quinta-feira, 29 de outubro de 2009

MP pede paralisação de aerogeradores de usinas eólicas

Recurso judicial quer a paralisação de todos os 64 aerogeradores das usinas eólicas, além da não instalação de novas torres

O Ministério Público Federal no Ceará recorreu ao Tribunal Regional Federal, nesta quarta-feira, 28, pedindo não apenas o impedimento da instalação de novos aerogeradores no Estado, mas a imediata paralisação das obras do Parque Eólico de Aracati, de responsabilidade da empresa Bons Ventos Geradora de Energia S/A. Para o MPF, o retorno das atividades do Parque Eólico de Aracati somente poderia ser feito após concluído o Estudo de Impacto Ambiental.

Em 26 de outubro, a Justiça Federal apreciou o pedido do Ministério Público Federal, que foi acatado apenas em parte, sendo determinado à empresa responsável pelo dano ambiental que suspendesse as obras de construção das torres dos aerogeradores cujos procedimentos de implantação ainda não tiveram início - apenas três torres de um total de 67 torres das usinas eólicas. No entanto, para o procurador da República Luiz Carlos Oliveira Júnior, a decisão foi restritiva e pode causar lesão grave e de difícil reparação aos sítios arqueológicos, nas dunas móveis e fixas, resultando em terraplanagem do local, desmonte de dunas e desmatamento da vegetação protetora do ecossistema.

Fonte: http://opovo.uol.com.br/cidades/923223.html

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Encontro Intercontinental sobre a Natureza

Acontecerá de 09 a 15 de Novembro de 2009, em Fortaleza!

A natureza é uma responsabilidade do povo. Cada cidadão, governante, empresa, nação ou organização internacional deve ter a consciência de que cuidar bem da natureza é ter responsabilidade social e ambiental com as gerações atuais e futuras.

No geral, os congressos técnicos discutem temas específicos inerentes a cada classe e, na maioria das vezes, os dados e as informações circulam num espaço restrito. Consciente da necessidade de um espaço maior onde se possa discutir, planejar e viver o ambiente natural, o Instituto Hidroambiental Águas do Brasil – IHAB realiza nos anos ímpares no Brasil em Fortaleza, o Encontro Intercontinental sobre a Natureza – O2, buscando congregar governantes, empresas públicas e privadas, ONGs, técnicos, cientistas e a comunidade leiga que labuta com meio ambiente no cotidiano, esforçando-se para preservá-la ou recuperá-la, seja para a coexistência diária, seja para as gerações vindouras.

Desta forma, discutir-se-ão diferentes temas como terra, água, floresta (flora e fauna) e ar, procurando mostrar que no centro de tudo e de todos existe um espécime capaz de modificar a natureza, seja para usufruir, degradar, preservar e/ou utilizá-la racionalmente: O HOMEM. Nessa dimensão cuidados especiais deveremos ter para com o hábitat do homem: o Meio Ambiente.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Os Anassés e a siderúrgica

Estou trazendo à tona essa questão devido a instalação da Usina Siderúrgica que deverá ser implantada em São Gonçalo do Amarante, aqui no Ceará. Os investimentos estão na ordem de US$ 700 milhões. Entretanto, o terreno onde se pretende instalar a usina, possui moradores da tribo Anassés que pedem a demarcação de terras no local, um “entrave” para a política desenvolvimentista do estado. Todavia, quero mostrar um ponto de vista diferente do que a maioria das pessoas andam falando por aí.

Toda vez que é tocado no assunto de índios no Brasil, o velho discurso etnocêntrico vem à tona. O argumento que mais ouço, principalmente sobre alguma tribo que tem mais contato com os brancos, é o que diz que eles não são mais índios, que estão misturados demais com os brancos, que vivem como brancos, vestem-se como os brancos e outras coisas mais que, aparentemente, deveriam ser coisas só de brancos. Índio mesmo, para muitas pessoas, é aquele que anda nu, vive isolado nos longíquos labirintos das florestas sem contato algum com os brancos e mora em ocas feitas de palha.

