sexta-feira, 26 de junho de 2009

Vigilância em saúde com bases ambientais



Inpe e Fiocruz desenvolvem observatório para acompanhar processos envolvidos na relação entre mudanças climáticas globais e seus efeitos sobre a saúde humana

Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) anunciaram a criação e estão em processo de desenvolvimento do Observatório de Clima e Saúde da América Latina (Observatorium).

Ao agrupar informações de diversas naturezas – ambientais, climáticas, epidemiológicas, socioeconômicas e de saúde pública – a iniciativa pretende acompanhar e antever processos envolvidos na relação entre as mudanças climáticas globais e seus efeitos sobre a saúde humana.

O observatório irá integrar bases de dados de instituições como o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) e o banco de dados do Sistema Único de Saúde (Datasus), além de reunir bancos de instituições de ensino e pesquisa, visando a fomentar estudos acadêmicos e o desenvolvimento de inovações tecnológicas nas áreas de clima e saúde.
“A ideia é criar uma nova política nacional de acesso aos dados já disponíveis e arquivados em múltiplas instituições do país, de modo que uma única plataforma tecnológica na internet permita a consulta compartilhada às informações e à produção de conhecimentos sobre o assunto”, disse o coordenador do projeto no Inpe, Antônio Miguel Vieira Monteiro, à Agência FAPESP.

“O Observatorium se propõe a unir três questões: ciência de qualidade, inovações tecnológicas e ferramentas para o suporte e a decisão política. Trata-se de uma nova proposta de apoio à gestão e aos serviços de saúde com bases científicas e tecnológicas”, explicou Monteiro, que coordena o Programa Espaço e Sociedade do instituto.

Atualmente, os pesquisadores envolvidos com o projeto trabalham na elaboração de um inventário de dados sobre clima e saúde. “Dados já existem em grande quantidade. O mais importante agora é consolidar essas informações e definir quem são os produtores de dados mais importantes nas relações associadas aos processos de saúde e doença derivadas de clima e meio ambiente”, disse.

Além de fomentar a tomada de decisão de gestores e a participação dos cidadãos em temas sobre as mudanças climáticas e seus impactos na saúde, o Observatorium pretende ainda realizar análises para a identificação de tendências e padrões climáticos de modo a alertar e acompanhar situações de emergências na saúde geradas pelo clima.

Pessoas que não estejam vinculadas a nenhuma instituição, explica o pesquisador do Inpe, também poderão alimentar o Observatorium com dados novos por meio da “Base Viva”, ferramenta que permitirá a inserção de informações sobre eventos naturais e condições de saúde da população.

“Os dados provenientes dessa participação externa, em que as pessoas poderão contar casos isolados e pontuais de suas cidades, por exemplo, terão um tratamento diferenciado para a consolidação de uma base paralela”, disse Monteiro. Uma versão piloto do Observatorium deverá ser lançada até o fim de 2009.

Na Fiocruz, o projeto, que conta com o apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), é coordenado pelo pesquisador Christovam Barcellos, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict). No Inpe, a iniciativa é conduzida pelo Programa Espaço e Sociedade, com a participação das áreas de Previsão de Tempo e Clima, Observação da Terra e Ciência do Sistema Terrestre.


Fonte: Agência FAPESP.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

STF proíbe Brasil de importar pneus usados



O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quarta-feira (24), por oito votos a um, proibir as empresas brasileiras de importarem pneus usados de outros países. A decisão atende a um pedido do governo federal, que contestava decisões judiciais que autorizavam a importação do produto. Segundo empresários do setor, a decisão atinge um mercado que gera 40 mil empregos diretos no Brasil.

O julgamento havia sido iniciado no dia 11 de março, quando foi interrompido por um pedido de vista do ministro Eros Grau. Antes da suspensão, apenas a relatora do processo, Cármen Lúcia, votou, se posicionando contrária à possibilidade da importação. Para ela, uma atividade econômica não pode ser exercida em desarmonia com o meio ambiente.

Nesta quarta, a análise da ação foi retomada e todos os ministros presentes em plenário, com exceção de Marco Aurélio Mello, seguiram o entendimento da relatora. Mello alegou que o veto a importação fere a livre concorrência.

A única exceção definida pelos ministros é para casos em que a decisão judicial já seja irreversível -ou seja, quando a importação já foi concluída e o processo não tem mais como ser revertido.

Na noite desta quarta, o advogado-geral da União, José Antonio Dias Toffoli, afirmou que não há casos de decisão definitiva (com trânsito em julgado) em que a empresa esteja aguardando a chegada dos pneus. Assim, segundo ele, a partir de agora toda e qualquer importação de pneu usado está proíbida. O Código Penal prevê pena de um a quatro anos de prisão para o crime de contrabando.

Inconstitucional

Na ação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que a importação de pneus usados fosse considerada inconstitucional, por gerar danos ambientais e riscos para a saúde pública. Em março, o advogado-geral da União, José Antônio Dias Toffoli, afirmou em plenário que a Constituição Federal garante ao cidadão “o direito a saúde e o meio ambiente ecologicamente sustentável."

Com o argumento, ele afirmou que a importação dos pneus usados é inconstitucional. Segundo Toffoli, o Brasil importou 10 milhões de pneus usados em 2005, 7,2 milhões, em 2006, e 7 milhões, em 2007.

A mesma posição foi defendida pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, que citou a Convenção da Basiléia, da qual o Brasil é signatário, que menciona que “qualquer Estado tem o direito soberano de proibir a entrada ou depósito de resíduos perigosos e outros resíduos estrangeiros em seu território."

Para o ministro Carlos Ayres Britto, os pneus usados “não passam de um lixo ambiental, fazendo do Brasil uma espécie de quintal do mundo, com graves danos para a saúde pública." “Pneus por definição já são uma substância antiecológica, uma coluna certa no déficit ambiental”, disse o ministro, lembrando ainda que os pneus são depósitos apropriados para a proliferação de insetos que causam doenças como a dengue.

