Estudo patrocinado pela NASA demonstra que o fenômeno das monções joga partículas de poluentes dos países asiáticos a até 40 km de altura, onde ficam circulando por anos podendo causar alterações climáticas e danos à camada de ozônio
Por Fabiano Ávila, Agência Carbono Brasil
O crescimento econômico desenfreado de países como China, Índia e Indonésia tem como um de seus fatores negativos a grande poluição resultante da expansão industrial e do aumento da frota de veículos. Até aí alguém poderia pensar que isso é um problema deles e que os seus próprios governos deveriam tomar atitudes para resolver a situação. Mas um estudo publicado na última semana na revista Science comprovou o que já era uma crença entre cientistas e ambientalistas: a poluição atmosférica da Ásia circula todo o planeta.
A descoberta envolve o fenômeno das monções, ventos sazonais acompanhados de chuvas fortes que acontecem principalmente no sudeste asiático. Pesquisadores do Centro Nacional para Pesquisa Atmosférica (NCAR), com o apoio da NASA, conseguiram demonstrar que as monções carregam as partículas poluidoras produzidas na Ásia para a estratosfera e que esses poluentes ficam em suspensão viajando pelo globo por vários anos até que finalmente descem para camadas mais baixas da atmosfera ou são dispersos.
“A monção é um dos sistemas de circulação mais poderosos do planeta e se forma bem onde existe uma grande concentração de poluentes. Com isso, o fenômeno age como uma avenida para a poluição chegar até a estratosfera”, explicou Willian Randel, principal autor do estudo “Monção Asiática Transporta Poluição para a Estratosfera” (“Asian Monsoon Transport of Pollution to the Stratosphere”).
Utilizando imagens de satélites e modelos computacionais, os pesquisadores conseguiram identificar os padrões de circulação atmosférica associados às monções. Para isolar apenas a atividade do fenômeno, os cientistas mapearam a presença de cianeto de hidrogênio, elemento produzido principalmente pela queima de vegetação. Dessa forma, foi possível acompanhar durante a época de queimadas no sudeste da Ásia como essas particulas eram impulsionadas pelas monções para a estratosfera e depois mapear sua viagem pelo mundo.
Além do cianeto de hidrogênio, partículas de carbono negro, dióxido sulfúrico, óxidos nitrogenados e outros poluentes também acabam chegando à estratosfera
“Já se suspeitava desse papel da monção, mas agora mostramos como isso realmente acontece”, afirmou o professor Peter Bernath, da Universidade de York, na Inglaterra.
O estudo sugere ainda que o impacto dos poluentes da Ásia na estratosfera deve aumentar nas próximas décadas por causa do rápido crescimento industrial da região. Além disso, as mudanças climáticas podem alterar em breve o comportamento das monções, apesar de ainda não estar claro se o fenômeno ficará mais intenso ou mais ameno.
Segundo os pesquisadores, mais estudos devem ser realizados para conhecer todos os possíveis efeitos dos poluentes na estratosfera. Mas já se sabe, por exemplo, que eles podem se transformar em aerossóis, que são nocivos para a camada de ozôni, e também que devem ter impacto no clima do planeta, ao impedir a passagem de raios solares.
Mas uma conclusão é fácil de ser percebida, a da necessidade de leis globais para controlar as emissões de poluentes. A ciência cada dia mais reforça as teorias que afirmam que tudo no meio ambiente está interligado e cada novo estudo deveria ser encarado como mais um motivo para legislações e acordos internacionais mais rígidos.
Fonte: Carbono Brasil.
Pesquisa: Portal do Meio Amiente.
Por Fabiano Ávila, Agência Carbono Brasil
O crescimento econômico desenfreado de países como China, Índia e Indonésia tem como um de seus fatores negativos a grande poluição resultante da expansão industrial e do aumento da frota de veículos. Até aí alguém poderia pensar que isso é um problema deles e que os seus próprios governos deveriam tomar atitudes para resolver a situação. Mas um estudo publicado na última semana na revista Science comprovou o que já era uma crença entre cientistas e ambientalistas: a poluição atmosférica da Ásia circula todo o planeta.
A descoberta envolve o fenômeno das monções, ventos sazonais acompanhados de chuvas fortes que acontecem principalmente no sudeste asiático. Pesquisadores do Centro Nacional para Pesquisa Atmosférica (NCAR), com o apoio da NASA, conseguiram demonstrar que as monções carregam as partículas poluidoras produzidas na Ásia para a estratosfera e que esses poluentes ficam em suspensão viajando pelo globo por vários anos até que finalmente descem para camadas mais baixas da atmosfera ou são dispersos.
“A monção é um dos sistemas de circulação mais poderosos do planeta e se forma bem onde existe uma grande concentração de poluentes. Com isso, o fenômeno age como uma avenida para a poluição chegar até a estratosfera”, explicou Willian Randel, principal autor do estudo “Monção Asiática Transporta Poluição para a Estratosfera” (“Asian Monsoon Transport of Pollution to the Stratosphere”).
Utilizando imagens de satélites e modelos computacionais, os pesquisadores conseguiram identificar os padrões de circulação atmosférica associados às monções. Para isolar apenas a atividade do fenômeno, os cientistas mapearam a presença de cianeto de hidrogênio, elemento produzido principalmente pela queima de vegetação. Dessa forma, foi possível acompanhar durante a época de queimadas no sudeste da Ásia como essas particulas eram impulsionadas pelas monções para a estratosfera e depois mapear sua viagem pelo mundo.
Além do cianeto de hidrogênio, partículas de carbono negro, dióxido sulfúrico, óxidos nitrogenados e outros poluentes também acabam chegando à estratosfera
“Já se suspeitava desse papel da monção, mas agora mostramos como isso realmente acontece”, afirmou o professor Peter Bernath, da Universidade de York, na Inglaterra.
O estudo sugere ainda que o impacto dos poluentes da Ásia na estratosfera deve aumentar nas próximas décadas por causa do rápido crescimento industrial da região. Além disso, as mudanças climáticas podem alterar em breve o comportamento das monções, apesar de ainda não estar claro se o fenômeno ficará mais intenso ou mais ameno.
Segundo os pesquisadores, mais estudos devem ser realizados para conhecer todos os possíveis efeitos dos poluentes na estratosfera. Mas já se sabe, por exemplo, que eles podem se transformar em aerossóis, que são nocivos para a camada de ozôni, e também que devem ter impacto no clima do planeta, ao impedir a passagem de raios solares.
Mas uma conclusão é fácil de ser percebida, a da necessidade de leis globais para controlar as emissões de poluentes. A ciência cada dia mais reforça as teorias que afirmam que tudo no meio ambiente está interligado e cada novo estudo deveria ser encarado como mais um motivo para legislações e acordos internacionais mais rígidos.
Fonte: Carbono Brasil.
Pesquisa: Portal do Meio Amiente.
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