Pois bem, não as culpo de todo, pois essa é a visão que é nos passada na escola. É essa visão que nos é passada em casa. Crescemos e continuamos a repassar essa ideia etnocêntrica para as próximas gerações sem ao menos pararmos para refletir se tal pensamento é realmente válido. E assim, sem refletir e em nome do “progresso” e do “desenvolvimento”, a cada geração, as tribos indígenas e outras etnias continuam a desaparecer juntamente com os nossos biomas. Como argumenta belamente Carlos Walter Porto-Gonçalves (2004),

“não nos surpreendemos, portanto, quando nos vemos diante do triste espetáculo da miséria e devastação, quando tentam nos impor uma lógica única da mercantilização generalizada. Tenta-se dessa forma suprimir as múltiplas visões construídas por diferentes povos, que nos oferecem espetáculo de diversidade cultural proporcionado por uma mesma espécie biológica – a espécie humana -, o que nos faz ver que junto com o aumento da poluição das águas e do ar e da devastação dos solos e das espécies temos a extinção de diferentes povos e culturas. Há autores, como etnobiólogo mexicano Vitor Toledo, que associam as perda da diversidade biológica à diminuição do número de línguas faladas no planeta.”

Os argumentos etnocêntricos que citei acima podem ser facilmente rebatidos. Basta perguntar se uma pessoa deixa de ser cearense se adquirir o hábito japonês de comer sushi. Ou se, na “terra do futebol”, alguém deixa de ser brasileiro por não gostar do esporte. O mesmo acontece com as etnias indígenas. Elas não deixam ser o que são por adquirirem hábitos de outra cultura. A cultura é dinâmica. Ela recria-se através de contatos e trocas com outras culturas. É impossível querer que uma civilização seja a mesma de 500 anos atrás, principalmente, após os bárbaros extermínios e imposições culturais que as diversas etnias foram e são submetidos pelo dito civilizado homem branco.

Infelizmente, devido ao imperialismo – português, inglês, francês e americano - que o Brasil sempre sofreu e nega-se a se libertar, a cultura de fora é sempre mais valorizada do que a nossa própria cultura. Não pecebemos que o nosso valor vem da nossa cultura, e que o Brasil tem o privilégio de possuir diversas, mas que muitos idiotas abrem a boca para falar que nós não temos cultura ou então, faturam alto para empurrar enlatados de outros países. Esses idiotas não entendem que a cultura não se restringe somente à festas e as comidas típicas que aprendemos na escola. A cultura está presente na sua forma de olhar o mundo, na maneira eu que você se senta e anda, na maneira que você olha para outras pessoas, nas representações que criamos do mundo, do conhecimento que criamos do que está ao nosso redor - que infelizmente, na nossa cultura, foi quase que totalmente substituída por uma visão cientificísta de conhecimento. Por isso que a solução para a Siderúrgica não é simplesmente mudar os Anassés para outra localidade. Despreza-se o impacto que haverá sobre a organização social dessa comunidade. Geralmente, estas comunidades estão profundamente ligadas socialmente, religiosamente, politicamente , economicamente, culturalmente e historicamente ao ambiente onde vivem, ao ambiente que construíram. Só para exemplificar o que acontece com a mudança de comunidade, basta ver o que aconteceu com a sociedade da cidade de Jaguaribara, cidade do interior do Ceará, hoje submersa sob Açude do Castanhão. A depressão atingiu a população, várias pessoas morreram, e hoje, na cidade nova, a renda da população vem das aposentadorias e do programa Bolsa Família, bem diferente da renda que vinha do comércio e da agricultura da cidade antiga. Após 10 anos da construção do açude, os benefícios prometidos ainda não chegaram para os habitantes da cidade de Jaguaribara.

Sem dúvidas, é preciso sim, trazer o desenvolvimento para os estados brasileiros. Entretanto, deve se pensar que tipo de desenvolvimento estamos falando. Suplica-se que esse desenvolvimento não seja submetendo as diversas etnias e destruindo florestas, em favor, exclusivamente, da lógica mercantilista.

