segunda-feira, 27 de julho de 2009
Instituto Estadual de Florestas reassenta famílias mineiras
Este é mais um post sugerido pela Thamires Andrade, que trabalha na Webcitizen, empresa que presta consultoria ao Governo de Minas Gerais. Valeu Thamires!!!
Iniciativa alia preservação do meio ambiente e melhorias na qualidade de vida dos moradores que habitam o Parque do Itambé
Pela primeira vez no Brasil, Instituto Estadual de Florestas (IEF) de Minas Gerais esta colocando em prática o reassentamento de famílias que habitam no Parque Estadual do Pico do Itambé. A iniciativa tem como objetivo preservar a unidade e promover melhorias na qualidade de vida dos moradores, que viviam em condições precárias no seu interior. As propriedades rurais ocupavam todo o parque, composto de 6.520 hectares.
Charles Alessandro, gerente de regularização fundiária do Insituto, explica que o reassentamento é necessário em unidades de conservação de proteção integral, como o Parque do Itambé. Nesses casos, a lei 9.985/2000 determina que as famílias devam, no processo de regularização fundiária, ser reassentadas em melhores condições do que as que viviam anteriormente. Das 27 famílias abrigadas no local, nove optaram pelo reassentamento e 18 pela idenização.
Além de terras, que variam de 5 a 100 hectares, com casa, água, luz e fossa séptica, as famílias terão a assessoria de um técnico agrícola durante um ano. Já as indenizações serão efetuadas no valor de R$ 2,307 milhões. “No começo houve resistência, mas as famílias participaram do processo e escolheram a terra. Elas estão saindo de casas de pau-a-pique para casas de alvenaria, com luz e energia e estarão a apenas 15 minutos do município de Santo Antônio do Itambé, que antes ficava a 4 horas de caminhada de suas casas”, informa a gerente do Parque, Mariana Gontijo.
As melhores condições que o IEF busca dar as pessoas e a natureza já estão sendo notadas. José Maria Ribeiro, por exemplo, está saindo de uma propriedade com 125 hectares para uma de 10 hectares e muito feliz. “Achei bom, tem lugar para lavoura, para pasto, fico mais perto da família e não preciso ir para Diamantina e Curvelo achar um “bico” para me manter” diz o guarda-parque, que vivia em uma área que não podia ser explorada economicamente.
O Parque do Itambé foi criado pelo Decreto nº 39.398, de 21 de janeiro de 1998, possuindo originalmente uma área aproximada de 4.696 hectares, sendo alterada para mais de 6.520 hectares em 2006. Está localizado nos municípios de Santo Antônio do Itambé, Serro e Serra Azul de Minas. A unidade de conservação abriga nascentes e cabeceiras de rios das bacias do Jequitinhonha e Doce e o Pico do Itambé, um dos marcos referenciais do Estado com seus 2.002 metros de altitude. A vegetação predominante é de cerrado e campos rupestres de altitude, onde ocorrem espécies raras e endêmicas de orquídeas. Em relação à fauna, destacam-se a onça-parda e do lobo-guará, espécies ameaçadas de extinção.
O esforço de regularização fundiária e os investimentos na infraestrutura acontecem em paralelo a outras ações que permitirão a abertura do parque ao público em 2010. Dessa forma, o meio ambiente ganha destaque e o desenvolvimento sustentável consegue ser aplicado da maneira correta. Depois de visitas técnicas para a identificação de trilhas ecológicas haverá também um curso de condutores para a comunidade. A formação desses guias turísticos vai possibilitar geração de emprego e renda na região e aumentará a conscientização sobre a preservação ambiental.
Vale destacar que iniciativa não é isolada no estado. Minas Gerais foi considerada pelo Diagnóstico da Situação Financeira de Sistema de Unidades de Conservação, iniciativa da The Nature Conservantion (TNC) em parceria com a Conservação Internacional (CI), SOS Mata Atlântica e Fundo Brasileiro para Biodiversidade, como o estado com o maior índice de implantação, investimento e planejamento de unidades de conservação do Brasil.
Alguns sites interessantes:
IEF: http://www.ief.mg.gov.br/
Sobre o Pico do Itambé: http://www.ief.mg.gov.br/areas-protegidas/206?task=view
Canal do Governo de Minas Gerais no Youtube: http://www.youtube.com/governodeminasgerais
Blog do Governo de Minas Gerais: www.blog.mg.gov.br
domingo, 26 de julho de 2009
Nike anuncia calçados “livres de desmatamento” da Amazônia
Manaus, AM - A Nike anunciou nesta quarta-feira que não usará mais em seus produtos couro proveniente de animais criados no Bioma Amazônia. A decisão da empresa só será revertida se for “estabelecido um sistema confiável de governança, com rastreabilidade total de produtos da pecuária e a garantia de que esses produtos não estejam causando desmatamento”.
Para assegurar o cumprimento dessa política, a Nike vai pedir, por escrito, uma declaração de seus fornecedores atestando que o couro vendido à empresa não vem de gado criado no bioma Amazônia. A Nike deu aos seus fornecedores um prazo até julho de 2010 para implementar um sistema eficiente de rastreabilidade, que comprove que seu couro não é originário do bioma amazônico. Caso isso não aconteça, a empresa estenderá a moratória à compra de couro para toda a região da Amazônia Legal.
A decisão da Nike é prova de que os mercados consumidores vão cada vez mais exigir da pecuária brasileira a adoção de práticas de sustentabilidade e, sobretudo, o fim da expansão de áreas de pasto sobre zonas de floresta. “A indústria da pecuária precisa valorizar o produto brasileiro no mercado internacional e garantir que não haja mais derrubada de árvores para a criação de gado. Qualquer iniciativa que apóie o desmatamento zero na região é um passo importante para garantir que a produção de gado na Amazônia não impulsione a destruição da floresta”, afirmou André Muggiati, do Greenpeace.
Em junho o Greenpeace lançou o relatório “Farra do Boi na Amazônia” apontando a relação entre o desmatamento na Amazônia, a indústria da pecuária e grandes marcas internacionais, entre elas a Nike. No relatório, o Greenpeace demonstra como o couro de animais criados em áreas desmatadas da Amazônia é exportado para a China, pela empresa brasileira Bertin, onde entra na cadeia de abastecimento de empresas de alcance global.
Além da Nike, a italiana Natuzzi (móveis e estofados) também anunciou esta semana o compromisso de excluir produtos originários de áreas desmatadas de suas linhas de produção.Infelizmente, outras grandes marcas como a Adidas, Reebok e Clarks ainda se recusam a seguir o mesmo caminho. Todas essas empresas recebem couro da Bertin, que ainda não se comprometeu com o desmatamento zero na Amazônia, onde ela controla diversos abatedouros de gado.
“A decisão da Nike indica como o mercado vai operar daqui para frente. O Brasil terá que reestruturar sua cadeia produtiva se quiser continuar atendendo clientes internacionais e consumidores exigentes”, afirma Muggiati. A Nike e a Natuzzi também assumiram compromissos com a erradicação do trabalho escravo, proteção de terras indígenas e áreas de conservação.
Fonte: Greenpeace Brasil.
sábado, 25 de julho de 2009
Brasil integra projeto de Bioenergia Sustentável em escala global
Acaba de ser criado o Global Sustainable Bioenergy: Feasibility and Implementation Paths (Bionergia Sustentável Global: Viabilidade e Caminhos para Implementação), projeto que reunirá cientistas, advogados ambientais, formuladores de políticas públicas, entre outros, em um debate mundial para avaliação das possibilidades de uso de biocombustíveis em grande escala mundial.
O objetivo é produzir conhecimento sistematizado de forma a contribuir para a formação de um consenso de que muitos países são capazes de produzir uma quantidade relevante de biocombustível, seja à base de celulose, cana-de-açúcar ou outros insumos.
A iniciativa foi idealizada e é liderada por três renomados pesquisadores da área de bioenergia: Nathanael Greene, do Natural Resources Defense Council, em Nova York; Tom Richard, da Universidade Estadual da Pensilvânia; e Lee Lynd, da Thayer School of Engineering, Dartmouth College e Mascoma Corporation.
O projeto será desenvolvido em três etapas. A primeira será composta de reuniões realizadas em cinco regiões do mundo, com início em novembro de 2009, na Malásia, seguido de encontros, no primeiro semestre de 2010, na Holanda, África do Sul, Brasil e nos Estados Unidos.
