sábado, 30 de maio de 2009
Semana do meio-ambiente
Semana do meio ambiente - SEMACE - programação
Semana do meio ambiente - Unifor - programação
Inscrição:
4 de junho, quinta, Teatro Celina Queiroz
19:00 Entrega das credenciais
19:30 Apresentação da Cia de Dança da UNIFOR: "Consciência"
Coreógrafa: Profª Andrea Castro
Coordenadora da Cia de Dança da Unifor
Bailarinos: Felipe Augusto de Araújo Teixeira
Manuella Martha Costa Matos Figlioulo
Emanoelle Cristine de Souza Diniz Campos
Vanessa Gomes Leite
20:00 Solenidade de abertura
20:30 Palestra: Administração e Meio Ambiente
Prof. Cleber José Cunha Dutra -Unifor-CCA
5 de junho, sexta, Auditório da Biblioteca Central
08:30 Palestra: Ecodesenvolvimento tecnológico - Isso existe?
Engª Christina Bianchi - CREA-CE
09:30 Palestra: A Inter relação da saúde e ambiente em uma abordagem ecossistêmica
Profª Dra. Maria do Socorro Vieira Lopes-Unifor
10:30 Filme e comentários: A CARNE É FRACA - 54min.
Instituto Nina Rosa
Debatedoras: Profª Márcia Thelma Marino-Unifor-CCT
Profª Mary Lúcia Andrade Correia-CCJ
Profª Maria Angelina S. Medeiros-Unifor-CCS.
Intervalo para almoço
14:30 Mesa Redonda: Poluição Sonora
Presidenta: Profª Francisca Magnólia D H Bezerra
Debatedores:Maj. PM Fernando Rocha Albano-PMF
Dr. José Francisco de Oliveira Filho-PGJ
Júlio César Costa-SEMAM
Profª. Sheila Pitombeira-Unifor-CCJ
Francisco Aurélio Chaves Brito-SEMAM
Engª Augusta Mª A. Quaresma-SEMACE
16:30 Palestra: Humanas e Meio Ambiente
Profª Sylvia Cavalcante-Unifor-CCH
17:30 Palestra: Direito e Meio Ambiente
Profª Sheila Pitombeira-Unifor-CCT
18:30 Palestra: Tecnologia e Meio Ambiente
Prof. Francisco Alexandre Rocha Pinto-SEMACE
6 de junho, sábado
07:30 Visita Técnica: Fábrica da YPIÓCA e a reserva ecológica particular Lagoa da Encantada. Serão disponibilizadas 40 vagas
*A programação é preliminar, estando sujeita a alterações.
VII Semana do meio ambiente da UFC - Programação
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Captação de água da chuva: da teoria à prática
O depoimento a seguir é do professor João Batista Pavesi Simão, que leciona no Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo, Campus de Alegre. Ele quis repassar ao leitores da Aguaonline sua experiência na construção de uma casa com preocupação de adaptá-las às condições ambientais e aproveitar o que a natureza coloca à disposição. Seu relato é ao mesmo tempo um incentivo aos demais leitores e uma gratificação por se constatar que é possível passar da teoria à prática ambiental com esforço e dedicação.
"Gostaríamos de compartilhar com vocês que, após muito discutirmos sobre conservação ambiental e racionalidade no consumo de água e energia elétrica com alunos, dentro de um mês estaremos concretizando um sonho de construir uma residência que inova em alguns itens correlatos: captamos a água de chuva e armazenamos em três caixas de 5.000 litros cada uma a partir de um telhado de 124m² - medição planimétrica.
A água armazenada, por gravidade, servirá para lavar roupa, para limpeza de pisos, para regar o jardim e para uma pequena área de lazer. O telhado tem estrutura metálica, não possui madeira o que é tradicional em minha cidade, e as telhas são de cerâmica pintada com tintas à base de água. Além disso, acima de um mezanino, há perfuração da laje, que permite iluminação natural em diversos ambientes de dois pisos, reduzindo a dependência de iluminação artificial. Esta mesma estrutura do teto permite uma troca de calor, refrigerando a casa por processo natural, onde o ar quente sobe para o telhado (até 3,15 m acima da laje).
Janelas e portas externas, quase em sua totalidade são de vidro blindex, com esquadrias de alumínio. Toda a madeira utilizada na construção (taipas, escoras etc.) eram de plantios de eucalipto ou pinus daqui de perto. Tive problemas, é verdade, os custos não foram pequenos também, porém não impactaram negativamente a obra, pelo contrário, estamos satisfeitos, eu e minha esposa, com as inovações.
Grande parte da decisão em construir dessa maneira devemos às leituras de artigos, inclusive publicados por vocês. Somos gratos e desejamos que continuem essa missão de buscar o desenvolvimento sustentável".
O professor tem mestrado em Microbiologia Agrícola pela Universidade Federal de Viçosa (1992) e doutorado em Agronomia (Solos e Nutrição de Plantas) pela Universidade Federal de Lavras (1999). Atualmente é Professor do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo, Campus de Alegre. Tem experiência na área de Agronomia, com ênfase em Fertilidade do Solo, Metais Pesados do Solo, Matéria Orgânica do Solo, Recuperação de Áreas Degradadas, Manejo de Bacias Hidrográficas e Educação Ambiental.
Fonte: Água Online.
segunda-feira, 25 de maio de 2009
Ilha das flores
sábado, 23 de maio de 2009
Download de livros!!!
sexta-feira, 22 de maio de 2009
Dia Internacional do Meio Ambiente lembra os riscos das espécies invasoras
O risco das espécies invasoras é lembrado hoje (22) no Dia Internacional da Biodiversidade. São consideradas invasoras aquelas espécies que não são típicas do ecossistema e podem afetar e até ameaçar a continuidade das espécies locais.
Um levantamento realizado em 2007, divulgado pelo Ministério do Meio Ambiente apresenta mais de 600 espécies invasoras, que podem causar prejuízos tanto aos ecossistemas naturais quanto à saúde humana.
De acordo com o engenheiro florestal e analista de projetos ambientais da Fundação O Boticário, Gustavo Gatti, estudos e pesquisas sobre comportamento, controle e manejo das espécies invasoras são fundamentais para a manutenção da biodiversidade e conservação da natureza. “Pela capacidade de adaptação que possuem e pela falta de predadores naturais, as espécies invasoras se alastram com facilidade, interferindo diretamente nos ambientes naturais onde foram introduzidas”, diz.
No Paraná será lançado hoje o Programa Estadual de Espécies Exóticas Invasoras, que envolve todas as iniciativas que estão sendo executadas desde 2005. O Programa vai atuar na prevenção, controle, monitoramento, capacitação técnica, informação, bases legais e políticas públicas relacionadas às espécies exóticas. A portaria 192/2005 do Instituto Ambiental do Paraná regulamenta a retirada destas espécies de Unidades de Conservação.
Programação
Em Porto Alegre (RS) no Largo Glênio Peres, praça em frente ao Mercado Público, no centro, será realizada a 3ª edição da Festa da Biodiversidade, das 8h às 19h. Diversas entidades e grupos culturais e ambientais da cidade, entre elas o – Instituto gaúcho de Estudos Ambientais – que vai disponibilizar material e informação sobre as ações que vem desenvolvendo em seus 10 anos de história.
Em Curitiba (PR), alunos das escolas municipais vão plantar mudas de árvores nativas no Parque Barigui, um dos mais importantes da capital paranaense. A ação faz parte do movimento internacional Onda Verde (The Green Wave), em que crianças de todo mundo farão o plantio de árvores em diversos países. A programação tem início às 14h, no Salão de Atos do parque, na ocasião o contador de histórias Carlos Carlos Daitschman contará uma história sobre espécies exóticas invasoras.