Essa é mais uma amostra da complexidade do desafio ambiental. Aparentemente, disciplinas que se encontravam separadas, como a Antropologia e a Engenharia, hoje, o desafio ambiental obriga-nos a juntá-las para encontrar a melhor solução para os problemas. Olvida-se que nos relatórios EIA/RIMA deve conter os impactos físicos, biológicos e sociais, não somente isolados, como nas suas múltiplas interações. É uma pena que algumas pessoas ainda não se deram conta disso. Mas o blog está aqui tentando cumprir essa função de alerta.

domingo, 25 de outubro de 2009

Você está pensando em comprar um papagaio?

Então considere estes fatos:


Papagaios cativos são animais carentes, estressados e frustrados:

A inteligência* dos papagaios é uma das razões que os fazem tão queridos por nós humanos. Por outro lado, é também a sua inteligência que os tornam muito sensíveis ao cativeiro. Papagaios engaiolados não podem expressar dois comportamentos profundamente enraizados no seu instinto: voar e socializar com indivíduos da mesma espécie. Na natureza, papagaios geralmente vivem em pares ou grupos, voando longas distâncias todos os dias para procurar alimento e congregando em grandes bandos para passar a noite. A falta destes estímulos sociais e ambientais levam a desvios de comportamento, tais como agressão (ver adiante) e ações estereotipadas locomotoras (fazer movimentos repetitivos sem sentido, tais como mover a cabeça de um lado para o outro ou caminhar em círculos) e orais (arrancar as próprias penas ou morder as grades da gaiola). Embora tendo causas diferentes, estes comportamentos assemelham-se ao autismo humano. A propósito, criadores argumentam que seus papagaios foram selecionados para a vida em cativeiro. Isto não é verdade. Enquanto que cães e gatos acompanharam o ser humano desde épocas remotas da civilização, evoluindo como animais domésticos, papagaios de criadouros não estão distantes mais que uma ou duas gerações de seus antepassados silvestres, retendo quase todas as características de instinto e comportamento dos indivíduos silvestres.

*"Inteligência" é um assunto polêmico, sujeito a diferentes definições e interpretações, mas pesquisadores abordam o problema dividindo-a em componentes, as chamadas habilidades cognitivas: capacidade de compreender, aprender, fazer inferências, tomar decisões, generalizar, e assim por diante. Seja qual for a habilidade cognitiva considerada, os papagaios estão no topo da pirâmide do reino animal, junto com os primatas, golfinhos, e mesmo bebês da nossa própria espécie.

Papagaios em cativeiro são sujeitos a doenças e lesões. Como as necessidades nutricionais dos psitacídeos (papagaios, araras e periquitos) são pouco conhecidas, mesmo donos cuidadosos raramente alimentam seus papagaios adequadamente. Tanto assim que a desnutrição ou distúrbios clínicos relacionados à alimentação são as principais causas de atendimentos de papagaios no ambulatório de aves do hospital veterinário da USP. A desnutrição também aumenta a suscetibilidade a outras doenças sérias como a aspergilose e pneumonia. Mais ainda, os desvios de comportamento causados por confinamento e isolamento podem ser tão intensos que causam traumas físicos, fato frequentemente demonstrado em autópsias de aves cativas.

Papagaios são irriquietos, barulhentos e fazem sujeira. Além de estar ciente das dificuldades e custos para alimentar e manter corretamente um papagaio, seu dono tem que estar preparado para tolerar muita sujeira - inevitável para uma ave de porte razoável - e ruído. Desgosto e irritação devido a contínua algazzarra e a presença de penas, restos de comida e cocô espalhados pela casa são as razões principais para a doação ou venda particular de papagaios. Com o aumento do comércio legal destas aves, pode-se esperar que muitas terão destino semelhante ao de milhares de gatos e cães - enjeitados por equívoco dos donos, que não previram os encargos e aborrecimentos causados por animais de estimação. E a dor de cabeça provocada por papagaios é duradoura: eles podem viver de 30 a 80 anos em cativeiro.