Na segunda etapa, os pesquisadores pretendem responder a seguinte questão: será fisicamente possível atender à demanda mundial por geração de eletricidade a partir de fontes vegetais enquanto a sociedade global também tem necessidades como a alimentação humana, a preservação da natureza e a manutenção da qualidade ambiental?
A terceira etapa do projeto irá analisar a implementação de questões técnicas, sociais, econômicas, políticas e éticas com o objetivo de desenvolver estratégias para uma transição para uma sociedade sustentável responsável.
O comitê organizador das reuniões no Brasil será coordenado por Carlos Henrique de Brito Cruz, Diretor Científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), e José Goldemberg, pesquisador do Centro Nacional de Referência em Biomassa, vinculado ao do Instituto de Eletrotécnica e Energia, da Universidade de São Paulo (USP). Ambos foram convidados pelos idealizadores do projeto a integrar o grupo.
Experiência brasileira
Em resposta à rápida subida dos preços do petróleo em meados dos anos 1970, o Brasil lançou uma iniciativa global que visava à diminuição da dependência da energia importada. Quase quatro décadas depois o país é praticamente auto-suficiente no setor energético.
O Brasil é o maior produtor de etanol de cana-de-açúcar do mundo e ocupa posição de liderança na tecnologia de sua produção. Essa liderança e competitividade devem-se ao longo trabalho de muitos anos feito por pesquisadores em instituições de ensino e pesquisa e em empresas privadas, que resultou em valiosa bagagem de conhecimento e de tecnologia sobre a cana, seus derivados e sobre o processo de fabricação do etanol.
Segundo Carlos Henrique Brito Cruz, a produção de etanol a partir de cana-de-açúcar não é uma solução aplicável a qualquer ambiente, principalmente porque é preciso levar em conta aspectos como impactos da mudança de uso da terra, emissão de CO2 e a questão do impacto na produção para alimentação humana. O diretor científico da FAPESP explica que nos Estados Unidos provavelmente a conversão de celulose é mais apropriada do que cana-de-açúcar. Já para países como África, a cana pode ser uma boa alternativa. “É importante avaliar o que é viável em cada país”, diz Brito Cruz.
Além disso, Brito Cruz diz que o fato de outros países passarem a produzir biocombustível não tira a oportunidade do Brasil exportar. “A estratégia brasileira deve considerar também a oportunidade de exportar tecnologia de produção e distribuição”.
Mais informações podem ser obtidas no site oficial do projeto http://engineering.dartmouth.edu/gsbproject/index.html
Fonte: Gerência de Comunicação da FAPESP.
Transformações necessárias
Esses desafios foram debatidos nesta terça-feira (21) por cientistas e formuladores de políticas públicas no Painel Internacional de Especialistas em Megacidades, Vulnerabilidade e Mudança Climática Global, na sede da FAPESP, em São Paulo.
O evento, liderado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), tem o objetivo de traçar um mapa das vulnerabilidades das regiões metropolitanas de São Paulo e do Rio de Janeiro frente aos efeitos do aquecimento global, com o objetivo de subsidiar políticas públicas de adaptação às mudanças climáticas.
Segundo o coordenador do Fórum Paulista de Mudanças Climáticas Globais, Fábio Feldman, a criação dos fóruns estaduais, em 2005, foi um avanço que permitiu aos estados uma maior articulação com as políticas municipais e federais. Ainda assim, prevalecem as dificuldades históricas na implantação de políticas nacionais relacionadas ao clima.
“Há dificuldades dos governantes para compreender que o clima é um tema para hoje, não para daqui a 20 anos. No Ministério da Ciência e Tecnologia, por exemplo, a estrutura para trabalhar nesse tema é muito pequena, mantendo o mesmo número de pessoas há mais de 15 anos”, disse.
Segundo ele, as principais propostas dos fóruns têm foco na elaboração de marcos regulatórios relacionados às mudanças climáticas em todos os níveis de governo. “Em São Paulo elaboramos uma política para criar um processo – ou seja, incluir na agenda governamental a obrigatoriedade de inventários e mapas de vulnerabilidades. Acreditamos que isso vá mobilizar a sociedade brasileira para um avanço concreto”, explicou.
Feldman declarou que há grandes dificuldades políticas para o estabelecimento de metas de emissões de gases de efeito estufa. “O problema é que as metas são entendidas como punição e não como oportunidade de inovação tecnológica”, afirmou.
Outra dificuldade importante no Brasil, segundo Feldman, é articular as políticas públicas de clima com políticas setoriais como as de transportes e saúde. Um exemplo disso, segundo ele, é a redução dramática do imposto sobre produtos industrializados (IPI) concedida pelo governo brasileiro, por causa da crise financeira.
“Com essa redução do IPI teremos uma imensa frota renovada de caminhões. Mas perdemos a oportunidade de articular essa iniciativa com as políticas climáticas, já que essa renovação será feita com uma tecnologia atrasada do ponto de vista do padrão de emissões. O padrão do diesel comercializado no Brasil é muito ruim, comparável apenas a alguns países da África”, declarou.
Segundo Feldman, a legislação não conseguirá, por si só, implantar as políticas de adaptação e mitigação. “Os dois avanços em políticas ambientais mais importantes que surgiram nos últimos anos foram o indicador de sustentabilidade ambiental da Bovespa e a decisão das redes de supermercados de só comprar carne com rastreabilidade, para evitar os produtos que devastem a Amazônia. Esses dois avanços não envolveram legislação”, disse.
Mudança cultural - O presidente da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), Fernando Rei, afirmou que propor medidas de adaptação e mitigação implica uma mudança cultural que, muitas vezes, é rechaçada pela sociedade.
“Muita gente acha que vai haver alguma revolução tecnológica que nos permitirá manter os atuais níveis de consumo. Há uma grande dificuldade da academia e dos órgãos ambientais para se confrontar com esse tipo de contrapropaganda”, disse Rei.
Para Rei, a resistência à mudança de hábitos por parte dos cidadãos indica que há uma tendência de transferir as responsabilidades ao poder público. “Embora a Constituição Cidadã já tenha completado 21 anos, seguimos construindo um projeto de nação no qual o cidadão tem muito poucos deveres. A Carta Magna, no entanto, destaca o compromisso da coletividade e do poder público na preservação da qualidade ambiental”, declarou.
Segundo Rei, é preciso também que a academia trate o problema do clima de forma mais multidisciplinar. “Nosso processo de ensino encaminha os alunos para um universo de certezas. Não geramos na academia alunos que trabalhem com dúvidas. A burocracia acadêmica dificulta a construção de um olhar científico multidisciplinar. No entanto, o tema da mudança climática é essencialmente multidisciplinar e, por isso, será preciso repensar a forma de se produzir conhecimento”, disse.
Rei afirmou que, em sua avaliação, as principais vulnerabilidades na Região Metropolitana de São Paulo dizem respeito à questão da saúde – com novos vetores de epidemias e qualidade da saúde pública – e ocupações em áreas sensíveis, especialmente em torno de mananciais.
“Para combater a ameaça que essas vulnerabilidades representam com a possível ocorrência de eventos extremos, será preciso discutir as políticas públicas. Mas temos perdido a oportunidade de fazer isso porque o mercado e a sociedade estão ainda muito ausentes do debate. Essa não pode ser uma discussão exclusiva da academia e do poder público”, declarou.
(Fonte: Fábio de Castro/ Agência Fapesp)
Compensação do impacto ambiental
Em maio deste ano foi publicado o Decreto nº. 6.848, que estabeleceu um limite para o cálculo da compensação decorrente de impacto ambiental significativo, ocasionado pela instalação e construção de empreendimentos. A grande mudança instituída pela nova regulamentação é que o cálculo da compensação ambiental passou a ter um percentual limitado a 0,5%.
O impacto ambiental é o resultado ocasionado por qualquer alteração no meio ambiente, benéfica ou adversa, decorrente de atividades humanas ou naturais. A definição de impacto ambiental é necessariamente abrangente, uma vez que deve abarcar as alterações, principalmente as significativas, incidentes sobre o meio ambiente natural, artificial, cultural e, também, do trabalho.
O meio ambiente está amplamente consagrado na Constituição Federal (artigo 225), uma vez que o legislador resguarda o tema de forma que tanto sua preservação, quanto sua recuperação, são vistas como prioridades dos cidadãos e do Estado.
