9) que atacar a mudança climática global é uma "questão de urgência", e que isso irá gerar empregos. Obama e seu vice, Joe Biden, se reuniram durante duas horas em Chicago com o ex-vice-presidente Al Gore, que recebeu o Nobel da Paz por sua atuação nesse tema.

Falando a jornalistas, ele deixou claro que seu governo, a partir de 20 de janeiro, adotará uma postura agressiva contra o aquecimento global. "Nós três (Obama, Biden e Gore) estamos de acordo que é hora de acabar com essa demora, hora de acabar com essa negação."

O futuro presidente espera que os empregos gerados no combate à mudança climática ajudem os EUA a superar a atual recessão. Ele começou a apresentar planos para um enorme programa de recuperação voltado para estimular a economia e criar cerca de 2,5 milhões de postos de trabalho.

Obama disse que trabalhará com partidos, empresas, consumidores e outros interessados na busca por um consenso em torno de uma abordagem incisiva contra o problema.

"Trata-se de uma questão de urgência e de segurança nacional, e tem de ser tratado de forma séria. É isso que eu pretendo que meu governo faça."

Durante a reunião, não se falou em nenhum cargo para Gore no futuro governo, já que ele próprio declinou da possibilidade de assumir uma secretária ou o novo cargo de "czar" climático.

Dois dias depois da vitória de Obama na eleição de 4 de novembro, a Aliança para a Proteção Climática, de Gore, lançou uma campanha publicitária pedindo investimentos imediatos em eficiência energética, energias renováveis, como a eólica e a solar, e a criação de uma rede elétrica nacional unificada.

Gore e seu grupo têm posições semelhantes às de outras ONGs ambientais dos EUA, que acreditam que o governo Obama, ao contrário da administração de George W. Bush, terá uma chance de conter o aquecimento global. (Fonte: Estadão Online)

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Brasil descarta crédito de carbono para proteger Amazônia

O Brasil descartou nesta quinta-feira (4) a possibilidade de deixar os países ricos compensarem suas emissões de gases do efeito estufa com contribuições financeiras para a proteção da Floresta Amazônica, uma idéia que vem sendo discutida ativamente na União Européia.

Povos indígenas que compareceram à conferência de clima da Organização das Nações Unidas (ONU) em Poznan, Polônia, protestaram que não tinham chance de ver esse dinheiro do crédito de carbono e pediram verba para, primeiro, acabar com a corrupção e para a demarcação de terras.

"O Brasil sempre foi contra a compensação na área florestal", disse Sérgio Serra, embaixador brasileiro para mudança climática.

Na semana passada, o governo brasileiro informou que a taxa de desmatamento anual da Amazônia aumentou durante o ano até julho, pela primeira vez em quatro anos.

Mas o país é contra a compensação financeira para proteger a floresta, informaram autoridades brasileiras à Reuters nesta quinta-feira, 4, explicando que tal medida absolveria os países ricos de cortarem suas próprias emissões.

A posição brasileira jogou um balde de água fria nas esperanças da maioria dos outros países que abrigam florestas tropicais, que estão em busca de dinheiro para proteger as matas com um novo tratado sobre o clima. Analistas dizem que Indonésia, México e Índia são favoráveis a essa proposta.

Em vez disso, o Brasil apóia a criação de um fundo público, baseado, por exemplo, na promessa da Noruega de doar 1 bilhão de dólares este ano para o Fundo Amazônico, com o propósito de melhorar a conservação e a aplicação de leis contra o desmatamento.

Com o mercado de carbono global, os países ricos poderiam exceder as metas de emissão de gases do efeito estufa, mas apenas se pagassem por cortes de emissões correspondentes no mundo em desenvolvimento, em um sistema de créditos de carbono.

Países membros da UE debateram o esquema amplamente na quinta-feira, para permitir "créditos da floresta" - pelo qual os países e empresas compensam pelo excesso de emissões de carbono ao financiar a conservação da floresta tropical.

Um esboço de documento francês, obtido pela Reuters na quarta-feira, 3, sugere que o bloco permitiria o crédito da floresta como uma forma de ajudar algumas empresas a cumprirem suas obrigações de carbono de uma maneira menos custosa durante a recessão. Isso marcaria uma reversão nas propostas feitas pela comissão-executiva da UE em outubro.

