sábado, 31 de janeiro de 2009

Amazônia sofreu destruição de 17% em cinco anos, diz ONU

Em apenas cinco anos, 17% da Flores Amazônica foram destruídos, segundo um relatório prestes a ser divulgado pelo Programa da ONU para o Meio Ambiente (Pnuma). A destruição se refere ao período entre 2000 e 2005. Durante este período foram queimados ou destruídos 857 mil km² de árvores - o equivalente ao território da Venezuela, segundo informações divulgadas pelo jornal francês Le Monde e confirmadas pelo Pnuma à BBC Brasil.

A maior parte do desmatamento ocorreu no Brasil, mas os outros sete países que também abrigam a floresta estão sendo responsabilizados pela Pnuma, com exceção da Venezuela e do Peru. O Pnuma prevê que o relatório final, com mais dados ainda sigilosos, seja divulgado durante o encontro anual de seu conselho administrativo, marcado entre 16 e 20 de fevereiro em Nairóbi, no Quênia.

"A progressão das frentes pioneiras na Amazônia e as transformações que elas introduziram são tantas que o movimento de ocupação dessa última fronteira do planeta parece irreversível", disse o órgão da ONU ao Le Monde.

Além do desmatamento, a grande corrida pela apropriação das gigantescas reservas de terra e das matérias-primas da região também tem um papel importante na deterioração da Amazônia, segundo o jornal.

"O modelo de produção dominante não leva em conta critério algum de desenvolvimento sustentável, conduz à fragmentação dos ecossistemas e à erosão da biodiversidade", afirmou o Pnuma.

A entidade também condenou a situação das populações que habitam a floresta, que "vivem uma situação de grande pobreza". "A riqueza retirada da exploração dos recursos naturais não é reinvestida na região", disse.

O Le Monde conclui o artigo citando que o Pnuma pede um maior envolvimento internacional para ajudar financeiramente os países que abrigam a floresta, e cita como possível caminho o Fundo Amazônia, que prevê o investimento de fontes estrangeiras para desenvolver projetos que combatem o desmatamento. (Fonte: Estadão Online)

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Um Oceano de plástico

Recebi da Profª Márcia mais esse excelente artigo.

Durabilidade, estabilidade e resistência à desintegração. As propriedades que fazem do plástico um dos produtos com maiores aplicações e utilidades ao consumidor final, também o tornam um dos maiores vilões ambientais. São produzidos anualmente cerca de 100 milhões de toneladas de plástico e cerca de 10% deste total acabam nos oceanos, sendo que 80% desta fração vem de terra firme.

Foto do vórtex

No oceano Pácífico há uma enorme camada flutuante de plástico, que já é considerada a maior concentração de lixo do mundo, com cerca de 1000 km de extensão, vai da costa da Califórnia, atravessa o Havaí e chega a meio caminho do Japão e atinge uma profundidade de mais ou menos 10 metros. Acredita-se que haja neste vórtex de lixo cerca de 100 milhões de toneladas de plásticos de todos os tipos. Pedaços de redes, garrafas, tampas, bolas , bonecas, patos de borracha, tênis, isqueiros, sacolas plásticas, caiaques, malas e todo exemplar possível de ser feito com plástico.

Segundo seus descobridores, a mancha de lixo, ou sopa plástica tem quase duas vezes o tamanho dos Estados Unidos.

Oceano de Plastico

O oceanógrafo Curtis Ebbesmeyer, que pesquisa esta mancha há 15 anos compara este vórtex a uma entidade viva, um grande animal se movimentando livremente pelo pacifico. E quando passa perto do continente, você tem praias cobertas de lixo plástico de ponta a ponta.


Tartaruga deformada por aro plástico

A bolha plástica atualmente está em duas grandes áreas ligadas por uma parte estreita. Referem-se a elas como bolha oriental e bolha ocidental. Um marinheiro que navegou pela área no final dos anos 90 disse que ficou atordoado com a visão do oceano de lixo plástico a sua frente. 'Como foi possível fazermos isso?' - 'Naveguei por mais de uma semana sobre todo esse lixo'.
Pesquisadores alertam para o fato de que toda peça plástica que foi manufaturada desde que descobrimos este material, e que não foram recicladas, ainda estão em algum lugar. E ainda há o problema das partículas decompostas deste plástico. Segundo dados de Curtis Ebbesmeyer <http://scholar.google.com.br/scholar?q=Curtis+Ebbesmeyer&hl=pt-BR&lr=&btnG=Pesquisar&lr=>, em algumas áreas do oceano pacifico podem se encontrar uma concentração de polímeros de até seis vezes mais do que o fitoplâncton, base da cadeia alimentar marinha.

Todas a peças plásticas à direita foram tiradas do estômago desta ave

Segundo PNUMA, o programa das Nações Unidas para o meio ambiente, este plástico é responsável pela morte de mais de um milhão de aves marinhas todos os anos. Sem contar toda a outra fauna que vive nesta área, como tartarugas marinhas, tubarões, e centenas de espécies de peixes.



Ave morta com o estômago cheio de pedaços de plástico

E para piorar essa sopa plástica pode funcionar como uma esponja, que concentraria todo tipo de poluentes persistentes, ou seja, qualquer animal que se alimentar nestas regiões estará ingerindo altos índices de venenos, que podem ser introduzidos, através da pesca, na cadeia alimentar humana, fechando-se o ciclo, na mais pura verdade de que o que fazemos à terra retorna à nós, seres humanos.

Fontes:
The Independent <http://www.independent.co.uk/environment/the-worlds-rubbish-dump-a-garbage-tip-that-stretches-from-hawaii-to-japan-778016.html>,
Greenpeace <http://www.greenpeace.org/international/campaigns/oceans/pollution/trash-vortex?MM_URL=http://oceans..greenpeace.org/en/our-oceans/pollution/trash-vortex>
e Mindfully <http://www.mindfully.org/Plastic/Ocean/Moore-Trashed-PacificNov03..htm>

Ver essas coisas sempre servem para que nós repensemos nossos valores e
pricipalmente nosso papel frente ao meio ambiente, ou o ambiente em que
vivemos.

Antes de Reciclar, reduza!

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Um oceano de plástico

Durabilidade, estabilidade e resistência à desintegração. As propriedades que fazem do plástico um dos produtos com maiores aplicações e utilidades ao consumidor final, também o tornam um dos maiores vilões ambientais. São produzidos anualmente cerca de 100 milhões de toneladas de plástico e cerca de 10% deste total acabam nos oceanos, sendo que 80% desta fração vem de terra firme.


No oceano Pácífico há uma enorme camada flutuante de plástico, que já é considerada a maior concentração de lixo do mundo, com cerca de 1000 km de extensão, vai da costa da Califórnia, atravessa o Havaí e chega a meio caminho do Japão e atinge uma profundidade de mais ou menos 10 metros. Acredita-se que haja neste vórtex de lixo cerca de 100 milhões de toneladas de plásticos de todos os tipos. Pedaços de redes, garrafas, tampas, bolas , bonecas, patos de borracha, tênis, isqueiros, sacolas plásticas, caiaques, malas e todo exemplar possível de ser feito com plástico.

Oceano de plástico

Segundo seus descobridores, a mancha de lixo, ou sopa plástica tem quase duas vezes o tamanho dos Estados Unidos.
O oceanógrafo Curtis Ebbesmeyer, que pesquisa esta mancha há 15 anos compara este vórtex a uma entidade viva, um grande animal se movimentando livremente pelo pacifico. E quando passa perto do continente, você tem praias cobertas de lixo plástico de ponta a ponta.


Tartaruga derfomada por aro plástico

A bolha plástica atualmente está em duas grandes áreas ligadas por uma parte estreita. Referem-se a elas como bolha oriental e bolha ocidental. Um marinheiro que navegou pela área no final dos anos 90 disse que ficou atordoado com a visão do oceano de lixo plástico a sua frente. 'Como foi possível fazermos isso? 'Naveguei por mais de uma semana sobre todo esse lixo'

Pesquisadores alertam para o fato de que toda peça plástica que foi manufaturada desde que descobrimos este material, e que não foram recicladas, ainda estão em algum lugar. E ainda há o problema das partículas
decompostas deste plástico. Segundo dados de Curtis Ebbesmeyer
, em algumas áreas do oceano pacifico podem se encontrar uma concentração de polímeros de até seis vezes mais do que o fitoplâncton, base da cadeia alimentar marinha.


Todas a peças plásticas à direita foram tiradas do estômago desta ave.


Segundo PNUMA, o programa das Nações Unidas para o meio ambiente, este plástico é responsável pela morte de mais de um milhão de aves marinhas todos os anos. Sem contar toda a outra fauna que vive nesta área, como tartarugas marinhas, tubarões, e centenas de espécies de peixes.


Ave morta com o estômago cheio de pedaços de plástico


E para piorar essa sopa plástica pode funcionar como uma esponja, que concentraria todo tipo de poluentes persistentes, ou seja, qualquer animal que se alimentar nestas regiões estará ingerindo altos índices de venenos, que podem ser introduzidos, através da pesca, na cadeia alimentar humana, fechando-se o ciclo, na mais pura verdade de que o que fazemos à terra retorna à nós, seres humanos.