Dia Internacional da Biodiversidade
Dia 22 de Maio é dia internacional da biodiversidade. A biodiversidade é o termo utilizado para definir a variabilidade de organismos vivos, flora, fauna, fungos macroscópicos e microorganismos, abrangendo a diversidade de genes e de populações de uma espécie, a diversidade de espécies, a diversidade de interações entre espécies e a diversidade de ecossistemas.
Mais claramente falando, diversidade biológica, ou biodiversidade, refere-se à variedade de vida no planeta terra, incluindo a variedade genética dentro das populações e espécies, a variedade de espécies da flora, da fauna e de microrganismos, a variedade de funções ecológicas desempenhadas pelos organismos nos ecossistemas; e a variedade de comunidades, hábitats e ecossistemas formados pelos organismos.
Biodiversidade refere-se tanto ao número (riqueza) de diferentes categorias biológicas quanto à abundância relativa (equitabilidade) dessas categorias; e inclui variabilidade ao nível local (alfa diversidade), complementaridade biológica entre hábitats (beta diversidade) e variabilidade entre paisagens (gama diversidade). Biodiversidade inclui, assim, a totalidade dos recursos vivos, ou biológicos, e dos recursos genéticos, e seus componentes. A espécie humana depende da biodiversidade para a sua sobrevivência.
Atualmente, estima-se em 1,7 milhões o número de espécies identificadas. O número exato de espécies existentes sobre a Terra é ainda desconhecido e a sua estimação varia entre 5 e 100 milhões.
A extinção das espécies vivas presentes sobre o nosso planeta é um fenômeno natural que se inscreve no quadro do processo da evolução. Contudo, devido às atividades humanas, as espécies e os ecossistemas são hoje objeto de ameaças mais graves do que em qualquer outra época histórica. As perdas tocam particularmente as florestas tropicais onde vivem 50 a 60% das espécies identificadas, assim como os rios e os lagos, os desertos e as florestas temperadas, as montanhas e as ilhas. De acordo com as estimações mais recentes, tendo em conta as taxas atuais de desmatamentos, assistiremos ao desaparecimento de dois a oito porcento das espécies vivas do nosso planeta nos próximos 25 anos.
A Biodiversidade é uma das propriedades fundamentais da natureza, responsável pelo equilíbrio e estabilidade dos ecossistemas. As funções ecológicas desempenhadas pela biodiversidade são ainda pouco compreendidas, muito embora considere-se que ela seja responsável pelos processos naturais e produtos fornecidos pelos ecossistemas e espécies que sustentam outras formas de vida e modificam a biosfera, tornando-a apropriada e segura para a vida.
A diversidade biológica possui, além de seu valor intrínseco, valor ecológico, genético, social, econômico, científico, educacional, cultural, recreativo e estético. Com tamanha importância, é preciso evitar a perda da biodiversidade e cada vez mais preservá-la.
Ameaça à Biodiversidade Brasileira
O Brasil é considerado o país de maior diversidade biológica do planeta. Segundo o Ibama, órgão responsável pelas listas oficiais de espécies da fauna e da flora brasileiras ameaçadas de extinção, 219 espécies animais (109 aves, 67 mamíferos, 29 insetos, nove répteis, um anfíbio, um artrópode, um coral, um peixe e um crustáceo) e 106 espécies vegetais correm o risco de desaparecer. Entre elas, algumas estão praticamente extintas, como a ararinha-azul.
Os fatores que ameaçam a biodiversidade são a caça predatória e ilegal, a derrubada de florestas, as queimadas, a destruição dos ecossistemas para loteamento e a poluição de rios. Outro problema grave que ameaça a fauna e a flora brasileira é a chamada biopirataria, a saída ilegal de material genético ou subprodutos de plantas e animais para pesquisas sobre novos medicamentos e cosméticos no exterior sem o pagamento de patentes.
Baseada em um projeto de lei, a medida prevê que estados, municípios, proprietários privados e comunidades indígenas tenham direito a parte do lucro resultante de produtos obtidos de vegetais e animais descobertos em suas áreas, além de um maior controle das coletas.
A regulamentação no País da Convenção da Biodiversidade, assinada durante a ECO-92, no Rio de Janeiro, por cerca de 150 países, depende da aprovação desse projeto de lei. O Acre e o Amapá são os únicos estados brasileiros que possuem leis específicas sobre a biopirataria. No Acre, para ter acesso aos recursos naturais da floresta Amazônica, as empresas estrangeiras precisam se associar a uma empresa ou entidade brasileira de pesquisa. O Brasil, em decorrência de suas características geográficas, diversidade de recursos naturais e níveis distintos de industrialização, convive com problemas ambientais bem diversos.
Além da poluição, causada por dejetos domésticos, industriais e por agrotóxicos, e do problema do lixo, há a degradação de riquezas naturais. Nas grandes cidades as condições ambientais são nocivas, o desmatamento, a desertificação e a extinção de espécies biológicas (fauna e flora) ameaçam a biodiversidade e põem em risco a sustentabilidade dos ecossistemas e, por conseqüência, da própria qualidade de vida.
Segundo o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), o Brasil tem a maior taxa de desmatamento do mundo. Todos os anos, aproximadamente 18.200 km² da floresta Amazônica são desmatados, de acordo com relatório elaborado, entre 1995 e 1996, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pelo Ibama. Como conseqüência, há redução da biodiversidade, aumento da erosão e comprometimento dos cursos d’água. Outros efeitos indiretos também podem ocorrer, como alterações no regime de chuva e no clima.
Depois da Amazônia, a Floresta Atlântica é uma das áreas mais atingidas pelo desmatamento no País. Além destas, outras áreas de vegetação encontram-se ameaçadas por ocupação ou exploração inadequadas. Considerado um dos maiores patrimônios naturais do planeta, o Pantanal vem sofrendo progressiva degradação por causa da intensa expansão das atividades agropecuárias. Essa área é a maior planície inundável do mundo - 150.000 km² - com uma zona de cerrado, onde, nos pontos mais úmidos, crescem espécies árboreas de floresta tropical.
Fonte: Ambiente Brasil.
Descarte correto dos resíduos hospitalares e biológicos evita contaminação
A disposição correta de resíduos é um dos maiores desafios das grandes cidades. Alguns materiais exigem cuidados ainda maiores, como o caso dos resíduos hospitalares ou perfuro cortantes, utilizados em alguns procedimentos.
Além do prejuízo ao meio ambiente, é preciso levar em consideração a segurança de quem faz o transporte desses materiais e a forma como são acondicionados.
Para o descarte seguro, eles devem ser depositados em recipientes apropriados, que evitem a contaminação do meio ambiente e das pessoas que possam ter contato, de acordo com a enfermeira Noemi Dias de Souza Perrota, professora do curso de graduação em enfermagem da Universidade Presidente Antonio Carlos – UNIPACUNIPAC, em Minas Gerais.
“Lixo e resíduos lançados indiscriminadamente agridem as pessoas, animais e o ambiente, gerando doenças, acidentes e várias formas de contaminação”, explica a enfermeira.
Resíduos biológicos domiciliares como fluidos corporais, sangue, secreções, seringas e materiais utilizados por pessoas com diabetes, também devem ser descartados em recipientes apropriados, separadamente do lixo orgânico.
“Os coletores desse tipo de material depois de cheios devem ser descartados e coletados separadamente para ser encaminhado aos serviços de coleta do município que encaminham o lixo e o lixo hospitalar”, afirma Perrota.