O meio ambiente, mesmo antes da Constituição de 1988, passou a ter como medida de proteção, em 31/08/81, a Lei nº. 6.938, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, cujos objetivos gerais são: a) preservação do meio ambiente; b) melhoria da qualidade ambiental; c) recuperação do meio ambiente; d) assegurar ao país condições de desenvolvimento socioeconômico e; e) proteção da dignidade da pessoa humana.
Já o Direito Ambiental visa regulamentar e respeitar os procedimentos necessários para a aplicação efetiva da Política Nacional do Meio Ambiente. O Direito Ambiental tem como um de seus escopos regular as ações de empreendedores, quando iniciam atividades que interfiram direta e indiretamente sobre o meio ambiente.
Para que o empreendedor possa viabilizar o início de sua atividade, independentemente de sua natureza, necessita obter a licença ambiental. É o procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e operação de empreendimentos e atividades que empregam recursos ambientais considerados efetiva e potencialmente poluidores, ou que, de algum modo, possam ocasionar degradação ambiental.
Para que o empreendimento obtenha o licenciamento ambiental, faz-se necessária a apresentação, ao órgão competente, do EIA - Estudo de Impacto Ambiental, de acordo com a Resolução Conama 1/86. Além do EIA, deve o empreendedor apresentar o RIMA - Relatório de Impacto ao Meio Ambiente. Este estudo envolve técnicos e especialistas das mais variadas áreas, como químicos, biólogos e geólogos, para fornecer uma análise cabal do impacto a ser ocasionado pelo empreendimento em caso de deferimento do pedido de licença ambiental. Torna possível, assim, uma mensuração aproximada sobre o nível do impacto, bem como dos possíveis danos a serem suportados pelo meio ambiente.
Mesmo que o relatório seja desfavorável ao empreendimento, não significa que as atividades, tanto para instalação quanto para operação, não poderão ser viabilizadas. Ao contrário, constatada a ocorrência de impactos ambientais negativos, o empreendimento poderá ser iniciado mediante apoio, por parte de seus idealizadores, à implementação e manutenção de unidade de conservação voltada à proteção ambiental.
O empreendedor não tem que criar, necessariamente, algo voltado à proteção e recuperação do meio ambiente. Mas, sim, despender valores com a finalidade de compensar os danos que seu empreendimento ocasionará ao equilíbrio ambiental. Tem-se, assim, a compensação pecuniária decorrente da constatação de impacto ambiental.
Tais efeitos e resultados negativos devem ser apurados e analisados pelo órgão ambiental na apresentação do EIA e do RIMA pelo empreendedor, em virtude do pedido de licenciamento ambiental realizado.
Assim, verificada a ocorrência de impactos ambientais significativos, o empreendimento, para ter prosseguimento em suas atividades, é obrigado a pagar valor a título de compensação pelos danos e degradações ao meio ambiente, baseado em percentual incidente sobre o montante total a ser gasto.
Até o período anterior à vigência do Decreto nº 6.848, não havia uma previsão máxima do percentual incidente sobre o valor total vinculado à execução do empreendimento. Apenas não poderia ser inferior, conforme previsto no § 1º, do artigo 36, da Lei n. 9.985/2000, a 0,5%. Ou seja, para o empreendedor nunca era certo o valor total que seria investido em suas atividades, uma vez que a quantia atribuída à compensação ambiental poderia influenciar consideravelmente em suas despesas.
A partir da instituição do decreto, o cálculo da compensação ambiental passou a ter um percentual limitado de 0,5%, gerando um grande alívio aos empreendedores brasileiros. A nova regra determina que o "Valor da Compensação Ambiental - CA será calculado pelo produto do Grau de Impacto - GI com o Valor de Referência - VR".
O Valor de Referência é "a somatória dos investimentos necessários para implantação do empreendimento, não incluídos os investimentos referentes aos planos, projetos e programas exigidos no procedimento de licenciamento ambiental para mitigação de impactos causados pelo empreendimento, bem como os encargos e custos incidentes sobre o financiamento do empreendimento, inclusive os relativos às garantias, e os custos com apólices e prêmios de seguros pessoais e reais".
Já o Grau de Impacto é o nível de impacto sobre os ecossistemas, calculado de acordo com índices determinados conforme a especificidade do caso. O percentual é delimitado pelo Grau de Impacto, que, após ser delineado mediante análise do empreendimento, deve atingir percentuais entre 0 e 0,5%.
Apesar desta delimitação do cálculo da compensação estar regulamentada, encontra-se pendente no Supremo Tribunal Federal (STF) uma Ação Direta de Inconstitucionalidade que tem como propósito discutir o método de cálculo da compensação ambiental. Ou seja, o decreto atual ainda pode sofrer alterações em seu texto, trazendo novas delimitações e as formas para o cálculo da compensação ambiental.
Fonte: Ex-Libris Comunicação Integrada.
Poluição afeta inteligência humana desde útero materno
O estudo realizado durante cinco anos com 249 crianças que viviam nos bairros de Harlem e Bronx, em Nova York, mostra que os HAP, hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, diminuem o coeficiente intelectual das crianças desde a gestação.
Os HAP são poluentes tóxicos produtos da combustão do carvão, do diesel, da gasolina ou do gás.
O estudo foi realizado pelo Columbia Center for Children's Environmental Health (CCCEH) e financiado pelo Instituto Nacional para a Saúde dos Estados Unidos (NIH).
As crianças expostas a altos níveis de HAP (2,26 nanogramas/m3) mostraram que possuem um coeficiente intelectual inferior em 4,31 a 4,67 pontos, ao das crianças não expostas.
"Estas conclusões são preocupantes pois estes desempenhos em termos de coeficiente intelectual podem ter consequências no desempenho na escola", disse Frederica Perera, professora de saúde ambiental e diretora do CCCEH.
Ela observou que os efeitos desta contaminação sobre o coeficiente destas crianças é similar aos diagnosticados em crianças expostas a níveis baixos de chumbo, nocivo para o sistema nervoso.
"As conclusões do estudo são uma fonte de preocupação porque o coeficiente intelectual é um determinante importante do futuro sucesso escolar e os HPA são muito usados nos centros urbanos em todo o mundo", acrescentou Perera.
(Fonte: Yahoo!)
Economia ecológica
Clóvis Cavalcanti, professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, destacou que os conceitos de meio ambiente são anteriores à economia. “Mas o meio ambiente pode e precisa existir sem a sociedade. O sistema econômico mundial deve se submeter e ser subordinado ao ecossistema e às leis da natureza”, disse o também membro fundador da Sociedade Internacional para a Economia Ecológica (ISEE, na sigla em inglês) e da Sociedade Brasileira de Economia Ecológica (ECOECO).
“Estamos acabando com o meio ambiente e com a vida social da Amazônia em troca de promessas muitas vezes vazias de aceleração do crescimento e do bem-estar humano, em que o aumento do PIB [Produto Interno Bruto] traz a destruição dos valores ambientais e culturais cultivados ao longo de séculos de convivência entre os habitantes da região”, disse.
Gonzalo Vasquez Enriquez, professor da Universidade Federal do Pará (UFPA), disse que “não é possível só crescer de forma exponencial, pois essa curva ascendente levaria o mundo a uma situação de colapso”, alertou ele, citando em seguida a importância do relatório The limits of growth, produzido em 1972 por uma equipe do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, para a organização não governamental The Club of Rome.
O relatório trata de problemas cruciais para o desenvolvimento da humanidade, como energia, poluição, saneamento, saúde, ambiente, tecnologia e crescimento populacional. “A sociedade pode e está destruindo a Amazônia, mas de alguma forma a humanidade terá que pagar por isso”, disse Enriquez.
“Os avanços tecnológicos não estão sendo suficientes para resolver o problema dos limites físicos dos bens naturais. O crescimento pelo crescimento está deixando cada vez mais evidente o limite dos recursos do meio ambiente, não trazendo soluções técnicas para a manutenção da biodiversidade e promovendo o aumento do poder e da necessidade de consumo pela sociedade moderna”, afirmou.
Para Philip Fearnside, pesquisador titular do Departamento de Ecologia do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), um grande desafio para o futuro da Amazônia é a criação de meios de conversão dos serviços oferecidos pela floresta, como a manutenção da biodiversidade e dos estoques de carbono, em um fluxo de renda para as comunidades que garanta o desenvolvimento sustentável da região.
“É bem melhor transformar algo que é sustentável em desenvolvimento do que tentar fazer com que uma forma de desenvolvimento não-sustentável se converta em sustentável”, disse o pesquisador que há mais de 30 anos tem se destacado no trabalho de apoio à valorização dos serviços ambientais da Amazônia.