Fonte: Portal G1.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Mares e oceanos se convertem em lixão



Por Marina Litvinsky, da IPS

Washington, EUA – O crescente problema do lixo marinho está afetando os oceanos e as praias do mundo, e as autoridades devem agir agora para resolver e prevenir uma degradação ambiental maior, alerta um informe divulgado ontem, Dia Mundial dos Oceanos. O novo estudo, “Lixo marinho: um desafio mundial”, foi elaborado em colaboração pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e a organização Conservação Oceânica. É a primeira tentativa de studar o lixo existente nos 12 principais mares regionais. Os locais estudados foram: o Mediterrâneo, Atlântico Norte, Pacífico noroeste, Mar Vermelho, Golfo de Aden, os mares do sudeste asiático, Pacífico Sul e Caribe.

‘É um grande problema que se agrava’, disse a diretora do Escritório Regional do Pnuma para a América do Norte, Amy Fraenkel, ao apresentar o informe à imprensa. As conclusões do trabalho indicam que, apesar de vários esforços internacionais, regionais e nacionais para reverter a contaminação, alarmantes quantidades de lixo lançadas ao mar continuam pondo em risco a segurança e a saúde da população, ameaçando a flora e a fauna, danificando equipamentos náuticos e distorcendo as áreas costeiras no mundo.

“O oceano é nosso sistema de apoio para a vida: fornece grande parte do oxigênio que respiramos, dos alimentos que consumimos e do clima que precisamos para sobreviver. Mas, o lixo continua ameaçando sua saúde”, disse Vikki Spruill, presidente da Conservação Oceânica. “O resultado é que nosso oceano está enfermo e as responsáveis por isso são as atividades humanas”. As atividades em terra são a maior fonte de contaminação.

Na Austrália, as pesquisas sobre as cidades indicam que até 80% do lixo marinho têm fontes terrestres. Estas incluem lixões nas ribeiras dos rios, águas de inundações, fluidos industriais, esgoto não tratado, lixo de praias ou áreas de recreação, uso turístico ou recreativo da costa, pesca e atividades industriais, estaleiros e tempestades naturais. Já as principais fontes de contaminação marinhas são as atividades de pesca e navegação, extração de mineira em alto mar, dejetos legais e ilegais, equipamentos de pesca abandonados, perdidos ou descartados, e os desastres naturais.

O informe inclui uma compilação dos principais dejetos encontrados entre 1989 e 2007. restos de maços de cigarro, papéis e sacos plásticos lideram a lista. O plástico, especialmente os sacos e as garrafas de polietileno tereftalato, é o tipo mais persistente de lixo marinho, e representa 80% de toda coleta feita nos mares regionais. O plástico pode ser confundido com comida por vários animais, incluindo mamíferos marinhos, aves, peixe e tartarugas. Um estudo de cinco anos no Mar do Norte concluiu que 95% dessas aves tinham estomago em seus estômagos. Por outro lado, estudos do plâncton no Atlântico noroeste encontraram pedaços de plásticos que datam dos anos 60.

As atividades relacionadas com o tabaco também estão no topo da lista de fontes de lixo marinho. A Conservação Oceânica concluiu que as pontas de cigarros representa 28% do lixo nas praias do mundo. Os filtros e as embalagens representa 40% de todo o lixo marinho no Mediterrâneo, enquanto no Equador o lixo relacionado com o tabaco constituiu a metade de todo o que foi encontrado na costa em 2005. “O lixo marinho é sinal de um problema maior: o uso e a persistente má administração dos recursos naturais”, afirmou o diretor-executivo do Pnuma, Achim Steiner. “Sacos plásticos, garrafas e outros resíduos nos oceanos e mares poderiam diminuir drasticamente com uma melhor administração e redução do lixo, bem com por iniciativas de reciclagem”, acrescentou.

O setor de turismo e o de recreações têm um impacto significativo na situação dos mares e costas em todo o mundo. Segundo o informe, em algumas das áreas turísticas do Mediterrâneo, mais de 75% da produção anual de lixo são gerados na temporada de verão. As atividades na costa respondem por 58% do lixo marinho no Báltico, e por quase a metade no Japão e na Coréia do Sul. Além disso, o lixo marinho pode causar sérias perdas econômicas, prejudicando embarcações, afetando a pesca, contaminando o turismo e as instalações agrícolas.

Por exemplo, na Grã-Bretanha, 92% dos pescadores das ilhas Shetland informaram problemas recorrentes com lixo nas redes, e estima-se que cada embarcação perdeu entre US$ 10.500 e US$ 53.300 por ano por essa causa. Os custos do problema na indústria local podem chegar a US$ 4,5 milhões. O informe propõe adotar multas com dissuasão. Por exemplo, nos Estados Unidos, o navio Regal Princess foi multado em US$ 500 mil em 1993 por jogar no mar 20 sacos de lixo.

“Agora é tempo de ação”, disse Philippe Cousteau, membro da junta de EarthEcho International e da Conservação Oceânica. “Há soluções que todos, em qualquer parte do mundo, podem adotar para fazer uma diferença positiva para nosso planeta de água”, ressaltou. O informe recomenda desenvolver um plano de ação regional sustentável de longo prazo para enfrentar o problema ou adotar um protocolo internacional.

Fonte: Envolverde / IPS / REBIA Nacional.

Aprovado projeto para o Cocó

A Câmara Municipal de Fortaleza aprovou, na tarde desta quarta-feira (24), o projeto de lei de autoria do vereador João Alfredo que transforma o entorno do rio Cocó em área de relevante interesse ecológico. De 27 votos, 4 foram contra com 5 abstenções.

A matéria, polêmica, chegou a enfrentar dificuldades na Comissão do Meio Ambiente, com parecer atrasado, mas, a partir da pressão de ambientalistas e até abaixo-assinado, acabou tendo prioridade na pauta.