Papagaios são agressivos. Pessoas que vivem com um papagaio, mesmo que pacato e brincalhão, podem contar como certo que cedo ou tarde serão vítimas de bicadas dolorosas e de vandalismo; morder e mastigar objetos fazem parte do instinto de todos os psitacídeos como meio de estabelecer sua posição na hierarquia do grupo e defender território, além de reação de medo ou tensão sexual. Papagaios também mordem para brincar, mesmo que o alvo da sua afeição possa ser ferido seriamente.

Comprar um papagaio, mesmo legalmente, promove o tráfico de animais silvestres. Ter um animal exótico e fascinante como um papagaio incentiva outras pessoas a querer um também, mas o custo de uma ave criada legalmente é muito maior do que no mercado negro. Como a repressão ao tráfico é ineficiente e as penalidades para este tipo de infração são irrizórias, as pessoas são tentadas a comprar um papagaio contrabandeado da floresta ao invés de adquiri-lo na loja de animais. De fato, estudos demonstram que há uma correlação positiva entre o comércio legal de papagaios e o seu tráfico. Isto é muito preocupante porque o contrabando continua a ser a principal causa de risco para as espécies de psitacídeos ameaçadas de extinção. Fiscalização e punições praticamente inexistentes também criam vastas oportunidades para fraudes, já que e fácil falsificar os requerimentos de um animal obtido legalmente; os próprios órgãos de proteção ambiental reconhecem isto. A propósito, muitos criadouros comerciais difundem seu suposto papel conservacionista: na verdade este comércio não contribui em praticamente nada para a proteção de papagaios, como reiterado seguidamente por organizações oficiais e não governamentais.

Em suma, você e seu papagaio não serão felizes - mas pode-se afirmar isto para uma ave? "Felicidade animal" é ainda mais difícil de definir e quantificar do que inteligência, mas existem critérios razoáveis para pelo menos avaliá-la subjetivamente. A declaração universal do bem-estar animal, proposta à ONU por várias organizações, estabelece o direito de animais domésticos a cinco aspectos de liberdade: liberdade da fome, sede e desnutrição; liberdade do medo e ansiedade; liberdade de tormentos físicos e térmicos; liberdade da dor, ferimentos e doença; liberdade para expressar seus padrões normais de comportamento. Se considerarmos estes princípios válidos, justos e humanitários, não poderíamos nunca considerar ter um papagaio como animal de estimação, já que o cativeiro impossibilita pelo menos quatro destes preceitos.

Lugar de papagaio é na floresta; curta-os na natureza.

Fonte: Portal do Meio Ambiente.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Uma dose de Naess

"O cuidado flui naturalmente se o 'eu' é ampliado e aprofundado de modo que a proteção da Natureza livre seja sentida e concebida como proteção de nós mesmos... Assim como não precisamos de nenhuma moralidade para nos fazer respirar... [da mesma forma] se o seu 'eu', no sentido amplo da palavra, abraça um outro ser, você não precisa de advertências morais para demonstrar cuidado e afeição... você o faz por si mesmo, sem sentir nenhuma pressão moral para fazê-lo... Se a realidade é como é experimentada pelo eu ecológico, nosso comportamento, de maneira natural e bela, segue normas de estrita ética ambientalista."
(Arne Naess, In. A teia da vida, Fritjof Capra)

terça-feira, 20 de outubro de 2009

A quantas anda a reciclagem brasileira



Em catorze anos, o Brasil avançou na coleta seletiva que dá início ao reprocessamento dos dejetos. Passou de 81 municípios com esse sistema implantado em 1994 para 405 em 2008. Ainda é pouco – o número representa apenas 7% das cidades brasileiras. Mesmo assim, nos itens abaixo, o país figura bem no cenário mundial