“O desenvolvimento implica a criação de uma base econômica de suporte para a população e, a fim de ser sustentável, essa base de suporte deve manter-se por muito tempo”, apontou Fearnside que, antes do Protocolo de Kyoto (1997), já havia proposto a compensação dos serviços ambientais da floresta amazônica com base na manutenção de estoques de carbono, ou com pagamentos na forma de uma porcentagem anual do valor dos estoques.
(Fonte: Agência Fapesp)
Mudança climática torna os peixes cada vez menores
Os pesquisadores desse instituto público especializado na gestão sustentável dos recursos naturais estudaram as populações de peixes nos rios europeus, assim como no Mar do Norte e no Mar Báltico.
Sua conclusão, publicada na revista "Proceedings of the National Academy of Sciences", é que as diferentes espécies de peixes perderam em média 50% de sua massa corporal no transcurso de 20 a 30 anos e que a massa total dos peixes atuais nas águas europeias caiu 60%.
As espécies menores tendem a tomar proporcionalmente um lugar mais importante nos mares e cursos de água, explicou à AFP o principal autor do estudo, Martin Daufresne.
Os investigadores já sabiam que as águas mais cálidas são geralmente habitadas por espécies menores e que o aquecimento das águas têm consequências nos fluxos migratórios e nos hábitos de reprodução dos peixes.
Mas o impacto da retração dos peixes é enorme, estimou Daufresne. Os peixes menores colocam cada vez menos ovos e são em seguida presas menores para seus predadores, entre eles os humanos, o que tem consequências graves para a cadeia alimentícia e o ecossistema.
Apesar de a sobrepesca ter um impacto na diminuição do tamanho dos peixes, esta não é a única razão, observou o pesquisador.
"Nosso estudo estabelece que a temperatura tem um papel maior".
(Fonte: Yahoo!)
Empresas terão que acatar o "desmatamento zero"
Além de interromper o desmatamento, os fazendeiros terão de fazer a regularização ambiental e fundiária dos imóveis, em alguns casos em prazos mais rígidos que os sugeridos pelo MPF na proposta geral encaminhada ao setor.
A decisão vale para as propriedades dos grupos Santa Bárbara (fazendas Maria Bonita, Cedro, Espírito Santo e Castanhais) e Agropastoril do Araguaia (fazenda Santa Fé). As empresas haviam entrado com ações pedindo a suspensão dos embargos impostos pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
O juiz federal Carlos Henrique Haddad suspendeu os embargos, mas condicionou a manutenção da suspensão ao atendimento das propostas feitas pelo MPF. "Todas as empresas que se instalaram no Estado do Pará viram a possibilidade de auferir expressivos ganhos financeiros e não podem arrogar-se à condição de injustiçados pelo poder público se as regras do jogo foram alteradas", afirmou Haddad em sua decisão. "Precisam (as empresas) adaptar-se à nova realidade social e desprender-se das amarras que conduzem a um passado que não mais existe", ressaltou o magistrado.
(Fonte: Estadão Online)
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Manual do arquiteto descalço
domingo, 19 de julho de 2009
Empresa que recebeu lixo da Inglaterra fecha
Nilson Mariano
Dono da Alfatech, Falcade Júnior assegura que levou um trote dos britânicos. Ele conta que fez uma compra inicial, em janeiro, recebendo 16 contêineres (cerca de 150 toneladas) de aparas de plástico, conforme o combinado. Ao fechar o segundo negócio, surpreendeu-se com a chegada das 1.098 toneladas de lixo doméstico.
Desde que estourou o escândalo, a Alfatech vinha em dificuldades. Além da perda de clientes, foi autuada em R$ 633 mil pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) pela estocagem de lixo em Rio Grande, Santos e Caxias do Sul. Na sucessão de prejuízos, teria pago cerca de R$ 200 mil pela mercadoria aos britânicos, sem contar o frete, os impostos de importação e as despesas com o transporte marítimo. O custo operacional de cada contêiner está ao redor de R$ 3,5 mil.
Os 64 contêineres foram importados pela Alfatech, que garante ter comprado aparas de plástico – e não embalagens de talco, frascos de xampu e de detergente, bambonas, garrafas pet, fraldas usadas, cabides quebrados, luvas, tapetes rasgados, tampa de sanitário e outros rejeitos domésticos. Diante da repercussão negativa do episódio, a Alfatech perdeu clientes, que cancelaram encomendas. Situada no bairro Vila Nova, periferia de Bento Gonçalves, a recicladora passou a ser criticada, xingada por moradores indignados com a situação.
O chefe da Delegacia da PF em Rio Grande, João Manoel Vieira Filho, investiga se a Alfatech sofreu um golpe dos britânicos, comprando aparas de plástico mas recebendo lixo sujo. Ou, então, se a recicladora gaúcha está envolvida numa operação para descarte internacional de resíduos. Na próxima semana, Vieira Filho começará a ouvir os envolvidos, num trabalho conjunto com o Ministério Público Federal e a Receita Federal de Rio Grande.
Greenpeace faz alerta
O lixo europeu que veio parar em Rio Grande e Santos repercutiu entre os defensores do ambiente. Entrevistado por ZH, o diretor-executivo do Greenpeace Brasil, Marcelo Furtado, lembrou ontem que países ricos costumam enviar seus rejeitos para regiões pobres da África, América do Sul e Ásia, num triângulo de conivências entre exportador, transportador e importador.
– É mais barato, para eles, mandar esse lixo de navio do que providenciar o seu destino no país de origem – alertou.
Furtado ressaltou que o governo brasileiro deve agir, devolvendo imediatamente as 1.098 toneladas de lixo para a Inglaterra, para não criar um precedente.
– Se isso não der em nada, vai ficar a mensagem de que o Brasil é um bom destino para o lixo dos ricos. O Brasil precisa mostrar que esse tipo de comércio não é tolerado – afirmou o dirigente.
Fonte: REBIA Nacional / Zero Hora.
A Mãe Terra exige resgate climático
Pequim, (Terramérica) - Um estudo do Fórum Humanitário Mundial, encabeçado pelo ex-secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Kofi Annan, estima que o custo econômico e humano da mudança climática já chega a aproximadamente US$125 bilhões anuais, significando a perda de 300 mil vidas e afetando cada vez mais pessoas em todo o mundo, em especial os pobres. As medidas financeiras para alcançar o êxito na segurança climática vão além do que até agora consideram os principais países desenvolvidos e do que reclamam China e as nações em desenvolvimento.
Essas medidas não devem consistir apenas em fornecer uma soma global, mas também na aplicação de um pacote de compromissos firmes durante um longo prazo, com uma contribuição inicial da magnitude de pelo menos US$ 1 bilhão. A redistribuição de maciços recursos econômicos e humanos que hoje se destinam ao setor militar poderia satisfazer a maior parte das necessidades em matéria de segurança climática. Se trataria de dar prioridade à melhoria da vida no planeta em lugar de outorgá-la ao poder de matar.
Se a quantia de US$ 1 bilhão pode parecer irrealmente alta nas atuais circunstâncias, cabe lembrar que é apenas uma porção do que os Estados Unidos gastaram nas guerras do Iraque e do Afeganistão e nas atuais tentativas de resgate de suas principais instituições financeiras e de sua debilitada economia. Na crise da mudança climática há uma necessidade maior ainda de resgate do que na crise econômica e financeira, embora ambas estejam intrinsecamente relacionadas. Somos a civilização mais rica que já existiu. Podemos realmente aceitar que não estamos em condições de salvar a nós mesmos e as gerações futuras?
Há boas notícias quanto às promissoras dimensões do progresso tecnológico que nossa sociedade do conhecimento produziu. A informação cada vez mais sofisticada e a tecnologia proporcionam ferramentas que nos permitem entender e manejar os sistemas complexos que determinam o funcionamento de nossa civilização. Os países asiáticos melhor sucedidos economicamente, especialmente Japão e Coréia do Sul, nenhum bem dotado de recursos naturais, construíram seu êxito graças ao desenvolvimento de tecnologias avançadas e de altas taxas de investimento em educação e pesquisa. Além disso, a China faz progressos impressionantes para se transformar em uma economia baseada no conhecimento e na tecnologia, bem como outros países asiáticos em diferentes graus.