Fonte: Ambiente Brasil.
quinta-feira, 21 de maio de 2009
Resistindo bravamente
Um grupo internacional de cientistas identificou a maior população no mundo de tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea), também conhecida como tartaruga-gigante. A espécie, que atinge mais de 500 quilos, corre sério risco de extinção.
Os pesquisadores estimam que existam entre 15.730 e 41.373 fêmeas em praias do Gabão, na África, em áreas onde são feitos trabalhos de conservação da espécie marinha, a maior entre as tartarugas atuais e a quarta maior entre os répteis, depois de três crocodilianos.
A espécie também está na lista de espécies ameaçadas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Segundo o projeto Tamar, a estimativa mundial era de 34 mil fêmeas em idade reprodutiva. Ou seja, com o novo estudo, a população aumenta consideravelmente.
O estudo, publicado na edição de maio da Biological Conservation, destaca a importância dos esforços de conservação da biodiversidade. A tartaruga-de-couro teve suas populações nos oceanos Pacífico e Índico reduzidas em mais de 90% nas décadas de 1980 e 1990.
A União Internacional para Conservação da Natureza lista a espécie como “criticamente ameaçada”, mas há carência de registros populacionais no Atlântico, especialmente na África.
O novo estudo foi coordenado por pesquisadores da Universidade de Exeter, no Reino Unido, em parceria com a Wildlife Conservation Society, por meio da Gabon Sea Turtle Partnership, uma rede de organizações que atua na proteção de tartarugas marinhas.
Os pesquisadores colheram dados durante três estações de assentamento, entre 2002 e 2007. O levantamento envolveu a produção de registros aéreos por 600 quilômetros, cobrindo toda a costa do país no oeste africano. Além de fotos e vídeos para análise, foi feita o monitoramento detalhado em solo por toda a área.
Ao cobrir toda a costa, os cientistas puderam estimar não apenas o número de ninhos e de fêmeas poedeiras, mas também identificar os principais pontos de assentamento, dado fundamental para o desenvolvimento de trabalhos de conservação da espécie.
O levantamento apontou que 79% das áreas de assentamento identificadas estão dentro de parques nacionais e outros locais protegidos.
“Sabíamos que o Gabão tinha uma importante área de assentamento para a tartaruga-de-couro, mas não conhecíamos o tamanho da população e sua participação no total mundial. Agora, estamos direcionando nossos esforços para trabalhar com agências locais de modo a coordenar trabalhos de conservação. O objetivo é garantir que essa população esteja protegida contra ameaças como pesca ilegal, poluição ou mudanças climáticas”, disse Matthew Witt, da Universidade de Exeter, um dos autores do estudo.
Mais informações: www.seaturtle.org/groups/gabon
Fonte: Agência FAPESP.
Lula reduz valor pago por impacto ambiental
Meio Ambiente defendia taxa de 2% de compensação ambiental; valor é usado na conservação de parques e áreas federais de proteção
MARTA SALOMON
Decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva reduziu o valor da compensação ambiental a ser pago por empreendimentos, como a construção de rodovias e hidrelétricas, por seus impactos no meio ambiente. A nova regra prevê um teto para a cobrança -de 0,5% sobre uma parcela do valor da obra- e atenua o custo da exploração de petróleo no pré-sal.
A cobrança da compensação ambiental foi tema de divergências no governo, e o valor arbitrado por Lula não apenas é inferior ao cobrado desde o início da década como está bem aquém do percentual proposto pelo Ministério do Meio Ambiente. Antes, o piso da compensação era de 0,5% sobre o valor total da obra, e o MMA advogou aumentar para 2%.
De acordo com o decreto presidencial, a cobrança da compensação ambiental tem agora teto de 0,5%. Esse percentual não se aplica mais sobre o valor total do empreendimento, como acontecia até o ano passado. O cálculo passou a descontar do valor total do empreendimento os custos do licenciamento ambiental e da mitigação de impactos sobre o meio ambiente, assim como os custos financeiros.
Até 2008, a cobrança da compensação ambiental tinha piso de 0,5%. Essa regra foi considerada inconstitucional pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em abril do ano passado.
Provocado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), o Supremo decidiu que o cálculo da compensação ambiental não poderia ser feito com base em um percentual fixo do custo total da obra.
A nova regra para o cálculo da compensação ambiental, além de considerar apenas uma parcela do custo total do empreendimento, leva em conta o impacto da construção sobre a biodiversidade, o comprometimento de áreas consideradas prioritárias para a conservação ambiental no país e a eventual influência em unidades de conservação já existentes.
No caso da exploração de petróleo no pré-sal, a regra prevê um custo menor da compensação quanto mais distantes as reservas petrolíferas estiverem da superfície do mar. O decreto do presidente Lula, publicado na edição da última sexta-feira do "Diário Oficial da União", prevê ainda que as empresas poderão recorrer do valor fixado pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
O dinheiro arrecadado com a compensação ambiental é usado na conservação de parques nacionais e áreas federais de proteção ambiental.
O decreto tem a assinatura do ministro Carlos Minc (Meio Ambiente), que foi vencido nas discussões com seus colegas Dilma Rousseff (Casa Civil), Geddel Vieira Lima (Integração Nacional), Edison Lobão (Minas e Energia) e Alfredo Nascimento (Transportes).
Fonte: REBIA Nacional / Folha Online.
EXCLUSIVO: Veículos na mira – Estados Unidos estabelecem metas de redução de emissões Brasil também discute o tema
Na última terça-feira (19), o Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), discutiu na Câmara Técnica de Controle e Qualidade Ambiental a proposta que prevê a implantação do Programa de Inspeção e Manutenção de Veículos em Uso, no mesmo dia em que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou um plano de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa.
O programa brasileiro pretende medir a quantidade de poluentes emitidos pelos veículos, mas só deve ser votado no meio deste ano, de acordo com a secretária de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Suzana Kahn.
“As discussões já estão bem avançadas, a parte técnica da proposta é o resultado de um trabalho intenso feito por instituições como o InMetro, Departamento Nacional de Trânsito ( Denatran), estados - especialmente o Rio de Janeiro e São Paulo - e a prefeitura de São Paulo”, afirmou Kahn durante o evento.
Nos Estados Unidos as normas passam a vigorar em 2012. Com um corte de 30% nas emissões, os veículos precisarão apresentar padrões mais elevados de eficiência. Automóveis e caminhões leves, por exemplo, deverão ter como padrão 15 km por litro de combustível.
A medida representa economia de combustível, redução de poluentes na atmosfera e impulsionará as pesquisas em investimentos nas montadoras.
Obama anuncia limites para emissões de veículos
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou nesta terça-feira (19) um plano de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa que vem sendo considerado "histórico" por especialistas e que deverá estabelecer pela primeira vez um padrão de limites de poluição para veículos no país.
As novas regras, que passarão a valer a partir de 2012, preveem corte de 30% nas emissões de automóveis e caminhões leves até 2016. Os veículos também deverão apresentar um padrão de eficiência de 15 km por litro de combustível.
O novo plano deverá representar uma economia de 1,8 bilhão de barris de petróleo até 2016 e será o equivalente a tirar 177 milhões de carros das ruas, diz a Casa Branca.
O preço de novos veículos deve aumentar em pelo menos US$ 1,3 mil (cerca de R$ 2.670) até 2016 com os novos padrões de eficiência.
Prioridade - Segundo o correspondente da BBC em Washington Jonathan Beale, Obama fez do combate às mudanças climáticas uma prioridade.
Até agora, apenas alguns Estados, como a Califórnia, adoraram medidas para combater as mudanças climáticas, diz Beale.