Fontes:

The Independent

Greenpeace

Mindfully

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Antes de Reciclar, reduza!

Cedro. Um nobre da Mata Atlântica

Autor: Miriam Prochnow e Tatiana Arruda. Colaboraram Edinho Schaffer e Geraldine Maiochi. Publicado em 28/01/2009.


Cedro adulto.



Em 1974 a escritora e poeta, Maria Thereza Cavalheiro, em seu belo livro "Antologia Brasileira da Árvore", cita: “O cedro-batata (Cedrela fissillis) é uma árvore bela, de grande desenvolvimento. Atinge até 30 metros de altura. Suas flores são brancas, a madeira é empregada em trabalhos de marcenaria de luxo e obras de entalhe. Muitas imagens são esculpidas em cedro. Os charutos são envolvidos em numa película finíssima de cedro, para tomar-lhe o aroma, e as caixas que os contém são confeccionadas com esta madeira. E ainda, o lenho submetido à destilação, fornece óleo”.

Lendo essa descrição já se pode imaginar, que por conta da versatilidade, a sua exploração foi intensa no passado, como na verdade aconteceu com todas as espécies nobres da Mata Atlântica. Além das utilidades citadas acima, o cedro também possui uma ótima madeira, de cor avermelhada, para a construção civil, naval e aeronáutica.

A ocorrência natural da árvore é do Rio Grande do Sul até Minas Gerais, porém pode ser encontrado em menor intensidade em todo o país. Em Santa Catarina, ocorria em todo o território do estado e em todos os tipos de formações florestais.

O cedro tem um primo amazônico muito famoso, igualmente muitíssimo explorado, tanto que consta da lista das espécies da flora ameaçada de extinção, que é o mogno (Swietenia macrophylla).

Para quem quiser observar um cedro em toda sua imponência e majestade, deve visitar a Reserva Florestal da Embrapa/Epagri, no município de Caçador (SC), onde se encontra o maior cedro vivo de Santa Catarina, com mais de 300 anos de idade, 28 metros de altura e 3,6 metros de diâmetro. Além do cedro, na reserva podem ser encontradas também araucárias e imbuias centenárias.

O cedro é uma espécie com alto potencial para reflorestamento, seja para restauração de ambientes degradados, sequestro de carbono, paisagismo ou plantios com fins econômicos. É uma das espécies produzidas no viveiro Jardim das Florestas, desde o seu início, nos idos de 1987. Atualmente existem milhares de mudas disponíveis no viveiro, para quem quiser fazer algum plantio.

O único cuidado que se deve ter no plantio do cedro é não fazer plantios homogêneos, uma vez que esta espécie sofre bastante com o ataque da broca. Para evitar ou minimizar esse ataque o plantio deve ser feito misturando-se o cedro com outras espécies, de preferência também nativas, dependendo da finalidade do plantio.


Cedro

Nome científico: Cedrela fissilis Vell
Nome popular: cedro, cedro rosa, cedro vermelho, cedro branco, cedro batata, cedro-amarelo, cedro-cetim, cedro –da –várzea
Família: Meliaceae
Características Morfológicas: altura de 20-35 m, com o tronco de 60-90 cm de diâmetro. Folhas compostas de 60-100 cm de comprimento, com folíolos de 8-14 cm de comprimento.
Fenologia: Floresce durante os meses de agosto-setembro. Seus frutos amadurecem com a árvore totalmete desfolhada durante os meses de julho-agosto. Produz anualmente grande quantidade de sementes viáveis.
Flor: Branca-amarelada
Fruto: Seco deiscente
Coleta de sementes: Diretamente da árvore quando começar a abertura espontânea dos frutos.
Crescimento da muda: Rápida.
Plantio: Mata Ciliar, área aberta, sub-bosque, solo degradado.
Observação: Espécie frequentemente atacada por broca quando plantada no campo em agrupamentos homogêneos.

Fonte: http://www.apremavi.org.br/noticias/apremavi/485/cedro-um-nobre-da-mata-atlantica

Estudo relaciona mudança de hábitos para combate ao aquecimento global

Comer menos carne, limitar as viagens, aceitar ficar com calor durante o verão e com frio durante o inverno: rotinas alternativas também ajudam a lutar contra o aquecimento global, segundo um estudo apresentado na segunda-feira (26) em Bruxelas.

"Modificar os hábitos será complicado", admitiram os especialistas da consultoria McKinsey neste estudo, apresentado na presença do comissário europeu para o Meio Ambiente, Stavros Dimas.

Entretanto, segundo eles, estes pequenos gestos do dia a dia podem permitir evitar rejeitar na atmosfera 3,5 a 5 bilhões de toneladas de gás carbônico daqui a 2030.

O estudo lista 200 ações possíveis para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, entre os quais o CO2, e limitar o aquecimento do planeta a 2ºC em 2030.

"Reduzir o número de viagens de negócios e os deslocamentos privados, trocar o carro pelo trem, aceitar diminuir o ar condicionado ou o aquecedor e limitar o consumo de carne" são algumas opções, segundo os autores do estudo.

Entretanto, a maior parte dos esforços deve se concentrar na eficiência energética nos transportes e na construção, no desenvolvimento de fontes de energia não fósseis, como os biocombustíveis, e no combate ao desmatamento.

"O custo do esforço para o mundo deve ser de 200 a 350 bilhões de euros por ano até 2030, e permitirá evitar rejeitar 38 bilhões de toneladas de CO2 na atmosfera" durante este período, segundo o estudo. (Fonte: Folha Online)

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Aquecimento global durará mil anos, diz estudo

O aquecimento global é irreversível e, mesmo se todas as emissões de gases-estufa fossem cortadas a zero, as temperaturas continuariam elevadas por mil anos, causando secas graves em regiões como o Nordeste do Brasil. A conclusão é de um estudo publicado nesta terça-feira (27) por uma das principais cientistas do IPCC, o painel do clima das Nações Unidas.

Escrevendo no periódico "PNAS", da Academia Nacional de Ciências dos EUA, a climatologista americana Susan Solomon e colegas afirmam que um aquecimento médio de 2ºC da superfície terrestre reduziria as chuvas no inverno em 10% no Nordeste brasileiro e no sul da África, e em 20% na bacia do Mediterrâneo e na Austrália. Esse efeito deve perdurar até depois do ano 3000.

"Para comparação, o "dust bowl" americano esteve associado com reduções médias de chuva de cerca de 10% em um período de 10 a 20 anos", afirmam os cientistas. O "dust bowl" foi uma grande seca que arrasou a agricultura das Pradarias dos Estados Unidos na década de 1930, agravando a crise econômica da época e a Grande Depressão.

O novo estudo usa modelos climáticos para aprofundar previsões feitas pelo IPCC em seu relatório sobre o estado das mudanças climáticas lançado em 2007. Solomon foi uma das coordenadoras do relatório.

Segundo o novo resultado, a mudança climática é "irreversível" por mil anos depois que as emissões cessam porque, apesar de o gás carbônico persistir por apenas um século na atmosfera, o oceano continua reemitindo calor por séculos.

"As pessoas imaginavam que, se nós parássemos de emitir dióxido de carbono, o clima voltaria ao normal em 100 ou 200 anos. Isso não é verdade", disse Solomon, em uma entrevista coletiva. "A mudança climática é lenta, mas irrefreável", afirmou a pesquisadora da Noaa (Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera).

As simulações de computador rodadas por Solomon e seus colegas também tentaram estimar o que aconteceria com o nível do mar no fim do século 21 e além. Aqui a divergência com os resultados cautelosos do IPCC é radical: para uma concentração de CO2 na atmosfera de 600 partes por milhão - hoje ela é de 385 partes por milhão -, os oceanos subiriam de 40 centímetros a 1 metro até 2100, continuando a subir depois disso, mesmo sem um grama a mais de gás carbônico na atmosfera após a estabilização. Isso só por expansão térmica, sem contar o efeito do degelo polar, ainda incerto.

Segundo os pesquisadores, a única conclusão possível é a óbvia: cortar mais e mais as emissões. "Taxas de desconto usadas em estimativas econômicas assumem que uma mitigação mais eficiente pode ocorrer em um mundo mais rico, mas ignoram a irreversibilidade mostrada aqui." (Fonte: Folha Online)

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Custo de reduzir CO2 drasticamente é 1% do PIB mundial

Reduzir rapidamente as emissões de gases causadores do efeito estufa ao longo da próxima década custaria menos de 1% do PIB mundial até 2030, diz uma relatório da consultoria McKinsey & Co.

"Financiar os custos globalmente parece administrável", diz o relatório, patrocinado pelo grupo ambientalista WWF. O preço estimado do esforço seria de US$ 256 bilhões a US$ 448 bilhões ao ano até 2030 quando, calcula-se, o PIB global atingirá US$ 77 trilhões.

Agir significará investimentos adicionais de US$ 678 bilhões, em 2020 e US$ 1,04 trilhão em 2030, dizem os especialistas, alegando que os custos serão retomados como economia de energia no futuro.