Embalagens de alumínio
O Brasil é o campeão, com 94% de reciclagem, à frente de Japão e Argentina (ambos com 90%)

Garrafas PET
O país recicla 51%. Os japoneses, que estão em primeiro lugar, exibem um índice de 62%

Embalagens de Vidro
Os brasileiros superam os americanos, por 46% a 40%

Anote (no bloco de papel reciclado, é claro)




Algumas atitudes que você pode tomar para reduzir ainda mais seu lixo e não prejudicar o ambiente:

Ao substituir um celular, entregue o antigo na mesma loja em que o novo foi comprado. O equipamento será encaminhado ao fabricante, que poderá reaproveitar algumas das peças e dará um destino apropriado às não reutilizáveis

Use cartuchos de impressora reciclados. A fabricação de um único cartucho requer o uso de 5 litros de petróleo e ele demora cerca de cinquenta anos para se degradar naturalmente

Na hora de comprar, dê preferência a embalagens maiores ou retornáveis e produtos com refil. No supermercado, em vez de alimentos pré-embalados em bandejinhas de isopor (que não é reciclável), prefira comprar a granel

Opte por lâmpadas de baixo consumo. Além de gastarem menos energia, elas duram mais. Mas cuidado ao descartá-las: não podem ir para o lixo comum porque, quando se quebram, emitem vapor de mercúrio. A recomendação é que sejam devolvidas aos estabelecimentos que as vendem

Ao comprar calçados ou roupas, dispense as caixas e folhas de papel que costumam embalá-los

Fontes consultadas: as biólogas Assucena Tupiassu, professora da Escola Municipal de Jardinagem do Parque do Ibirapuera, em São Paulo, e Elen Aquino, pesquisadora do Centro de Capacitação e Pesquisa em Meio Ambiente (Cepema), da Universidade de São Paulo; a ambientalista Ana Maria Domingues Luz, presidente do Instituto Gea; André Vilhena, diretor executivo do Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre); e Helio Padula, gerente do departamento de serviços da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp)


Com reportagem de Iracy Paulina e Jacqueline Manfrin

A máquina que lava (quase) sem água


Seu nome: Xeros

O projeto: desenvolvida pelo inglês Stephen Burkinshaw, da Universidade de Leeds, a máquina consome apenas 10% da água usada em lavagens comuns e economiza 30% de eletricidade

Como funciona: a lavagem é feita basicamente por milhares de minúsculas esferas de polímeros de náilon que, umidificadas, atraem e absorvem a sujeira das roupas. Essas esferas podem ser reutilizadas até 100 vezes, o que equivale a aproximadamente seis meses de uso. Elas requerem também pouco detergente

O impacto ambiental: em relação às lavadoras comuns, diminui em 40% a emissão de carbono, componente do principal gás do efeito estufa, causador do aquecimento global

Previsão de lançamento: até o fim de 2010. Seu inventor acredita que, nos primeiros anos de fabricação, por causa do alto preço, a máquina será adquirida apenas por grandes hotéis e lavanderias


Fonte: REBIA Nordeste / Revista VEJA

Brasil quer contabilizar valor da biodiversidade


De acordo com o Estudo de Economia de Ecossistemas e Biodiversidade (TEEB, em inglês), realizado pela Comissão Européia e Alemanha, o custo do desmatamento no mundo inteiro foi estimado entre U$ 2 e 5 trilhões de dólares ao ano. Já o valor investido na proteção da biodiversidade no mesmo período chega a U$10 bilhões, mas seria necessário investir, no mínimo, quatro vezes esta quantia para que houvesse uma conservação adequada dos recursos naturais em todo o planeta.

O TEEB é uma iniciativa internacional formulada para desenvolver um estudo global sobre a economia da perda da biodiversidade. O objetivo é promover o avanço de ações práticas e destacar o custo da degradação de ecossistemas e os benefícios da biodiversidade, bem como divulgar informações e chamar a atenção de diferentes países sobre o tema.