O que devemos fazer? Primeiro, necessitamos de um novo modelo econômico que integre as disciplinas tradicionais com as novas percepções da economia ecológica. Esta “nova economia” deve proporcionar bases teóricas que incorporem na política tarifária e nas contas nacionais os verdadeiros valores do ambiente e dos serviços proporcionados pela natureza. Também deve incluir um regime fiscal e de regulamentação com incentivos para o sucesso da sustentabilidade econômica, social e ambiental.
As ações das pessoas e suas prioridades dependem de sua motivação. Embora todos estejamos motivados pelo interesse próprio, em um plano mais profundo, a ética, a moral e os valores espirituais fornecem a base subjacente de nossa motivação. Grande parte dos atuais conflitos, violências e “terrorismos” surgem não de motivações econômicas, mas de ideologias extremas e de preconceitos profundamente arraigados.
Em uma economia de mercado que leva ao processo de globalização, o mercado proporciona os sinais que motivam a necessidade do desenvolvimento sustentável. É necessária uma política impositiva que favoreça os produtos e os procedimentos mais benéficos para o meio ambiente e a sociedade e que aumente as taxações dos que são nocivos. Porém, nenhuma nação pode adotar isoladamente essa política sem prejuízo para sua própria economia. Isto só pode ser efetivamente realizado no contexto de um acordo internacional obrigatório para todos os países.
A próxima Conferência Internacional sobre Mudança Climática, que acontecerá em dezembro em Copenhague, será uma das mais importantes e uma das mais difíceis. É um inquietante paradoxo que, enquanto o nosso futuro depende de graus de cooperação sem precedentes, vivamos uma crescente cooperação e divisão. Copenhague será um marco muito importante, talvez decisivo, no caminho para as mudanças fundamentais a fim de alcançar a segurança climática essencial para nossa sobrevivência, tanto quanto a sustentabilidade e o progresso que devemos aspirar. O tempo está se esgotando e não podemos deixar passar a oportunidade.
Entretanto, devemos nos dar conta de que ainda existem poucas evidências sobre os governos estarem preparados para concretizar os compromissos que nos levarão a essa nova era. Os países, as organizações e as pessoas que participam desse diálogo terão papel importante em Copenhague. Façamos com que as medidas para conseguir a segurança climática tenham a mais alta prioridade em nossas vidas, tal como esperamos que tenham para os governos.
* Maurice Strong foi secretário-geral da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Humano de 1972, da Cúpula da Terra de 1992, e primeiro diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). Direitos exclusivos IPS.
Crédito da imagem: Fabrício Vanden Broeck
LINKS
Site de Maurice Strong, em inglês
http://www.mauricestrong.net
Global Humanitarian Forum, em inglês
http://www.ghf-geneva.org/
Fonte: Envolverde.
Formiga ou elefante: Impactos serão sempre impactos
Ao optar por um ou outro produto, por uma ou outra empresa, no seu ato de compra, o consumidor estará fazendo uma opção de futuro. Ao tirarmos o dinheiro ou cartão de nossa carteira, estamos fazendo muito mais do que uma simples compra, estamos a referendar uma determinada maneira de fazer negócios. E isso independe do nosso grau de consciência e informação. O nosso agir diz sim ou não todo o tempo. O fato de termos ou não informações suficientes para agir e escolher de forma consciente os produtos e serviços disponíveis será determinante para o futuro da humanidade.
A busca por um mundo menos insustentável passa, necessariamente, pela conscientização dos pequenos e grandes impactos ambientais, causados por todo tipo de atividade humana, seja ela individual, coletiva ou empresarial. Todas elas merecem atenção e um grande esforço que, por vezes, requer profundas mudanças culturais e comportamentais. Uma delas é o exercício da cobrança sistemática que todos nós devemos fazer em relação às práticas adotadas pelos primeiro e segundo setores (público e privado, respectivamente).
Recentemente, ao prestar consultoria para um grande grupo empresarial, com fábricas em diversos estados brasileiros, reforcei minha convicção quanto à relevância do cidadão exercer seu poder de decisão de consumo e seu direito à informação. Quem já entrou numa fábrica com turnos ininterruptos e produção 24 horas vai entender o que vou dizer. Essa produção em escala possui um impacto enorme em consumo de água, energia e matérias-primas, independente do setor de atividades.
Apenas como exemplo ilustrativo, a gigante mineradora Vale do Rio Doce é responsável sozinha, vejam bem, pelo consumo de 4,5% de toda a energia elétrica do País (Estadão, 25/06). Portanto, as decisões tomadas pelas cúpulas diretivas de grandes grupos, como a Vale, não devem ser vistas meramente como algo de cunho privado e de interesse apenas de seus stakeholders. Elas devem e precisam ser acompanhadas por todos os cidadãos, por toda a sociedade brasileira. Uma decisão que reduza ou aumente os impactos causados por grandes corporações afetam a todos nós de uma maneira ou de outra.
Como colaborador do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente, trabalhei com informações e dados estatísticos que dão a exata noção da importância da mudança comportamental necessária e vital de cada indivíduo que habita nosso planeta. São atos cotidianos que, ao longo do tempo, provocam impactos significativos para o esgotamento dos recursos naturais disponíveis. Fechar uma torneira, reduzir o tempo de banho, deixar de usar o carro e desligar aparelhos elétricos são algumas das inúmeras medidas que todos nós, cidadãos e habitantes dessa querida esfera azul, devemos tomar para garantir a preservação dos recursos naturais.
Tive o cuidado de fazer essa colocação para deixar bem claro o meu apoio como pessoa e como profissional de comunicação a todas as iniciativas que visem conscientizar a população para a urgente necessidade de reduzir seus impactos ambientais. Mas quero destacar o poder do consumidor. Ao optar por um ou outro produto, por uma ou outra empresa, no seu ato de compra, esse consumidor estará fazendo uma opção de futuro. Ao tirarmos o dinheiro ou cartão de nossa carteira, estamos fazendo muito mais do que uma simples compra, estamos a referendar uma determinada maneira de fazer negócios. E isso independe do nosso grau de consciência e informação. O nosso agir diz sim ou não todo o tempo.
O fato de termos ou não informações suficientes para agir e escolher de forma consciente os produtos e serviços disponíveis será determinante para o futuro da humanidade.
Exercício do poder transformador
As organizações em geral são ciosas de suas marcas e têm estado atentas à movimentação dos consumidores, das organizações que os representam e da imprensa. Essa sensibilidade cada vez maior é um importante aliado para que suas decisões levem em conta seus impactos sociais e ambientais de maneira cotidiana e permanente.
Muitas empresas têm dado, cada vez com maior freqüência, demonstrações de que estão em busca de ações ligadas aos critérios de sustentabilidade. Nos últimos dias, inclusive, temos acompanhado decisões da iniciativa privada dignas de aplausos.
A divulgação do relatório do Greenpeace que apontou a pecuária como grande responsável pelo desmatamento ilegal na Amazônia causou diversas reações de setores públicos e privados. Primeiro a reação indignada do Ministério Público Federal ao exigir ações do poder público. Depois a decisão que obrigou as três maiores redes de supermercados do País, ou seja, Wal-Mart, Pão de Açúcar e Carrefour, a suspender a compra de carne das fazendas e frigoríficos suspeitos de cometer as ilegalidades apontadas pelo documento do Greenpeace. Já há alguns anos, ONGs ligadas ao consumo pediam que fosse feito esse rastreamento pelos próprios consumidores. Perguntei inúmeras vezes, em supermercados que frequento, qual a origem da carne ali vendida. A resposta, invariavelmente, era um “não sei”. Agora, a pressão exercida pelas principais redes de varejo criou um círculo virtuoso, repercutindo em toda a cadeia produtiva da carne e isso deve reforçar a voz do consumidor.
Depois do anúncio das redes varejistas, o Ministério Público do Pará informou que outras 35 empresas suspenderam compras de frigoríficos e fazendas que foram denunciadas pelo desmatamento. Portanto, o consumidor deverá se sentir ainda mais encorajado a perguntar no supermercado de sua região qual a procedência da carne. E não deveria parar aí. Esse é um exemplo motivador para que o consumidor fiscalize, exija o que lhe é de direito e denuncie os desmandos das empresas que atuarem de maneira irresponsável e insustentável em qualquer ramo de atividade.
Além do mais, o resultado dessa pressão legítima da sociedade e da iniciativa privada servirá para que os setores produtivos acabem por mudar outras realidades tão graves quanto a pecuária na Amazônia brasileira.