"O custo líquido acabará abaixo de 1% do PIB global", dizem os autores do trabalho.

Os autores dizem ter trabalhado com dez grandes corporações - incluindo Shell e Volvo - e com organizações sem fins lucrativos para calcular como o mundo poderia cortar CO2 suficiente para manter o aquecimento global abaixo de 2º C.

Eles defendem uma grande economia de energia com a produção de carros, edifícios e máquinas mais eficientes que poderiam, um dia, cortar pela metade o consumo global de eletricidade.

O economista Nicholas Stern estimou, em 2006, que uma mudança climática descontrolada poderia custar de 5% a 20% do PIB global a cada ano.

As Nações Unidas realizarão conversações entre governos de vários países sobre a mudança climática em dezembro deste ano, em Copenhague. O objetivo é chegar a um acordo para substituir o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012. (Fonte: Estadão Online)

Aquecimento global pode extinguir pinguins imperiais

Os maiores pinguins do mundo podem ser levados à extinção ao final deste século devido ao derretimento do gelo Antártico causado pelo aquecimento global, disseram cientistas na segunda-feira (26).

Os pinguins imperiais procriam no mar antártico e mergulham do gelo para o mar em busca de krill, peixes e lulas, de que se alimentam.

Pesquisadores liderados pelos biólogos Stephanie Jenouvrier e Hal Caswell usaram modelos matemáticos para prever como a mudança climática e a resultante perda de gelo afetaria esses animais.

Seus modelos previram uma queda média de 87% da população - dos 3 mil pares atuais para apenas 400 em 2100. Mas alguns modelos chegaram a mostrar um declínio de 95%, colocando as aves em risco de extinção.

"Esse é mais um exemplo de como a mudança climática afeta diversos fatores do habita de animais adaptados para viver em condições extremas e coloca suas populações em risco. É uma situação bastante similar a dos ursos polares do Ártico", disse Caswell.

"Eu espero que as pessoas se sensibilizem pelo efeito do aquecimento global em uma espécie tão carismática e percebam que há consequências ecológicas graves da mudança climática", disse Jenouvrier, cujas descobertas foram publicadas pela revista National Academy of Sciences. (Fonte: Estadão Online)

sábado, 24 de janeiro de 2009

Brasil inicia estudos sobre satélite geoestacionário

Os Ministérios do Planejamento e da Ciência e Tecnologia assinaram um termo de cooperação para iniciar os estudos a respeito do primeiro satélite geoestacionário brasileiro, sob a forma de Parceria Público-Privada (PPPs).

De acordo com a Agência Espacial Brasileira (AEB), o objetivo deste satélite será fornecer serviços de telecomunicações de governo, comunicações militares seguras e de informações sobre meteorologia e controle de tráfego aéreo.

A fase de estudos incluirá avaliações das partes técnica e econômica, assim como a financeira e jurídica, na qual serão feitas as licitações e contratos.

A AEB informou que, após a análise das alternativas de financiamento, a viabilidade do projeto foi garantida "em um horizonte de 15 anos". (Fonte: Estadão Online)

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Interior da Antártida também sofre com aquecimento global, diz estudo

A Antártida costumava ser citada como uma rara exceção ao aquecimento global - o único continente do mundo onde as últimas décadas haviam registrado um resfriamento médio. Essa impressão não passava de equívoco, de acordo com um novo e revelador estudo: a Antártida continental, na verdade, está esquentando no mesmo ritmo que o resto do planeta, ao menos pelo que se pode medir nos últimos 50 anos.

Os dados estão num artigo da edição desta semana da revista científica britânica "Nature". No trabalho, uma equipe americana capitaneada por Eric J. Steig, da Universidade de Washington em Seattle, e Drew T. Shindell, da Nasa e da Universidade de Columbia, parecem ter conseguido superar uma limitação antiga: a falta de dados climáticos do interior do continente antártico. É que a imensa maioria das estações climáticas da Antártida estão no litoral, o que dificulta a obtenção de informações confiáveis sobre o que está acontecendo com o clima das regiões mais próximas do pólo Sul.

"Por outro lado, nos últimos 25 anos, nós temos uma boa quantidade de dados de satélite, mas havia a preocupação de eles não capturarem exatamente as mudanças de temperatura na superfície. O que nós fizemos foi correlacionar os dados de satélite com os das estações em solo, e o que vimos é que há uma excelente concordância entre eles. Ou seja, os dados de satélite são confiáveis", declarou Eric Steig em entrevista coletiva por telefone.

Antes, a corrente predominante entre os climatologistas via um aquecimento considerável na península Antártica (a língua de terra firme e ilhas que o continente estende na direção da América do Sul) e um resfriamento predominante no continente antártico propriamente dito. Parecia que os ventos marítimos estavam levando umidade e calor para península, enquanto o interior da Antártida ficava cada vez mais isolado.

Corrente principal - "No entanto, o que nós vimos agora é que a influência predominante para todo o continente é mesmo o do aumento dos gases-estufa na atmosfera, o que está gerando o aquecimento", afirmou Drew Shindell durante a entrevista coletiva. O efeito é mais pronunciado na Antártica Ocidental, que esquentou 0,5 grau Celsius nos últimos 50 anos - ligeiramente abaixo da média mundial no mesmo período, que foi de 0,6 grau Celsius. No acumulado do último século, no entanto, a Antártica Ocidental ganharia se essa taxa foi constante nas décadas anteriores, já que o total do aquecimento lá seria de 1 grau Celsius contra 0,8 grau Celsius no mundo todo.

Já a Antártica Oriental também esquentou, mas menos, diz Steig. Ele ressalta que as duas regiões do continente são bem diferentes. "É como se a Antártica Ocidental fosse Seattle e a Oriental fosse a Dakota do Norte", diz ele - respectivamente, Seattle, na Costa Oeste dos EUA, é úmida, chuvosa e influenciada pelo mar, enquanto a Dakota do Norte tem terreno mais elevado, seco e continental, isolado do oceano, daí a comparação.

O último relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, órgão da ONU) dizia ver sinais claros de aquecimento causado pela ação humana em todos os continentes do mundo, "exceto na Antártida". Já dá para dizer que essa afirmação precisa ser reformulada? Os autores do novo estudo preferem ser cautelosos, já que os dados climáticos da Antártida são relativamente recentes - para ter certeza, o ideal é ter mais do que apenas 50 anos de informações. Mas a probabilidade de que o aquecimento ali também seja obra humana aumenta consideravelmente. (Fonte: Reinaldo José Lopes/ G1)

Geleira peruana desaparece em consequência de aquecimento global

A geleira Quilca, localizada a 5.250 m de altitude na região de Puno, sudeste do Peru, derreteu completamente por causa do aquecimento global, informou o Instituto Nacional de Recursos Naturais (Inrena) peruano. A geleira fica próxima à fronteira com a Bolívia.

"O desaparecimento da geleira Quilca foi gradual, e é consequência das mudanças climáticas e do aquecimento que acontecem em todo o mundo", explicou Marco Zapata, diretor da Unidade de Glaciologia do Inrena. "O aquecimento global repercute de maneira especial nas geleiras do Peru, que estão entre as mais afetadas".

Fotografias divulgadas no domingo (21) pela agência estatal peruana mostram que a neve que cobria a geleira Quilca derreteu por completo, deixando a montanha coberta apenas por uma camada de terra.

É a segunda geleira que desaparece no Peru desde 2005, por motivos atribuídos ao aquecimento global. De acordo com a Inrena, cerca de 150 picos nevados do país correm o risco de perder suas geleiras.

Há 19 cordilheiras nevadas espalhadas pelo território peruano e no sudeste andino. (Fonte: Folha Online)

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Indução Humana

Um grupo de 3.146 cientistas concordou, em estudo publicado na segunda-feira (19) na revista Eos, Transactions, American Geophysical Union, que há mais de 200 anos a atividade humana tem contribuído para o aumento na temperatura média global.

O estudo envolveu um inquérito conduzido no ano passado por Peter Doran, professor associado de Ciências da Terra e do Ambiente da Universidade de Illinois, em Chicago, Estados Unidos, em parceria com sua ex-aluna Maggie Kendall Zimmerman, cujos resultados apontam consenso sobre as mudanças climáticas e suas prováveis causas.

Os pesquisadores receberam um convite por correio eletrônico para participar da sondagem realizada pelo site questionpro.com, composta de nove questões curtas.

Doran e Zimmerman contataram inicialmente mais de 10,2 mil especialistas internacionais, listados em 2007 pelo Instituto Geológico Norte-Americano. Apenas os convidados participaram e seus computadores foram registrados para impedir a repetição da votação.

Duas das questões foram consideradas fundamentais: se a temperatura global média tem aumentado em comparação com níveis anteriores a 1800 e se a atividade humana tem sido um fator significativo na mudança da temperatura média global.

Do total, cerca de 90% dos cientistas que responderam ao questionário concordaram com a primeira questão e 82% com a segunda. O maior consenso foi identificado com a análise detalhada das respostas dos climatologistas, sendo que 97% concordaram que os seres humanos têm um papel importante nas causas do aquecimento global.