Agora, a área do Cocó, situada entre a avenida Padre Antônio tomás e a avenida Sebastião de Abreu, está livre da especulação imobiliária e de novas devastações.

Fonte: Diário do Nordeste

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Biodiesel de abacate pode ser alternativa de combustível verde

Pesquisa do Departamento de Química da Faculdade de Ciências da Universidade Estadual Paulista “Unesp”, câmpus de Bauru, revelou o potencial do abacate na produção de biocombustíveis.

O coordenador da pesquisa, Manoel Lima de Menezes, destaca como vantagens da fruta em relação à soja, a possibilidade de extração do óleo e do etanol. No caso da soja é necessário comprar etanol de cana-de-açúcar.

O pesquisador criou ainda equipamentos para que os pequenos produtores possam adotar o procedimento. O trabalho deve ser publicado na revista brasileira Analytica.

Menezes adianta que a produtividade ainda será aumentada, “os 20% de amido presentes no caroço podem render até 75 litros de álcool por tonelada de caroço. Por enquanto só conseguimos 24 litros”, diz. Apesar disso, em relação à soja, a produtividade é maior. “O abacate é uma planta perene, que começa a produzir com 4 anos de vida, atinge seu ápice ao 8, mas dá frutos em média por 40 anos. E o Brasil tem 24 espécies espalhadas por todo o território, em todos os climas. Com isso, temos alguma planta dando fruto a cada três meses”, explica.


Fonte de Pesquisa: Danielle Jordan / AmbienteBrasil

*Com informações da Unesp

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Lâmpadas queimadas na UFF têm destino ecologicamente correto


O descarte incorreto de lâmpadas fluorescentes tornou-se um problema ambiental. Ciente disso, a UFF, em parceria com a Ampla, realiza uma ação, nesta segunda e terça-feira, 15 e 16 de junho, para que as mais de 15 mil lâmpadas queimadas na universidade tenham destino ecologicamente correto.

De acordo com o superintendente de Arquitetura, Engenharia e Patrimônio, professor Mario Ronconi, foram recolhidas lâmpadas queimadas de todos os campi da UFF, além das unidades isoladas, como o Instituto de Arte e Comunicação Social e a Faculdade de Economia. "Somente na Biblioteca Central do Gragoatá (BCG), tínhamos mais de 1,2 mil lâmpadas para serem destruídas", frisou.

Ronconi afirmou que esta é a primeira vez que a destruição das lâmpadas é feita dentro da própria UFF. Antes, o descarte era feito por meio do envio das lâmpadas para uma empresa especializada, com sede em São Paulo. Segundo o superintendente, com a destruição das lâmpadas sendo feita dentro da universidade, os riscos de acidentes diminuem.

Durante o procedimento do descarte – realizado em um espaço atrás da BCG –, dois funcionários de uma empresa contratada pela Ampla recolhem as lâmpadas e as colocam em um triturador. Este triturador joga o material destruído dentro de um tambor no qual vidro e mercúrio são separados. Dali, essas substâncias são destinadas para a reciclagem com a produção de novas lâmpadas.

O superintendente disse ainda que essa ação demonstra a preocupação da UFF em preservar o meio ambiente. "Estamos atendendo a uma determinação de preservação ambiental com o descarte ecologicamente correto dessas lâmpadas. E a preservação ambiental sempre foi uma preocupação da universidade", completou.


Fonte: UFF - Núcleo de Comunicação Social

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Nas ondas da sustentabilidade – surfistas se tornam aliados na preservação ambiental

Danielle Jordan / AmbienteBrasil

Tem início amanhã, 18, em Ubatuba (SP) a primeira etapa do programa Surf Sustentável, da ONG Ecosurfi. A entidade propõe um diálogo entre surfistas para a construção da “Aliança dos Surfistas pelo Meio Ambiente”.

A partir das 13h30 será realizado um seminário para apresentar a proposta. Serão realizadas palestras e dinâmicas com objetivo de sensibilizar os surfistas sobre os cuidados com o meio ambiente. Entre os temas estão as formas de enfrentar as mudanças climáticas.

Segundo informações divulgadas pela ONG o programa abre discussão entre todos os segmentos do esporte, o papel das empresas e dos indivíduos.

A Aliança dos Surfistas vai elaborar a Carta de Responsabilidade dos Surfistas pelo Meio Ambiente, CRSMA. Veja abaixo os objetivos enumerados pela Ecosurfi:

* Servir como ponto de partida para o aprofundamento da reflexão, do debate democrático de idéias sobre a área socioambiental;

* A formulação de propostas, a troca livre de experiências e a articulação para ações eficazes, de pessoas, entidades, empresas e movimentos da sociedade civil e redes;

* Articulações de homens e de mulheres das mais diversas origens sócio-culturais, credos, etnias, idades, orientação sexual, profissões, ideologia política ou filosófica, empenhados na construção de uma sociedade justa e igualitária;

* Possibilitar o desenvolvimento sustentável e a proteção dos mares e oceanos;

* Ser um espaço de convergência das pessoas que buscam e desejam lutar por um novo mundo, capaz de respeitar em sua integralidade os direitos humanos, sociais, culturais e ambientais universais.

* Com informações da Ecosurfi

Fonte de Pesquisa: Ambiente Brasil.

Petrobras é multada em meio milhão de reais pelo IBAMA no Espírito Santo

Danielle Jordan / AmbienteBrasil

Fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis multaram a Petrobras em meio milhão de reais no município de Linhares, no Espírito Santo.

Segundo o Ibama a medida fez parte da Operação Bicho Solto e se refere ao descumprimento de uma condicionante da Licença Ambiental para levantamento sísmico terrestre na área de Pontal do Ipiranga.

Todo o manejo da fauna exige autorização prévia do órgão, de acordo com a Licença. Segundo informações do IBAMA alguns animais foram retirados do local e encaminhados ao Projeto Cereias, em Aracruz, sem comunicação.