Setor público também pode e deve agir
Se diversos setores da iniciativa privada já estão a agir, a área pública também tem muito mais para contribuir com a coletividade do que, simplesmente, fazer cumprir as leis e recolher impostos da iniciativa privada. Notadamente no que se refere à sustentabilidade, não deve existir fronteiras nem limites para uma ação positiva. Contratar empresas que utilizem critérios de responsabilidade socioambiental é uma delas. Nossas autoridades também precisam enxergar além e, por meio dessa visão ampliada e de longo prazo, fazer a sua parte na cobrança, e no apoio a todas as iniciativas do setor privado que causem impactos positivos ou negativos para o conjunto da sociedade.
Um exemplo interessante foi o publicado pela Carta Capital (em edição de abril/2009), sobre a siderúrgica Belgo Bekaert Arames, que passou a usar a água da chuva como insumo. Isso foi possível graças a um sistema de coleta instalado nas unidades de Contagem (Minas Gerais) e Hortolândia (São Paulo). A água armazenada é utilizada para resfriar as máquinas durante o processo de produção de arames. Para se ter uma ideia do benefício dessa medida, a economia chega a 10 milhões de litros de água por mês, o que corresponde, segundo Carta Capital, ao consumo de uma cidade com 2,2 mil habitantes. Essa notícia me chamou a atenção, pois outras empresas poderiam adotar procedimentos semelhantes e, quem sabe, até contar com o apoio de autoridades públicas.
Qual a dificuldade dos chefes de executivo (prefeitos, governadores e presidente da República) e dos líderes do legislativo (senadores, deputados e vereadores) em sentarem com os líderes do chamado segundo setor, para discutir medidas que contribuam para reduzir o consumo de recursos naturais e as emissões de poluentes, o aproveitamento de materiais e reciclagem, entre outros processos que farão uma imensa diferença como vimos nos exemplos anteriores? E os cidadãos/eleitores/consumidores como agentes propagadores de pressão e transformação devem cobrar de seus representantes que atuem de maneira pró-ativa na busca pelo desenvolvimento sustentável.
As mudanças climáticas, a perda da biodiversidade e a escassez de recursos são razões suficientes para que abandonemos definitivamente a ideia de viver num mundinho restrito e compartimentado. Se a universalização dos problemas ambientais já é de conhecimento geral, as soluções também vão partir do esforço coletivo sem barreiras ou paredes.
O que precisa estar claro para todos nós, independentemente de raça, credo ou classe social, é que a máxima de Lênin para a guerra vale também para as questões que envolvem a sustentabilidade e o meio ambiente. Segundo o principal artífice da revolução russa, “Você pode não se interessar pela guerra, mas a guerra está interessada em você”. Fechar olhos, ouvidos e boca, definitivamente não é uma opção.
Fonte: Envolverde.
Lixo que veio ao Brasil em contêineres será devolvido, diz agência britânica
De acordo com a agência, cerca de 80 contêineres de lixo foram achados no Brasil, e os governo estão negociando sua repatriação.
O processo pode demorar algumas semanas, disse Liz Parks, funcionária da agência, à BBC.
A agência abriu uma investigação sobre a procedência do lixo, que teria sido exportado ilegalmente por duas empresas britânicas, segundo o jornal "Independent". De acordo com Parks, os responsáveis serão processados.
Fonte: www.globo.com
quarta-feira, 15 de julho de 2009
EDUCAÇÃO AMBIENTAL: INSCRIÇÕES PARA MINICURSOS
3452-6910. Os minicursos acontecem nos dias 22 e 29 de julho e 5 agosto, no Espaço Onda Verde, no Parque Adahil Barreto.
domingo, 12 de julho de 2009
Cientistas criam árvore artificial contra aquecimento global
A estrutura tem galhos semelhantes aos de pinheiros, mas não precisa de sol nem água para funcionar. O segredo está nas folhas, feitas de um material plástico capaz de absorver dióxido de carbono, um dos principais gases responsáveis pelo efeito estufa.
"Da mesma forma que o faz uma árvore natural, a medida que o ar flui pelas folhas, estas folhas absorvem o CO2 e o mantêm preso", explicou o cientista Klaus Lackner, geofísico do Centro de Engenharia da Terra da Universidade de Columbia, em Nova York.
No entanto, enquanto árvores e outras plantas armazenam o gás em seus tecidos, a árvore artificial guarda o CO2 em um filtro, que comprime o gás e o transforma em líquido.
Desta forma, o CO2 poderia ser enterrado e armazenado permanentemente debaixo da terra.
Tempo para novas tecnologias - Embora alguns ambientalistas critiquem os métodos de enterrar dióxido de carbono, Lackner afirma que o uso de suas árvores daria ao mundo tempo para encontrar alternativas melhores, como, por exemplo, o desenvolvimento de energias "limpas", que não produzem gases.
O grupo de pesquisadores americanos criou um protótipo pequeno, mas afirma ser possível produzir um modelo maior.
"O que vejo a curto prazo é um aparelho do tamanho de um caminhão no qual se podem instalar as folhas numa caixa parecida com o filtro de uma caldeira. Cada máquina teria 30 filtros que juntos mediriam 2,5 metros de altura e um metro de largura", disse Lackner.
Esta torre de atuaria como um centro de captação ao ar livre, enquanto o CO2 capturado ficaria armazenado em outra torre.
De acordo com Klaus Lackner, cada uma dessas árvores artificiais poderia absorver uma tonelada de dióxido de carbono por dia, tirando da atmosfera CO2 equivalente ao produzido por 20 carros.
Isso significa que, para que a tecnologia tivesse algum impacto sobre o clima no planeta, seriam necessários milhões de unidades delas.
No entanto, a tecnologia não é barata. Calcula-se que cada uma dessas máquinas custaria cerca de US$30 mil (quase R$ 60 mil).
Mesmo assim, Lackner acredita ter em suas mãos uma tecnologia economicamente viável.
"O mundo produz cerca de 70 milhões de carros por ano, quer dizer, a produção de unidades neste patamar é certamente possível e também existe espaço suficiente no mundo para instalar as máquinas", disse.
O pesquisador calcula que, se fossem instalados dez milhões de "árvores artificiais" no mundo, cerca de 3,6 gigatoneladas de CO2 seriam retiradas do ar todo ano.
Atualmente, o mundo produz 30 gigatoneladas de CO2 por ano.
Por isso, Lackner defende a sua invenção como parte de uma estratégia global, de forma a criar uma sociedade que seja neutra na produção e absorção de carbono.
Ibama: empresas inglesas enviam 290 t de lixo ao Brasil
Segundo a chefe do escritório regional do Ibama em Santos, Ingrid Maria Furlan Oberg, é a primeira vez que a Receita apreende lixo doméstico no Porto de Santos. "O cheiro era muito forte e até fiquei com dor de cabeça. Estava tudo misturado, jornal molhado, pano, embalagem com resto de alimento, de leite, peças de computador", disse Ingrid, que notificou a empresa para devolverem a carga à Inglaterra em dez dias, com mais dez prorrogáveis. Caso contrário, a empresa pagará multa diária pela permanência da mercadoria no País.
"O Brasil é signatário da Convenção de Basiléia, que foi feita para evitar que os países mandem lixo um para o outro. Isso é um crime ambiental", explica Ingrid. Segundo ela, o valor da multa foi calculado tendo como base dez vezes mais o custo que a empresa teria para dar um fim ao lixo na Europa. "Em 2004, apreendemos um lote de resíduos industriais, que é até mais grave. Lembro que foram mais de 12 contêineres com importações de diversos países europeus e também dos Estados Unidos. Foi a última vez que tivemos algo similar."
De acordo com a Receita Federal, com a identificação do crime, as alfândegas de todo o País estão com a atenção voltada para esse tipo de importação, mas, por enquanto, apenas foram identificados contêineres com lixo nos portos de Santos e Rio Grande.
(Fonte: Estadão Online)
sábado, 11 de julho de 2009
Decola primeiro avião tripulado movido a hidrogênio
Desenvolvido pela agência espacial alemã (DLR), o Antares foi criado a partir de um planador motorizado. Suas asas, com uma envergadura de 20 metros, receberam um reforço estrutural para suportar dois "tanques" extras, onde são acondicionados a célula de combustível e o tanque de hidrogênio.
Avião a hidrogênio
O avião a hidrogênio atinge uma velocidade máxima de 170 km/h, embora os engenheiros afirmem haver espaço para otimização, uma vez que o reforço estrutural feito no planador original garante que ele suporte velocidades de até 300 km/h. A autonomia de voo é de 750 km.