A indústria automobilística dos Estados Unidos vinha resistindo às mudanças. No entanto, diante da crise econômica e do fato de ter de contar com ajuda do governo, as companhias passaram a apoiar as novas regras.
O plano apresentado por Obama ainda deverá ser aprovado pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos e pelo Departamento de Transportes.
(Fonte: Estadão Online).
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Temperatura da Terra subirá antes do previsto, diz MIT
Sem qualquer ação, "há significativamente mais risco do que estimávamos previamente", disse em comunicado Ronald Prinn, autor do estudo. Os resultados das projeções são divulgados no momento em que os legisladores dos Estados Unidos trabalham para chegar a um acordo para regular as emissões de gases do efeito estufa relacionados às mudanças climáticas. O Comitê de Energia e Comércio da Câmara estuda uma lei para cortar as emissões de gases do efeito estufa em 17% até 2020, tendo como base os níveis de 2005, e em 83% até meados do século.
O estudo, que será publicado neste mês no American Meteorological Society's Journal of Climate, "aumenta a urgência para uma significativa ação política", disse Prinn. O levantamento foi financiado pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos e patrocinado por um programa conjunto que inclui agências do governo, companhias de gás e petróleo, empresas públicas e grandes bancos. As informações são da Dow Jones.
(Fonte: Estadão Online).
A complexidade da Engenharia Ambiental
A resposta é simples e direta: Sim ele precisa; e isso decorre dado a complexidade da Engenharia Ambiental.
Para início de conversa, é necessário fazermos uma parada para definir o que é complexidade.
Ao contrário da linguagem popular que define complexidade como sinônimo de dificuldade ou de complicação, aqui, a complexidade terá o significado etimológico que a palavra comporta e no qual Morin (2001, pg. 20) utiliza, como sendo aquilo que é tecido junto.
Complicado? Não, somente complexo.
A ciência desenvolveu-se seguindo os princípios citados por René Descartes no seu Discurso sobre método. Tais princípios sugeriam que os problemas fossem divididos em parcelas menores e, através da solução de cada parcela dessa, teríamos a resolução do problema maior. Noutro princípio, Descartes sugeria que conduzissemos nosso pensamento por ordem, começando pelos assuntos mais simples e mais fáceis de conhecer, para atingir, pouco a pouco, o conhecimento de assuntos mais complexos (Morin, 2004, pg. 87). Vocês vêem algo de errado nisso?
Aparentemente não, até porque, fomos educados para agir dessa forma. Mais hoje, tardeamente, estão descobrindo, apesar de Edgar Morin ter mostrado isso há tempos, que essa visão de mundo não é mais adequada para a solução dos problemas atuais.
É claro que não se deve esquecer dos grandes adventos que a ciência nos proporcionou, mas seguir cegamente os princípios propostos por Descartes, deixou em nós uma visão reducionista das coisas. É preciso substituir um pensamento que isola e separa por um pensamento que distingue e une. Um pensamento que não isole o todo de suas partes, pois o todo é sempre maior e menor do que a soma das partes.
E aonde eu quero chegar com todo esse papo meio filosófico?
Como menciona Morin (op cit, pg. 28) a partir dos anos 70 a pesquisa ecológica estendeu-se à biosfera como um todo, sendo esta concebida como um megassistema auto-regulador que admite em seu âmago os desenvolvimentos técnicos e econômicos propriamente humanos que passam a perturbá-lo.
E continua dizendo que a Ecologia, que tem um ecossistema como objeto de estudo, recorre a múltiplas disciplinas físicas para apreender o biotopo e às disciplinas biológicas (Zoologia, Botânica, Microbiologia) para estudar a biocenose. Além disso, prestem bem atenção nessa parte, precisa recorrer às ciências humanas para analisar as interações entre o mundo humano e a biosfera.
E termina: "Disciplinas extremamente distintas são associadas e orquestradas na ciência ecológica."
Portanto, é necessário que estudemos várias ciências que aparente não estão ligadas, mas com o aprofundamento, mostrará o elo de ligação existente entre elas. Essa é a causa da Engenharia Ambiental ter tantas cadeiras de diferentes ciências.
Referências:
MORIN, Edgar. Introdução ao pensamento complexo. 3ª Ed. 2001.
MORIN, Edgar. A cabeça bem feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. 9ª Ed. Rio de Janeiro. Bertrand Brasil, 2004.
sábado, 16 de maio de 2009
ONU divulga textos para negociação de tratado climático
Dois documentos com 68 páginas no total também dispuseram opções sobre assuntos controversos, como energia nuclear, comercialização de emissões, florestas, navegação ou aviação sob um novo pacto da ONU contra o aquecimento global, previsto para ser aprovado em Copenhague em dezembro.
"Isso tem como objetivo fazer avançar o processo de negociação", disse à Reuters por telefone John Ashe, embaixador de Antígua e Barbuda na ONU. Ashe foi quem reuniu os textos como chefe de um grupo da ONU que analisa os futuros cortes nas emissões dos países ricos.
"Há uma diferença enorme entre os diversos números apresentados pelas partes", afirmou ele. "Não será possível agradar a todos. Todos ficarão insatisfeitos com o resultado de Copenhague, mas minha esperança é de que o resultado disso seja bom para o planeta."
Os países em desenvolvimento, que culpam os ricos de provocar o aquecimento global por queimar combustíveis fósseis desde a Revolução Industrial, pedem por cortes muito maiores do que os planejados pelos governos dos países desenvolvidos, agora atingidos pela recessão.
Uma das sugestões mais radicais pede que os países ricos cortem suas emissões em mais da metade do que era registrado em 1990 até 2018-2022 a fim de deter o aquecimento global, que, segundo o Painel Climático da ONU, provocará o aumento no nível dos oceanos, ondas de calor, enchentes e secas.
O presidente Barack Obama, por exemplo, visa reduzir as emissões dos EUA para os níveis de 1990 até 2020, aproximadamente 14 por cento abaixo dos níveis de 2007.
Um outro texto da ONU - que contará com metas para as emissões mundiais até 2050 e possíveis ações dos países em desenvolvimento liderados por China e Índia - será publicado no dia 18 de maio. Todos os textos serão discutidos na próxima conferência sobre mudança climática da ONU que ocorrerá em Bonn entre 1o e 12 de junho.
(Fonte: Estadão Online)
sexta-feira, 15 de maio de 2009
Brasileiros caem para 2º em ranking de consumo ambiental
Londres, ex - A pesquisa foi feita através de questionários pela internet com 17 mil pessoas em 17 países. As perguntas eram sobre comportamento dos consumidores em relação a uso de energia, escolhas de transporte, fontes de alimentos, uso de produtos verdes e orgânicos, atitudes em relação ao ambiente e consciência sobre problemas ambientais.
Especialistas em ambiente analisaram as respostas e elaboraram o "Greendex 2009" (ou "Índice Verde 2009"). A pesquisa foi feita pela National Geographic Society e pela empresa GlobalScan.
Consumidores dos países emergentes foram considerados mais conscientes do meio ambiente do que os cidadãos de países desenvolvidos. Índia, Brasil e China lideram o ranking. Japão, Canadá e Estados Unidos ocupam os últimos lugares.
Consumo de carne
O Brasil foi o único país entre os 17 analisados que caiu no ranking deste ano em comparação com 2008. O resultado ocorreu devido a piores hábitos dos brasileiros em relação a consumo de comida, compra de bens e escolhas de transporte.
O pior resultado dos brasileiros, segundo os especialistas, foi no item sobre consumo de alimentos. O país ficou em 14º entre os 17 países.