Em até vinte dias a empresa deve apresentar sua defesa.

* Com informações do Ibama


Fonte de Pesquisa: Ambiente Brasil.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Documentário faz reflexão interdisciplinar e poética sobre riscos e desastres climáticos e sociais



Mudanças climáticas, riscos para a vida, vulnerabilidade, prevenção, desastres climáticos e sociais são temas que o documentário de longa-metragem “PERCEPÇÃO DE RISCO, A DESCOBERTA DE UM NOVO OLHAR” apresenta e aprofunda, ao percorrer suas ramificações por diversas áreas do conhecimento e da ação humana.

Dirigido por Sandra Alves e Vera Longo, o filme tem 77 minutos de duração.

O documentário agrega uma série de entrevistas com representantes do poder público, de institutos de pesquisa, de organizações não-governamentais, especialistas e personalidades da área do Brasil, de Santa Catarina, e da Estratégia Internacional para Redução de Desastres (EIRD) da ONU. São jornalistas, pesquisadores, psicólogos, educadores, artistas, atingidos por desastres, que juntos formam uma teia de reflexões interdisciplinares, num diálogo com imagens de natureza e urbanidade.

Dedicado aos professores e ao público em geral, o filme é um dos resultados do projeto de mesmo nome, uma ampla campanha educativa desenvolvida em Santa Catarina pela Defesa Civil estadual, em parceria com o Centro de Estudos e Pesquisas sobre Desastres (UFSC) para promover a cultura de prevenção no país. Ele compõe um kit educativo enviado às escolas públicas de Santa Catarina.

A concepção e pesquisa do projeto como um todo iniciaram em 2006. Entre 2007 e 2008 foi elaborado o conteúdo que deu base ao documentário e aos outros objetos do projeto.

Paralelamente ocorreu a pesquisa dos entrevistados, de fotografias e imagens e as gravações, concluídas no início de 2009.

“O filme é uma leitura da realidade feita por pessoas muito diferentes, uma grande reflexão sobre como viver melhor no mundo atual e os seus desafios. Está longe de ser um filme técnico que vai te dizer o que fazer diante de um desastre. Antes, ele vai sensibilizar”, observa Sandra Alves. O conteúdo complexo e amplo vai se aprofundando como numa espiral, porém “o filme pode ser entendido por camadas, da mais imediata à mais profunda, e é acessível a toda população. Ele estimula discussões, é um instrumento de transformação”, complementa Vera Longo.

Os pontos de vista dos entrevistados, mesmo que de áreas muito diversas, se conectam e se complementam numa perspectiva sistêmica, demonstrando claramente que o assunto é interdisciplinar, e que e riscos e prevenção estão presentes em inúmeros aspectos da vida em sociedade. Desastres são gerados pelo impacto de fenômenos naturais onde a vulnerabilidade é alta, pela ausência de políticas de prevenção, pela degradação ambiental e o consumo exagerado, por relações humanas desrespeitosas. Entre outros, o filme cita os desastres das inundações no Vale do Itajaí, Furacão Catarina, aumento do nível do mar, tsunami no Pacífico, queimadas e seca na Amazônia, desastres relacionados com a água (estiagem, escassez, falta de saneamento), a desigualdade social e a falta de perspectiva dos adolescentes.

O jornalista Washington Novaes introduz as discussões e retorna em diversos momentos, como num fio condutor: “O problema central da humanidade está em mudanças climáticas e padrões insustentáveis de produção e consumo. Esses dois problemas é que ameaçam a sobrevivência da espécie humana”. “O risco maior vem do grande experimento geofísico sem precedentes que nós estamos fazendo em mudar a composição da atmosfera, injetando todos os anos bilhões de toneladas de gases de efeito estufa”, complementa o pesquisador Carlos Nobre (INPE). O educador Carlos Brandão questiona: “Até onde vai o lugar pelo qual você se sente responsável?"

Também são entrevistados a especialista em mudanças climáticas Silvia Llosa (EIRD), a jornalista Márcia Dutra (TV Cultura), o geólogo Agostinho Ogura (IPT), o major Márcio Luiz Alves (Defesa Civil-SC), o meteorologista Maurici Monteiro (Ciram/Epagri-SC), a psicóloga Daniela Lopes (Defesa Civil nacional). Por parte das ONGs, Miriam Prochnow (Apremavi), Graziela Bedoian e Alberto Comuana (Projeto Quixote), César Pegoraro (Instituto Socioambiental), Rita Mendonça (Instituto Romã), o ator e diretor Christian Duurvoort e o babalorixá Kabila Aruanda.

Atingidos por desastres contam suas experiências, como o relato inédito das sobreviventes do tsunami de dezembro de 2004 na Tailândia, Maria Felice Weinberg e Deborah Telesio. Maria Felice foi atingida pelas ondas quando estava na praia. Deborah praticava snorkling e foi dragada pelas ondas. As duas saíram praticamente ilesas e nunca haviam contado publicamente sua participação no desastre em que morreram mais de 270 mil pessoas. Outros personagens, desta vez do desastre catarinense das inundações, são Alda Niemeyer, radioamadora em Blumenau, atuante desde a enchente de 1983, e moradores do Morro do Baú, em Ilhota, local que concentrou o maior número de vítimas das inundações e deslizamentos de novembro de 2008.

O filme não finaliza com soluções prontas para temas que são dinâmicos e têm muitos desdobramentos, e sim aponta caminhos que envolvem a responsabilização do poder público, do coletivo e dos indivíduos, a educação e a atenção, e traz propostas de ação, como o plantio de árvores feito pela organização não-governamental Apremavi, do Alto Vale do Itajaí.