Liderado pelo economista do Banco Alemão Pavan Sukhdev, o estudo conta com a participação de um comitê consultivo integrado por especialistas das áreas de ciências, política e economia. Em recente visita ao Brasil, Sukhdev ressaltou que o TEEB já está em sua segunda fase, e vem sendo promovido pelo Pnuma com apoio financeiro da Comissão Européia e dos ministérios do Meio Ambiente da Alemanha e Reino Unido.

O economista sugeriu a possibilidade de o Brasil elaborar um estudo específico sobre as características e condições do País, de forma a contemplar o valor da biodiversidade brasileira, seguindo a mesma metodologia da avaliação mundial.

A secretária de Biodiversidade e Florestas do MMA, Maria Cecília Wey de Brito, disse que existe a intenção por parte do governo federal de realizar um relatório TEEB Brasil, que seria desenvolvido pelo MMA em parceria com o Ipea. "A iniciativa é importante porque somos um país megadiverso, e não temos dado o devido valor a esse patrimônio natural. A manutenção da biodiversidade, mais do que um custo, é um benefício", afirma Cecília.

Ela explica que, em grande parte, as atividades econômicas que estão promovendo o crescimento do Brasil são baseadas nos atributos que a biodiversidade possui. "A manutenção adequada da biodiversidade possibilita o volume e qualidade das águas, os ciclos vitais necessários para a agricultura, bem como a polinização, entre outros exemplos".

O relatório interino do TEEB, lançado em maio de 2008, forneceu fortes evidências das significativas perdas econômicas globais e locais, e dos impactos no bem-estar humano que podem ser atribuídos à progressivas diminuição da biodiversidade e à degradação de ecossistemas. O relatório centraliza-se amplamente em florestas.

Os custos da falta de ação

Gerenciar o desejo da humanidade por comida, energia, água, medicamentos e matérias-primas, enquanto se busca minimizar impactos adversos na biodiversidade e nos serviços do ecossistema, é o maior desafio encontrado pela sociedade nos dias de hoje. A economia global é um subconjunto de uma economia maior de recursos naturais e serviços ecossistêmicos que nos sustentam. O relatório interino do TEEB traz uma perspectiva das proporções das perdas do Capital Natural que resultam do desmatamento e da degradação. Este Capital foi estimado em cerca de US$ 2 – 4,5 trilhões por ano, todos os anos – um custo alarmante oriundo da falta de consideração ao meio ambiente.

Estima-se que, para um investimento anual de US$45 bilhões somente em áreas protegidas, pode-se assegurar a prestação de serviços ecossistêmicos corresponde a cerca de US$5 trilhões por ano.

Quando comparado com as atuais perdas financeiras do mercado, este não é um valor alto a ser pago. O manejo efetivo dos ecossistemas e da biodiversidade e a inclusão do Capital Natural na contabilidade governamental e empresarial pode começar a corrigir esta inação e a reduzir os custos de perdas futuras.

Medidas tomadas agora não só estabelecem uma base para um maior estímulo da economia verde, mas também podem ajudar a responder às necessidades dos pobres das áreas rurais, que são particularmente dependentes do bom funcionamento dos ecossistemas locais e regionais.

Conscientização e compreensão do valor econômico dos ecossistemas e da biodiversidade é o primeiro passo para melhorar o desempenho dos negócios, criando políticas efetivas e implementando ações a nível local, regional e nacional.

Para maiores informações sobre TEEB, acesse:
www.teebweb.info e www.ipea.gov.br


Fonte: Água Online.

domingo, 18 de outubro de 2009

Edital Natura Carbono Neutro 2009/2010

A Natura criou, em 2006, o Edital Natura Carbono Neutro, um programa que busca neutralizar todas as suas emissões de gases do efeito estufa (GEEs) a partir de 2007, apoiando iniciativas responsáveis que atuam em prol do combate às mudanças climáticas, com foco em reflorestamento, desmatamento evitado, energia renovável e inovadores.