Um membro da delegação de Guiné Equatorial disse que as duas abordagens poderiam ser combinadas. "Deveria ficar em aberto tanto para os que querem levantar dinheiro público como para aqueles que querem entrar no mercado (de carbono). Mas é preciso haver o aspecto de mercado", disse à Reuters Deogracias Ikaka Nzami.

Em todo o mundo, anualmente, uma área de floresta maior que o tamanho da Grécia é destruída, contribuindo com cerca de um quinto das emissões de gases do efeito estufa, aos quais se atribui o aquecimento global.

A conferência na Polônia segue até o dia 12 e visa preparar o terreno para um novo tratado sobre o clima até o fim de 2009 para substituir o Protocolo de Kyoto. (Fonte: Estadão Online)

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Que absurdo!!!

Bom pessoal, recebi esse e-mail de uma pessoa Ministério do Meio Ambiente. Eu sou cadastrado para receber as cartilhas sobre educação ambiental do próprio Ministério, então as possibilidades desse e-mail ser falso, são mínimas. Segue:

"Jalapão é território americano desde setembro; tocantinense está impedido de entrar na área
25/11/2008 10:06:27

Tem muita gente indignada com o que está ocorrendo no Jalapão. Há cerca de 90 dias, a rede americana de TV CBS grava o programa Survivor, um reality show, que será comercializado para 120 países - menos para o Brasil, segundo nota do jornalista Luiz Armando Costa, na coluna Cidade Aberta, em O Jornal desta semana.

Mais de 300 pessoas estão trabalhando confinadas no projeto desde setembro. São 75 contêineres instalados para suporte do programa, numa área de preservação ambiental, transportados para lá sobre as estradas sensíveis do Jalapão. As gravações estão sendo feitas às margens do não menos sensível Rio Sono. Segundo informações que circulam pelo Estado, são US$ 30 milhões em equipamento.

O Jalapão foi totalmente interditado ao povo tocantinense e brasileiro. Foi transformado em território americano, e até o espaço aéreo está fechado. Para se ter idéia da "internacionalização", o avião do governador Marcelo Miranda (PMDB), que foi visitar as gravações, teve que mudar a rota porque não podia sobrevoar a área.

Fitas de filmadoras e chips de câmaras fotográficas - mesmo da Secretaria Estadual de Comunicação (Secom) - são confiscados pela equipe da CBS e só serão liberados após 12 de dezembro, quando terminam as gravações. Quem foi até o local diz que para entrar é necessário assinar um contrato, em inglês, de dez folhas (detalhe: até o governador!).

Americanos e australianos, que comandam o programa, instalaram no Jalapão a bandeira dos Estados Unidos - nem sinal, nem qualquer lembrança, de que se trata de território brasileiro e tocantinense.

Também conforme informações de quem foi até o local, há placas nas vias de acesso às dunas com as inscrições (em inglês e português) do tipo "dunas fechadas para o público" e "propriedade particular".

O retorno do Tocantins com perda temporária (esperamos!) da autonomia sobre parte de seu território é a divulgação das imagens do Estado para 120 países (mesmo considerando que o Jalapão, conforme especialistas, não está preparado para receber mais do que 200
visitantes).

É uma modernização daquela estratégia usada por portugueses para conquistar nossos índios: trocar espelhinhos por ouro.

Com o custo adicional da depredação de uma das nossas maiores riquezas naturais, patrimônio do povo tocantinense e brasileiro.

Será que os americanos aceitariam que fechássemos o Grand Canyon para fazer algo parecido? Que submetêssemos o governador do Colorado a esse tipo de humilhação: ter que desviar sua rota área para não sobrevoar seu território e ter que obrigá-lo a assinar contrato em português para poder entrar em seu território? Será ainda que aceitariam que fincássemos bandeiras brasileiras no Grand Canyon? E se impedíssemos o ingresso nele do povo americano?

Parece que temos vocação para colônia. Não tem dinheiro, nem divulgação nenhuma, que pague abrirmos mão de nossa dignidade e de nossa autonomia."