Por outro lado, os geólogos que trabalham com petróleo e os meteorologistas estiveram entre os mais céticos, uma vez que apenas 47% e 64%, respectivamente, disseram acreditar no envolvimento humano.

“As respostas dos geólogos do petróleo não foram muito surpreendentes, mas a dos meteorologistas nos chamou a atenção. A maioria dos meteorologistas entende o clima, mas muitos estudam o fenômeno das mudanças climáticas há pouco tempo”, disse Doran.

Doran não foi surpreendido, no entanto, pela quase unanimidade de climatologistas. “Eles são os que mais estudam e publicam sobre a pesquisa do clima, o que nos mostra que, quanto mais se sabe sobre o clima, maior a probabilidade de se acreditar na contribuição da humanidade para o aquecimento global”, apontou. (Fonte: Agência Fapesp)

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Geleiras desaparecerão até a metade do século, diz estudo

A maior parte das geleiras do planeta está derretendo tão rápido que muitas vão desaparecer até a metade século, alertou um especialista. As informações são do 'The Guardian'.

Estatísticas do World Glacier Monitoring Service (WGMS) mostram que, embora as taxas de derretimento tenham caído em significativamente em 2007, com relação aos níveis do ano anterior, ainda assim a perda de gelo foi a terceira pior já registrada.

Acredita-se que a massa total, do que sobrou das geleiras, está agora em seu nível mais baixo em 'milhares de anos'.

De acordo com Wilfried Haeberli, diretor do WGMS, as pequenas geleiras, que constituem a maior parte desse fenômeno natural, não vão se recuperar.

A advertência trará preocupação àqueles que dizem que o derretimento das geleiras é uma das maiores ameaças da mudança climática, porque aumenta o risco de ocorrerem avalanches de rochas e solo, liberadas a partir do gelo, ameaçando a subsistência de mais de 2 bi de pessoas que dependem do derretimento da água para alimentar seus rios no verão. O processo aumentaria, também, o nível dos oceanos.

"Se o clima não for resfriado rapidamente, elas irão diminuir e desintegrar-se. Isto significa que muitas serão perdidas nas próximas décadas - 10, 20, 30, 40 anos", disse Haeberli.

"Se você for realista com relação ao cenário do aquecimento global, então não há esperança para os pequenos glaciares - nos Pirineus, na África, nos Andes e Montanhas Rochosas. As grandes geleiras no Alasca e no Himalaia vão demorar mais tempo, mas mesmo aquelas grandes geleiras vão mudar completamente - muitas serão bem menores e outras se desintegrarão, formando lagos, em muitos casos", alertou Haeberli.

O WGMS, cujos parceiros incluem as agências das Nações Unidas e organismos científicos, recolhe dados anuais de até 100 geleiras ao redor do mundo, incluindo 30 geleiras 'referência', em nove diferentes cadeias montanhosas de quatro continentes. Existem dados de até três décadas atrás.

Estatísticas dos anos de 2005 e 2006 mostram a maior perda de gelo desde que os registros começaram e, com base em reconstituições históricas, acredita-se que tenha sido o pior ano em 5 mil anos. (Fonte: Portal Terra)

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Lula de aquário com sorriso

Uma lula encontrada no sul da Califórnia possui células com pigmentos que faz com que o animal marinho pareça estar sorrindo. Chamada de "Lula Porquinho" por sua aparência, o animal possui ainda o corpo quase todo translúcido - apenas as células cromatóforas com pigmentos, os olhos e os tentáculos são visíveis.


Animal chamou a atenção de todos (Foto: Cabrillo Marine Aquarium )


As cromatóforas "mancham" o corpo transparente da lula. Localizadas logo abaixo dos olhos e enfileiradas, essas células dão a impressão de um sorriso.

Com o nome científico de Helicocranchia pfefferi, a lula é encontrada em grandes profundidades, geralmente cerca de 100 metros abaixo da superfície dos oceanos.

Por causa da profundidade em que vivem, pouco se sabe sobre a biologia e os hábitos desses animais.

Segundo os cientistas do Aquário Cabrillo Marine, em San Pedro, na Califórnia, que capturaram um dos espécimes da "Lula Porquinho", o animal teria dificuldades em nadar por causa do formato do corpo.
Segundo os cientistas, apesar de não ser um nadador exemplar, o animal possui íons de amônia nos líquidos do corpo, o que ajudaria na flutuação.

O espécime capturado pelo Aquário será adicionado à coleção de vida marinha do local para futuras pesquisas. (Fonte: Globo, G1)

Cultivo que reflete radiação solar pode reduzir aquecimento

A cuidadosa seleção dos cultivos que refletem maior radiação solar poderia reduzir a temperatura do planeta em 0,1 grau, o equivalente a 20% do aquecimento global produzido desde a Revolução Industrial.

Atualmente, o crescimento das colheitas já atua como um resfriador do planeta, pois os cultivos devolvem ao espaço, por meio do reflexo, uma maior quantidade de radiação solar (e, portanto, calor) que a vegetação natural à qual substitui.

Cientistas da Universidade de Bristol (Reino Unido) propõem na revista Current Biology um método para diminuir a temperatura planetária: o cultivo de espécies que mais raios solares reflitam.

Quanto maior for a radiação que refletem, maior o esfriamento do planeta.

Segundo cálculos realizados por meio de um modelo climático global, com a seleção de cultivos as temperaturas poderiam diminuir em até em um grau centígrado na América do Norte e nas latitudes médias da Eurásia.

As remodelações genéticas que aumentassem a capacidade de refletir radiação solar dos vegetais poderiam fazer que a diminuição da temperatura planetária fosse inclusive maior.

Não se trata de mudar as espécies já cultivadas por outras diferentes, explica a equipe de pesquisa liderada por Andy Ridgewell, mas de escolher a variedade de vegetal com maior capacidade para refletir a radiação.

As variedades de uma mesma espécie podem apresentar diferente capacidade de refletir dependendo das diferentes propriedades da superfície de suas folhas e da forma como estas folhas estão dispostas.

A adoção desta medida, ao contrário do que acontece com os biocombustíveis, não incidiria na diminuição da produção de alimentos e seus resultados seriam rápidos e com alguns custos muito baixos.

Ridgewell afirmou que, ao não acontecer uma diminuição das emissões de CO2 na atmosfera - principal causa do aquecimento global -, esta alternativa é uma "forma realista" de controlar a mudança climática.

"Nossa proposta não dá uma solução total para a mudança climática, mas pode reduzir o impacto de ondas de calor e secas na agricultura e na saúde da América do Norte e das latitudes médias da Eurásia", declarou o cientista.

Os agricultores já realizam uma seleção de espécies de cultivos para conseguirem diversos objetivos como, por exemplo, aumentar a produção de alimentos ou fomentar as colheitas de trigo mais apropriadas para fazer pão ou as mais úteis para o estabelecimento.

Os cientistas afirmam que a implantação desta técnica poderia se estender para todo o planeta, pois a agricultura é uma indústria global.

O efeito de colocá-la em prática, segundo a equipe, seria equivalente a evitar as consequências da emissão à atmosfera de 195 bilhões de toneladas de CO2. (Fonte: Estadão Online)

Excreção de peixe ajuda a balancear acidez dos oceanos

O delicado balanço ácido do oceano pode estar sendo ajudado por uma fonte inesperada, excreção de peixe.

O aumento em dióxido de carbono na atmosfera não apenas leva ao aquecimento global, mas também aumenta a quantidade de CO2 dissolvido na água do oceano, tendendo a torná-lo mais ácido, potencialmente uma ameaça para a vida no oceano.

Químicos alcalinos como o carbonato de cálcio pode ajudar a balancear esse ácido. Cientistas pensavam que a fonte principal para esse processo eram as conchas do plâncton, mas eles ficaram surpresos com quantidades maiores que o esperado de carbonato no topo do nível das águas.

Agora pesquisadores liderados por Rod W. Wilson da Universidade de Exeter na Inglaterra relataram na revista Science que peixes marinhos contribuem entre 3 e 15% para o total de carbonato.

E a contribuição pode ser ainda maior, disseram os pesquisadores.

Eles relatam que peixes ósseos, um grupo que inclui 90% das espécies marinhas, produzem carbonato para eliminar o excesso de cálcio que ingerem na água do mar. Isso se transforma em cristais de carbonato de cálcio que os peixes eliminam.

O processo ocorre separadamente da digestão e da produção de fezes, disseram os pesquisadores. (Fonte: Estadão Online)

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Mundo precisa de 'emissões negativas' de carbono após 2050

A fim de evitar os efeitos mais catastróficos da mudança climática, as emissões mundiais de carbono terá de cair a quase zero até 2050 e "ficar negativas" depois disso, informa relatório divulgado pelo Instituto Worldwatch.

Trata-se de um corte mais profundo que o preconizado pela maioria dos ambientalistas e planejadores públicos, incluindo o presidente eleito dos EUA, Barack Obama, que defende um corte de 80% nas emissões americanas até meados do século.

A limitação das emissões de carbono tem por objetivo impedir que as temperaturas médias globais subam além de 2º C acima das registradas antes da Revolução Industrial. Mas um dos autores do relatório State of the World 2009 (O Estado do Mundo em 2009) considera até mesmo esse limite muito perigoso.