Os projetos alinhados com o regulamento do Edital Natura Carbono Neutro poderão ser inscritos gratuitamente e participar de uma seleção realizada por uma comissão técnica independente, diferente a cada edição.

Para mais informações: www.natura.net/carbononeutro



quarta-feira, 14 de outubro de 2009

O que o Brasil tem a oferecer ao mundo agora?

Primeiro evento TED no Brasil apresentará inovações em diversas áreas de conhecimento e atuação. No dia 14 de novembro, cerca de 700 pessoas estarão reunidas em São Paulo para debater: O que o Brasil tem a oferecer ao mundo agora??. Este é o tema que guiará as discussões do primeiro evento TED no Brasil, o TEDx São Paulo. Durante todo o dia, 30 palestrantes apresentarão inovações em diversas áreas de conhecimento e atuação, com o objetivo de avaliar o papel de nosso pais no contexto global.

Mais do que uma exposição de boas ideias, a conferência propõe a formação de uma comunidade de inovação, que inspire e mobilize. Um primeiro encontro, um primeiro passo.
Desde a seleção dos palestrantes até a plateia, a Comissão Organizadora busca explorar a diversidade, criatividade, inteligência e, porque não, a paixão e fascínio dos brasileiros por seus projetos.

Uma força que une a química Milena Boniolo, que aos 25 anos recebeu o Prêmio Jovem Cientista por seus estudos em torno do uso da casca de banana na limpeza da água, à Guti Fraga, ator e realizador do Projeto Nós do Morro. Regina Casé, atriz, apresentadora e produtora de programas como Central da Periferia, à Flávio Deslandes, designer industrial, criador de bicicletas com bambu nativo do Brasil. Pensadores que juntos descobrirão como um país moldado pela diversidade podem ajudar a construir na prática um mundo melhor.

Para que a experiência não seja restrita aos presentes e não se encerre na data, após o evento todas as apresentações serão disponibilizadas na íntegra no site do TEDx São Paulo. No canal, os interessados também podem realizar suas inscrições. Vale ressaltar o evento não tem fins lucrativos. Os palestrantes não são pagos e as inscrições são gratuitas. Sendo fundamental a curadoria tanto de um, quanto de outro.

Sobre o TED:

O TED surgiu em 1984 como uma conferência anual na Califórnia e já teve entre seus palestrantes Bill Clinton, Paul Simon, Bill Gates, Bono Vox, Al Gore, Michelle Obama e Philippe Starck. Apesar dos mil lugares na platéia, as inscrições esgotam-se um ano antes. Cerca de 500 das palestras estão disponíveis no site do evento e já foram acessadas por mais de 50 milhões de pessoas de 150 países. A cada ano a organização elege um pensador de destaque e repassa a ele 100 mil dólares para ele que possa realizar Um Desejo que Vai Mudar o Mundo. Com essas 4 ações, TED Conferece, TED Talks, TED Prize e TEDx a organização pretende transformar seu mote - ideias que merecem ser espalhadas- cada vez mais em realidade. "Acreditamos apaixonadamente no poder das ideias para mudar atitudes, vidas e, em última instância, o mundo", dizem os organizadores do TED. Nós também. E você?

Sobre o TEDx:

No espírito das ideias que merecem ser espalhadas, o TED criou o programa chamado TEDx. O TEDx é um programa de eventos locais, e organizados de forma independente, que reúne pessoas para dividir uma experiência ao estilo TED. O TEDx São Paulo é uma conferência sem fins lucrativos que reunirá mais de 30 pensadores de áreas de conhecimento tão diversas quanto arte e tecnologia, ciência e negócios, para falar sobre suas melhores ideias em palestras com duração de 5 ou 15 minutos. O tema desta primeira edição do evento será: O que o Brasil tem a oferecer ao mundo hoje? O TEDx São Paulo acontecerá no dia 14 de novembro de 2009 e será gratuito.