A pesquisa mostrou que os brasileiros são o segundo maior consumidor de carne bovina, atrás apenas da Argentina. Cinquenta e sete por cento dos brasileiros disseram comer bife mais de uma vez por semana. Esse indicador é considerado negativo pelos especialistas, que afirmam que a produção de carne requer um consumo intensivo de água, causando danos ao ambiente.
O Brasil também recebeu uma avaliação pior este ano nas respostas sobre aquisição de bens. Os brasileiros ainda estão entre os consumidores que mais evitam comprar produtos que são nocivos ao ambiente, mas a quantidade de pessoas no Brasil com essa preocupação caiu em 11%, segundo o levantamento.
A boa posição do país no ranking deve-se aos hábitos domiciliares dos brasileiros, considerados os melhores entre os 17 países avaliados. Oitenta e nove por cento das pessoas que responderam ao questionário no Brasil moram em residências com menos de cinco quartos. Os brasileiros também estão usando mais fontes limpas de eletricidade e, graças ao clima tropical, não utilizam sistemas de aquecimento nas suas casas com a mesma frequência que consumidores dos outros países.
Greendex 2009
1. Índia
2. Brasil
3. China
4. Argentina
5. Coréia do Sul
6. México
7. Hungria
8. Rússia
9. Espanha
10. Alemanha
11. Suécia
12. Austrália
13. França
14. Grã-Bretanha
15. Japão
16. Canadá
17. Estados Unidos
Fonte: Eco-Fonanças / BBC.
Paraná cria nova legislação para preservar seu estoque pesqueiro
Entre as principais mudanças estão a proibição do uso de redes nas proximidades de ilhas do litoral paranaense, com distância mínima de 100 metros para a pesca de fundeio (rede fixa armada no fundo do mar) e de 50 metros para a pesca de caceio (rede é jogada e a maré vai levando). Entretanto, a nova determinação, abre algumas exceções para a pesca no interior das baías de Guaratuba, Paranaguá, Guaraqueçaba, Antonina e Laranjeiras.
De acordo com o secretário, as mudanças na resolução atendem às necessidades das classes pesqueiras. "Esta nova resolução garante a continuidade da pesca amadora esportiva e a sobrevivência de muitas famílias que dependem da pesca profissional. Essas adaptações foram apresentadas pelos próprios pescadores e conseguimos chegar a um denominador comum", revela Rasca.
Outra mudança significativa na resolução é a inclusão do Rio Boguaçu, inserido no Parque Estadual do Boguaçu, no município de Guaratuba, entre os locais proibidos tanto à pesca esportiva quanto à pesca profissional.
As modificações foram determinadas com o aval da classe pesqueira, além da Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca (SEAP), do governo federal. "O resultado da reunião foi muito proveitoso, pois levamos os próprios pescadores para opinarem sobre a legislação. Acho que quando todos cedem um pouquinho conseguimos grandes resultados", avaliou José Wigwesti Zeca, superintendente da SEAP no Paraná.
Já Edmir Ferreira, presidente da Federação de Pescadores do Paraná (entidade que representa os pescadores profissionais), acredita que a resolução evoluiu com o debate de todos os segmentos e quem ganha com isto é o meio ambiente. "A reunião foi boa para todos, mas quem sai como vencedor é o meio ambiente e sua biodiversidade", salientou.
João Carlos Garcia, presidente da Liga Paranaense de Pesca Esportiva, assegura que a comunidade esportiva respeita as decisões da nova resolução. "A pesca esportiva aprova a nova resolução, que promove o desenvolvimento do turismo e da pesca esportiva amadora e profissional sustentável no nosso litoral", disse.
REGRAS - Nos demais meses, poderão ser capturados até sete exemplares, independentemente da espécie do peixe, por pescadores esportivos amadores ou praticantes da pesca subaquática. Neste caso, devem ser observados os tamanhos e pesos permitidos para cada espécie. Para o robalo-peva o tamanho mínimo é 40 centímetros e o máximo, 50. Já para o robalo-flexa o tamanho permitido varia entre 60 e 70 centímetros.
De acordo com a nova regulamentação, cada pescador esportivo ou de pesca subaquática poderá capturar e transportar apenas um único exemplar da espécie com medidas excedentes ao tamanho máximo permitido - que será considerado troféu. Confira a resolução em anexo para obter maiores informações ou acesse www.meioambiente.pr.gov.br.
Fonte: Setor da Comunicacao Social - SEMA.
terça-feira, 12 de maio de 2009
Mudança climática é maior ameaça aos mares, dizem cientistas
"A maior ameaça que se abate sobre os oceanos é a derivada da mudança climática", afirmou Gabriele Goettsche-Wanli, diretora da divisão de Assuntos Oceânicos e Lei do Mar das Nações Unidas, em seu discurso durante a primeira jornada da Conferência Mundial dos Oceanos.
Participam da conferência realizada na cidade indonésia de Manado, ao norte das ilhas Célebes, cerca de 1,8 mil cientistas e funcionários de delegações de pelo menos 64 nações, para examinar os efeitos da mudança climática nos oceanos.
Em uma das primeiras reuniões realizadas no marco da conferência, os especialistas alertaram sobre as repercussões da alta das temperaturas registradas nos oceanos.
Gabriele assinalou que os estudos realizados por especialistas da ONU, indicam que o nível das águas aumentará "um metro ou mais para o ano 2100", o que afetará cem milhões de pessoas na Ásia, 40 milhões na Europa, e cinco milhões na África e América.
A especialista da ONU explicou que, além disso, a mudança climática é um perigo para a sobrevivência das espécies que habitam nos polos, pela diminuição de seu habitat e a chegada de outras próprias de climas mais quentes.
Outros aspectos destacados pelos cientistas foram a absorção em massa de dióxido de carbono (CO2) nos mares e as alterações nas correntes marinhas.
"É necessário um sistema integrado de observação oceânica para entender melhor os oceanos e como afetam e são afetados pela mudança climática", disse outro especialista na conferência.
A conferência dos oceanos é uma iniciativa da Indonésia destinada a chamar a atenção da comunidade internacional, que ao término das reuniões, acertará uma declaração não vinculativa que influa nas negociações sobre o protocolo que substituirá o de Kioto, que expira em 2012.
(Fonte: Estadão Online)
segunda-feira, 11 de maio de 2009
Pescadores geram 10% do lixo marinho, dizem agências
Milhares de animais marinhos morrem todos os anos por causa do lixo jogado no mar/Foto: Lorando Labbe
Redes perdidas
Carlos Araújo & Michelle Alves de Lima
Um estudo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, sugere que 10% do lixo marinho estão sendo produzidos por pescadores. O número equivale a 640 mil toneladas.
A pesquisa, realizada em parceria com uma outra agência da ONU, FAO, mostra que materiais de pesca abandonados no mar não só afetam o equilíbrio ecológico, mas também colocam em risco as embarcações.
Resíduos
O documento foi publicado nesta quarta-feira em Roma e Nairóbi, sedes das duas agências.
Pela pesquisa, a situação piorou por causa do aumento do número de pescas e também de redes sintéticas.
A maior parte do material não é atirada diretamente no mar, mas sim perdida em tempestades ou correntes fortes.
Alternativas
Para resolver o problema, a FAO e o Pnuma recomendam ajuda financeira para os pescadores que notificarem a perda de material no mar.
Além disso, as agências sugerem a instalação de aparelhos nos barcos que indiquem a localização das áreas onde as redes foram perdidas.
Uma outra sugestão da FAO é a fabricação de redes feitas com material biodegradável.
Apresentação: Eduardo Costa, Rádio ONU, em Nova York.
Fonte: Eco Desenvolvimento / REBIA Nacional.
Pesquisa: Portal do Meio Ambiente.