"O aquecimento global precisa ser reduzido dos níveis máximos para 1º C o quanto antes", disse o coautor William Hare. "Nesse nível, poderemos ver alguns riscos desaparecerem".

A temperatura média global já subiu 0,8º C desde 1850. Portanto, cortes drásticos nas emissões dos gases que aquecem o clima são necessários, diz hare, que trabalha no Instituto Potsdam para Pesquisa de Impacto Climático, na Alemanha.

Hare disse que as emissões de gases do efeito estufa pela humanidade teriam de atingir o nível máximo em 2020 e cair 85% abaixo dos níveis de 1900 por volta de 2050, e continuar caindo depois disso. Ele disse que as emissões de dióxido de carbono precisarão "ficar negativas", com mais da substância sendo absorvida que emitida, na segunda metade do século.

O fardo de cortar as emissões deve recair mais sobre os países ricos, disse Hare, com as nações industrializadas reduzindo suas emissões em 90% até 2050, permitindo que a economia dos países em desenvolvimento cresça e desenvolvendo tecnologias limpas. (Fonte: Estadão Online)

Ministros Minc e Unger discutem Plano Amazônia Sustentável

O ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, avaliou como "fecunda" a reunião com o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, para tratar do Plano Amazônia Sustentável (PAS) na terça-feira (13), no Ministério do Meio Ambiente.

"Eu e o ministro Minc discutimos as iniciativas que vão se seguir a questão prioritária que é a legalização fundiária. Todo mundo no Brasil já sabe que se não resolvermos o problema da terra o resto não vai funcionar" afirmou.

Mangabeira Unger disse ainda que um dos assuntos que serão tratados em parceria com o Ministério do Meio Ambiente é o do extrativismo. "E importante que a população da Amazônia, comprometida com o desenvolvimento sustentável, tenha alternativas, e não há alternativa sem incentivar o extrativismo", disse.

Carlos Minc disse que hoje já sentiu um avanço no PAS, apesar da concentração de prioridades voltada para a questão fundiária. O ministro considera importante a participação de outros ministérios, abrindo outros fronts para que o "PAS não seja um samba de uma nota só".

Segundo Minc, a estratégia principal para a implementação do PAS será adotar mecanismos objetivos no que se refere a questão do desmatamento e no da recuperação das áreas degradadas. "Vamos adotar medidas objetivas que permitam tornar mais caro o desmatamento ilegal e mais barato a recuperação das terras degradadas", disse. (Fonte: Radiobrás)

Hillary: Obama vai liderar resposta mundial ao aquecimento global

O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, vai liderar uma "resposta mundial e coordenada" para combater o aquecimento global, declarou na terça-feira (13) a futura secretária de Estado americana, Hillary Clinton, diante do Congresso.

"O presidente eleito Obama afirmou que os Estados Unidos devem estar à frente do desenvolvimento e da elaboração dessa resposta", frisou a senadora de 61 anos.

Hillary Clinton lembrou ao senador John Kerry, presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado, que Obama "foi um dos primeiros dirigentes a admitir que o aquecimento global constitui uma grave ameaça para a segurança" do mundo.

A adversária de Obama durante as primárias democratas lembrou que essa ameaça pode "servir de pretexto para novas guerras, por recursos como comida, água e terras cultiváveis. (Fonte: Yahoo!)

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Chu promete política agressiva contra mudanças climáticas

O vencedor do Prêmio Nobel Steven Chu disse nesta terça-feira (13) que, caso seja confirmado como secretário de Energia dos Estados Unidos, buscará agressivamente cumprir as políticas destinadas a conter as mudanças climáticas e atingir a independência energética, desenvolvendo fontes de energia limpa.

Mas ele também disse aos congressistas que vê a energia nuclear e o carvão como partes críticas da composição energética do país e disse que era otimista e acreditava que se podia encontrar uma maneira de tornar o carvão uma fonte mais limpa de energia, capturando suas emissões de carbono.

Chu foi indicado pelo presidente eleito Barack Obama para chefiar o Departamento de Energia. O físico compareceu nesta terça-feira diante do Comitê de Energia e Recursos naturais do Senado, onde recebeu apoio imediato tanto de democratas quanto de republicanos.

Em um comunicado preparado anteriormente, Chu, descendente de chineses e diretor do Lawrence Berkeley National Laboratory desde 2004, qualificou as mudanças climáticas como um "problema crescente e urgente". Para ele, a manutenção da dependência do petróleo representa uma ameaça para a economia e para a segurança norte-americanas.

Sobre os riscos do aquecimento global, Chu disse: "Agora é claro que se continuarmos nesse mesmo caminho, corremos o risco de mudanças drásticas em nosso sistema climático durante o período de vida de nossos filhos e netos."

Chu disse que a energia nuclear produz um quinto da eletricidade do país e 70% da eletricidade livre de carbono, acrescentando que "será uma parte importante de nossa composição energética."

Cientista largamente respeitado que dividiu um prêmio Nobel em 1997, Chu tem defendido mais pesquisas relativas a energia, especialmente trabalhos relacionados ao avanço de biocombustíveis e energia solar. Ele disse que a pesquisa cientifica é a chave para conter o aquecimento global.

No entanto, quando pressionado por senadores, ele também disse que o carvão não pode ser abandonado como fonte primária de energia, embora tenha prometido pesquisas agressivas sobre captura de carbono. (Fonte: Estadão Online)

Lobão: comissão termina estudos do pré-sal neste mês

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou na terça-feira (13) que a comissão interministerial criada no ano passado para elaborar propostas de um marco legal para a exploração de petróleo na camada do pré-sal concluirá seus trabalhos ainda em janeiro. "Neste mês, liquidamos o assunto e encaminhamos nossa proposta ao presidente Lula", declarou Lobão, em entrevista no Ministério de Minas e Energia.

Segundo o ministro, a demora na elaboração das regras não reduz o interesse das empresas no pré-sal. "Podemos demorar o que for necessário, que não há problema. Algumas empresas que já têm concessão de exploração não estão conseguindo explorar o que já têm", afirmou.

Lobão assegurou também que a queda do preço internacional do petróleo não foi a causa da demora na definição das regras. "Estamos pensando no futuro. E a baixa no preço do petróleo se resolverá rapidamente", disse.

Tupi - O ministro informou que executivos do grupo britânico BG lhe confirmaram que investirão cerca de US$ 4 bilhões, nos próximos anos, na exploração de petróleo no campo de Tupi, no pré-sal. A BG é uma das sócias da Petrobras em áreas já licitadas do pré-sal, e Lobão recebeu na terça-feira (13), em seu gabinete, o presidente mundial do grupo, Robert Wilson, e o presidente da empresa no Brasil, Armando Henriques.

"A BG disse que, no longo prazo, deseja ampliar seus investimentos no Brasil. Para eles, essa crise atual não se manterá para sempre, e há países mais seguros para se investir, como o Brasil", relatou o ministro.

Térmicas - Lobão informou que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a BR Distribuidora chegaram ontem a um acordo que permitirá o início da operação de sete usinas termoelétricas a óleo na Região Nordeste e na Região Centro-Oeste programadas para começar a gerar energia neste ano.

O acordo superou o impasse surgido com uma negativa da BR Distribuidora em assinar termo de responsabilidade junto à Aneel garantindo que pagaria pesadas multas no caso de interromper o fornecimento do combustível a essas usinas.

O ministro informou que ficou combinado que, mesmo discordando dos termos propostos pela Aneel, a BR assinará o termo de responsabilidade, mas, ao mesmo tempo, a agência se comprometerá a aperfeiçoar maneiras de calcular as multas.

Lobão relatou que a BR estava argumentando que não poderia assinar o termo porque as multas, de tão pesadas, poderiam ultrapassar o próprio valor dos negócios, o que, segundo a distribuidora, seria proibido pelo Código Civil.
O ministro reconheceu que as multas seriam exageradas e disse que a divergência se baseava no fato de que, para a BR, as multas deveriam ter como referência o valor do óleo vendido, mas a Aneel as calculava com base no preço da energia gerada pelas térmicas. (Fonte: Leonardo Goy/ Estadão Online)

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Estudo quantifica emissões de gases pelo uso do Google

Duas buscas no Google produzem a mesma quantidade de gases do efeito estufa que ferver água em uma chaleira elétrica, segundo um acadêmico da Universidade Harvard, nos Estados Unidos.

A conclusão faz parte de um estudo do físico americano Alex Wissner-Gross,que realizou pesquisas sobre o impacto ambiental do uso do Google.

Cientistas em todo o mundo estão preocupados com o impacto ambiental do uso de equipamentos eletrônicos.

Em um comunicado, o Google disse estar considerando a questão "seriamente", acrescentando que "a energia usada a cada pesquisa no Google é mínima".

Uma pesquisa recente estimou que o setor global de tecnologia da informação gera tantos gases do efeito estufa quanto todas as companhias aéreas juntas.

O estudo de Wissner-Gross afirma que uma busca típica no Google em um computador de mesa gera cerca de 7 gramas de dióxido de carbono.