"Nós aumentamos tanto a capacidade e a eficiência da célula a combustível que finalmente pudemos construir um avião tripulado capaz de decolar e voar usando apenas a eletricidade gerada por elas," comemora o engenheiro Johann-Dietrich Wörner, da DLR.
As células usam hidrogênio como combustível, que é convertido em energia elétrica através de uma reação eletroquímica direta com o oxigênio do ar, sem qualquer combustão. O único resíduo gerado pelas células de combustível é água, resultante da reação do hidrogênio com o oxigênio.
Isso significa que o Antares DLR-H2 voa com emissão zero de CO2, além de não fazer quase nenhum ruído, com seus motores elétricos alimentados diretamente pela energia gerada pelas células a combustível.
Nível de eficiência
Tanque de hidrogênio do Antares DLR-H2 [Imagem: DLR ]A célula de combustível fica sob a asa esquerda e o tanque de hidrogênio fica sob a asa direita do avião. A célula é capaz de gerar até 25 kilowatts, embora o Antares consuma apenas 10 kW quando voando em linha reta e em velocidade de cruzeiro. Neste caso, a célula de combustível estará operando com um nível de eficiência de 52%.
A eficiência total do avião a hidrogênio, do tanque de hidrogênio até o motor elétrico, alcança 44%, o que o torna duas vezes mais eficiente do que os aviões com motores a combustão. Aviões alimentados por querosene têm eficiência entre 18 e 25%.
Outra inovação importante na viabilização do Antares foi a possibilidade de conexão direta da célula a combustível ao motor elétrico, eliminando sistemas de conversão e diminuindo o peso do sistema. O motor pode lidar diretamente com tensões entre 188 e 400 volts.
Aviões não-tripulados
Apesar do avanço representando pelo Antares DLR-H2, não se espera que as células de combustível a hidrogênio venham a ser usadas como sistema de propulsão em aviões comerciais num futuro próximo, o que exigirá substanciais avanços em sua eficiência e na diminuição do peso das suas estruturas.
As possibilidades de uso real da geração de eletricidade a partir do hidrogênio deverão se limitar ao abastecimento de sistemas internos dos aviões, a exemplo do que já acontece nos ônibus espaciais e na Estação Espacial Internacional.
A utilização do novo sistema de propulsão, contudo, é bastante promissora para aviões não-tripulados.
Fonte: Inovação Tecnológica.
Cientistas apresentam novo método de medir CO2
A reunião do G8, que conta também com a presença das principais nações em desenvolvimento, como o Brasil, ocupa as manchetes dos jornais mundiais não por suas grandes decisões, mas por causa do impasse entre ricos e pobres sobre como evitar os piores efeitos das mudanças climáticas.
Liderados pelos Estados Unidos, os países desenvolvidos concordaram em um corte de 80% das emissões de dióxido de carbono (CO2) em 2050, mas a proposta só será assinada se China, Índia e Brasil também aceitarem metas de redução. Porém, isto exigirá muitas negociações, já que estes países argumentam que um corte de emissões significaria a estagnação do seu crescimento econômico.
Talvez o primeiro passo para a solução desse dilema possa ser o novo método de medir as emissões mundiais desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, que utiliza um principio de equilíbrio baseado nas “responsabilidades comuns, porém diferenciadas” de indivíduos, e não das nações.
O método foi apresentado no artigo “Sharing Global CO2 Emissions Among 1 Billion High Emitters”, algo como “Dividindo as Emissões Globais de CO2 entre 1 bilhão de Grandes Emissores”, publicado nesta semana no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences. Entre outras coisas, o método possibilita que os três bilhões de pessoas mais pobres do planeta sigam utilizando combustíveis fósseis sem que isso prejudique o combate ao aquecimento global.
A proposta sugerida por eles é de usar emissões individuais para calcular as responsabilidades das nações no controle dos gases do efeito estufa (GEEs). Atualmente algumas estratégias para medir emissões utilizam o consumo de energia, o que é considerado injusto pelos autores porque disfarçaria as emissões das pessoas mais ricas de um país ao colocar elas juntamente com os pobres.
“Nosso método vai além de considerações per capita para identificar os grandes emissores, que na realidade estão presentes em todos os países”, afirma o time de pesquisadores, que inclui especialistas de diversas disciplinas ligados ao Instituto de Meio Ambiente da Universidade de Princeton, como o físico Shoibal Chakravarty, o economista Massimo Tavoni e os professores Stephen Pacala, de Ecologia e Biologia Evolucionária, e Robert Socolow, de mecânica e engenharia aeroespacial.
“A maior parte das emissões mundiais vem de cidadãos ricos ao redor do mundo, independente de sua nacionalidade”, afirmou Chakravarty. Segundo o pesquisador, as emissões vêm de estilos de vida que incluem viagens de avião, uso de automóveis e aquecimento de grandes residências. “Nós estimamos que em 2008, metade das emissões mundiais foram oriundas de apenas 700 milhões de pessoas.”
Os pesquisadores deram um exemplo de como o modelo funcionaria na prática: se, por exemplo, os governos concordassem que os níveis de emissões em 2030 devessem ser os mesmos de hoje, isso seria alcançado com um teto anual de 11 toneladas de CO2 por indivíduo. Nesse caso, um bilhão de pessoas seriam consideradas grande emissoras, numa população mundial de 8,1 bilhões. Atualmente, os europeus produzem 10 toneladas de CO2 por ano e os americanos, 20.
“Esses números reforçam nossa convicção de que os países industrializados devem tomar a liderança nas discussões para reduzir as emissões, porém a luta contra as mudanças climáticas deve ser de todos”, afirmou Ottmar Edenhofer, especialista em Economia de Mudanças Climáticas da Universidade Técnica de Berlim e membro do Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC).
Redução com crescimento econômico
A pesquisa mostra também que é possível combater o aquecimento global ao mesmo tempo em que se reduz a pobreza. Os autores calcularam que permitir que os três bilhões de pessoas mais pobres do mundo satisfaçam sua demanda de energia consumindo combustíveis fósseis, não interferiria nas metas de redução internacionais. O limite para essas pessoas seria mais brando, pois seria compensado por um limite mais rigoroso para os ricos.
Dessa forma, o artigo vem em uma boa hora para quebrar o impasse entre as nações sobre um acordo climático mundial. “Nas próximas décadas, políticas internacionais deverão acomodar as particularidades de países em desenvolvimento, cuja renda per capita disfarça a existência de grandes populações pobres e pequenos grupos muito ricos dentro da mesma nação”, esclareceu Socolow.
Este novo modelo de medição faz parte da Iniciativa de Mitigação de Carbono, baseada na Universidade de Princeton, que tem como objetivo fornecer suporte científico e tecnológico para pesquisas ambientais que resultem em um mundo mais seguro e com soluções efetivas e baratas para as mudanças climáticas.
Os pesquisadores da iniciativa foram também os responsáveis pela criação do conceito de “stabilization wedges”, uma estratégia que propôs maneiras concretas de prevenir o aumento de emissões globais de GEEs nas próximas décadas. Esse conceito foi mostrado com destaque no filme “Uma Verdade Inconveniente” do ex-vice-presidente norte-americano Al Gore.
sexta-feira, 10 de julho de 2009
CMRR capacita profissionais para a gestão integral de resíduos sólidos
Nesta semana, o Centro Mineiro de Referência em Resíduos (CMRR) forma cerca de 100 alunos dos cursos de Gestão e Negócios em Resíduos e de Montagem, Manutenção e Recondicionamento de Computadores (3RsPCs). Os cursos são gratuitos e buscam potencializar o papel do jovem na melhoria da qualidade socioambiental, além de ampliar a geração de trabalho e renda.
Dividido em quatro módulos, o curso de Gestão e Negócios em Resíduos prepara os estudantes para o mercado de trabalho, assim como para a organização e administração de seu próprio negócio a partir de resíduos domésticos (papel, plástico, madeira, metal e compostagem), específicos (de serviços de saúde, de construção civil, de postos de combustíveis, de supermercados) ou especiais (pneus, lâmpadas, pilhas e baterias).
Formada em Gestão de Resíduos, Denise Silva Chaves, 18 anos, é responsável pela gestão de resíduos e qualidade em obras da Santa Bárbara Engenharia. “Durante o ensino médio tinha muito receio do que eu iria fazer quando formasse no 3º ano. Hoje, com o que eu ganho, posso investir na minha formação. Faço o curso técnico em edificação no Senai. Meu próximo passo é formar e prestar vestibular para engenharia”, conta.
