domingo, 28 de dezembro de 2008

Um diferente desejo de Boas Festas

Fernando Antônio Valença Floresta (*)

E o ano começa a despedir-se... Talvez, não da forma que gostaríamos para a recepção do seu aguardado sucessor. Houve bons e agradáveis momentos, sim. Mas no balanço global, 2008 sai de campo com algumas pendências.

Bolsas, por exemplo, foram inventadas para transportar, guardar e proteger bens, sob diferentes formas e tamanhos. Mas, a qualquer descuido, podem ser roubadas. E, por esta simples razão, não deveriam ser mal portadas ou conduzidas. As de “Valores”, também! Portanto, tais como as primeiras, necessitariam, além do amparo, ficar acima de patrimônios. Principalmente, quando tais patrimônios são empresariais e de grande porte, ou, o que seria mais grave, públicos. Mais terrível e temeroso, quando sendo público-empresariais, resguardariam ou abrigariam partes vitais de um povo e a soberania de nações.

Quebras podem sobrevir e efetivamente acontecem; normalmente em escalas localizadas e reduzidas. Mas, quando comprometem países e assolam o mundo, dão testemunhos de ganância, incompetência e falta de eficaz gerenciamento.

Cheias são episódios cíclicos e naturais, inerentes à história de qualquer corpo hídrico. Mas enchentes ceifadoras de vidas e arrasadoras de propriedades materiais, na sua esmagadora maioria, são produtos de humanas inconseqüências. Melhor dizendo, incoerências. Pois, plastificamos margens, alteramos cursos, bloqueamos nascentes, e ainda desejamos um rio limpo, caudaloso e em controlada dormência.

Políticas públicas, se bem trabalhadas e alicerçadas na realidade, não farão mágicas, nem “Milagres Natalinos”. Mas, podem e devem trazer mensagens de um novo ano, pelo menos com mais consciência, menos violência e administrações forjadas nas reconhecidas capacidades.

O nosso pequenino planeta azul (salve, salve o ozônio restante!) tem um destino natural de aquecimentos e resfriamentos a cumprir. Quanto a isto, pouco poderá se fazer. Agora, no referente à ganância dos homens e aos terrorismos corporativos e pseudo-avanços tecnológicos, que só extraem e depredam sem repor, há muito para ser construído.

Alguém já disse que somos passageiros de uma linda espaçonave chamada Terra, cuja única fonte externa de energia chama-se Sol. Isto entendido, e sabendo que não poderemos parar para reabastecimentos, leva-nos à necessária e urgente constatação: Vamos revisar a nave, organizá-la internamente, ajustar o conjunto e economizar no combustível!

Com isto, nossa viagem poderá ser mais tranqüila e prazerosa, em direção às infinitas Boas Festas.

* É geógrafo.
geografo@terra.com.br

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