Fuligem responde por um terço do aquecimento global
Novas estimativas, feitas por vários grupos de pesquisa, estimam a importância de controlar o chamado carbono negro, fruto de qualquer processo de combustão.
A fuligem integra a classe dos aerossóis, partículas cujo papel no aquecimento e no resfriamento do planeta durante o século 20 é uma das principais incertezas do relatório do IPCC, o painel do clima da ONU. Agora os pesquisadores começam a diminuir essa incerteza.
"Em São Paulo, a maior fonte desse poluente é a frota de ônibus a diesel", diz Paulo Artaxo, físico da USP (Universidade de São Paulo), e membro do IPCC.
Nas contas feitas pela equipe do cientista, a capital paulista tem 20 vezes mais carbono negro em suspensão na sua atmosfera do que a Amazônia, com todas as suas queimadas.
"Retirar esse tipo de carbono é bom para o clima e para a saúde das pessoas." O que reforça a importância, diz Artaxo, de que exista vontade política para começar a melhorar o ar dos grandes centros urbanos.
Duas vezes mais rápido - Segundo o engenheiro ambiental Mark Jacobson, da Universidade Stanford (EUA), o controle do carbono negro, em uma década, pode frear o aquecimento global até duas vezes mais rápido do que a redução do gás carbônico.
Mas essa redução, ressalta, será apenas temporária se não vier acompanhada de um corte efetivo nas emissões de CO2. Este, no longo prazo, continua sendo o maior responsável pelo aquecimento global. Mas o carbono negro é o segundo, um pouco à frente do metano.
"A redução da fuligem sozinha pode eliminar um terço do aquecimento global líquido", afirmou Jacobson à Folha. O carbono negro também tem um efeito resfriador, pois ajuda a "semear" nuvens, que refletem a radiação para o espaço.
Em 2007, o pesquisador apresentou um plano ousado ao Congresso dos EUA. Pelas contas do cientista, é teoricamente factível construir e instalar 122 mil turbinas eólicas para movimentar toda a frota veicular do país por eletricidade. O esforço, no entanto, demandaria "apenas" trocar toda a frota americana por veículos elétricos a hidrogênio.
Essa ação, diz Jacobson, reduziria em aproximadamente 7% ao ano o impacto antrópico (causado por atividades humanas) sobre o aquecimento global. O cientista, claro, não calculou custos nem deu prazo para a troca.
No caso brasileiro, diz Artaxo, nem mesmo o carro a álcool está livre de emitir fuligem sufocante. "Toda combustão lança carbono negro no ar. O motor a álcool emite menos. O carro a gasolina, dez vezes mais, e o a diesel, cem vezes mais do que o a gasolina", diz o físico. Valores mais precisos dependem do tipo exato de veículo e o combustível colocado para encher o tanque.
Enquanto os cientistas refinam o impacto global do carbono negro, no Ártico, os dados estão mais consolidados.
Estudo da Nasa publicado em abril, na revista "Nature Geoscience", mostra que o poluente respondeu por 50% do aquecimento entre 1890 e 2007. Nesse período, os termômetros subiram, em média, 1,9ºC naquela região.
Na neve está o outro efeito perverso do carbono negro. A fuligem negra sobre ela também absorve calor, acelerando o derretimento do gelo.
(Fonte: Eduardo Geraque/ Folha Online)
sábado, 9 de maio de 2009
O Papel nosso de cada dia
Pessoal esse artigo abaixo é bastante extenso, mais muito interessante e de grande valia para o nosso conhecimento. Ele relata a história do papel no Brasil e no mundo, seu uso, fabricação, impactos, do avanço do papel certificado, reciclagem, consumo responsável e medidas mitigadoras para amenizar os impactos do papel no meio ambiente. Vale apena conferir!!!
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O alto consumo de papel e a maior parte sendo produzido com métodos insustentáveis está entre as atividades humanas mais impactantes do planeta.
O consumo mundial de papel cresceu mais de seis vezes desde a metade do século XX, segundo dados do Worldwatch Institute, podendo chegar a mais de 300 kg per capita ao ano em alguns países. E nesta escalada de consumo, cresce também o volume de lixo, que é outro grande problema em todos os centros urbanos.
O Brasil é o quarto maior produtor de celulose do mundo e segundo a Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa) houve um crescimento de 7,1% nesta produção quando comparamos 2007 com 2008, com um total de 12,8 milhões de toneladas de polpa das quais aproximadamente 85% oriundas de eucalipto, sendo que nosso maior comprador é a Europa.
Os países europeus transferiram grande parte de sua industria de produção de polpa de papel para os países periféricos, onde a fragilidade das leis ambientais e a necessidade de gerar divisas se mostraram ávidos por acolher uma das mais impactantes indústrias. Que depois ficam com o ônus da produção, já que exportam a polpa de papel para os países centrais, que desta forma ficam livres dos efeitos danosos da produção.
No Brasil, 100% da produção de papel e celulose utiliza matéria-prima proveniente de áreas de reflorestamento, principalmente de eucalipto (85%) e pinus (15%). Mas já foi diferente, muita floresta nativa foi consumida para a produção de papel e muitas populações tradicionais e indígenas foram expulsas para dar lugar a exploração de madeira para a indústria de celulose.
Mas se a produção for feita de reflorestamento nos moldes das monoculturas e em grandes áreas, causa os mesmos impactos sócioambientais que as demais monoculturas, com o agravante de reduzida oferta de empregos por área, característica das monoculturas de pinus e eucalipto.
O avanço desses plantios comerciais tem crescido muito nos últimos anos para produção de polpa de papel, com conseqüente redução da biodiversidade e alto consumo de água. Cada árvore consome cerca de 35 mil litros de água por ano.
Para produzir 1 tonelada de papel são necessárias 2 a 3 toneladas de madeira, uma grande quantidade de água (mais do que qualquer outra atividade industrial) e muita energia - está em quinto lugar na lista das que mais consomem energia. O uso de produtos químicos altamente tóxicos na separação e no branqueamento da celulose também representa um sério risco para a saúde humana e para o meio ambiente, comprometendo a qualidade da água, do solo e dos alimentos.
O processo de fabricação e seus impactos
Matéria-prima básica da indústria do papel, a celulose está presente na madeira e nos vegetais em geral. No processo de fabricação, primeiro a madeira é descascada e picada em lascas (chamadas cavacos), depois é cozida com produtos químicos, para separar a celulose da lignina e demais componentes vegetais. O líquido resultante do cozimento, chamado licor negro, é armazenado em lagoas de decantação, onde recebe tratamento antes de retornar aos corpos d'água.
A etapa seguinte e a mais crítica, é o branqueamento da celulose, um processo que envolve várias lavagens para retirar impurezas e clarear a pasta que será usada para fazer o papel. Até pouco tempo, o branqueamento era feito com cloro elementar, que foi substituído pelo dióxido de cloro para minimizar a formação de dioxinas (compostos organoclorados resultantes da associação de matéria orgânica e cloro). Embora essa mudança tenha ajudado a reduzir a contaminação, ela não elimina completamente as dioxinas. Esses compostos, classificados pela EPA, a agência ambiental norte-americana, como o mais potente cancerígeno já testado em laboratórios, também estão associados a várias doenças do sistema endócrino, reprodutivo, nervoso e imunológico.
Mesmo com o tratamento de efluentes na fábrica, as dioxinas permanecem e são lançadas nos rios, contaminando a água, o solo e consequentemente a vegetação e os animais (inclusive os que são usados para consumo humano). No organismo dos animais e do homem, as dioxinas têm efeito cumulativo, ou seja, não são eliminadas e vão se armazenando nos tecidos gordurosos do corpo.