Já no curso de Montagem, Manutenção e Recondicionamento de Computadores (3RsPCs), os jovens aprendem a montar e desmontar computadores, o funcionamento de cada peça, e também freqüentam aulas de empreendedorismo e empregabilidade. O material utilizado durante as aulas é proveniente de máquinas não mais utilizadas pelos órgãos do Governo de Minas. Após o recondicionamento, os computadores são destinados a programas de inclusão social de comunidades carentes.
Márcio Vinícius Magela, 18 anos, finalizou em dezembro do ano passado o curso 3RsPCs. O garoto trabalha em uma empresa de informática e já se prepara para prestar o vestibular para o curso de Ciências da Computação. “Hoje tenho o diferencial de saber sobre reciclagem de computadores. Procuro passar para meus colegas as coisas que aprendi no curso”, comenta Magela.
Sobre o CMRR:
Iniciativa pioneira do Governo de Minas Gerais, o Centro Mineiro de Referência em Resíduos trabalha há dois anos com o objetivo de apoiar os municípios, empresas e cidadãos na gestão integrada de resíduos, por meio da disseminação de informações e capacitação técnica, gerencial e profissionalizante, visando à geração de trabalho e renda e à melhoria da qualidade de vida.
Sua atuação concentra-se em cinco áreas prioritárias: Apoio à gestão municipal de resíduos, Qualificação profissional; Comunicação e Informação; Pesquisa e Desenvolvimento; Educação ambiental e eventos (seminários, palestras, debates e oficinas, com foco no consumo consciente).
Localizado em Belo Horizonte, o espaço conta com auditório, biblioteca, área para realização de cursos e uma cozinha experimental, criada para orientar sobre redução do desperdício, reaproveitamento, reciclagem, tecnologia de alimentos e ações que envolvem o preparo de produtos úteis ao consumo da população. Possui ainda um espaço permanente para exposições, consolidando-se como um espaço múltiplo para o cumprimento de sua missão
Mais informações:
http://www.cmrr.mg.gov.br/ - Site oficial do centro
http://www.youtube.com/watch?v=bzdNWQUevvQ&feature=channel_page - CMRR fez 2 anos. Entrevista com especialistas e ex-alunos
quinta-feira, 9 de julho de 2009
EcoVision Festival 2009
JUSTIFICATIVA
Desde o início da Revolução Industrial, quando homem descobriu formas de trabalho mecanizadas, muitas tecnologias foram desenvolvidas, expandindo a produção e aumentando as emissões de gases de efeito estufa. Dessa forma, grandes centros urbanos industriais foram se abrindo, alterando as áreas de cobertura vegetal, retirando o habitat natural de muitas espécies animais e degradando, de forma brutal, as áreas de preservação ambiental.
Essas mudanças modificaram o ecossistema do planeta e causam uma série de problemas que afetam o clima de todos os hemisférios, como tempestades de chuvas, inundações, derretimento acelerado de geleiras, ventos, furacões, aquecimento global, e demais situações que hoje vivenciamos em todo o mundo. Compreendemos que o ambiente natural do planeta está à beira de um colapso e que precisamos sensibilizar homens e mulheres para essa tragédia que se anuncia, mas que não estamos dando a devida atenção.
Neste sentido, foi criado em Palermo na Sicília o ECOVISION, um Festival Internacional de Ambiental e Cinema, onde filmes dos mais diversos países mostram como andam as relações dos homens com o seu meio ambiente.
Sendo o Brasil um dos países de maior biodiversidade e possuidor de grandes áreas ainda intocáveis precisamos despertar na população uma tomada consciência quanto a importância da preservação do meio ambiente e de um desenvolvimento sustentado. Visando despertar o assunto meio ambiente para um grande número de pessoas estamos trazendo o ECOVISION Festival para ser também realizado em Fortaleza. Mostrando através de documentários os problemas que se deparam certas comunidades e países procuramos assim, que através da tomada de consciência tenhamos condições de evitar possíveis semelhanças.
Propomos, assim a realização do ECOVISION - Mostra Internacional de Meio Ambiente e Cinema (Palermo – Fortaleza) por tratar-se da criação de um espaço de exibição de conteúdo cinematográfico de temática ambiental, com vistas a sensibilizar ao público para as questões ambientais que nos afetam contemporaneamente, construindo um espaço de discussão da temática ambiental na cidade de Fortaleza.
OBJETIVOS
Objetivo geral
Realizar o Ecovision - Festival Internacional de Meio Ambiente e Cinema (Palermo - Fortaleza) que aborda o tema ambiental em Fortaleza, no período de 18 a 24 de julho 2009 no Anfiteatro do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura.
Objetivos específicos
- Fomentar a produção audiovisual documentarista que tem como tema o problema homem meio-ambiente
- Discutir o desenvolvimento eco sustentável, e os diferentes conceitos de meio ambiente entre ricos e pobres.
- Promover o conhecimento e contribuir para a difusão de filmes realizados por diretores que saibam tratar temas com sensibilidade e representar ao mesmo tempo momentos de inovação de autentica pesquisa lingüística, formal e artística.
- Favorecer intercâmbios com as outras áreas da cultura mundial.
- Ser uma atração cultural para os cearenses e visitantes de Fortaleza
- E-mail: info@ecovisionfestival.comIndirizzo e-mail protetto dal bots spam , deve abilitare Javascript per vederlo
- irenechiazzese@ecovisionfestival.comIndirizzo e-mail protetto dal bots spam , deve abilitare Javascript per vederlo
- Diretor: danieleottobre@ecovisionfestival.comIndirizzo e-mail protetto dal bots spam , deve abilitare Javascript per vederlo
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quarta-feira, 1 de julho de 2009
MMA vai fortalecer articulação dos estados contra desmatamento
Ela chamou a atenção para o que considera "os três maiores desafios para o combate ao desmatamento": os planos estaduais, as soluções comuns e a articulação com a sociedade, estados, municípios e governo federal. Izabella disse que o Sistema Nacional de Meio Ambiente, que agrega todas as esferas de governo e o movimento social, será retomado e fortalecido até o final da atual gestão. Segundo ela, "é preciso formular propostas estruturantes, que não mudem quando mudarem os governos", o que só é possível com uma ação coordenada.
O elo comum, apontado pela ministra, é o fim do desmatamento ilegal. Há, segundo explicou, uma nova orientação do Ministério do Meio Ambiente. Os estados terão que se articular, de forma rápida e eficiente, para apresentar um plano estadual de mudanças climáticas, enquadrado à realidade individual de cada um, mas moldado de forma integrada. As ações precisam ser tomadas de forma coordenada e os resultados aferidos segundo um novo processo, focado na mudança do modelo econômico com soluções sustentáveis.
Para Izabella, "há um esgotamento do modelo tradicional de gestão" dos recursos aplicados na política de combate ao desmatamento. Um exemplo é o próprio Fundo Amazônia, administrado pelo BNDES, que funciona de forma oposta ao sistema de aprovação de projetos pontuais e repasse de recursos para execução a partir de convênios. O financiamento dos projetos seguirá regras que se aplicam a qualquer outro tipo pelo banco e a contrapartida, o resultado esperado, será aferida. Ela chamou a atenção para o rígido controle social que deve pautar os gastos públicos na gestão ambiental. Questionada sobre os mecanismos de pagamentos por serviços ambientais, afirmou que "não é um arranjo institucional fácil" e "não há ainda o que se possa considerar uma posição de governo", que deverá surgir da articulação proposta.
Citando as cadeias de sociobiodiversidade e o Programa de Áreas Protegidas da Amazônia, o Arpa do MMA, Izabella disse aos representantes dos estados que a nova orientação exige o resgate do diálogo com os setores responsáveis pelas políticas sociais e de desenvolvimento, dentro e fora da estrutura do estado. Para ela, "as ações têm que ser discutidas com todas as vertentes econômicas e sociais". A secretária defendeu "uma visão mais ampla do movimento social", que requer a ampliação das discussões para vários setores, mesmo aqueles que não estão incluídos entre os interlocutores tradicionais da área ambiental. A Contag, que já assinou acordo com o Ministério do Meio Ambiente em defesa da agricultura familiar, e a Central Única dos Trabalhadores, que está negociando a qualidade ambiental e a saúde dos operários com o MMA, são exemplos da nova posição.
FONTE: http://www.meioambiente.gov.br/sitio/index.php?ido=ascom.noticiaMMA&idEstrutura=8&codigo=4897