Um fertilizante que gera energia ao ser produzido e retira gás carbônico da atmosfera, ajudando a combater o processo de aquecimento global. Este é o biochar, um produto ainda em pesquisa pelos cientistas e que tem sua origem na Amazônia, antes da chegada dos europeus à região.
Quando os colonizadores chegaram à floresta amazônica, depararam-se com áreas de terra escura com alto teor de carvão. Esse solo, hoje se sabe, foi criado pelos povos que ocupavam a Amazônia desde 5.000 a.C. "A idéia mais aceita é que ele foi manipulado intencionalmente (para servir como adubo), mas isso não é unânime", explica o alemão Johannes Lehmann, um dos principais pesquisadores de biochar no mundo, em entrevista ao Globo Amazônia. O solo escuro foi apelidado de “terra preta de índio”.
O professor da Universidade de Cornell, nos EUA, explica que o biochar é um método muito efetivo para sequestrar o carbono da atmosfera, prendendo-o no solo – possui cerca de 80% de carbono, contra 45% da biomassa da qual geralmente é produzido. "Além de retirar carbono, ele controla a acidez do solo e reduz eventual contaminação por alumínio", explica.
O biochar é produzido a partir de biomassa, ou seja, material orgânico. Fazendeiros podem poduzi-lo a partir de dejetos para os quais não têm uso, como fezes de animais ou cascas de cereais. O produto é feito por meio do processo de pirólise, uma espécie de queima em fornos com a presença de pouco ou nenhum oxigênio.
Adaptação local - O biochar, diz Lehmann, só não é amplamente utilizado porque ainda não houve suficiente pesquisa. “Na Amazônia Central há grupos estudando seu uso, mas já não seria adequado para a Venezuela, por exemplo”, diz. Ele conta que começou a pesquisar o assunto no início da década de 90, mas que há apenas dois ou três anos há um trabalho internacional sistemático de pesquisa do biochar. Portanto, é um campo muito novo para que o uso do produto já estivesse amplamente disseminado.
Se o biochar pode servir para reduzir o aquecimento global, por que não simplesmente produzi-lo e enterra-lo? Para Lehmann, isso seria inviável porque não há estímulo econômico para produzir biochar apenas para tirar carbono da atmosfera. “A principal função é a de fertilizante. Se puderem melhorar seu solo, os fazendeiros terão estímulo para produzir o biochar”, explica o professor.
Segundo ele, além da terra preta de índio, há outros registros históricos do uso do biochar em diferentes países, mesmo em comunidades em que a experiência dos indígenas brasileiros era desconhecida. No entanto, a “terra preta” produzida no Brasil é o mais antigo biochar de que se tem notícia. (Fonte: Dennis Barbosa/ G1)
Quando os colonizadores chegaram à floresta amazônica, depararam-se com áreas de terra escura com alto teor de carvão. Esse solo, hoje se sabe, foi criado pelos povos que ocupavam a Amazônia desde 5.000 a.C. "A idéia mais aceita é que ele foi manipulado intencionalmente (para servir como adubo), mas isso não é unânime", explica o alemão Johannes Lehmann, um dos principais pesquisadores de biochar no mundo, em entrevista ao Globo Amazônia. O solo escuro foi apelidado de “terra preta de índio”.
O professor da Universidade de Cornell, nos EUA, explica que o biochar é um método muito efetivo para sequestrar o carbono da atmosfera, prendendo-o no solo – possui cerca de 80% de carbono, contra 45% da biomassa da qual geralmente é produzido. "Além de retirar carbono, ele controla a acidez do solo e reduz eventual contaminação por alumínio", explica.
O biochar é produzido a partir de biomassa, ou seja, material orgânico. Fazendeiros podem poduzi-lo a partir de dejetos para os quais não têm uso, como fezes de animais ou cascas de cereais. O produto é feito por meio do processo de pirólise, uma espécie de queima em fornos com a presença de pouco ou nenhum oxigênio.
Adaptação local - O biochar, diz Lehmann, só não é amplamente utilizado porque ainda não houve suficiente pesquisa. “Na Amazônia Central há grupos estudando seu uso, mas já não seria adequado para a Venezuela, por exemplo”, diz. Ele conta que começou a pesquisar o assunto no início da década de 90, mas que há apenas dois ou três anos há um trabalho internacional sistemático de pesquisa do biochar. Portanto, é um campo muito novo para que o uso do produto já estivesse amplamente disseminado.
Se o biochar pode servir para reduzir o aquecimento global, por que não simplesmente produzi-lo e enterra-lo? Para Lehmann, isso seria inviável porque não há estímulo econômico para produzir biochar apenas para tirar carbono da atmosfera. “A principal função é a de fertilizante. Se puderem melhorar seu solo, os fazendeiros terão estímulo para produzir o biochar”, explica o professor.
Segundo ele, além da terra preta de índio, há outros registros históricos do uso do biochar em diferentes países, mesmo em comunidades em que a experiência dos indígenas brasileiros era desconhecida. No entanto, a “terra preta” produzida no Brasil é o mais antigo biochar de que se tem notícia. (Fonte: Dennis Barbosa/ G1)
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