Para ferver água em uma chaleira elétrica, são emitidos cerca de 14 gramas de dióxido de carbono, ou o equivalente a duas buscas no Google, segundo o físico americano.

Eletricidade - Wissner-Gross argumenta que essas emissões de carbono derivam da eletricidade usada pelo terminal de computador e pela energia consumida pelos grandes centros de dados operados pelo Google em todo o mundo.

Apesar de o sistema de buscas americano ser reconhecido pelos seus resultados rápidos, Wissner-Gross diz que ele somente consegue isso porque usa vários bancos de dados ao mesmo tempo, produzindo mais dióxido de carbono que alguns de seus competidores na internet.

Segundo o acadêmico, para cada segundo conectados à internet, geramos 0,02 grama de emissões de carbono.

Isoladamente, esse número pode não parecer muito, mas a cada dia são feitas cerca de 200 milhões de buscas na internet.

O Google disse que à medida que os computadores passam a representar uma parte maior nas vidas das pessoas, estas também consomem cada vez mais energia. Mas, em seu comunicado, a empresa diz estar considerando esse impacto com seriedade.

A empresa disse ter desenvolvido "os centros de dados mais eficientes do mundo em termos do uso de energia".

"De fato, no tempo que leva para fazer uma busca no Google, seu computador pessoal vai usar mais energia do que nós usamos para responder à sua questão", afirma o comunicado. (Fonte: Estadão Online)

Oceanos absorvem menos CO2, dizem cientistas

Cientistas emitiram um novo alerta sobre o aquecimento global e alterações climáticas depois que descobriram uma diminuição na quantidade de emissões de carbono absorvidos pelo Mar do Japão. As informações são do The Guardian.

Os resultados da pesquisas foram publicados na revista Geophysical Research Letters. Os oceanos do mundo absorvem cerca de 10t de dióxido de carbono por ano e um ligeiro enfraquecimento neste processo natural deixaria mais CO2 na atmosfera.

Kitack Lee, professor da Universidade de Ciência e Tecnologia, na cidade de Pohang, Coréia do Sul, diz que essas condições mais quentes podem perturbar o processo conhecido como "ventilação" - a maneira que o oceano arrasta o CO2 absorvido pela superfície para as profundezas.

O cientista adverte que o efeito provavelmente não se limita ao mar do Japão e também poderia afetar absorção de CO2 em outros oceanos.

Lee acrescenta: "Em outras palavras, o aumento da temperatura atmosférica, devido ao aquecimento global pode influenciar profundamente na ventilação do oceano, diminuindo assim absorção de CO2."

Lee e sua colega Geun-Ha Park utilizaram um navio russo para coletar amostras de 24 locais em todo o Mar do Japão.

Eles compararam o CO2 dissolvido na água com amostras similares recolhidas em 1992 e 1999. Os resultados mostraram a quantidade de CO2 absorvido durante o ano de 1999 a 2007 foi menos de metade do nível registrado no período de 1992 a 1999. (Fonte: Portal Terra)

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Menos comida com aquecimento

O acelerado aumento nas temperaturas afetará seriamente a agricultura no planeta, especialmente nas regiões tropicais e subtropicais. Se nada for feito, até o fim do século pelo menos metade da população mundial terá que enfrentar uma drástica falta de alimentos.

A afirmação é de um estudo publicado na edição de 9 de janeiro da revista Science por David Battisti, professor do Departamento de Ciências Atmosféricas da Universidade de Washington, e Rosamond Naylor, diretor do Programa de Segurança Alimentar e Ambiental da Universidade Stanford, ambos nos Estados Unidos.

O impacto do aquecimento global na agricultura deverá afetar particularmente as regiões mais pobres e que apresentam as maiores taxas de crescimento populacional.

“Os efeitos apenas da temperatura na produção global de alimentos serão enormes, isso sem levar em conta as fontes de água impactadas pelo aquecimento”, disse Battisti.

“Precisamos investir na adaptação. Está claro que essa é a direção em que estamos indo, em termos de temperatura, e serão necessárias décadas para desenvolver novas variedades de cultivos que possam enfrentar melhor um clima mais quente”, disse Naylor.

Ao combinar observações diretas com dados de 23 modelos climáticos globais – produzidos no âmbito do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) –, Battisti e Naylor concluíram que há uma probabilidade superior a 90% de que em 2100 as menores temperaturas durante os períodos de cultivo nas regiões tropicais e subtropicais serão maiores do que qualquer temperatura registrada até hoje nas mesmas áreas.

Segundo o estudo, nos trópicos as temperaturas mais altas deverão reduzir a produção de grãos primários, como milho e arroz, de 20% a 40%. Mas o aquecimento deverá prejudicar também a umidade do solo, o que levaria a uma diminuição ainda maior na produção.

“Temos que repensar os sistemas agrícolas como um todo e não apenas buscar novas variedades, além de reconhecer que muitos deixarão de ser agricultores e abandonarão as terras onde vivem e trabalham”, disse Naylor.

Atualmente, cerca de 3 bilhões de pessoas vivem nas regiões tropicais e subtropicais, um número que deverá dobrar até o fim do século.

O artigo Historical warnings of future food insecurity with unprecedented seasonal heat, de David Battisti e Rosamond Naylor, pode ser lido por assinantes da Science em www.sciencemag.org. (Fonte: Agência Fapesp)

sábado, 10 de janeiro de 2009

Europa congela, mas mundo está ficando mais quente, diz ONU

Pode estar bastante frio na Europa agora, mas o mundo fica mais quente e o aquecimento global continua sendo um perigo, disse a agência da ONU para o clima nesta sexta-feira (9).

"O secretário-geral da WMO (sigla da agência em inglês), Michel Jarraud, afirmou que não podemos confundir o tempo que estamos vendo agora com o aquecimento global", disse Gaelle Sevenier, porta-voz da WMO, em um comunicado à imprensa.

As temperaturas atingiram recordes de baixa na Alemanha e Marselha, que agora deveria estar ensolarada, teve fortes nevascas na quinta-feira. A Suíça também enfrenta temperaturas negativas pelo oitavo dia consecutivo.

Os estudos do clima desde 1850 mostram um aumento inegável na temperatura, disse Sevenier.

"O senhor Jarraud ressaltou que não pode haver dúvida de que a tendência ainda é o aquecimento e que a temperatura da superfície da Terra aumentou três quartos de grau desde o meio do século dezenove."

A maioria dos cientistas acredita que o aquecimento global está causando tempos extremos, o que ocasiona furacões, enchentes e secas que destroem e matam.

Embora 2008 tenha sido mais frio do que o ano anterior, é o décimo ano mais quente desde que a medição começou, segundo Sevenier.

O porta-voz afirmou que o frio na Europa se deve ao fenômeno "La Niña", no qual a água da superfície do oceano Atlântico fica mais fria do que o comum devido a complexos processos meteorológicos que influenciam o clima no oceano Atlântico.

La Nina - que significa "menina" em espanhol - é um fenômeno periódico que se alterna com o El Niño (menino), quando a água fica mais quente que o normal. Ambos podem afetar o clima no mundo. (Fonte: Estadão Online)

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Aquecimento terá efeito devastador sobre agricultura

O rápido aumento das temperaturas no mundo todo terá, provavelmente, um grave efeito sobre as colheitas nas zonas tropicais e subtropicais no fim deste século, prevê um estudo publicado nesta quinta-feira (8) pela revista Science.

Como resultado, se não houver uma adaptação, metade do mundo enfrentará uma grande escassez de alimentos, advertiu o estudo.

Para pior, a população dessas regiões (entre 35 graus de latitudes norte e sul) é uma das mais pobres e com maior crescimento demográfico.

Calcula-se que cerca de 3 bilhões de pessoas vivam nessa área, que vai do sul dos Estados Unidos ao norte da Argentina e o sul do Brasil; do norte da Índia e o sul da China ao sul da Austrália e toda África.

"As pressões do aumento de temperaturas sobre a produção mundial de alimentos serão enormes e isso sem levar em conta o abastecimento de água", assinalou David Battisti, professor de Ciências Atmosféricas da Universidade de Washington.

Segundo Battisti, serão necessárias muitas décadas para se desenvolver variedades de colheitas que suportem melhor os aumentos de temperatura.

Battisti e Rosamond Naylor, diretor do Programa de Segurança Alimentaria da Universidade de Stanford (Califórnia), tiraram esta previsão de 23 modelos climáticos.

Destes modelos, estabeleceram a existência de mais de 90% de probabilidade de que até 2100 as temperaturas nos trópicos e subtrópicos serão as mais altas registradas na história.

Os cientistas determinaram também os períodos históricos de maior insegurança alimentar e estabeleceram que é provável que esses períodos se tornem mais frequentes.

Entre os episódios estudados, estão um na França, em 2003, e na Ucrânia, em 1972.

Na então república soviética, uma onda de calor sem precedentes arrasou as colheitas de trigo e causou uma alteração do mercado mundial desse grão que durou dois anos.

"Quando olhamos esses exemplos históricos vimos que sempre houve formas de resolver o problema. Sempre havia um lugar onde encontrar o alimento", disse Naylor.