A Europa já aboliu completamente o cloro na fabricação do papel. Lá o branqueamento é feito com oxigênio, peróxido de hidrogênio e ozônio, processo conhecido como total chlorine free (TCF). Já nos Estados Unidos e no Brasil, o dióxido de cloro continua sendo usado.
Papel Certificado
O papel certificado é um grande avanço na redução do alto impacto que esta atividade produz, pois estabelece princípios e critérios que apelam para proteção e preservação da biodiversidade e para o desenvolvimento das comunidades locais, alem de utilizar pasta de papel isenta de cloro em suas operações de produção.
Desta forma, o papel certificado tem vantagens enormes sobre o papel branco, não certificado, mas não sobre o reciclado.
O papel reciclado não necessita de novo plantio ou derrubada de árvores, portanto ele tem vantagens sobre o papel branco de origem certificada, que necessitará de novos plantios, por melhor que sejam as prática em seu plantio e processamento.
Gera empregos por meio das cooperativas de recicladores, ajudando na solução de demanda de empregos por pessoas sem ensino formal, que não teriam chances de trabalho em outros setores.
Cerca de 50kg de papel reciclado evitam o corte de uma árvore e portanto a necessidade de novas áreas para o plantio, que poderiam estar sendo utilizadas para a produção de alimento ou manutenção de floresta nativa e para o seqüestro de carbono atmosférico.
O consumo de água no processo de reciclagem também é 50% menor.
No Brasil, os papéis reciclados chegavam a custar 40% a mais que o papel virgem em 2001. Em 2004, os preços estavam quase equivalentes e o material reciclado custava de 3% a 5% a mais. A redução dos preços foi possibilitada por ganhos de escala e pela diminuição da margem média de lucro.
Reciclagem
No Brasil, apenas 37% do papel produzido vai para a reciclagem. De todo o papel reciclado, 80% é destinado à confecção de embalagens, 18% para papéis sanitários e apenas 2% para impressão.
O atual desafio é aumentar a produção e construir um mercado mais competitivo para os reciclados. Porém, o setor esbarra na precariedade do sistema de coleta seletiva ou na completa inexistência dele na maior parte do país.
Faltam também leis, a exemplo do que ocorre em alguns países europeus, que responsabilizem os fabricantes e comerciantes pela coleta e reciclagem de embalagens, jornais, revistas e outros materiais pós-consumo.
Outro ponto a observar é que a reciclagem também é uma indústria que consome energia e polui. Por isso, se o que almejamos é uma produção sustentável, capaz de garantir os recursos naturais necessários para a atual e as futuras gerações, o melhor a fazer é reduzir o consumo e começar a exigir que as empresas adotem medidas mais eficazes de proteção ambiental. Como consumidores, esse é papel de cidadão que podemos adotar.
A expansão do setor, com objetivo de atender ao mercado externo, deve ser vista com mais cautela colocando-se na balança comercial também os custos ambientais.
Para minimizar os danos, consumidores precisam rever seus hábitos e exigir mudanças no modo de produção.
Consumo responsável
Uma pesquisa do Instituto Akatu revelou que 74% dos brasileiros querem comprar produtos que não degradem o meio ambiente. “O que era um nicho de mercado hoje é uma exigência”, afirmou o diretor do Akatu, Hélio Mattar.
Atitudes pró ativas
-Reduza o uso de papel (e de madeira) o máximo possível.
-Evite comprar produtos com excesso de embalagem
-Ao imprimir ou escrever, utilize os dois lados do papel.
-Revise textos na tela do computador e só imprima se for realmente necessário.
-Dê preferência a produtos reciclados ou aqueles que trazem o selo de certificação do FSC.
-Evite consumir papel cujo branqueamento seja feito com cloro o hidróxido de cloro (ligue para o SAC das empresas e exija que elas adotem uma produção mais limpa e com controle de efluentes).
-Use filtros, guardanapos e toalhas de pano em vez dos de papel.
-Recuse folhetos de propaganda que não sejam de seu interesse.
-Separe o lixo doméstico e doe os materiais recicláveis para as cooperativas de catadores (80% do papel que consumimos é na forma de embalagens).
-Organize-se junto a outros consumidores para apoiar ações sócioambientais e pressionar o governo a fiscalizar empresas, criar leis de proteção ambiental e programas de incentivo à produção limpa.
Portanto, o uso de papel certificado deve substituir o uso do papel branco comum, mas não o reciclado. Papel reciclado não vem diretamente da floresta, vem de outro papel que um dia já foi árvore
O objetivo da promoção do uso do papel certificado FSC é o de reduzir e até eliminar os processos destrutivos da produção de celulose predominante. Mas em nenhum momento deve-se abandonar a reciclagem de papel.
*Maria Gusman Ferraz - Doutor em Ecologia, pesquisador da Embrapa
Meio Ambiente (ferraz@cnpma.embrapa.br)
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Referências importantes
A competição das empresas pela consciência verde. Disponível em:
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/1,,EMI8495-15224,00.html
O papel e os impactos de sua produção no ambiente. Disponível em:
http://www.ecolnews.com.br/papel.htm
Papel certificado começa a ganhar espaço do reciclado. Disponível em:
http://painelflorestal.com.br/exibeNews.php?id=4012&cod_editoria=3&
url_back=index.php&pag=0&busca=
Produtos SCA certificados pelo FSC . Disponível em :
http://www.forestproducts.sca.com/modules/pdf/Brochure/
graphic/FSC/FSC_pt.pdf
Manuais práticos do consumo consciente. Disponível em:
http://www.akatu.org.br/akatu_acao/publicacoes/manuais-praticos-do-consumo-consciente
Fonte: Maria Cristina Tordin.
Pesqiusa: Portal do Meio Ambiente.
Mar quente põe indústria do camarão em risco
Qualquer dano aos estoques do camarão-ártico - uma variedade pequena, popular em saladas no hemisfério Norte - poderia desencadear um efeito cascata na cadeia alimentar oceânica e afetar desde algas até bacalhaus, afirmaram especialistas canadenses.
"O camarão é o equivalente marinho do canário na mina de carvão. É um indicador da mudança climática", disse Peter Koeller, do Instituto de Oceanografia de Bedford. Ele é o autor principal do estudo, publicado na revista "Science".
Koeller e colegas afirmam que o camarão coordena o período de acasalamento para que seus ovos eclodam na época do ano em que as algas que alimentam suas larvas são mais abundantes.
"Eles evoluíram para se acasalar no ano anterior, na época certa para aproveitar a proliferação das algas na primavera (boreal)", disse Koeller.
Os ovos levam entre 6 e 10 meses para incubar no inverno. "Mas a mudança climática poderia cortar a ligação entre temperatura do mar e comida", afirmou. Temperaturas mais altas poderiam fazer o acasalamento ocorrer mais cedo. Dessa forma, os ovos eclodiriam antes do pico de florescimento das algas, matando as larvas de fome. Esse efeito, no entanto, não foi observado pelo estudo.
Essa espécie responde por 70% das 500 mil toneladas de camarão de água fria pescadas por ano no mundo todo.
(Fonte: Folha Online)
quarta-feira, 6 de maio de 2009
Pelé, Dalai-lama e príncipe Charles se unem no YouTube em defesa do ambiente
No vídeo, que durará 90 segundos, também participarão o dalai-lama, os atores Harrison Ford e Daniel Craig, e a cantora Joss Stone, que colaboram para essa iniciativa da Rainforest Project - organização presidida pelo príncipe.