Estética

O resultado é um documentário tocante e reflexivo, mas não assustador, nem catastrófico. Apesar do conteúdo que exige atenção, o espectador também é seduzido pela estética e pela poética visual. A luz natural é utilizada nas entrevistas e nas imagens de natureza e da vida urbana. Assim, mata densa ou de dezenas de baleias num magnífico encontro na praia contrastam com a imensa pedreira aberta no Parque Estadual do Parque do Tabuleiro, com uma mancha de óleo na água do que foi um rio vivo, com a destruição dos deslizamentos e fluxos de lama no Morro do Baú, com o maciço de concreto à beira-mar em Balneário Camboriú ou onde até a vista alcança do alto do edifício Copan, em São Paulo.

O filme tem inserções de ensaios fotográficos sobre pobreza e desigualdade social, de Sandra Alves, e de incêndios florestais na Amazônia de Frans Krajcberg, e ainda vinhetas de animação com ilustrações de Samuel Casal, que formam uma campanha de sensibilização para televisão e escolas.

A música original foi composta por André Abujamra (Mulheres Negras, Karnak), que assinou a trilha de diversas produções da nova fase do cinema brasileiro, como “Os Matadores” (Beto Brant), “Bicho de Sete Cabeças” (Laís Bodansky), “Carandiru” (Hector Babenco) e o recente “A encarnação do demônio” (José Mojica Marins). Para que alcance o grande público, o documentário, assim como a campanha de animação, estarão disponíveis gratuitamente para exibição na rede pública de televisão e para as emissoras parceiras da Rede Cooperativa de Comunicação, criada por iniciativa do projeto.

Concepção e realização:

Além de roteirizar, dirigir, produzir e montar o documentário, a dupla de criação Sandra Alves e Vera Longo conceberam o Projeto Percepção de Risco como um todo. Sandra Alves é realizadora audiovisual, fotógrafa e artista visual, atua na comunicação e nas artes desde 1987. É diretora cinematográfica e proprietária da Vagaluzes Filmes. Entre seus filmes, nos quais em geral assina direção, roteiro, produção, fotografia e montagem, estão o curta em 35 mm “L´amar” (2003), primeiro lugar do edital da Fundação Catarinense de Cultura, revelação do 14º Festival Internacional de Curtas de São Paulo e participante da seleção oficial do Festival Internacional Del Nuevo Cine Latino-americano de CUBA; o documentário experimental “MARÍNTIMA manifestação do abstrato” (2007); o filme experimental “Memóriaemoção” (2004), realizado em parceria com o Festival de Santa Maria da Feira, de Portugal, e seleção oficial do 16º Festival Internacional de Curtas-metragens de São Paulo de 2005; o documentário “Conny Baumgart, o Modelista do Museu do Mar”, (para o IPHAN, 2007); o vídeo “Vivendo

Victor” (para o Museu Victor Meirelles/ IPHAN, 2003) e a série Roteiros de Verão, programas especiais para a RBS TV (2005). Foi diretora de fotografia e operadora de câmera documentário “Dyckias, Tempos de Extinção”, vencedor do prêmio DOC TV III / MinC (2006). Dirigiu e produziu teleconferências e vídeos educativos para educação à distância, montagens teatrais e exposições de artes plásticas.


Vera Longo é psicóloga, educadora, terapeuta e realizadora audiovisual, proprietária da Vagaluzes Filmes. Assina roteiro, montagem e co-direção dos filmes “MARÍNTIMA manifestação do abstrato”, “Memóriaemoção”, “Conny Baumgart, o Modelista do Museu do Mar”, e do documentário “Alegria de Aruanda”, em produção. Foi assistente de direção, produtora e roteirista da série Roteiros de Verão. Também atuou com educação à distância e foi educadora e terapeuta do Projeto Quixote, do Departamento de Psiquiatria e Psicologia Médica da Universidade Federal de São Paulo.


Ficha técnica do filme:

Título: Percepção de Risco, a Descoberta de um Novo Olhar
Gênero: Documentário
Tempo de duração: 77 minutos
Direção e Idealização: Sandra Alves e Vera Longo
Fotografia e câmera: Sandra Alves
Roteiro e Montagem: Sandra Alves e Vera Longo
Edição e finalização: Sandra Alves
Pesquisa: Sandra Alves, Vera Longo, Barbara Pettres, Patricia Abuhab, Guilherme Blauth
Música original: André Abujamra
Ilustrações: Samuel Casal
Produção Executiva: Sandra Alves, Vera Longo e Carolina Borges
Produção: Cabeça ao Vento Construções Artística



Sinopse:

Mudanças climáticas, riscos para a vida, vulnerabilidade, prevenção, desastres climáticos e sociais são temas que o documentário apresenta e aprofunda, ao percorrer

suas ramificações por diversas áreas do conhecimento e da ação humana. Um convite à reflexão, um instrumento de transformação.


Mais informações:

Sandra Alves – [48] 9977.9033

Vera Longo - [48] 9603.1387

projetoeducativo@gmail.com Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.


Fonte: Fred Itioka Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.

sábado, 13 de junho de 2009

Pesquisadores desenvolvem plástico a partir de casca de mandioca e fibra de coco

O Núcleo de Reologia e Processamento de Polímeros, NRPP, do Departamento de Engenharia de Materiais, DEMa, da Universidade Federal de São Carlos, UFSCar, criou um composto que combina um plástico biodegradável, EcobrasTM, com fibras vegetais, como casca de mandioca em pó ou fibras de coco.

O material é transformado em plástico rígido, utilizado para produção de peças pré-moldadas, como os tubetes de plástico utilizados em mudas de reflorestamento.

Depois do plantio, esses tubetes são descartados e o material agride o meio ambiente. Com o novo composto, a decomposição é facilitada e gera apenas água, CO2 e biomassa.

De acordo com o coordenador do projeto e professor do DEMa, Elias Hage Júnior, será possível ainda produzir qualquer peça moldada descartável, como bandejas de embalagens, por exemplo.

