Para quem já teve a curiosidade de ver o fluxograma do curso, pôde perceber a diversidade de cadeiras ofertadas e que pertecem a diferentes áreas do conhecimento, como física, biologia, sociologia, química, cálculo, direito, geologia, economia e etc. Qual o porquê disso? O engenheiro ambiental precisa mesmo ter um conhecimento tão vasto?
A resposta é simples e direta: Sim ele precisa; e isso decorre dado a complexidade da Engenharia Ambiental.
Para início de conversa, é necessário fazermos uma parada para definir o que é complexidade.
Ao contrário da linguagem popular que define complexidade como sinônimo de dificuldade ou de complicação, aqui, a complexidade terá o significado etimológico que a palavra comporta e no qual Morin (2001, pg. 20) utiliza, como sendo aquilo que é tecido junto.
Complicado? Não, somente complexo.
A ciência desenvolveu-se seguindo os princípios citados por René Descartes no seu Discurso sobre método. Tais princípios sugeriam que os problemas fossem divididos em parcelas menores e, através da solução de cada parcela dessa, teríamos a resolução do problema maior. Noutro princípio, Descartes sugeria que conduzissemos nosso pensamento por ordem, começando pelos assuntos mais simples e mais fáceis de conhecer, para atingir, pouco a pouco, o conhecimento de assuntos mais complexos (Morin, 2004, pg. 87). Vocês vêem algo de errado nisso?
Aparentemente não, até porque, fomos educados para agir dessa forma. Mais hoje, tardeamente, estão descobrindo, apesar de Edgar Morin ter mostrado isso há tempos, que essa visão de mundo não é mais adequada para a solução dos problemas atuais.
É claro que não se deve esquecer dos grandes adventos que a ciência nos proporcionou, mas seguir cegamente os princípios propostos por Descartes, deixou em nós uma visão reducionista das coisas. É preciso substituir um pensamento que isola e separa por um pensamento que distingue e une. Um pensamento que não isole o todo de suas partes, pois o todo é sempre maior e menor do que a soma das partes.
E aonde eu quero chegar com todo esse papo meio filosófico?
Como menciona Morin (op cit, pg. 28) a partir dos anos 70 a pesquisa ecológica estendeu-se à biosfera como um todo, sendo esta concebida como um megassistema auto-regulador que admite em seu âmago os desenvolvimentos técnicos e econômicos propriamente humanos que passam a perturbá-lo.
E continua dizendo que a Ecologia, que tem um ecossistema como objeto de estudo, recorre a múltiplas disciplinas físicas para apreender o biotopo e às disciplinas biológicas (Zoologia, Botânica, Microbiologia) para estudar a biocenose. Além disso, prestem bem atenção nessa parte, precisa recorrer às ciências humanas para analisar as interações entre o mundo humano e a biosfera.
E termina: "Disciplinas extremamente distintas são associadas e orquestradas na ciência ecológica."
Portanto, é necessário que estudemos várias ciências que aparente não estão ligadas, mas com o aprofundamento, mostrará o elo de ligação existente entre elas. Essa é a causa da Engenharia Ambiental ter tantas cadeiras de diferentes ciências.
Referências:
MORIN, Edgar. Introdução ao pensamento complexo. 3ª Ed. 2001.
MORIN, Edgar. A cabeça bem feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. 9ª Ed. Rio de Janeiro. Bertrand Brasil, 2004.
A resposta é simples e direta: Sim ele precisa; e isso decorre dado a complexidade da Engenharia Ambiental.
Para início de conversa, é necessário fazermos uma parada para definir o que é complexidade.
Ao contrário da linguagem popular que define complexidade como sinônimo de dificuldade ou de complicação, aqui, a complexidade terá o significado etimológico que a palavra comporta e no qual Morin (2001, pg. 20) utiliza, como sendo aquilo que é tecido junto.
Complicado? Não, somente complexo.
A ciência desenvolveu-se seguindo os princípios citados por René Descartes no seu Discurso sobre método. Tais princípios sugeriam que os problemas fossem divididos em parcelas menores e, através da solução de cada parcela dessa, teríamos a resolução do problema maior. Noutro princípio, Descartes sugeria que conduzissemos nosso pensamento por ordem, começando pelos assuntos mais simples e mais fáceis de conhecer, para atingir, pouco a pouco, o conhecimento de assuntos mais complexos (Morin, 2004, pg. 87). Vocês vêem algo de errado nisso?
Aparentemente não, até porque, fomos educados para agir dessa forma. Mais hoje, tardeamente, estão descobrindo, apesar de Edgar Morin ter mostrado isso há tempos, que essa visão de mundo não é mais adequada para a solução dos problemas atuais.
É claro que não se deve esquecer dos grandes adventos que a ciência nos proporcionou, mas seguir cegamente os princípios propostos por Descartes, deixou em nós uma visão reducionista das coisas. É preciso substituir um pensamento que isola e separa por um pensamento que distingue e une. Um pensamento que não isole o todo de suas partes, pois o todo é sempre maior e menor do que a soma das partes.
E aonde eu quero chegar com todo esse papo meio filosófico?
Como menciona Morin (op cit, pg. 28) a partir dos anos 70 a pesquisa ecológica estendeu-se à biosfera como um todo, sendo esta concebida como um megassistema auto-regulador que admite em seu âmago os desenvolvimentos técnicos e econômicos propriamente humanos que passam a perturbá-lo.
E continua dizendo que a Ecologia, que tem um ecossistema como objeto de estudo, recorre a múltiplas disciplinas físicas para apreender o biotopo e às disciplinas biológicas (Zoologia, Botânica, Microbiologia) para estudar a biocenose. Além disso, prestem bem atenção nessa parte, precisa recorrer às ciências humanas para analisar as interações entre o mundo humano e a biosfera.
E termina: "Disciplinas extremamente distintas são associadas e orquestradas na ciência ecológica."
Portanto, é necessário que estudemos várias ciências que aparente não estão ligadas, mas com o aprofundamento, mostrará o elo de ligação existente entre elas. Essa é a causa da Engenharia Ambiental ter tantas cadeiras de diferentes ciências.
Referências:
MORIN, Edgar. Introdução ao pensamento complexo. 3ª Ed. 2001.
MORIN, Edgar. A cabeça bem feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. 9ª Ed. Rio de Janeiro. Bertrand Brasil, 2004.
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