Visite o site: http://www.tedxsaopaulo.com.br/

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

SEMACE abre concurso público para nível superior


Começaram no dia 05/10/2009 e vão até o dia 29/10, as inscrições para o concurso público anunciado pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (SEMACE) do Governo do Ceará. No total são 122 vagas para os cargos de Fiscal ambiental (62), Gestor ambiental (são distribuídas em 3 áreas de conhecimento, totalizando 51 vagas) e Procurador Autárquico (09). Para todos os cargos a jornada semanal é de 40 h e remuneração de R$ 1.641,72, acrescidos da Gratificação do Desempenho Ambiental com variações de 100% do valor. O concurso se presta apenas para o nível superior e valor da inscrição é de R$ 65,00.

Clique aqui para ver o edital e aqui para fazer a inscrição.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Filminho

Filminho de empresa de energias alternativas....



Obs: Esse vídeo foi visto no http://vivoverde.com.br/

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Mestrado em meio ambiente na UFC

Estão abertas, até 16 de outubro, as inscrições para seleção ao Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente, turma de 2010. São 18 vagas, na área de Desenvolvimento e Meio Ambiente, com duas linhas de pesquisa: “Proteção ambiental e gestão de recursos naturais” e “Organização do espaço e desenvolvimento sustentável”.

As inscrições serão feitas na coordenação do Programa Regional de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (Prodema), de segunda a sexta-feira, de 8h às 12h.
Justificar
Os candidatos também podem inscrever-se pelos Correios, com data de postagem dentro do prazo regulamentar, enviando seus documentos para o endereço: Coordenação do Prodema, Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências - Bloco 902, Campus do PICI, CEP 60.455-760, Fortaleza/CE.

A seleção constará de duas etapas obrigatórias: a primeira com avaliação de conhecimento específico e prova de língua estrangeira; a segunda prevendo avaliação de currículo e histórico escolar e do pré-projeto de pesquisa, além de entrevista.

A avaliação de conhecimento específico será realizada no próximo dia 30, de 8h às 12h, no auditório do Departamento de Economia Agrícola. A prova de língua estrangeira será no mesmo dia e local, de 15h às 17h. Já a entrevista se realiza entre os dias 23 a 27 de novembro.

O resultado final será dado a público no dia 8 de dezembro, pelo site www.prodema.ufc.br. Mais informações no site do Programa ou pelos telefones 3366.9781 ou 3366.9466.

Fonte: Profª Marta Celina Linhares Sales, Coordenadora do Prodema - Fones: 85 3366 9781 / 3366 9466)

domingo, 4 de outubro de 2009

Fundamentos filosóficos e históricos para o exercício da ecocidadania e da ecoeducação


Há pouco tempo, li o capítulo Fundamentos filosóficos e históricos para o exercício da ecocidadania e da ecoeducação, de Arthur Soffiati. (In: Educação ambiental: repensando o espaço cidadania, 2002). No livro, como o próprio título já diz, o autor mostra como se desenvolveu a visão do homem, tanto ocidental como oriental, perante a natureza.

Para desenvolver o texto, Soffiati vai buscar, duelando entre o ocidente e o oriente e entre as antropossociedades e as sociedades, nas representações que essas diferentes culturas construíram sobre a natureza, com a religião e a ciência. Como ele diz: "a história do conhecimento da natureza é a história das repesentações formuladas sobre a natureza, pois o mundo real só pode ser conhecido por representações, que se impõe entre o sujeito e o objeto (p. 26)". A ciência, como a conhecemos hoje, foi construída sobre um paradigma dualista entre o sujeito e o objeto. A ciência, com este paradigma, separou o homem da natureza, pois era preciso se distanciar o máximo possível para pôder estudá-los; o cristianismo colocou o ser humano num pedestal acima de todos os outros animais, privilegiando-o com um paraíso após a morte; o humanismo colocou o ser humano no centro do universo. Essa foi o modo ocidental que construímos da natureza, colocando o homem fora dela. Falamos assim, do homem e da natureza, em vez de uma natureza-humana e não-humana.

Continua no próximo capítulo...