No início de 2009 a primeira etapa do projeto foi encerrada, quando foi possível adequar o uso da casca da mandioca e a fibra de coco. Agora os pesquisadores trabalham para melhorar o produto e otimizar a produção. Segundo o coordenador, não há dificuldades para a produção em larga escala.

Elias Hage Júnior destaca com um dos principais benefícios do produto a redução do uso do petróleo para a obtenção do produto. As fontes naturais utilizam apenas 5% em peso do petróleo, 95% são usados para combustíveis e outras aplicações.


Fonte: Danielle Jordan / AmbienteBrasil.

Lixo tecnológico não tem destino correto

O Brasil deve demorar pelo menos 10 anos para ter uma cadeia autosuficiente e uma legislação adequada para que lixos como computadores usados, monitores, celulares, pilhas, baterias e outros componentes similares tenham uma destinação adequada, minimizando danos à saúde pública e ao meio ambiente. Esta constatação é do consultor em resíduos tecnológicos para a Organização das Nações Unidas (ONU) e União Europeia, o holandês Jeroen IJgosse.

Há dois anos morando no Brasil, IJgosse está buscando uma estratégia para a gestão de resíduos tecnológicos no Ceará, que também deve se tornar autosuficiente em uma década. O projeto leva o nome de CE-Waste. Segundo ele, a primeira parte deste trabalho começou no ano passado. “Iniciamos com uma pesquisa junto aos órgãos públicos municipais, empresas, empreendedores, para mapear a geração e destinação deste resíduos”, afirma o consultor.

Neste processo, ele enviou questionários a todos os 184 municípios cearenses. “Tivemos o retorno de apenas 30%, mas isso se deve também às recentes chuvas fortes, que deixaram muitos em situação de emergência”, explica IJgosse. Ele afirma que, pelas viagens feitas ao interior do Estado e pelos questionários já recebidos, é possível fazer algumas observações preliminares.

“O primeiro comportamento das pessoas diante do produto tecnológico obsoleto é guardar em algum canto da casa. Ou seja, as pessoas não sabem o que fazer com aquilo. Alguns chegam a doar esses equipamentos a amigos, familiares, entidades sociais”, explica. “Mesmo assim, vai chegar um dia em que esses computadores, celulares, entre outros, vão ter que ser descartados”, afirma IJgosse.

A partir daí, entram as empresas, indústrias e até pessoas autônomas especializadas em dar uma destinação final adequada a esses resíduos, que contêm diversos elementos nocivos à saúde e ao meio ambiente, como metais pesados. “Por exemplo, uma só placa-mãe de um computador tem 44 diferentes tipos de materiais”, explica. “Cada um desses componentes deveria ter uma destinação especial e não nos lixões comuns”, completa.

(Fonte: O Povo -CE)

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Crise e clima criam momento para economia "verde", dizem especialistas

A mudança climática e a crise financeira podem criar uma série de oportunidades para as economias de países desenvolvidos e emergentes, afirmaram especialistas no 15º Fórum Econômico Internacional das Américas, na terça-feira (9).

O secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o mexicano Ángel Gurría, disse que os pacotes de estímulo fiscal lançados no auge da crise oferecem às economias do mundo uma ótima chance de se tornarem mais ecológicas.

Em termos similares se expressou Haruhijo Kuroda, presidente do Banco Asiático de Desenvolvimento (BAD), que, com Gurría, participou das sessões do dia da Conferência de Montreal.

Kuroda afirmou que o vínculo entre energia e desenvolvimento sustentável é um dos maiores problemas de nosso tempo, "e, claro, uma grande preocupação para a Ásia e o Pacífico, onde, em particular, a mudança climática passou rapidamente a ser prioridade".

"Sob meu ponto de vista, estas crises (financeira e ambiental) são uma oportunidade. Num momento em que os investimentos precisam desesperadamente estimular as economias, podemos utilizá-los em projetos de desenvolvimento limpo, que ajudarão minimizar a mudança climática", observou.

O presidente e executivo-chefe da americana General Electric (GE), Jeffrey Immelt, foi mais explícito. "Verde é verde", afirmou, referindo-se aos investimentos em tecnologias limpas e sustentáveis, que, segundo disse, oferecem grande rentabilidade.

"Não sou um ecologista. Nunca fui de acampar. Digo isso com toda a honestidade. Sou um homem de negócios. Vejo que a demanda por energia dobrará nos próximos 20 anos. A China e a Índia comprarão mais gasolina que o resto do mundo nos próximos 40 ou 50 anos", disse Immelt.

"Portanto, na GE, concluímos que queremos ter uma grande iniciativa em energia limpa", observou.

Energias renováveis - Immelt também apontou para os riscos que os países que não investirem em tecnologias renováveis correrão.

Além disso, mostrou-se especialmente crítico em relação ao setor energético e ao papel dos Estados Unidos.

"Os investimentos tecnológicos no setor energético nos últimos 20 anos foram patéticos", disse Immelt, que comparou a falta de inovação do setor com as constantes mudanças no setor médico, onde "já estamos na oitava geração de produtos".

Immelt ressaltou que, em termos de investimento, a GE vê um grande futuro na conservação e na eficiência energéticas, nos veículos elétricos e nas baterias, na energia nuclear e na captura de carbono.

(Fonte: Folha Online)

Licenças ambientais agilizam obras do PAC


Reunião de balanço do programa, da qual participou o ministro Minc, apresenta poucas pendências de empreendimentos de infraestrutura por conta de concessão do licenciamento.

O meio ambiente deixou de ser problema para a execução do PAC. Foi isso que se constatou durante a apresentação do 7º Balanço do Programa, apresentado na manhã de hoje pela chefe da Casa Civil Dilma Roussef e mais sete ministros de Estado, entre eles o de Meio Ambiente, Carlos Minc. Uma exposição minuciosa dos empreendimentos nas áreas de infraestrutura de transportes, energia e infraestrutura urbana e social mostrou que são pouquíssimas as pendências por conta de concessão de licenças ambientais.