Nos últimos meses, Charles aumentou suas declarações públicas em defesa de ações urgentes para prevenir o desmatamento e refrear o processo de mudança climática. Dentro desses objetivos, o príncipe britânico também fez uma viagem ao Brasil, no qual percorreu alguns Estados - dentre eles, o Amazonas e a floresta Amazônica.
No último sábado, Charles sofreu acusações do jornal britânico "The Independent", que apontou uma inconsequência do primogênito de Elisabeth 2ª, por defender a proteção da natureza enquanto uma empresa de sua propriedade vende produtos que contêm um ingrediente que destrói a floresta tropical.
Segundo ele, seu objetivo é criar uma comunidade on-line para pedir ações urgentes para proteger as florestas tropicais. "Sem as florestas, sem dúvida perderemos a batalha contra a catastrófica mudança climática no planeta", afirmou.
(Fonte: Folha Online)
Solidariedade às vítimas das enchentes
De acordo com dados da edição do dia 05/05 do jornal Diário do Nordeste, em 52 municípios do nosso Ceará, o número de pessoas atingidas pelas enchentes já ultrapassa os 100 mil, seja por conta da destruição de moradias, do isolamento diante de falta de condições de tráfego das estradas, dos prejuízos materiais e da perda de vidas.
As fotos que seguem abaixo mostram o estado de calamidade na cidade de Sobral. São imagens do mesmo ponto da cidade, antes e depois das chuvas.
Fonte das fotos: http://naturaconsultorasandra.wordpress.com
sexta-feira, 1 de maio de 2009
Sistema de trituração interna de resíduos sólidos será um dos lançamentos da Resilimp, em São Paulo
Cada vez mais empresas privadas e órgãos públicos estão se preocupando com o tratamento e destino final de seus resíduos. E é diante desse cenário que a Tratalix Ambiental, empresa que atua no setor de resíduos sólidos, aposta na V Resilimp - Feira Internacional de Resíduos Sólidos e Serviços Públicos, que acontece de 5 a 7 de maio, em São Paulo, para lançar no Brasil um sistema inédito de trituração prévia e interna de resíduos.
O Tratamento de Resíduos de Serviços de Saúde - R.S.S. por autoclavagem é um sistema homologado mundialmente pelas entidades de controle de saúde e meio ambiente e consiste basicamente em transformar Resíduos de Serviços de Saúde – R.S.S. em resíduos comuns, por meio da tecnologia única de trituração prévia – tornando-os irreconhecíveis e, em seguida, promovendo sua esterilização por injeção direta de vapor d´agua. O volume original de resíduos, após tratamento, é reduzido em 80%.
Segundo Alexandre Rogério Marques, diretor-geral da Tratalix, o mercado de resíduos sólidos está aquecido, especialmente devido à adequação de hospitais e postos de saúde à legislação e normas da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) E CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente). “Empresas e prefeituras devem estar em dia com estes órgãos, pois a fiscalização tem se tornado cada vez maior”, afirma.
Alexandre conta que ainda hoje há muita desinformação sobre o tema no Brasil. “Por outro lado, há cada vez mais profissionais se especializando na área, principalmente no Estado de São Paulo – o que é um bom sinal, já que só a capital paulista produz diariamente cerca de 15 mil toneladas de lixo”, completa.
Com sede no município de Santana do Parnaíba, a empresa atua tanto na coleta quanto no tratamento final de resíduos sólidos, e atende clientes como o Hospital Albert Einstein e as Prefeituras de Barueri e Itu (SP).
A V RESILIMP, que é organizada pelo Grupo CIPA em parceria com a ABRELPE, reúne todos os elos da cadeia com diversos expositores do segmento, apresentando produtos, serviços, soluções, tendências e tecnologia de serviços públicos e equipamentos relacionados aos resíduos sólidos.
Impacto humano vai além do clima, diz geólogo espanhol
Fernanda B Muller
A magnitude das mudanças climáticas deve nos preocupar, mas não podemos esquecer de outras alterações provocadas pela humanidade na natureza, alerta o professor Antônio Cendrero Uceda.
A ação humana é entre dez e cem vezes maior do que os processos naturais, com a formação de aproximadamente 50 mil quilômetros quadrados ao ano de novas ‘antropogeoformas’, ou formas geográficas terrestres, explica Uceda, que é professor pesquisador do Departamento de Ciencias de la Tierra y Física de la Materia Condensada da Universidad de Cantabria, Santander, Espanha.
A combinação de população, tecnologia e riqueza levam a impactos humanos sobre as formas dos terrenos (geomorfologia) de cerca de 7,5 m2/ano por pessoa, de acordo com Cendrero. E, com a tendência de aumento da população e da riqueza, esta taxa deve crescer ainda mais.
“É urgente atuar, mas não apenas na frente climática”, alerta o professor, que esteve no Brasil nesta semana discutindo ´mudanças climáticas, ações humanas e riscos naturais` em um evento na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Entre as mudanças causadas pelo homem no meio ambiente que nada tem a ver com o clima, Cendrero cita o caso de praias mediterrâneas que já não recebem mais a quantidade necessária de sedimentos, pois os rios que antes os carregavam foram canalizados e receberam barragens.
Cendrero relembra ainda os episódios de novembro do ano passado em Santa Catarina, quando enchentes e desmoronamentos tiraram a vida de mais de cem pessoas, com prejuízos econômicos milionários. Ele relaciona o aumento do número de episódios extremos com a crescente exposição humana e também às mudanças geomorfológicas causadas pela humanidade.
Mudanças Climáticas
Para o geólogo, estamos entrando em uma etapa sem precedentes. “O clima está mudando? Sem dúvida, como sempre aconteceu. A questão é, qual a causa? Há influência humana?”, indagou a um auditório lotado durante uma palestra realizada na noite desta terça-feira (28) em Florianópolis.
O professor exibiu gráficos e dados que mostram significativas variações no clima ocorridas nos últimos dois séculos em relação aos últimos mil anos. Esta conclusão é reforçada se levado em conta as tendências apresentadas por vários tipos de modelos e combiná-los com o que foi observado recentemente. “Vemos que existe alta correspondência, mas não certezas”, completa Cendrero.
A modelagem climática é realizada com o auxílio de tecnologias avançadas e representações matemáticas que a cada dia ganham uma melhor definição espacial. Ao relacionar dados como a dinâmica atmosférica e oceânica, este tipo de estudo simula o clima terrestre tanto do passado quanto do futuro. Mas, as variáveis são muitas, algumas até mesmo desconhecidas, e faltam informações em muitas partes do mundo.
O professor espanhol diz que em 2006 a concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera cresceu 35% alcançando 381 partes por milhão (ppm). O crescimento da atividade econômica global foi o grande responsável por este aumento, seguido pelo aumento da intensidade de carbono na produção e a redução da eficiência dos sumidouros naturais, cada fator representando, respectivamente, 65%, 17% e 18%.
Os sumidouros são os responsáveis pela estocagem do CO2, como a fotossíntese (30%), os oceanos (24%) e a própria atmosfera, que guarda cerca de 45% do CO2, de acordo com Cendrero. Ele destaca que as emissões registradas em 2006 foram maiores do que o cenário mais pessimista do último relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças do Clima (IPCC).
Além dos modelos, outros dados analisados recentemente indicam uma mudança do padrão climático, como o aumento do conteúdo calorífico do oceano, o derretimento das geleiras (entre 1912 e 2003, a cobertura de gelo do Monte Kilimanjaro decresceu 80%) e o deslocamento de espécies da fauna e flora, como observado na Europa.
“As mudanças são claríssimas,” afirma Cendrero, “mas mudanças de magnitude superior já ocorreram na história da Terra, talvez não nesta escala”.
Fonte: Envolverde / CarbonoBrasil.