"No entanto, no futuro, não haverá nenhum lugar onde possamos achar esses alimentos a menos que reconsideremos as fontes de provisão", previu.

Além disso, os problemas do clima não se limitarão às zonas tropicais, e como exemplo os cientistas, além do caso ucraniano, citam as temperaturas recorde registradas na Europa em 2003 e que causaram a morte de cerca de 52 mil pessoas.

Segundo eles indicam, as temperaturas que prevaleceram nesse verão de 2003 na França serão normais até 2100 e reduzirão a provisão de alimentos primários como milho e trigo entre 20% e 40%.

As maiores temperaturas, segundo eles, também alterarão de forma radical a umidade do solo o que causará uma maior redução das colheitas. (Fonte: Estadão Online)

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Emissão de gás carbônico no País vai triplicar até 2017

Se por um lado a área ambiental do governo firma compromissos para reduzir as emissões de gás carbônico por meio da queda do desmatamento, do outro o planejamento do setor elétrico prevê mais geração termoelétrica, considerada uma energia mais poluente. Análises de técnicos do próprio governo indicam que as emissões de CO2 dessas novas usinas saltarão dos atuais 14 milhões de toneladas para 39 milhões em 2017.

A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, senadora pelo PT do Acre, está preocupada com as projeções do governo de aumentar a produção de energia em usinas termoelétricas, principalmente as movidas a óleo combustível. "Estamos na contramão da Europa e do que deverá acontecer nos Estados Unidos com a posse do Barack Obama", disse.

A nova versão do Plano Decenal de Expansão da Energia, que traça as metas para o setor de 2008-2017, projeta que a capacidade de geração do País terá de saltar dos atuais 99,7 mil megawatts (MW) para 154,7 mil MW. Desse acréscimo, cerca de 20,8 mil MW deverão ser gerados em usinas termoelétricas de diversos tipos, como nuclear, a gás, carvão, diesel, óleo combustível ou biomassa. A previsão do governo para a produção de energia em usinas movidas a óleo combustível - mais caras e poluentes - é de cerca de 40 novas térmicas até 2017. (Fonte: Estadão Online)

Governo quer dobrar usinas poluentes

No ano em que o mundo terá de entrar em acordo sobre a adoção de metas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, o Brasil apresenta um Plano Decenal de Energia que dobra o parque termelétrico do país e enfatiza as fontes de energia sujas, que colaboram para o aquecimento global.

O plano prevê a criação de 82 usinas termelétricas de 2008 a 2017, com potência total de 15.305 MW. Dessas, 68 serão movidas a combustíveis fósseis. Hoje, há 77 térmicas instaladas, 74 delas de fontes fósseis, que juntas têm potência de 15.444,7 MW. Com o plano, as emissões de gás carbônico das termelétricas subirão 172% - passando de 14,43 milhões de toneladas para 39,3 milhões de toneladas.

Se as emissões de todos os outros setores da economia, como transportes e indústria, permanecessem estáveis nesse período, as emissões das termelétricas passarão de 4,3% do total atual para 12% em 2017.

O plano prevê ainda a criação de 71 hidrelétricas, 11 usinas a menos em relação às térmicas. Porém, o potencial hidrelétrico a ser instalado será bem maior que o do novo parque termelétrico, com 28.938,5 MW.

Na opinião de Luiz Pinguelli Rosa, diretor da Coppe-UFRJ (Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro), o governo está cometendo um "erro grande" ao priorizar as termelétricas. "Entramos na contramão da história e vamos aumentar a emissão de gases-estufa desnecessariamente."

Dois países? - O Ministério de Minas e Energia colocou o plano que prevê a expansão da energia suja em consulta pública na internet (www.mme.gov.br) no dia 24 de dezembro. Duas semanas antes, o Brasil recebia em Poznan, Polônia, elogios internacionais por seu Plano Nacional de Mudanças Climáticas. No documento, o governo assume metas internas de redução do desmatamento e defende a ampliação das energias renováveis.

No final deste ano, deve ser fechado na conferência de Copenhague, na Dinamarca, um acordo entre os países sobre as novas metas de redução das emissões a partir de 2012.

Para a senadora Marina Silva (PT), ex-ministra do Meio Ambiente e colunista da Folha, o Plano Decenal de Energia "é uma contradição". "Se for para o Brasil ir pelo caminho mais fácil, não precisa do plano [de Mudanças Climáticas]."

"Se vai reduzir emissão em função da diminuição do desmatamento você não pode aumentar as emissões por outro lado, senão você não fecha essa conta", disse.

Ela ressaltou que a energia eólica é pouco explorada no Plano Decenal, por exemplo. Hoje, os ventos representam 0,3% da geração total de energia no Brasil e, em 2017, passarão para 0,9%.

Dos 15.305 MW previstos para entrar em operação no horizonte do plano por meio das usinas térmicas, 89,4% são provenientes de combustíveis fósseis. E as usinas a óleo combustível dominarão o cenário a partir de 2010 até o final do período - serão 41 usinas novas.

A maior parte das térmicas, um total de 55, deve ser instalada no Nordeste. A segunda região que mais receberá esse tipo de usinas será o Sudeste, que deve ganhar 20 delas.

Culpa - Segundo Pinguelli Rosa, a população também tem sua parcela de culpa na ampliação das térmicas, ao criticar a construção de hidrelétricas no país. "Mas o governo tem maior responsabilidade. Não pode cometer um erro desses só porque a sociedade se equivoca", disse.

O Ministério de Minas e Energia, procurado na manhã de ontem, não respondeu à Folha até o fechamento desta edição. De acordo com a página do ministério na internet, a consulta pública sobre o Plano Decenal de Energia terminará em 30 de janeiro.

Sérgia Oliveira, do Ministério do Meio Ambiente, não respondeu às questões específicas da reportagem sobre o Plano Decenal de Energia. Ela afirmou que a pasta defende a promoção da energia renovável e que o Ministério de Minas e Energia "tem sido muito aberto" para discutir a questão. (Fonte: Afra Balazina/ Folha Online)

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Iguana rosa pode alterar história da evolução em Galápagos

Cientistas na Itália anunciaram ter descoberto que um tipo de iguana rosa das Ilhas Galápagos pode alterar a história da evolução da espécie no arquipélago.

Em um artigo na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, os pesquisadores da Universidade de Roma indicam que o iguana rosado "se separou" das outras espécies de iguana de Galápagos há cerca de 5,7 milhões de anos.

O rosada foi visto pela primeira vez por guardas florestais do arquipélago em 1986, nas encostas de um vulcão da ilha de Isabela. Mas só em 2000 a espécie começou a ser analisada por cientistas.

Foi a partir de estudos de iguanas, pintassilgos e tartarugas de Galápagos, em 1835, que o britânico Charles Darwin desenvolveu a teoria da evolução das espécies por seleção natural.

Darwin, no entanto, não chegou a conhecer o iguana rosado.

Novas dúvidas - Os cientistas da Universidade de Roma reuniram provas que sugerem que o iguana rosado não é uma variação dos iguanas mais conhecidos de Galápagos, o amarelo Conolophus subcristatus, mas sim uma espécie separada.

Além de apresentarem comportamentos diferentes e características externas bastante distintas - como o formato de suas cristas, por exemplo -, as duas espécies têm DNAs pouco parecidos.

Segundo os pesquisadores, isso significa que a linha que levou às espécies de iguanas mais conhecidas divergiu daquela que gerou o rosado há cerca de 5,7 milhões anos.

Mas a descoberta leva a outra série de dúvidas.

"Naquela época, todas as ilhas do oeste de Galápagos não existiam", disse à BBC Gabriele Gentile, chefe da equipe de cientistas. "Trata-se de um enigma, porque agora o iguana rosado vive em uma pequena parte da ilha de Isabela que se formou há menos de 500 mil anos."

Segundo Genitle, mesmo as partes mais antigas do arquipélago podem ter menos de 5 milhões de anos.

O cientista diz que a explicação pode ser o fato de que alguns vulcões que agora estão no fundo do mar estava acima da superfície quando os primeiros iguanas marinhos chegaram, o que permitiu que alguns subissem para a terra firme e começassem uma evolução separada.

Análises já realizadas com o DNA de iguanas mostrou que as espécies terrestres se originaram das marinhas há cerca de 10 milhões anos.

Segundo Gentile, existem menos de cem iguanas rosados e a espécie está ameaçada de extinção. (Fonte: Estadão Online)

Contra efeito estufa, imagem de satélite

Dez países subdesenvolvidos com riscos ambientais receberão, sem custos, imagens de satélite para controle de emissão de gases estufa e outros danos ambientais. A iniciativa é fruto de um acordo do PNUD com o governo francês e o governo da Bretanha (região da França) e vai beneficiar três nações sul-americanas: Uruguai, Peru e Colômbia.

O projeto integra uma rede de satélites públicos e privados que pertencem a oito entidades diferentes. Além dos sul-americanos, as imagens também serão enviadas a partir de 2009 para Marrocos, Senegal, Uganda, Moçambique, Indonésia, Albânia e Macedônia. Com elas, será possível mapear emissões, desmatamento, desertificação e determinar áreas que correm risco de ser inundadas, afirma um comunicado sobre o projeto.