"O PAC do Petróleo e gás, com 102 empreendimentos, tem zero pendência ambiental. As pendências que há nas hidrelétricas a ministra Dilma mostrou que são do Ministério Público. As obras de hidrovias, ferrovias, rodovias, estão todas em dia. Não há nenhum grande empreendimento do PAC paralisado por falta de licença ambiental. Nós aceleramos os processos e aumentamos o rigor dos licenciamentos", afirmou o ministro Carlos Minc.

Em breve pronunciamento durante a apresentação do balanço do PAC o ministro Minc lembrou duas decisões recentes do Conama, que aprovou proposta apresentada pelo Ministério do Meio Ambiente. Uma reduziu para um mês o prazo para licenciamento de loteamento de casas populares e outra simplificou a licença ambiental para a aquicultura. O ministro antecipou ainda duas novas medidas para simplificação dos EIA-Rima que serão anunciadas em breve: o licenciamente de bacias hidrográfica para construção de hidrelétricas e o licenciamento de campos de petróleo para perfuração de poços. "Vamos fazer uma espécie de licenciamento em bloco, tanto para as hidrelétricas de uma determinada bacia quanto para os poços de um determinado campo. Eles não vão substituir os estudos individualizados, mas vão simplificar muito o processo porque já haverá uma anuência ou uma rejeição prévias".

Questionado sobre a BR-319, rodovia Manaus-Porto Velho, também obra do PAC, Minc lembrou que as regras e pré-requisitos para o licenciamento prévio foram definidos por um Grupo de Trabalho instituído pelo presidente Lula e que agora cabe ao Ministério do Meio Ambiente e ao Ibama apenas zelar para que elas sejam cumpridas.

"O GT fez dez exigências que entendeu necessárias para garantir a segurança ambiental na área de influência da rodovia. Sendo cumpridas essas exigências, a licença prévia sai. Não sendo cumpridas, a licença não sai. Não há uma discussão ideológica, não há conflito. Eu posso ser contra a rodovia, como fui contra o licenciamento para a Usina Angra 3, mas essa não é uma decisão minha, é uma decisão de governo. O meu papel é licenciar de acordo com as exigências legais, que neste caso são os pré-requisitos definidos pelo Grupo de Trabalho".

Em entrevista aos jornalistas depois da apresentação do balanço do PAC o ministro comentou também os embates que tem enfrentado com representantes do setor ruralista especialmente no Congresso. Ele disse que espera superar essa crise através da negociação e do diálogo, inclusive com a grande agricultura e seus representantes no Congresso, como a senadora Katia Abreu.

"Acho que a grande agricultura reagiu à nossa aliança com os pequenos agricultores e a agricultura familiar. Mas isso faz parte do processo. Eu relevo o que a senadora Katia Abreu falou e se me excedi também peço desculpas. Eu sou um homem público, sei o que representa o País e não vou ser obstáculo à retomada desse diálogo".

Fonte: REBIA Nacional / MMA.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Artigos e entrevistas

Olá pessoal, trago uns presentinhos pra vocês. É uma série de artigos e entrevistas dos mais renomados pensadores sobre o meio ambiente. Não deixem de lê-los.
Esses são os links que irão direcioná-los.

ARTIGOS:

Desafios Ecológicos do Fim do Milênio - Leonardo Boff

Ecologia Profunda: Um novo Renascimento - Fritjof Capra

Gaia: A terra viva - James Loverlock

Os limites do capital são os limites da Terra - Leonardo Boff

O que é ecologia profunda? - Carlos Aveline

A vingança de Gaia - José Correia Leite

Paradigma planetário - Leonardo Boff

Rumo à Ecologia Profunda - Fritjof Capra

A crise ecológica e cuidado com a vida - Frei Sinivaldo Tavares

Três cenários do drama ecológico atual - Leonardo Boff


ENTREVISTAS:

James Loverlock - Terramérica em junho/2009

Ervin László - Revista Página22 em agosto/2007

Eric Hobsbawm - Revista Sem Terra em junho/2009

Martin Ress - Revista Página22 em março/2007

James Lovelock - Revista Veja em outubro/2006

Edward Wilson - Revista Veja em maio/2006

Leonardo Boff - Jornalista Paulo Melo Sousa em julho/2007

Fritjof Capra - Jornalista Carlos Tautz em janeiro/2003

Fonte: http://complexidade.ning.com/page/pensamento-ecologico-em-nossa

GBC Brasil faz palestra sobre aplicação de telhados verdes e brancos na Casa Cor 2009








A campanha One Degree Less, criada pelo Green Building Council Brasil, para ajudar a combater o aquecimento global e a reduzir as ilhas de calor, é tema de palestras na Casa Hotel.


Em 18 e 23 e junho, Thassanee Wanick, presidente do Conselho Deliberativo do GBC Brasil e criadora da campanha, mostrará os benefícios da adoção de telhados brancos e verdes e como cada cidadão pode ajudar. Dados da Lawrence Berkeley National Laboratory, apoiadora da campanha, mostram que pintando estes tetos com um material branco ou claro, que tem uma reflexão solar de longo prazo de 0,60 ou mais, diminui-se sensivelmente os efeitos da incidência solar. Estima-se que para cada 100 m2 de forro pintado com cores claras são compensadas 10 ton de emissão de CO2.


Além disso, o GBC Brasil promoverá uma palestra sobre a importância do uso de madeira certificada, que acontece dia 25 de junho, às 17h. Para a ONG, apoiar a Casa Cor é uma grande oportunidade para o GBC Brasil cumprir sua principal missão: transformar a indústria da construção civil e todos os seus elos rumo à sustentabilidade.


Mais informações sobre como participar no site www.casacor.com.br/saopaulo/ ou pelo telefone: (11) 3819-7955.