Como diz aquela música: "Chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar o
seu valor"!
 

sábado, 29 de novembro de 2008

Labirinto de rodovias

(clique para ampliar)

Vocês acham que isso é mesmo necessário?

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Vamos plantar 60.000 árvores em 1 hora?


A Coelce quer bater esse recorde no próximo dia 20 de dezembro, na Fazenda Irapuru, e precisa de você. Um ônibus sairá da Unifor por volta das 8:00 da manhã para nos levar até local já mencionado.
Quem estiver interessado envia um e-mail para thiagoqueiroz2010@gmail.com com o nome, telefone, o curso e a instituição de ensino.

É um compromisso sério! Caso se comprometerem, por favor não deixem de ir!!

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Prêmio Gentileza Urbana

O Prêmio Gentileza Urbana 2008 quer descobrir quem são e o que fazem os benfeitores da cidade, profissionais, moradores, empresas e instituições sociais que se preocupam em melhorar a cara de nossa cidade.

Um jardim novo, uma praça bem cuidada, um painel de grafites que colore um muro antes escuro e sujo. Ações simples como estas deixam a cidade mais acolhedora e merecem ser conhecidas.

Para participar, você não precisa nem mesmo ter feito uma gentileza, mas conhecer uma. Ações de instituições públicas e governamentais não podem concorrer, mas há uma variedade de gentilezas a serem descobertas por aí. As inscrições estão abertas e podem ser realizadas no site do Instituto de Arquitetos do Brasil - Departamento Ceará (IAB-CE). Participe, indique uma gentileza e mostre que você também está de olho na cidade. Todas as informações sobre a 4ª edição do Prêmio Gentileza Urbana podem ser acessa-das no site www.iabce.org.br

Lá você encontra mais informações e poderá conhecer as 15 gentilezas que foram premiadas nos eventos anteriores.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Descrescimento sustentável. Já ouviu falar?


CRESCER É MESMO NECESSÁRIO?

O decrescimento sustentável é a ousada tese do francês Serge Latouche para diminuirmos a devastação dos recursos naturais do planeta.



As idéias do economista e filósofo francês Serge Latouche se chocam com o estilo de vida dos habitantes das grandes cidades do mundo. Professor emérito da Faculdade de Economia da Universidade Paris XI e do Instituto de Estudos do Desenvolvimento Econômico e Social (Iedes), Latouche – nascido em Vannes, em 1940 – critica vorazmente o crescimento econômico promovido pelos estados. Defende com ardor uma suposta “descolonização” do nosso imaginário e uma mudança de comportamento mais ativa para salvar o planeta do esgotamento de recursos naturais. O ritmo anda acelerado e estamos consumindo demais, acredita o pensador, que construiu nas últimas décadas toda uma crítica contra a ocidentalização do mundo. Latouche é um dos principais portavozes do movimento pelo decrescimento. Tem vários livros e artigos publicados sobre o tema, inclusive no Brasil. Mas, apesar da visão aparentemente trágica, assume-se como um otimista e acredita na vontade da juventude de viver num mundo melhor.

Como o senhor define o decrescimento sustentável?

Criamos esse slogan em 2002 para ir de encontro ao que todos falavam na época sobre o crescimento sustentável. Era preciso marcar uma ruptura radical, porque o crescimento não é durável. Por isso, nós buscamos esta palavra provocadora: decrescimento. O crescimento pelo crescimento ninguém acha absurdo. Então o decrescimento força as pessoas a pensar: “O que isso quer dizer?” Quando falamos em decrescimento, falamos em sair de uma religião do crescimento ligada à economia e ao progresso.

É possível alterar essa lógica?

O relatório do Clube de Roma de 1972 já dizia que uma sociedade de crescimento não era sustentável. Muitos sociólogos e filósofos mostraram que ela não era nem mesmo desejada. Como as ameaças se aproximam, torna-se mais visível. O projeto de uma sociedade de decrescimento não é uma alternativa, e sim a libertação de uma ditadura econômica para reinventar um futuro sustentável. Uma sociedade não pode sobreviver se não respeitar os limites dos recursos naturais. Eu proponho um ciclo virtuoso do decrescimento: reavaliar, reconceitualizar, reestruturar, redistribuir, relocalizar, reutilizar e reciclar. Os dois primeiros termos são importantes para colocar em questão os valores comuns em nosso imaginário. Reconceitualizar é mudar nossa maneira de pensar. É uma verdadeira revolução cultural.