“A razão para fazer bons mapas é, primeiramente, determinar a vulnerabilidade dos países do hemisfério sul às questões climáticas e, em segundo lugar, para que esses países tenham um inventário das fontes de emissões de gases estufa”, disse a diretora de Energia e Meio Ambiente do PNUD, Veerle Vandeweerd, em coletiva de imprensa no lançamento do programa, em 9 de dezembro, durante a 14ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, um encontro de líderes mundiais que ocorreu na Polônia.

Veerle acrescentou que, apesar de os países desenvolvidos serem os maiores emissores de carbono e outros gases, os subdesenvolvidos são os mais vulneráveis às questões climáticas. Segundo ela, isso aumenta a importância de esses países planejarem ações em prol do meio ambiente. A diretora acredita que o sistema seja uma forma de incentivar a cooperação norte-sul.

O objetivo do projeto é aumentar a capacidade de ação das regiões envolvidas e divulgar experiências que deram certo nos países desenvolvidos, para que sirvam de exemplo a novas ações. Segundo os criadores, medidas locais, sub-nacionais, são as principais responsáveis pela redução dos efeitos das mudanças climáticas.

“Temos a cobertura de 500 regiões diferentes e, num mundo ideal, nos voltaríamos para todas as 500 porque há a necessidade”, diz Veerle Vandeweerd. Ela diz que para isso o projeto precisará crescer em estrutura, mas que também é preciso o interesse dos países em participar. (Fonte: PrimaPagina/PNUD)

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Fertilizante de origem amazônica pode ajudar no combate ao aquecimento global

Um fertilizante que gera energia ao ser produzido e retira gás carbônico da atmosfera, ajudando a combater o processo de aquecimento global. Este é o biochar, um produto ainda em pesquisa pelos cientistas e que tem sua origem na Amazônia, antes da chegada dos europeus à região.

Quando os colonizadores chegaram à floresta amazônica, depararam-se com áreas de terra escura com alto teor de carvão. Esse solo, hoje se sabe, foi criado pelos povos que ocupavam a Amazônia desde 5.000 a.C. "A idéia mais aceita é que ele foi manipulado intencionalmente (para servir como adubo), mas isso não é unânime", explica o alemão Johannes Lehmann, um dos principais pesquisadores de biochar no mundo, em entrevista ao Globo Amazônia. O solo escuro foi apelidado de “terra preta de índio”.

O professor da Universidade de Cornell, nos EUA, explica que o biochar é um método muito efetivo para sequestrar o carbono da atmosfera, prendendo-o no solo – possui cerca de 80% de carbono, contra 45% da biomassa da qual geralmente é produzido. "Além de retirar carbono, ele controla a acidez do solo e reduz eventual contaminação por alumínio", explica.

O biochar é produzido a partir de biomassa, ou seja, material orgânico. Fazendeiros podem poduzi-lo a partir de dejetos para os quais não têm uso, como fezes de animais ou cascas de cereais. O produto é feito por meio do processo de pirólise, uma espécie de queima em fornos com a presença de pouco ou nenhum oxigênio.

Adaptação local - O biochar, diz Lehmann, só não é amplamente utilizado porque ainda não houve suficiente pesquisa. “Na Amazônia Central há grupos estudando seu uso, mas já não seria adequado para a Venezuela, por exemplo”, diz. Ele conta que começou a pesquisar o assunto no início da década de 90, mas que há apenas dois ou três anos há um trabalho internacional sistemático de pesquisa do biochar. Portanto, é um campo muito novo para que o uso do produto já estivesse amplamente disseminado.

Se o biochar pode servir para reduzir o aquecimento global, por que não simplesmente produzi-lo e enterra-lo? Para Lehmann, isso seria inviável porque não há estímulo econômico para produzir biochar apenas para tirar carbono da atmosfera. “A principal função é a de fertilizante. Se puderem melhorar seu solo, os fazendeiros terão estímulo para produzir o biochar”, explica o professor.

Segundo ele, além da terra preta de índio, há outros registros históricos do uso do biochar em diferentes países, mesmo em comunidades em que a experiência dos indígenas brasileiros era desconhecida. No entanto, a “terra preta” produzida no Brasil é o mais antigo biochar de que se tem notícia. (Fonte: Dennis Barbosa/ G1)

sábado, 3 de janeiro de 2009

Papel de bagaço de cana existe?

A indústria de polpa de celulose e de papel é a maior consumidora de madeira do mundo. E este consumo só faz aumentar, conforme relatórios do próprio setor.

Esta produção utiliza florestas plantadas especialmente para este fim. Mesmo assim, quem vê uma área de toras retiradas para alimentá-la não consegue impedir um sentimento de mal-estar pelo cenário a sua frente.

A reciclagem ajuda muito. O Brasil, em 2006, reciclou 47% do papel que circulou no País, segundo o Cempre. Este índice alcança 77,3% do papel ondulado, usado para embalagens. Além disto, ela economiza água e energia.

Mas ainda é possível ir além.

Existe tecnologia para fabricar papel a partir de resíduos agrícolas e ela já chegou ao Brasil! Uma empresa em Campinas, a Artmania, está revendendo papel feito a partir de bagaço de cana. O produto é branco, isento de cloro e soda, com menor teor alvejante e apropriado para uso em impressora. O único porém, é que fabricado na Argentina, implicando em frete. (Fonte: Banco do Planeta).

Cientistas apostam em geoengenharia para frear aquecimento

O fracasso mundial em interromper as emissões de gás carbônico da atmosfera e a consequente intensificação do aquecimento global está levando muitos cientistas a pensar em um "plano B" para o problema.

É o que mostra uma pesquisa recente com cientistas realizada pelo jornal britânico "The Independent", em que a maioria defendeu o investimento em projetos de geoengenharia, que consiste em planos artificiais para forçar a absorção de gás carbônico pela natureza.

Esse tipo de medida, que envolve tecnologias altamente controversas -- como fertilizar os oceanos com partículas de ferro para aumentar a quantidade de algas ou mesmo espalhar sulfato no ar para refletir de volta a luz do sol-- já é considerada necessária para boa parte dos cientistas para diminuir as temperaturas do planeta.

Na consulta realizada pelo "Independent" com 80 renomados especialistas em aquecimento global, 54% disseram que a situação está tão ruim que é necessário um plano envolvendo manipulação do clima global para combater os efeitos nocivos das emissões de gás.

Outros 35% dos cientistas discordaram, argumentando que estratégias artificiais poderiam ofuscar o objetivo principal de cortar as emissões de CO2. Os 11% restantes dos pesquisadores disseram que não sabem se uma estratégia de geoengenharia é ou não necessária.

É quase consenso entre todos os pesquisadores, no entanto, que é necessária uma ação emergencial para tratar o problema, já que acordos assinados na última década, como o Protocolo de Kyoto, não tiveram o efeito esperado. Além das emissões de CO2 terem crescido em média 1% ao ano no mundo nos último anos, a absorção natural do gás pelas florestas e oceanos diminuiu drasticamente.

Entre os cientistas entrevistados que defendem o uso de tecnologias para frear o aquecimento global, quase todos dizem que esse tipo de estratégia não deve impedir esforços para que as autoridades tracem políticas para cortar as emissões de gás. Para eles, remediar e prevenir não devem ser opções excludentes.

Planos - As tecnologias e projetos para conter o aquecimento sofrem oposição há vários anos e envolvem medidas arriscadas; algumas delas lembram ficção científica.

Alguns cientistas, por exemplo, sugerem que seria possível refletir a luz solar com um espelho gigante ou um conjunto deles colocados entre a Terra e o Sol. O esquema levantou controvérsia sobre como isso poderia ser controlado, além dos efeitos secundários desconhecidos poderia causar.

Outra ideia é injetar partículas de sulfato artificial na estratosfera, camada superior da atmosfera terrestre. Quem sugeriu o plano foi o ganhador do Nobel Paul Crutzen, após verificar que erupções vulcânicas liberam sulfato suficiente para refletir o calor do sol e baixar as temperaturas da Terra em 0,5 ºC em dois anos. O risco, no entanto, é que a medida pode provocar chuvas ácidas e efeitos nocivos para a agricultura.

O cientista John Latham, do Centro Nacional de Pesquisas Atmosféricas dos Estados Unidos, em Boulder, no Colorado, trabalha em uma pesquisa para atomizar água do mar e com elas produzir gotículas que formem pequenas nuvens marítimas de baixa altitude para cobrir parte da superfície oceânica. A única matéria prima seria a própria água do mar e o processo poderia ser interrompido facilmente. A ideia, no entanto, só impediria o aquecimento em áreas oceânicas.

Adicionar sais de ferro nos mares foi uma medida pensada para forçar a absorção de CO2 pela natureza. O plano iria multiplicar o crescimento de algas marinhas, que absorvem o gás, que precipitaria para águas profundas. Mas caso animais se alimentem das algas, o gás subiria de volta às superfícies. (Fonte: Folha Online)