Serviço:

- Palestra Campanha One Degree Less - Thassanee Wanick (GBC Brasil)

Data:18/06 – às 19h

23/06 – às 17h

Local: Casa Hotel – Auditório, Av. Lineu de Paula Machado, 1075 - Jockey Club de São Paulo.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Precisa dizer algo mais?

Gaia

Fonte: femininoessencial.blogspot.com

sábado, 6 de junho de 2009

Brasil tem avanços em preservação ambiental, mas precisa melhorar, diz Pnuma

O Brasil mostra avanços significativos na área de preservação do meio ambiente, em relação aos 20 anos anteriores, mas ainda tem um amplo dever de casa a cumprir. A avaliação foi feita pelo presidente do Instituto Brasil Pnuma, o Comitê Brasileiro do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Haroldo Mattos de Lemos.

Em comparação com outros países emergentes, a legislação ambiental brasileira é considerada bem desenvolvida e chega a ser modelo para outros países em desenvolvimento, destacou Lemos.

Ele disse que um exemplo positivo é o modelo da Política Nacional de Meio Ambiente, cujo órgão deliberativo, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), tem a participação da sociedade civil. Citou também a Lei de Crimes Ambientais e a Lei da Política Nacional de Recursos Hídricos. “Todas essas leis são elogiadas. Isso significa, para um país em desenvolvimento, que a estrutura de leis é boa”.

Entre as principais deficiências, o presidente do Instituto Brasil Pnuma citou a fiscalização. Ele disse que um dos maiores problemas do país com relação às mudanças climáticas é que mais de 70% das emissões de gases causadores do efeito estufa na atmosfera são decorrentes de desmatamentos e queimadas. “Isso precisa ser reduzido. O mundo inteiro vai precisar reduzir o seu nível de emissões. É uma coisa indispensável para que a gente possa pensar em desenvolvimento sustentável. Nesse aspecto, estamos mal”.
O Brasil, segundo Haroldo Lemos, precisa fazer um esforço maior para reduzir as queimadas e os desmatamentos, principalmente na Amazônia. Lembrou que o país tem áreas agrícolas suficientes para produzir a comida e a energia de que a população necessita, sem precisar desmatar mais, “especialmente dentro da Amazônia, em função do significado que ela tem de biodiversidade”.

Ele admitiu que isso seria uma “briga de foice”, porque envolveria setores poderosos e influentes, como grandes fazendeiros e agricultores. Reiterou, entretanto, que não há necessidade de ampliar o desmatamento na região. “Nós não precisamos desmatar mais a Amazônia para plantar ou para criar mais boi.”.

Lemos lembrou ainda que o Brasil não pode privilegiar determinado grupo de interesse, como, por exemplo, os pecuaristas, em detrimento dos interesses de todo o país. “E eu diria, até, de toda a humanidade”.

Ele destacou que, nesse cenário, os países ricos terão que tomar medidas ainda mais fortes do que as de Quioto e que os países em desenvolvimento mais avançados, como o Brasil, também terão que adotar medidas especiais. “Agora, com qualquer medida que se tome, você vai sempre pisar no calo de alguém. O que interessa é saber o que é melhor para a humanidade: é o interesse dos pecuaristas e deixa o aquecimento global sair fora do controle? Ou nós vamos segurar o aquecimento global para que as conseqüências sejam aceitáveis?”

Na opinião do presidente do instituto, uma das conseqüências mais nefastas para o Brasil do aquecimento global é o aumento do nível dos mares, que vem acelerando a cada ano. Ele afirmou que na última década do século passado, o nível dos mares vinha subindo a uma velocidade de 2 milímetros por ano e que agora, essa velocidade é de 3 milímetros/ano.

Para Haroldo Lemos, a humanidade vai ter que tomar medidas sérias e fortes. “Ou, então, nós vamos ter que arcar com as conseqüências”.

Estudo apresentado durante a reunião da Convenção de Mudanças Climáticas em Nairóbi, no Quênia, em 2007, sugeriu que os países devem aplicar 1% do Produto Interno Bruto (PIB), a soma dos bens e serviços produzidos, para conter as conseqüências do aquecimento global. Entretanto, se o mundo deixar para tomar medidas daqui a dez ou 15 anos, precisará gastar muito mais do que esse percentual do PIB mundial para consertar os estragos.

(Fonte: Alana Gandra/ Agência Brasil)

ONGs apontam 'desmonte da política ambiental'

Grupo de 22 entidades ambientalistas e movimentos sociais lançou ontem uma nota pública ao que chamam de "desmonte da política ambiental". Segundo eles, desde novembro, medidas do Executivo e do Legislativo "vêm solapando o compromisso político de se construir um modelo de desenvolvimento socialmente justo, ambientalmente adequado e economicamente sustentável". O estopim foi a aprovação no Senado da Medida Provisória 458, que regulariza as posses na Amazônia.

Segundo as entidades, ela "abriu a possibilidade de se legalizar a situação de uma grande quantidade de grileiros, incentivando, assim, o assalto ao patrimônio público, a concentração fundiária e o avanço do desmatamento ilegal". O superintendente de Conservação da ONG WWF-Brasil, Cláudio Maretti, afirma que a MP favorece "quem segue a lógica da derrubada", não a população tradicional amazônica. "Ela traz uma visão fundiária equivocada do Sul, de transformação da floresta em pastagem e cultura, não do aproveitamento dos recursos que estão ali."

Há 196 mil posses inscritas no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), mas apenas 10% são legais. O Ministério do Desenvolvimento Agrário acredita que o número chegue a 300 mil. A nota também critica a tentativa de se suspender a obrigatoriedade do licenciamento ambiental para a ampliação ou a revitalização de rodovias. A questão tem provocado desavenças entre os ministros do Meio Ambiente, Carlos Minc, e dos Transportes, Alfredo Nascimento, e facilitaria a pavimentação da BR-319, que liga Porto Velho e Manaus.

(Fonte: Estadão Online)