Mas como iniciar a mudança?

Precisamos renunciar a essa atitude predadora, ter uma mudança de atitude mental. Não somente um com portamento individual e sim o produto de um sistema. Muita gente já está convencida de que não é preciso destruir todas as espécies para ganhar mais. Entretanto, são forçados pela lógica do mercado, pela concorrência e pelo marketing. Vamos então mudar de programa para depois trocar de computador. Alterar a base de produção e torná-la mais adequada às necessidades do meio ambiente. Buscar a reutilização, a reciclagem.

Nosso ritmo está muito acelerado?

Absolutamente. É necessário dar um basta ao consumo excessivo. Não é somente uma ação individual – porque, se apenas reduzo meu consumo, isso não mudará muito. Temos que mudar o modo de produzir as coisas. Você pode comer um bife em que o gado é criado em pastos naturais ou um bife de uma fazenda que obedece à lógica de mercado. No último caso, você come petróleo. Ele incorpora 6 litros de petróleo. Como isso é possível? O gado é alimentado com a soja que é plantada na Amazônia. Os tratores destroem as florestas, fazem a plantação e despejam os pesticidas. Tudo isso é petróleo. Devemos colocar esse sistema em causa, e não o fato de comermos um bife.

Seremos realmente mais felizes se consumirmos menos?

O consumo traz cada vez menos a felicidade. Vários indícios provam isso. Muitos estudos apontam para o aumento de suicídios e a utilização de antidepressivos. O estresse tornou-se um problema grave em nossa sociedade. Mas ao mesmo tempo somos viciados nesse estilo de vida. Necessitamos de uma terapia.

O mercado de produtos orgânicos indica uma mudança de comportamento?

Aqui na França, as grandes cadeias de supermercados já têm uma linha própria de produtos orgânicos e provenientes do comércio responsável. Essa tomada de consciência é importante porque um dos aspectos destrutivos do meio ambiente é a agricultura produtivista. Tudo o que seja uma alternativa a isso é benéfico. A produção familiar e sem pesticidas é uma das condições para um futuro sustentável.

Mudar a matriz energética pode ser uma das vias de solução?

Como dizia a ministra do Meio Am biente da República Checa: “Quando há uma inundação no banheiro, você pode secar com um pano de chão”. O que eu faço de imediato é fechar a torneira. Enquanto não decidirmos limitar o consumo de energia, todas as soluções de energia renovável não servirão para muita coisa. A primeira coisa a fazer é fechar a torneira.

A geração de agora é capaz de fazer essa transformação?

Em teoria, ela deveria ser menos capaz. Ela já está mais pervertida. O grande problema está na educação. Quais crianças deixaremos no mundo? Como nós deixamos às nossas crianças um mundo estragado, nós deixamos também para o mundo uma geração pervertida. Apesar de tudo, ainda há uma luz de esperança. Vejo uma participação crescente de jovens no movimento pelo decrescimento sustentável em vários países da Europa. Eles se organizam, tomam iniciativas. Eles querem viver num mundo melhor, salvar a humanidade e o planeta.

E qual seria então a mensagem do decrescimento?

A mensagem não é somente reduzir o excesso de consumo e os danos ecológicos, mas também reduzir a quantidade de trabalho. Não é trabalhar menos para ganhar mais. É trabalhar menos para que todos possam trabalhar e viver melhor. Assim, teremos mais tempo livre para gastar com coisas que realmente valem a pena. Escutar música, dançar, jogar, pensar ou mesmo não fazer nada. Mas, ao contrário, nós nos tornamos viciados no trabalho. Os americanos inventaram a palavra workaholic. Nós quase precisamos de um curso de desintoxicação para reaprender a viver. E, nesse ponto de vista, o decrescimento é uma arte de viver.

LIVRO: A Ocidentalização do Mundo, Serge Latouche, Ed.Vozes

FONTE: Revista Vida Simples Edição 70 - 10/2008